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NEGÓCIO JURÍDICO Profº Luis Claudio

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1 
Aula 2 
FATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS 
 
NEGÓCIO JURÍDICO: 
 
Conceito: é uma espécie do gênero ato jurídico em sentido amplo. É o 
ato destinado à produção de efeitos jurídicos, desejados pelo agente e tutelados 
pela lei. É toda ação humana, de autonomia privada, com o qual o particular 
regula por si os próprios interesses, havendo uma composição de interesses. 
 
O exemplo clássico de Negócio Jurídico é o contrato. Qualquer tipo de 
contrato. Num contrato as partes contratantes acordam que devem conduzir-se de 
determinado modo, uma em face da outra. Vamos tomar como exemplo um 
contrato de locação. Nele, uma das partes se compromete a fornecer a outra, 
durante certo lapso de tempo, o uso e gozo de uma coisa infungível; por outro 
lado a outra parte se obriga a remunerar este uso (chamamos esta remuneração 
de aluguel). 
 
Os efeitos deste negócio devem ser totalmente previstos e desejados 
pelas partes: qual o valor da locação? Qual o prazo da locação? Qual o dia que 
deve ser efetuado o pagamento? Qual o local em que o pagamento vai ser 
efetuado? O locatário deve pagar o IPTU? E o condomínio do prédio? Quais as 
obrigações de cada parte durante o contrato? Todos estes itens (entre outros) são 
os efeitos do contrato. Todos eles podem ser “negociados” entre os contratantes. 
O contrato propriamente dito e os efeitos deste contrato devem ser previstos e 
desejados pelos interessados. 
 
Guardadas as devidas proporções, o mesmo também pode ocorrer em 
um contrato de compra e venda. E em todos os contratos de uma maneira geral. 
Assim, Negócio Jurídico é o principal instrumento que as pessoas têm para 
realizar seus interesses. 
 
Lembrem-se que o contrato é apenas uma das várias espécies de 
Negócio Jurídico. O contrato é um Negócio Jurídico Bilateral. Nos entanto, o 
Negócio Jurídico pode ser também Unilateral, como no caso de um testamento. 
Vejam que os efeitos de um testamento também vai ser o que deseja o testador; 
só que neste caso só funciona apenas a sua vontade, por isso ele é unilateral (ao 
contrário dos contratos que é bilateral). 
 
DISTINÇÃO – Negócio Jurídico e Ato Jurídico em Sentido Estrito 
 
Vamos reforçar a idéia: não devemos confundir negócio jurídico com o ato 
jurídico em sentido estrito. Este não é exercício de autonomia privada. Logo, o 
interesse objetivado não pode ser regulado pelo particular e a sua satisfação se 
concretiza no modo determinado pela lei. Já no negócio jurídico, o fim procurado 
pelas partes baseia-se na autonomia da vontade privada. 
 
O negócio leva em consideração o fim procurado pela parte ou partes e a 
esse fim a ordem jurídica adapta os efeitos. Resumindo de forma bem objetiva – 
 
2 
no Ato Jurídico em Sentido Estrito a pessoa pratica uma conduta e os efeitos esta 
conduta são automáticos, independente da vontade de que o pratica; já o Negócio 
Jurídico a pessoa pratica uma conduta e os efeitos da conduta são os desejados 
pelas partes. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS: 
 
Existe uma vasta classificação dos Negócios Jurídicos. Aborda-se a 
classificação que tem melhor aplicação prática. 
 
Quanto à manifestação de vontade: 
 
Unilaterais - quando a declaração de vontade emana de uma ou mais 
pessoas, mas na mesma direção colimando um único objetivo; o ato se 
aperfeiçoa com uma única manifestação de vontade. 
 
Exemplos: testamento, renúncia, desistência, promessa de recompensa. 
 
Bilaterais – quando a declaração de vontade emana de duas 
manifestações de vontade, em sentido oposto, mas coincidentes sobre o objeto. 
 
Exemplos: perdão (“A” pode perdoar “B”; mas este perdão somente 
surtirá efeitos se “B” aceitar o perdão), contratos como a compra e venda 
(comprador e vendedor), ou a locação (locador e locatário). 
 
