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Intoxicação por inseticidas Por Gerald F. O’Malley, DO, Associate Professor of Emergency Medicine, Thomas Jefferson University and Hospital ; Rika O’Malley, MD, Attending Physician, Department of Emergency Medicine, Einstein Medical Center OBS.: Esta é a versão para o consumidor. MÉDICOS: Clique aqui para a versão para profissionais Envenenamento Visão geral de envenenamento Intoxicação por acetaminofeno Intoxicação por aspirina Intoxicação por monóxido de carbono Intoxicação por substâncias cáusticas Intoxicação alimentar por substâncias químicas Intoxicação por hidrocarbonetos Intoxicação por inseticidas Intoxicação por ferro Intoxicação por chumbo Muitos inseticidas podem causar intoxicações depois de ingeridos, inalados ou absorvidos pela pele. Os sintomas podem incluir olhos lacrimejantes, tosse e dificuldades de respiração. O diagnóstico é baseado em sintomas, exames de sangue e em uma descrição dos eventos envolvidos com a intoxicação. Existem vários medicamentos eficazes no tratamento de intoxicações sérias. As características dos inseticidas que os tornam mortais para os insetos podem, por vezes, torná-los venenosos para os seres humanos. As intoxicações mais sérias por inseticidas resultam de organofosforados e carbamatos, principalmente quando utilizados numa tentativa de suicídio. Exemplos de organofosfatos incluem malathion, parathion, fenthion, dursban, diazinon, clorpirifós e sarin. Alguns destes compostos são derivados dos gases nervosos. Exemplos de carbamatos incluem aldicarb, carbaryl, carbofuran, fenobucarb e oxamyl. Normalmente, nem as piretrinas, nem os piretroides, que são outros inseticidas normalmente utilizados, derivam de flores nem são geralmente venenosos para os seres humanos. Muitos inseticidas podem causar intoxicações depois de ingeridos, inalados ou absorvidos pela pele. Alguns inseticidas são inodoros, de modo que a pessoa não percebe que está exposta a eles. Os inseticidas organofosforados e carbamatos fazem com que certos nervos disparem erraticamente, causando a hiperfunção de muitos órgãos que, por fim, deixam de funcionar. Por vezes, as piretrinas podem causar reações alérgicas. É raro que os piretroides causem problemas. Sintomas Os organofosforados e os carbamatos causam lacrimejamento, visão embaçada, salivação, transpiração, tosse, vômitos, bem como fezes e micção frequentes. A pressão arterial pode baixar. A frequência cardíaca pode aumentar e tornar-se errática e podem ocorrer convulsões. A respiração pode ficar difícil e os músculos podem apresentar espasmos e fraqueza. Em casos raros, a falta de ar ou a fraqueza muscular podem ser mortais. Os sintomas duram entre horas e dias após a exposição a carbamatos, mas a fraqueza pode persistir durante semanas depois da exposição a organofosforados. As piretrinas podem causar espirros, lacrimejamento, tosse e dificuldade respiratória ocasional. É raro existir desenvolvimento de sintomas graves. Diagnóstico e tratamento O diagnóstico de intoxicação por inseticidas baseia-se nos sintomas e numa descrição dos fatos anteriores relacionados à intoxicação. Os exames de sangue podem confirmar a intoxicação por organofosforados ou carbamatos. Se a pele esteve em contato com um inseticida, deve-se tirar a roupa e lavá-la. As pessoas com sintomas de intoxicação por organofosforados devem consultar um médico. A atropina, administrada por via venosa, pode aliviar a maioria dos sintomas. A pralidoxima por via venosa pode acelerar a recuperação da função nervosa, eliminando a causa dos sintomas. Os sintomas de intoxicação por carbamato também são aliviados com atropina, mas a pralidoxima normalmente não é útil. Os sintomas de intoxicação por piretrina resolvem-se sem qualquer tratamento Intoxicação por inseticidas Hidrocarbonetos clorados São produtos lipossolúveis, portanto, absorvíveis pela pele, usados em produtos agrícolas e inseticidas. A intoxicação por hidrocarbonetos clorados gera hipersensibilidade, hipersalivação, hiperreflexia, tremores musculares da face e pescoço que progridem para convulsões tônico-clônicas. Diagnóstico: toda história de intoxicação deve vir acompanhada de histórico de acesso do animal ao produto, sinais característicos, possibilidade de identificação de cheiro de inseticida na pelagem e, finalmente, análise do conteúdo estomacal. Tratamento : banho com água morna e sabão para cortar a exposição ao tóxico e, em casos raros de ingestão, recomenda-se lavagem gástrica e administração de carvão ativado. Organofosforados e carbamatos São anticolinesterásicos de uso comum como inseticidas. Os sintomas podem começar logo após a exposição e se caracterizam por salivação excessiva, lacrimejamento, diarréia, vômitos e miose, tremores dos músculos faciais e da língua, progredindo para convulsões tônico-clônicas, sintomas muito parecidos com a intoxicação por hidrocarbonetos clorados. O diagnóstico baseia-se na história de exposição com sinais característicos e, se possível, análise do conteúdo estomacal. Tratamento: se a exposição foi do corpo, aplicar banhos e usar pralidoxima (não usar em casos de intoxicação por carbamatos). Em caso de ingestão, lavagem gástrica e carvão ativado. Deve-se atropinizar (0,5mg/Kg EV e 1,5mg/Kg SC) conforme necessário. Organoclorados São bases de produtos utilizados em agricultura e jardinagem como BHC, DDT entre outros. Têm efeito acumulativo na gordura e sua manifestação pode ser aguda ou crônica. São lipossolúveis, logo, atravessam rapidamente a membrana eritrocitária e leucocitária, atingindo todo o organismo. Os sinais clínicos são resultantes da estimulação inespecífica do SNC com aumento da excitabilidade neuronal e aumento da quantidade de amônia cerebral podendo levar a morte por parada respiratória. O animal apresenta espasmo da musculatura, aberrações de comportamento, ataxia, hipertermia pelo aumento da atividade muscular, convulsões, seguidas de depressão, cianose de mucosas e morte por insuficiência respiratória. Diagnóstico: baseado no histórico e anamnese e no exame clínico. Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com intoxicação pelo chumbo e outros inseticidas como os anticolinesterásicos (nestes, as convulsões são mais brandas, e respondem bem ao tratamento com atropina). Tratamento: Banho ou lavagem gástrica. Controle das convulsões: Diazepínicos – 0,2mg/kg em glicose 5% e IP em gatos; Fenobarbital – 10mg/kg IV ou IM; Clorpromazina – 0,2mg/kg IV ou IM (não usar em organofosforados); Barbitúricos. Manter a função cardiovascular: Ventilação artificial e O2; Hidratação; Controle da temperatura; Estimulante cardio-respiratório: Doxapram 1mg/kg IV; Gluconato de cálcio 10% 2-10ml para felinos e 10-30ml para caninos. Piretrinas e Piretroides É uma classe de inseticida relativamente segura. Sua intoxicação gera tremores, salivação aumentada, ataxia, vômitos, depressão, hiperexcitabilidade ou hiperatividade, convulsões, dispnéia e morte. Diagnóstico: baseiam-se na história, sinais clínicos, análise química dos resíduos no vômito, pelos e pele. Tratamento: controle das convulsões e da hiperatividade. Remover o tóxico da pele e trato digestivo por banho e lavagem e providenciar tratamento de suporte. https://www.portaleducacao.com.br/
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