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1. Considerações Gerais A doença de que trataremos nesta postagem releciona-se a uma doença da pele atribuída à autoimunidade: vitiligo. De forma geral, o vitiligo é caracterizado pelo surgimento de regiões despigmentadas na pele, resultando em máculas acrômicas (ocorrência de uma coloração de pele distinta daquela normal, nesse caso hipopigmentada) de progressão variável . Isso gera um contraste, bastante visível entre a região normal e a região sem melanina causando um desconforto estético para o portador da doença. Apesar desse efeito estético, o vitiligo tem poucos efeitos sobre a saúde física do paciente, podendo torná-lo mais vulnerável a processos danosos das radiações solares. O vitiligo tem uma prevalência de cerca de 1% na população. Ao longo dos anos observaram três tipos básicos de vitiligo, explicados pelas seguintes teorias: a) Teoria Neural: refere-se à manifestação segmentar na pele e está associada ao nervo responsável pela inervação daquele dermátomo de pele. Ocorre a liberação de susbstâncias que provocariam a morte dos melanócitos- células que produzem melanina; Imagem disponível em: < http://www.folhadaregiao.com.br/Materia.php?id=98732 > Acesso em 15/02/2013 (Fig. 1.1: Vitiligo Segmentar) b) Teoria Citotóxica: refere-se ao surgimento do vitiligo associado ao contato com substâncias, como a hidroquinona, presente em borracha e certos tecidos. Essa substância é conhecida por irritar a pele e torná-la mais sensível ao sol c) Teoria autoimune: consiste na produção de anticorpos contra melanócitos ou contra a própria melanina. Esta forma geralmente se encontra associada a outras doenças autoimunes e a prevalência genética em uma família gira em torno de 20-30%. Adaptado. Imagem disponível em: < http://arieldovale.blogspot.com.br/2011/05/vitiligo.html > Acesso em 15/02/2013 (Fig.1.2 Ilustração do processo que levam ao vitiligo) Imagem disponível em: < http://drjarinaldiacupuntura.blogspot.com.br/2011/07/vitiligo- eacupuntura.html > Acesso em 15/02/2013 (Fig1.3. Homem com vitiligo) (Fig. 1.4 Diagrama que resume as principais teorias sobre Vitiligo 2. Principais Característias Imunológias/ Patogenia Imunológica A partir de agora, trataremos da forma de vitiligo mais conhecida: aquela explicada pela teoria da autoimunidade. Imagem disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365- 05962009000600008&script=sci_arttext > Acesso em 15/02/2013 (Fig. 1.5 Ilustração que mostra as principais células afetadas no vitiligo) a) A chave do mecanismo autoimune ocorre por infiltração linfocítica Na camada basal, foi identificado um processo de vacuolização e degeneração dos queratinócitos, melanócitos e Células de Langerhans, através de microscopia eletrônica. Além disso, houve também uma infiltração inflamatória com pequenos linfócitos e histiócitos localizados na derme papilar, próximo ao local da lesão. O pesquisador Abdel-Nasser descobriu que o infiltrado é composto principalmente de lincócitos T CD8. Esses fatores dificultam ou impedem o proceso de melanogênese, como representado a seguir: Imagem disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100- 736X2008000300002&script=sci_arttext> Acesso em 15/02/2013 (Fig 1.6 Imagem de uma célula de caprino que pode transmitir a ideia do processo de vacuolização dos queratinócitos apontado pela seta) O processo de melanogênese ocorre em uma cascata com cerca de dez reações. De forma resumida, entretanto, observa-se a conversão do aminoácido Tirosina (que por sua vez é derivada da fenilalanina) em melanina através dos melanócitos. A melanina produzida é transferida para os queratinócitos que depositam-na na epiderme. Com isso, é possível concluir que uma infiltração linfocítica e um processo de vacuolização dessas células podem interromper tanto a síntese de melalina quanto o processo de deposição desse pigmento, resultando nas máculas frequentemente