Há ainda alguns doutrinadores que classificam os Plurilaterais – 
contratos que envolvem mais de duas partes (exemplo do contrato de sociedade 
com mais de dois sócios). 
 
Quanto às vantagens: 
 
Gratuito – só uma das partes aufere vantagem, não havendo 
contraprestação; são atos de liberalidade. 
 
Exemplos: doação simples, comodato. 
 
Oneroso – ambos os contratantes possuem ônus e vantagens recíprocas. 
 
Exemplos: locação, compra e venda. 
 
Quanto ao tempo em que devam produzir efeitos: 
 
Inter vivos – destinados a produzir efeitos durante a vida dos 
interessados. 
Exemplos: locação, compra e venda, mandato, casamento. 
 
Causa mortis – emitida para a criação do direito após a morte do 
declarante. 
 
3 
Exemplos: testamento, codicilo (este que é uma disposição de última 
vontade de pequenas coisas, como roupas – ser enterrado com o uniforme da 
seleção brasileira). 
 
Quanto a seus efeitos: 
 
Constitutivos – se sua eficácia se opera ex nunc (ou seja, se efetiva a 
partir do momento da conclusão/formação do negócio. 
 
Exemplo: contrato de compra e venda. 
 
Declarativos – se sua eficácia é ex tunc (ou seja, se efetiva a partir do 
momento em que se operou o fato a que se vincula a declaração de vontade, 
retroagindo (voltando) no tempo. 
 
Exemplo: reconhecimento de filho. 
 
 
Ex nunc 
 
 
Nunca retroage seus efeitos 
 
Ex tunc 
 
Retroage seus efeitos 
 
 
Quanto às formalidades: 
 
Solenes (formais) – obedecem a uma solenidade especial, a uma forma 
prescrita em lei para se aperfeiçoarem. 
 
Exemplos: casamento, testamento, compra e venda de um bem imóvel. 
 
Não solenes (informais - forma livre) – a lei não exige formalidades 
especiais para seu aperfeiçoamento. 
 
Exemplos: locação, compra e venda de bens móveis. 
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
 
Alguns elementos do negócio jurídico são chamados de essenciais 
porque constituem elementos de existência e validade. Outros são chamados de 
acidentais, pois são requisitos de eficácia do negócio. Vamos apresentar um 
gráfico para melhor classificar os elementos constitutivos. Depois vamos analisá-
los um a um, a denominada “escada ponteana”, de autoria de Pontes de 
Miranda. 
 
 
4 
 
 
►PLANO DA EXISTÊNCIA: 
 
Para ser válido, todo negócio jurídico deve antes existir com os seguintes 
elementos: 
a) Partes (sujeitos) 
b) Vontade 
c) Objeto 
d) Forma 
 
Observação: o CC/2002 não adotou expressamente o plano da 
existência, vez que já inicia no Art. 104 com o plano da validade. 
 
 
►PLANO DA VALIDADE: 
 
Essenciais – dizem respeito à validade do Negócio. 
A) Gerais 
 
1 – Capacidade das Partes. 
2 – Objeto Lícito, Possível (FÍSICA E JURIDICAMENTE), Determinado ou 
Determinável. 
3 – Vontade livre: consentimento/manifestação. 
 
B) Especiais – forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
Vale ressaltar, mais uma vez, que o CC/2002 inicia o estudo do negócio 
jurídico com o plano da validade. 
 
►PLANO DA EFICÁCIA (EFEITOS): 
 
1 – Condição: evento futuro e incerto. 
2 – Termo: evento futuro e certo. 
3 – Encargo: ônus. 
 
 
ELEMENTOS ESSENCIAIS GERAIS (art. 104, CC): 
 
Como vimos acima, os requisitos de validade do negócio jurídico são: 
capacidade das partes (elemento subjetivo), objeto lícito, possível, determinado 
ou determinável (elemento objetivo), consentimento e forma prescrita ou não 
defesa em lei (art. 104 do CC). 
 
