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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 99ª VARA DO TRABALHO DE TERESINA/PI PROCESSO Nº ... RESTAURANTE AMARGO LTDA, já qualificado nos autos em epigrafe, vem à presença de Vossa Excelência, por seu advogado subscritor, com endereço profissional na ..., intimado após a interposição de recurso por RENATO, também já qualificado, apresentar tempestivamente as presentes CONTRARRAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO Com fundado no art. 900 da CLT, requerendo não seja o recurso recebido, por intempestividade e ausência de preparo, ou, caso o seja, remetam-se os autos ao Tribunal Regional do Trabalho da ... Região, para apreciação das contrarrazões anexas. Nestes termos, pede deferimento. Local, Data ADVOGADO OAB/UF EXECELÉNTISSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA ... REGIÃO Recorrentes: Renato Recorrido: Restaurante Amargo Ltda. Processo nº ... Vara de Origem: 99º Varra do Trabalho de Teresina/PI CONTRARRAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO Eméritos julgadores Douto Relator I. DA SINTESE DA DEMANDA O recorrente ajuizou ação trabalhista em face do Restaurante Amargo Ltda. pleiteando diferenças salariais referentes a convenção coletiva de sindicatos de funcionário de bares e restaurantes do estado do Piaui. Além disso, pleiteou: o pagamento extraordinário pelo tempo de duração da viagem de ida e volta ao trabalho, salário in natura pelo uso de veículo do empregador, a integração de diárias para viagem, recebidas no valor de R$ 400,00 por cada viagem ocorrida, diferenças salariais decorrentes de equiparação salarial com outro motorista, o qual inicialmente trabalhava como maitre, mas por força de decisão do INSS, por limitação física, teve sua função alterada. Na audiência de instrução a parte recorrida requereu a oitiva de uma testemunha, a qual foi indeferida pelo juiz, gerando o inconformismo da parte ré, registrado em ata de audiência. 10 dias após a audiência foi proferida sentença de total improcedência dos pedidos, com custas fixadas em R$. 500.00 reais. Quinze dias após ter sido notificado a parte autora inconformada apresentou recurso ordinário perante o TRT. II. DAS PRELIMINARES II.1. DA AUSÊNCIA DE PRESUPOSTOS RECURAIS (CLT, 895, I) O recorrente inconformado com a sentença de total improcedência dos pedidos, interpôs recurso ordinário com o objetivo de ter a referida sentença reformada. Cumpre destacar que Renato tomou ciência da decisão proferida pelo juízo de piso e somente quinze dias após a notificação, interpôs o referido recurso. No entanto, nos termos do art. 895, I da CLT, o prazo para interpor recurso ordinário e de apenas 08 dias. Em compulsa dos autos ficou evidenciado que o recorrente interpôs o presente recurso quinze dias após ter tomado ciência da decisão. Sendo assim, tal recurso e considerado intempestivo. No presente recurso interposto também merece destaque a falta de pagamento das custas recursais. Custas essas que compreendem o pote de remessa e retorno do referido recurso. Diante do mencionado, o referido recurso deve ser considerado deserto pela ausência de comprovação do pagamento das custas recursais. II.2. DO CERCEAMENTO DE DEFESA (CLT, art. 893, §1º e CF, art. 5º, LV) O juízo a quo indeferiu o requerimento do recorrido Restaurante Amargo Ltda. para a produção de prova testemunhal, o que se fez constar na ata de audiência. Tal requerimento visava a comprovar a veracidade do alegado. O obstáculo criado pelo juízo a quo, além de infundado, restringiu injustificadamente o exercício do direito fundamental à ampla defesa de que é titular o referido recorrido. Por isso, é evidente que houve cerceamento de defesa por parte do juízo de piso, na medida em que impediu que a recorrente demonstrasse a veracidade de suas alegações por meio da produção de prova testemunhal. III. DOS FUNDAMENTOS PARA A MANUTENÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA III.1. DO INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE DIFERENÇAS SALARIAIS (CLT, art. 511) O recorrente interpôs recurso ordinário como intuito de reformar a decisão que indeferiu o pedido de recebimento das diferenças salarias decorrentes da aplicação do piso salarial estipulado para os funcionários em bares e restaurante, conforme convenção coletiva firmada pelo sindicato dos bares e restaurantes com o sindicato dos garçons e ajudantes em bares e restaurantes, ambos do estado do Piauí. No entanto com base no art. 511 da CLT, o regramento da norma coletiva geral dos sindicados mencionados não se aplica a parte autora. Uma vez que, ela não faz parte do sindicato dos funcionários de bares e restaurante e sim de um sindicato dos motoristas em decorrência de sua função (apenas dirigir o carro). III.2. DA NÃO INSIDENCIA DAS HORAS IN ITINERE (TST, súmula 90, III) O recorrente pleiteou o pagamento extraordinário pelo tempo de duração da viagem de ida e volta ao trabalho, pois ficava com o carro da empresa que dirigia e que ficava sob sua guarda. Alegou que de sua residência para o local de trabalho havia apenas três linhas diretas de ônibus com tarifa modal em cada horário, sendo o transporte insuficiente. No entanto, a súmula 90, III do TST, menciona que a mera insuficiência de transporte público em determinada área não enseja no pagamento de horas itinere. Sendo assim, não e divido o pagamento de horas itinere no caso em questão. III.3. DA NÃO INSIDENCIA DO SALARIO IN NATURA (CLT, 458, §2º, III) O recorrente pleiteou salário in natura pelo uso de veículo do empregador, o qual ficava com Renato ao longo da semana útil, devendo deixá-lo na garagem do empregador durante o fim de semana de folga, bem como nas férias. No entanto, com base no art. 458, §2º, inciso III da CLT, não será considerado como salário, utilidades concedidas pelo empregador que facilite o deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público. Dito isso, não e divido o pagamento de salário in natura ao recorrente visto que, o autor não usava o veículo para fins privados, mas apenas para o trabalho, afastando o caráter contraprestacional da verba. III.4. DA NÃO INTEGRAÇÃO DAS DIARIAS PARA VIAGEM (CLT, 457, §2º) O recorrente pleiteou, ainda, a integração de diárias para viagem, recebidas no valor de R$ 400,00 por cada viagem ocorrida, relatando que ao longo do contrato viajou a serviço por três ocasiões, em três diferentes meses. Entretanto, com base no art. 457, §2º DA CLT, não podem ser incluídas no salário as diárias de viagem, as ajudas de custo que não excedam 50% do salário percebido pelo empregado. Analisando o caso concreto com o referido texto de lei, restou evidenciado que o autor não tem direito a integração das diárias uma vez que, o valor e abaixo de 50% do valor percebido. III.5. DA NÃO EQUIPARAÇÃO (CLT, Art. 461, § 4º) O recorrente pleiteou diferenças salariais decorrentes de equiparação salarial com outro motorista, o qual inicialmente trabalhava como maitre, mas por força de decisão do INSS, por limitação física, teve sua função alterada, quando percebia R$ 2.000,00 mensais. No entanto, o art. 461, §4º da CLT, menciona que o trabalhador readaptado por motivo de deficiência física ou mental devidamente atestada não servira de paradigma para fins de equiparação salarial. Em sendo assim, o recorrente não poderá pleitear a equiparação salarial tendo por base um trabalhador readaptado por força de decisão do INSS. IV. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer sejam acolhidas as preliminares a fim de que o recurso interposto nãoseja conhecido. Não sendo acolhidas as preliminares, seja mantida a sentença nos seus próprios termos, conforme os argumentos apresentados. Nestes termos, pede deferimento. Local, Data ADVOGADO OAB/UF
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