observadas. b) O vitiligo, geralmente, está associado a outras doenças autoimunes As seguintes doenças corroboram com a teoria da associação entre vitiligo e outras manifestações autoimunes: anemia perniciosa, doença de Addison, diabetes mellitus, esclerodermia localizada, alopecia areata, miastenia gravis, pênfigo vulgar e nevus halo. Essa associação foi descoberta pela presença de anticorpos contra tireoide, glândulas adrenais e células parietais (células do estômago) em pacientes que apresentavam vitiligo. As doenças citadas são mais prováveis de surgir em pacientes que apresentam vitiligo devido às alterações imunológicas já apresentadas. Tratamento para Vitiligo O tratamento irá variar conforme as características de cada paciente, e quem o definirá é o médico dermatologista. Entre as opções terapêuticas está o uso de medicamentos que induzem a repigmentação das regiões afetadas. Também pode-se empregar tecnologias como o laser, bem como técnicas de cirúrgicas ou de transplante de melanócitos. O tratamento do vitiligo é individualizado e os resultados podem variar consideravelmente entre um paciente e outro. Por isso, somente um profissional qualificado poderá indicar a melhor opção. É importante lembrar que a doença pode ter um excelente controle com a terapêutica adequada e repigmentar completamente, sem nenhuma diferenciação de cor. Tratamento medicamentoso É muito difícil interromper ou paralisar o processo do vitiligo, porque alguns organismos respondem bem ao tratamento e conseguem não só paralisar a doença, como regredi-la e fazê-la desaparecer completamente. Também, alguns medicamentos podem ajudar a melhorar a aparência da pele, como cremes que controlam a doença e que, se usados logo no início, podem até ajudar a restaurar a cor original da pele, podendo demorar meses até que ele mostre sua eficácia. Cremes de corticosteroides costumam ser eficazes e são, geralmente, fáceis de manusear. As únicas contraindicações são os efeitos colaterais que eles podem causar, como o afinamento da pele e o aparecimento de estrias. Cremes a base de vitamina D também podem ser recomendados pelo médico. Geralmente os médicos acabam indicando o Prednisona. Tratamentos cirúrgicos A cirurgia ainda pode ser uma opção quando a terapia de luz e os remédios não funcionarem. Ela também pode ser usada em conjunto com essas terapias, caso paciente e médico sintam necessidade. O objetivo das seguintes técnicas é para uniformizar o tom da pele, restaurando a cor. Veja quais são: • Enxerto de pele: o médico remove pequenas partes da pele com a pigmentação original e coloca sobre as partes do corpo que já perderam a cor. • Enxerto por bolhas: o médico cria bolhas em cima da pele pigmentada. Depois, ele retira o material dessas bolhas e o transplanta em cima de partes descoloridas do corpo. • Micropigmentação: este procedimento é bastante parecido com o método usado na aplicação de tatuagens. O médico utiliza um instrumento cirúrgico especial para implantar o pigmento perdido em pequenas áreas da pele. Este tipo costuma ser mais eficaz ao redor dos lábios, especialmente em pessoas com pele mais escura. Tratamentos alternativos • Tratamento terapêutico: são os com corticosteróides, imunomoduladores, helioterapia, PUVA e enxertos cirúrgicos. Esteróides têm sido usados para remover as manchas brancas, porém não são muito eficientes. • Fitoterapia: a ginkgo biloba pode ser utilizada devido ao seu efeito antioxidante e imunomodulador. Modo de uso: 40 mg extrato de ginkgo biloba 3 vezes ao dia. Bibliografia ABBAS, Abul K. Imunologia Celular e Molecular. ed. Reinventer Ltda: Rio de Janeirohttp://drauziovarella.com.br/corpo-humano/vitiligo/ http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-05962004000300010&script=sci_arttext http://www.dermatologia.net/novo/base/doencas/vitiligo.shtml http://www.vitiligo.med.br/mitos_e_verdades.php
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