► PLANO DA EXISTÊNCIA 
 
► PLANO DA VALIDADE 
 
► PLANO DA EFICÁCIA 
 
 
5 
Os três primeiros são elementos gerais, comuns a todos os Negócios 
Jurídicos. Já o último (a forma) é um elemento especial, pois diz respeito apenas 
alguns contratos. Nem todos os Negócios Jurídicos exigem uma forma especial. 
 
Segundo Ricardo Fiúza, Elementos essenciais do ato negocial: Os 
elementos essenciais são imprescindíveis à existência e validade do ato negocial, 
pois formam sua substância; podem ser gerais, se comuns à generalidade dos 
negócios jurídicos, dizendo respeitoà capacidade do agente, ao objeto lícito e 
possível e ao consentimento dos interessados; e particulares, peculiares a 
determinadas espécies por serem concernentes à sua forma e prova. 
 
A) CAPACIDADE DO AGENTE 
 
Se todo negócio jurídico pressupõe uma declaração de vontade, a 
capacidade do agente é indispensável. Os artigos 3º e 4º do Código Civil 
apresentam o rol das pessoas absoluta ou relativamente incapazes. Já 
analisamos quem são essas pessoas. Se alguém ficou com alguma dúvida, 
retorne a aula sobre Pessoas Naturais. É imprescindível o conhecimento dessa 
matéria para a compreensão do que falaremos a seguir. 
 
Enquanto os absolutamente incapazes são representados em seus 
interesses por seus pais, tutores e curadores, os relativamente incapazes 
(embora possam participar pessoalmente dos negócios jurídicos) devem ser 
assistidos pelas pessoas a quem a lei determinar. 
 
O ato praticado pelo absolutamente incapaz sem representação é nulo. 
 
O ato realizado pelo relativamente incapaz sem assistência é anulável. 
 
Para não esquecer – incapacidade: 
 
Absoluta (art. 3º CC) falta de representação → ato nulo. 
 
Relativa (art. 4º CC) falta de assistência ato → anulável. 
 
Como todo ato negocial pressupõe uma declaração de vontade, a 
capacidade do agente é indispensável à sua participação válida na seara jurídica. 
Para relembrar que a capacidade poderá ser: 
 
a) geral, ou seja, a de exercer direitos por si, logo o ato praticado pelo 
absolutamente incapaz sem a devida representação será nulo (CC, art. 166, I) e o 
realizado pelo relativamente incapaz sem assistência será anulável (CC, art. 171, 
I). 
 
b) especial, ou legitimação, requerida para a validade de certos 
negócios em dadas circunstâncias (p. ex., pessoa casada é plenamente capaz, 
embora não tenha capacidade para vender imóvel sem autorização do outro 
 
6 
consorte ou suprimento judicial desta (CC, arts. 1.649 e 1.650), exceto se o 
regime matrimonial de bens for o de separação. 
 
Recordando sobre a Pessoa Jurídica. Ela deve ser representada por uma 
Pessoa Física (ou Natural) ativa e/ou passivamente, exteriorizando sua vontade, 
nos atos judiciais ou extrajudiciais. Ou seja, é necessário que haja uma Pessoa 
Física para assumir os compromissos e assinar os contratos dessa Pessoa 
Jurídica. 
 
De uma forma geral esta Pessoa Física deve exprimir a vontade da 
Pessoa Jurídica; deve executar os seus objetivos. Em regra essa pessoa é a 
indicada no ato constitutivo (estatuto ou contrato social) da Pessoa Jurídica. Na 
sua omissão, a representação será exercida por seus diretores. 
 
Espécies de Representantes (arts. 115 – 120, CC): 
 
a) Legais – a norma jurídica confere poderes para administrar bens 
alheios. Exemplos: pais, tutores e curadores, em relação aos bens dos filhos, 
tutelados e curatelados, os síndicos em representação ao condomínio. 
 
b) Judiciais – nomeados pelo Juiz para exercer certo cargo em um 
determinado processo. Exemplos: administrador judicial de uma falência, 
inventariante. 
c) Convencionais – através de mandato, expresso ou tácito, verbal ou 
escrito. Exemplos: o contrato de mandato (art. 653, CC), procuração outorgada 
(fornecida) a um advogado para patrocinar um processo judicial. 
 
