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EXERCÍCIOS DE TIPIFICAÇÃO - TREINAMENTO 1 - Leia parte de um acórdão do TJ-RS que narra trecho de uma denúncia do MP-RS: No dia 20 de março de 2009, por volta de 06h, nas dependências da residência localizada na Rua Vinte e Dois de Maio, nº 08/48, na Vila Peres, bairro Três Vendas, nesta cidade, TIÃO CARREIRO e FERRERINHA MALVADEZA, denunciados, em comunhão de esforços e unidade de desígnios, previamente ajustadas entre si, por motivo específico, utilizando-se de duas armas de fogo (não apreendidas), atiraram em Sérgio Elencar Menezes Garcia, causando-lhe as lesões descritas no auto de necropsia de fls., que refere como causa ‘hemorragia e desorganização do tecido encefálico’. Os denunciados deslocaram-se até a residência sita no logradouro supra, onde sabiam que se encontrava a vítima Sérgio. Repentinamente, TIÃO CARREIRO ingressou no imóvel, apontou o revólver contra Sérgio e desferiu diversos disparos, matando-o. O denunciado FERRERINHA MALVADEZA, por sua vez, postou-se na porta da residência, armado, escoltando seu comparsa. Os denunciados atiraram em Sérgio porque este havia informado à polícia que TIÃO CARREIRO havia praticado um crime de roubo, bem como porque havia pegado deste certa quantidade de droga. O crime foi praticado de forma que os denunciados agiram de forma sorrateira e repentinamente, pegando Sérgio de surpresa e efetuando contra ele, de maneira inopinada, diversos disparos de arma de fogo, motivos pelos quais impossibilitaram sua reação. Nas mesmas circunstâncias de data, horário e local do fato anterior, os denunciados, em comunhão de esforços e unidade de desígnios, previamente ajustadas entre si, utilizando-se de duas armas de fogo (não apreendidas), atiraram em Claiton Lacerda, causando-lhe as lesões descritas no auto de necropsia de fls., que refere ‘hemorragia e desorganização encefálica’ como causa mortis. Após o ataque a Sérgio, TIÃO CARREIRO apontou o revólver que empunhava em direção a Claiton, o qual se encontrava também nas dependências da residência. Contra este, efetuou um tiro, o qual transfixou sua mão e atingiu seu rosto, causando sua morte. FERRERINHA MALVADEZA permaneceu postado à porta, cuidando o movimento da rua e apontando o revólver em direção às vítimas, impedindo-as de fugir. Os denunciados atiraram em Claiton porque este havia presenciado o homicídio que vitimou Sérgio, no escopo de assegurar que ninguém tomasse conhecimento do crime praticado anteriormente. Claiton se encontrava desarmado e a ele não restaram chances de defesa, porquanto TIÃO CARREIRO apontou-lhe o revólver e efetuou o disparo sub-repticiamente. Nas mesmas circunstâncias de data, horário e local do fato 1, os denunciados, em comunhão de esforços e unidade de desígnios, previamente ajustadas entre si, por motivo específico, tentaram matar Gilnei Ribeiro Lemos, causando-lhe as lesões descritas no prontuário médico de atendimento de fl., somente não consumando seu intento por circunstâncias alheias às suas vontades, porquanto Gilnei logrou fugir da agressão, bem como porque foi submetido a atendimento médico. Gilnei encontrava-se na mesma residência na qual foram alvejadas as vítimas Sérgio e Claiton. Ao perceber que TIÃO CARREIRO e FERRERINHA MALVADEZA estavam dispostos a matar todos que ali estavam, pulou a janela do imóvel e empreendeu fuga. Ao chegar ao portão da casa, vislumbrou FERRERINHA MALVADEZA, e, ao passar por ele, foi alvejado com diversos tiros, caindo no chão. Assim que viram Gilnei caído, os denunciados, imaginando que haviam consumando sua pretensão delitiva, empreenderam fuga do local. Gilnei foi socorrido e deslocado ao Pronto-Socorro Municipal, onde foi atendido e medicado. O crime foi motivado porque Gilnei havia consumido parte da droga que Sergio havia pegado de TIÃO CARREIRO, e eles desejavam vingança. Assumindo o papel de Promotor(a) de Justiça, apresenta a tipificação da conduta criminosa. 