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Hipersensibilidade Prof. Diego Hollanda Imunologia Básica/Odonto 2016 Conteúdo Definição de Hipersensibilidade Classificação de Coombs e Gell Conceito de Alérgenos Hipersensibilidade Tipo I (mediada por IgE) Hipersensibilidade Tipo II (mediada por IgG) Hipersensibilidade Tipo III (mediada por IgG) Hipersensibilidade Tipo IV (mediada por células) O que é Hipersensibilidade? É um mecanismo imunológico (resposta adaptativa) exacerbado ou inapropriado, induzido por antígenos ambientais ou próprios, caracterizados por lesões inflamatórias e teciduais que determinam o aparecimento de sinais e sintomas de doenças A hipersensibilidade é uma característica do indivíduo e não se manifesta no primeiro contato com o antígeno indutor da reação de hipersensibilidade, mas geralmente aparece em contatos subsequentes. 3 Classificação de Coombs e Gell A hipersensibilidade é uma característica do indivíduo e não se manifesta no primeiro contato com o antígeno indutor da reação de hipersensibilidade, mas geralmente aparece em contatos subsequentes. 4 O que são Alérgenos e quais os tipos mais comuns? São antígeno capazes de causar alergia Produtos animais; Drogas (penicilina, sulfonamidas, salicilatos); Alimentos; Pólen de plantas; Veneno de insetos; Látex; metal Reação cruzada de epítopos do látex com epítopos de algumas frutas como kiwi, manga. 5 Características dos Alérgenos Proteínas solúveis que se difundem no ar junto de partículas Contato com mucosa, a proteína se difunde e é capturada por APCs Age em baixa concentração, suficiente para induzir: Produção de citocinas como, IL-4 e IL-13 Produção de IgE Hipersensibilidade Tipo I (mediada por IgE) Como ocorre a reação de hipersensibilidade do tipo I? Alérgeno LB IgE Mastócito Basófilo Plasmócito Dose Sensibilizante Alérgeno IgE liberação de mediadores da reação anafilática Degranulação Dose Desencadeante Fase inicial da reação de hipersensibilidade do tipo I Mode Geral da Reação Anafilática Qual o papel dos mastócitos/basófilos/eosinófilos na reação de hipersensibilidade anafilática? O principal papel dessas células é de secretar uma variedade de mediadores que são responsáveis pelas manifestações das reações alérgicas Estrutura do Receptor FcɛRI e Ativação dos Mastócitos Efeitos Biológicos da Degranulação do Mastócito Fase Imediata x Reação de Fase Tardia Fase Imediata x Reação de Fase Tardia Minutos – horas após ativação mastócitos Sinais: prurido intenso, edema (pápula), eritema Quase todos os efeitos podem ser reproduzidos com histamina Caracterizada como resposta inflamatória Pico de reação 4-8h e persiste por até 24h Caracterizada por: Pele: eritema, endurecimento, calor, prurido Pulmões: obstrução das vias respiratórias Nariz/olhos: eritema, congestão, calor Reações locais (Atopias) “Órgãos de choque” pele : dermatite alérgica, urticária, eritema nariz : rinite alérgica pulmão : asma alérgica intestino : gastroenterite alérgica Tipos de Anafilaxias Reação Sistêmica Choque anafilático (Alérgenos inoculados) Rinite alérgica Asma alérgica Eczema atópico Anafilaxia sistêmica Urticária aguda Principais Doenças da Hipersensibilidade do Tipo I Será que Fatores Genéticos Podem está Envolvidos na Suscetibilidade a doenças mediadas pela Hipersensibilidade Imediata? Loci gênicos de susceptibilidade Hipersensibilidade Tipo II ou Citotóxica (mediada por IgG ou IgM) Também conhecida como Hipersensibilidade Citotóxica mediada por anticorpos (IgG ou IgM) Hipersensibilidade do Tipo II Nesse tipo de reação, os anticorpos IgG ou IgM são autoimunes e ligam-se a antígenos (normalmente endógenos) presentes na membrana celular Anticorpo leva ativação do complemento ou fagocitose por fagócitos Como ocorre a reação de hipersensibilidade do tipo II? Reações dependentes do complemento: levam à lise das células ou à opsonização; ocorre nas reações transfusionais, eritroblastose fetal, anemia hemolítica auto-imune e reações medicamentosas Anticorpos (autoanticorpos) ligam-se na superfície da hemácia Anticorpos ligados induzem ativação do complemento e lise da hemácia O sistema complemento é ativado por esses autoanticorpos, que opsonizam células de um determinado tecido. As células-alvo são fagocitadas e destruídas pelos fagócitos que possuem receptores para a porção Fc da IgG e IgM. 23 Citotoxidade celular dependente de anticorpos: colaboração dos leucócitos, ocorre células NK, macrófagos, e outros leucócitos fazem a destruição das células-alvo revestidas por IgG, sem que ocorra fagocitose; Mecanismos da Hipersensibilidade do Tipo II Antígenos ligados a anticorpos são depositados no tecido, ativando o sistema complemento. Os fragmentos gerados irão recrutar macrófagos e neutrófilos, que uma vez ativados, liberam mediadores pró-inflamatórios, enzimas lisossomais e espécies reativas de oxigênio. O resultado é um processo inflamatório que leva à lise celular. Doença reumática do coração é um exemplo. 