Vale ressaltar, com base no princípio da boa-fé, a incapacidade relativa 
(também denominada EXCEÇÃO PESSOAL) de uma das partes não pode ser 
invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados 
capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação 
comum (art. 105, CC). 
 
Assim, se num negócio um dos contratantes for capaz e o outro incapaz 
relativamente, aquele não poderá alegar a incapacidade deste em seu próprio 
proveito, porque devia ter procurado saber com quem contratava e porque se 
trata de proteção legal oferecida ao relativamente incapaz. 
 
Invocação da incapacidade relativa de uma das partes ante a 
indivisibilidade do objeto do direito ou da obrigação comum: se o objeto do direito 
ou da obrigação comum for indivisível (um livro, um animal), ante a 
impossibilidade de separar o interesse dos contratantes, a incapacidade de um 
deles poderá tornar anulável o ato negocial praticado, mesmo que invocada pelo 
capaz, aproveitando aos co-interessados capazes, que porventura houver. 
 
Logo, nesta hipótese, o capaz que veio a contratar com relativamente 
incapaz estará autorizado legalmente a invocar em seu favor a incapacidade 
relativa deste, desde que indivisível a prestação, objeto do direito ou da obrigação 
comum. 
 
7 
 
Verifica-se que se a obrigação for indivisível (ex: entregar um cavalo), 
mesmo que as demais partes forem capazes, não será possível separar o 
interesse dos contratantes. Neste caso, a incapacidade de um deles poderá tornar 
anulável o ato praticado, mesmo que o vício tenha sido alegado por uma pessoa 
capaz. Portanto, nesta hipótese, o vício se estenderá para toda a obrigação, 
sendo o negócio anulado. 
 
B) OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL, DETERMINADO OU DETERMINÁVEL 
 
O negócio jurídico válido deverá ter, como diz Crome, em todas as partes 
que o constituírem, um conteúdo legalmente permitido. 
 
Além da capacidade das partes, para que o negócio jurídico se repute 
perfeito e válido, deverá versar sobre um objeto lícito, conforme a lei, não 
sendo contrário aos bons costumes, à ordem pública e à moral. 
 
Exemplo: na locação de um imóvel para fins residenciais, este é o objeto 
do contrato. Assim, eu não posso desvirtuar o que foi pactuado e abrir naquele 
imóvel (que era para fins residenciais), uma casa para exploração da prostituição. 
 
Desta forma, se o objeto do contrato foi ilícito, nulo será o negócio 
jurídico, como por exemplo, na compra e venda de objeto roubado. 
 
Além disso, o objeto deve ser possível, realizável. Se o negócio implicar 
prestações impossíveis, também será considerado nulo; a impossibilidade pode 
ser jurídica ou física. 
 
Exemplo: ir à lua e voltar em 2 horas (impossibilidade física); compra e 
venda de um terreno em marte (impossibilidade física). 
 
Seguimos o entendimento doutrinário que afirma: a possibilidade do 
CC/2002 se refere a possibilidade física, uma vez que a possibilidade 
jurídica faz parte da licitude do objeto (objeto lícito). Exemplo: venda de 
herança de pessoa viva (impossível juridicamente-art. 426, CC). 
 
Finalmente deve ser o mesmo determinado ou, ao menos, determinável, 
ou seja, deve ser previamente conhecido e individualizado ou devem existir 
critérios que permitam sua futura individualização (indicação de gênero e 
quantidade, ainda que não seja mencionada a qualidade). 
 
IMPOSSIBILIDADE INICIAL (RELATIVA) - art. 106, CC: A 
impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou 
se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. 
 
Exemplo: contratação de uma empresa para construção de um muro 
durante 03 dias, no segundo dia o pedreiro ficou doente, outro virá para 
conclusão; venda de um objeto, sem inicialmente ser o proprietário, porém no 
momento da entrega do objeto, já havia adquirido a propriedade do mesmo. 
 