2 - No dia 19 de junho de 2006, por volta das 01h, na Rua Conego Luis de Carvalho, próximo ao ‘Bailão Avenida’, Bairro Mate Amargo, em Rio Grande-RS, em via pública, NITROLINO GLICERINA (réu), então com 18 anos, em comunhão de esforços e conjugação de vontades com os adolescentes Flávio Bozo e Juvenal Impetuoso, Cravo, seus comparsas inimputáveis, motivados por desavenças anteriores com a vítima Roberval Taylor, pois o grupo do réu e da vítima formavam gangs rivais, esperaram a saída da vítima de dentro do baile no qual estavam todos os envolvidos e, munidos de armas de fogo, passaram a desferir inúmeros tiros contra Roberval Taylor, e seus companheiros, os quais também responderam com tiros. Ante a gritante superioridade do grupo do réu, a vítima fugiu, tentando se esconder, momento em que foi alcançada e abordada pelo denunciado Nitrolino e os adolescentes Flávio e Juvenal, sendo que todos passaram a ameaçá-la com as armas e agredi-la violentamente. Após ser brutalmente espancada, a vítima caiu ao solo, sendo que Nitrolino lhe desferiu três tiros, por trás, acertando um disparo nas nádegas e outros dois nas costas da vítima, matando Roberval Taylor. O denunciado atirou no ofendido quando este estava caído ao solo, de bruços, sem a possibilidade de qualquer resistência, após ser espancado, atirando em Roberval pelas costas...” Tipifique a conduta criminosa do denunciado. 3 - Leia atentamente as informações contidas em um acórdão (com adaptações) e depois tipifique a conduta criminosa dos acusados. Consta que, no dia 06 de janeiro de 2008, por volta da 21h18min, na Rua Durval de Almeida Santana, nº18-B, Jardim São Luiz, nesta comarca, Amilton Soares da Silva, Gilson Linhares Lopes e Roberval Taylor, antigos e estáveis comparsas de empreitadas criminosas, previamente ajustados e agindo com unidade de desígnios, agindo com intenção letal efetuaram disparos de arma de fogo em Paulo Roberto Pereira Erak, causando-lhe as lesões graves (perigo de vida e debilidade permanente de membro) descritas no laudo de exame de corpo de delito as fls. 50, somente não consumando o delito por circunstâncias alheias às suas vontades. Consta, ainda, que nas mesmas circunstâncias de tempo e local, Amilton Soares da Silva, Gilson Linhares Lopes e Roberval Taylor, previamente ajustados e agindo com intenção letal tentaram contra a vida de Paulo Roberto Junior de apenas 12 anos, somente não consumado o delito por circunstâncias alheias às suas vontades. Segundo apurado, Amilton efetuou o disparo de arma de fogo na vítima Paulo Roberto Pereira Erak e Gilson, bem como Roberval, auxiliando-o, concorreram de qualquer modo para o crime em tela, enquanto Gilson e Roberval efetuaram o disparo contra Paulo Roberto Junior e Amilton, auxiliando-o concorreu de qualquer maneira para o crime. Segundo apurado, momentos antes do delito, as vítimas encontravam-se na via pública, acompanhadas de terceiras pessoas, quando os réus passaram pelo local em um veículo conduzido por Gilson, sendo que quase vieram a atingir as pessoas que se encontravam na rua. Logo em seguida, a vítima Paulo e as demais pessoas chamaram a atenção de Gilson e de Amilton, ocasião em que o segundo passou a discutir com os demais de forma grave e ofensiva, sendo que, em seguida, ambos os réus saíram do local. Ato contínuo, os acusados, imbuídos pelo sentimento de vingança, retornaram para o local, abordaram Paulo Roberto Pereira Erak e, sem nada falar, de forma inopina, Amilton efetuou diversos disparos de arma de fogo no ofendido, enquanto Gilson e Roberval davam-lhe cobertura e efetuavam chutes contra o ofendido que jazia baleado no chão.Após efetuar os disparos, o filho de Paulo Roberto Pereira Rrak, Paulo Roberto Junior, de apenas doze anos de idade, veio em sua defesa, ocasião em que Gilson pegou a arma de Amilton, com a ajuda de Roberval, e efetuou disparo na direção da cabeça da criança, que apenas não veio a óbito, pois a arma falhou, Logo em seguida, os acusados evadiram-se com êxito do local. Paulo Roberto Pereira Erak foi socorrido a tempo, contudo sofreu perigo de vida, comprovado pelo laudo que constatou uma grave hemorragia e debilidade permanente de membro (braço direito).
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