24 Disfunção celular mediada por anticorpos: anticorpos contra receptores da superfície celular desregulam a função da célula sem causar lesão ou inflamação Mecanismos da Hipersensibilidade do Tipo II Anticorpos ligam-se a receptores normais, causando alterações na função desses receptores ou interferindo no funcionamento celular. O resultado pode ser desastroso, ainda mais se o receptor estiver envolvido na sinalização endócrina e neuromuscular. Nesse caso, pode ou não haver inflamação. Exemplos de doenças são aanemia perniciosa e a miastenia gravis. 25 Exemplos de hipersensibilidade do tipo II Transfusões sanguíneas: imcompatibilidade ABO Rejeição hiperaguda a transplantes de órgãos Doenças auto-imunes Anemias Hemolíticas Tireoidite de Hashimoto Síndrome de goodpasture Miastenia grave Diabetes mellitus juvenil Pênfigo vulgar Artrite reumatóide Lúpus eritematoso sistêmico (LES) Hipersensibilidade Tipo III ou Imunocomplexo (mediada por IgG ou IgM) São produzidas pela presença de imunocomplexos circulantes Hipersensibilidade do Tipo III A reação ocorre através da entrada de antígenos solúveis no organismo e união da IgG Ativação do sistema complemento e produção de C3a e C5a (proteína pró-inflamatória) Presença de infiltrados linfocitários Ag-Ac Ag-Ac Ag-Ac Ag-Ac Imunocomplexos Insolúvel Eliminado por fagocitose Solúvel Formação de depósitos Vaso periférico ou tecidual Ativação do Complemento e Neutrófilos Citólise complemento-dependente Fagocitose e digestão extracelular Vasculite Lesão tecidual Glomerulonefrite Artrite Como ocorre a reação de hipersensibilidade do tipo III? Ativação local do sistema complemento; Ativação de mastócitos e fagócitos; Fagocitose mediada por complexo; Liberação de enzimas dos grânulos dos fagócitos e citocinas 29 Mecanismo da reação tipo III 30 Induzida pelo complexo antígeno-anticorpo, formando imunocomplexos e ativando o sistema complemento Antígeno pode ser endógeno ou exógeno; A doença pode ser generalizada ou localizada: Sistêmica do tipo “doença do soro” (1) formação de complexos antígeno-anticorpo na circulação; (2) deposição de imunocomplexos nos tecidos; (3) reação inflamatória em todo o organismo. Causa vasculite necrotizante aguda, glomerulonefrite, artrite dependendo do local de deposição; TIPOS DE REAÇÃO Local ou reação de Arthus área localizada de necrose tecidual ou vasculite por deposição de imunocomplexos, não é imediata. Após a reação, há uma área de edema com hemorragia grave e também pode haver necrose fibrinóide; TIPOS DE REAÇÃO Condições patológicas em que ocorre o mecanismo: Doenças infecciosas e parasitárias persistentesDoenças autoimunes Neoplasias Reação a drogas Doenças por Imunocomplexos Sistêmicas: hanseníase, malária, dengue hemorrágica, hepatite viral, endocardite estafilocócica Agudas, crônicas ou doenças auto-imunes: Lúpus eritrematoso sistêmico, artrite reumatoide, poliomiosite Hipersensibilidade Tipo IV ou Celular Ocorre após o contato com antígeno retardada (48 a 72h) Hipersensibilidade do Tipo IV É mediada por células dendríticas, macrófagos, linfócitos T Predomínio de fagócicitos mononucleares Ao contrário da hipersensibilidade imediata ou do tipo I, nesta as células que intervém são os linfócitos Th1 Também conhecida como Hipersensibilidade Tardia A persistência do antígeno resulta na formação de granulomas (inflamação crônica). Ag-X Ag-Z Ag-W Ag-Y Antígenos T - dependente LESÃO TECIDUAL Interleucinas LT helper Quimiotaxia Mastócitos Macrófagos Aminas vasoativas LTcitotóxico Inflamação crônica Lesão granulomatosa Como ocorre a reação de hipersensibilidade do tipo IV? Ativação das células Th1 e liberação de citocinas Ativação das NK Migração das células inflamatórias Ativação dos linfócitos Tc Injúria tecidual – Inflamação crônica Mecanismo da reação tipo IV fatores vasoativos Ag Linfócitos T Interleucina auxiliar macrófago Granuloma Céls Epitelióides Cél Gigantes Langhans Corpo estranho LESÃO TECIADUAL E NECROSE Reação Granulomatosa Reação Granulomatosa OBRIGADO !! Referências Bibliográficas Abbas, A. k. Imunologia celular e Molecular. Rio de Janeiro, Elsevier, 7° ed, 2011. Murphy, k. Imunobiologia de Janeway. Porto Alegre, Artmed, 8° ed, 2014.
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