8 
 
“Falta de objeto lícito, possível, determinado ou determinável → 
Negócio Jurídico Nulo” 
 
C) CONSENTIMENTO – VONTADE LIVRE 
 
A manifestação de vontade exerce papel importante no negócio jurídico, 
sendo um elemento básico. Portanto, é necessário que esta vontade seja 
espontânea, livre de qualquer vício. 
 
O consentimento pode ser expresso (se declarado por escrito ou 
verbalmente, mas de maneira explícita) ou tácito (se resultar de um 
comportamento do agente que demonstre, implicitamente, sua anuência, sua 
concordância com a situação), desde que o negócio, por sua natureza ou por 
disposição legal,não exija forma expressa. 
 
O art. 110, CC, trata da Reserva mental: 
 
Há reserva mental quando um dos contratantes reserva-se, 
secretamente, a intenção de não cumprir o contrato. A reserva mental é 
combatida no Código Civil no seu artigo 110, onde dispõe que "a manifestação de 
vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer 
o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento". 
 
Alguns doutrinadores a chamam de "Simulação Unilateral". 
 
Exemplos: 
 
- um autor declara que o produto da venda de seus livros será para fins 
filantrópicos, mas faz isto unicamente para granjear simpatia e assim fazer com 
que a venda seja boa; não poderá depois voltar atrás e não destinar o valor 
auferido para o fim anunciado; 
 
- alguém vende imóvel supondo que a venda será anulada por vício de 
forma, como por exemplo a ausência de escritura pública; a venda do imóvel 
poderá até não estar perfectibilizada, mas a relação obrigacional persistirá. 
 
O silêncio pode importar em anuência, se as circunstâncias e os usos o 
autorizarem e não for necessária a declaração de vontade expressa (art. 111, 
CC). Ou seja, o silêncio somente terá valor jurídico se a lei assim determinar. 
 
Portanto não é totalmente aceito o brocardo: “quem cala consente”. Mas 
em alguns casos ele se aplica, como na hipótese da doação pura, onde o silêncio 
do beneficiário é considerado como aceitação, concluindo o contrato. 
 
Outro princípio básico relativo às declarações de vontade é de que se 
atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da 
linguagem (art. 112, CC). 
 
 
9 
Ou seja, os negócios, de uma forma geral, podem conter alguma cláusula 
duvidosa ou algum ponto controvertido, sendo necessária uma interpretação. Pelo 
Código esta interpretação deve procurar se situar mais na vontade real dos 
contratantes, procurando as conseqüências e os efeitos desejados por eles, 
indagando sua real intenção, do que no sentido literal do negócio (que seria o 
exame gramatical, de forma “fria” de um texto do contrato). 
 
Além disso, os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a 
boa-fé e os usos do lugar de sua celebração (art. 113 CC). Trata-se de referência 
à boa fé objetiva que representa um dever de conduta das partes, de acordo com 
a lealdade, honestidade, confiança. 
 
Finalmente o artigo 114 estabelece que os negócios jurídicos benéficos 
(Exemplo: uma doação pura e simples) e a renúncia interpretam-se estritamente, 
isto é, o Juiz não poderá dar a estes negócios uma interpretação mais ampla. O 
Juiz deve ficar restrita ao que foi estipulado pelas partes. 
 
Um exemplo clássico disso é a fiança nos contratos de locação: sua 
natureza é gratuita, portanto é considerado um Negócio Jurídico benéfico; por tal 
motivo, se houver alguma dúvida quanto a sua abrangência, esta deve ser 
resolvida fazendo-se uma interpretação restritiva, ou seja, em favor daquele que 
prestou a fiança (o fiador), não se ampliando as obrigações do mesmo. 
 
ELEMENTOS ESSENCIAIS ESPECIAIS: 
 
Veremos agora o elemento essencial especial, que é a forma prescrita ou 
não defesa em lei. Cuidado com esta expressão! Forma prescrita é a determinada 
pela lei; forma não defesa em lei é a forma não proibida pela lei. Forma é o meio 
pelo qual se externa a manifestação de vontade nos negócios jurídicos; é o 
conjunto de formalidades, solenidades, para que o ato tenha eficácia jurídica. 
 
Forma prescrita ou não defesa em lei 
 
Em regra a vontade pode se manifestar livremente, não havendo uma 
forma especial. Pode-se recorrer à palavra falada, escrita, ao gesto e até mesmo 
ao simples silêncio. 
 
O art. 107 CC determina que: “A validade da declaração de vontade não 
dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”. 
 
Todavia, em casos determinados, para maior segurança das relações 
jurídicas, a lei prescreve a observância de forma especial. Forma especial (ou 
solene) é o conjunto de solenidades que a lei estabelece como requisito para a 
validade de determinados atos jurídicos. Tem por finalidade garantir a 
autenticidade do ato, facilitando sua prova e assegurando a livre manifestação de 
vontade das partes. 
 
 
10 
Nulo é o negócio jurídico quando não se revestir da forma prescrita em lei 
ou quando preterir alguma solenidade que a lei considere essencial para sua 
validade (art. 166, V, do CC). 
 
Ante o que foi aqui falado sobre a forma dos negócios jurídicos em geral, 
concluímos que eles podem ter: 
 
1 – Forma Livre (ou geral) – para os contratos consensuais (também 
chamados de não formais) pode ser usado qualquer meio de exteriorização da 
vontade (desde que não prevista forma especial): palavra escrita ou falada, 
gestos e até mesmo o silêncio. 
 
Exemplos: admite-se a forma verbal para a doação de bens móveis de 
pequeno valor (art. 541 CC); mandato (art. 656 CC); mútuo. 
 
2 – Forma Especial (ou solene) – para os contratos formais ou solenes 
conjunto de formalidades que a lei estabelece c mo requisito para a validade de 
certos atos. 
 
Citamos alguns exemplos (entre outros) de Negócios Jurídicos que 
exigem uma formalidade especial: 
 
● casamento - para se casar é imprescindível todo um conjunto de 
formalidades, um rito totalmente formal e adequado, inclusive quanto ao regime 
de bens escolhido. 
 
● pactos antenupciais - deve ser escritura pública. 
 
● herança - por meio de um testamento, com inúmeras formalidades 
essenciais. 
 
● adoções - registro de pessoas naturais. 
 
● compra e venda e doações de imóvel - formalizado por uma escritura 
pública e posterior registro. 
 
● bem de família - escritura pública. 
 
● testamento - deve ser feito por escrito, rito adequado e número de 
testemunhas determinado. 
 
● hipoteca - registro de imóveis criação de fundação escritura pública ou 
testamento. 
 
● reconhecimento de filho - no próprio termo do nascimento, por 
escritura pública ou particular, por testamento ou manifestação expressa e direta 
perante o Juiz. 
 
 
11 
Com efeito, quando a lei não determina, as partes estão livres quanto a 
forma (exteriorização) do ato; no entanto, as partes podem ajustar uma 
determinada forma se a lei não exigir, conforme admite o art. 109, CC. 
 
A previsão contratual de forma especial - a emissão da vontade é dotada 
de poder criador; assim sendo, se houver cláusula negocial estipulando a 
invalidade do negócio jurídico, se ele não se fizer por meio de escritura pública, 
esta passará a ser de sua substância. Logo, tal declaração de vontade somente 
terá eficácia jurídica se o ato negocial revestir a forma prescrita contratualmente. 
 
ELEMENTOS ACIDENTAIS – PLANO DA EFICÁCIA (arts. 121 – 137, 
CC): 
 
Os elementos acidentais do negócio jurídico são as cláusulas que se lhe 
acrescentam com o objetivo de modificar uma ou algumas de suas conseqüências 
naturais, ou seja, na geração dos efeitos jurídicos que lhe sejam próprios. 
 
São elementos ditos acidentais porque o ato negocial pode estar perfeito 
sem eles; sua presença é dispensável para a existência do negócio. Desta forma 
são declarações acessórias de vontade. Um contrato pode ter ou não esses 
elementos. 
 
São elementos acidentais: 
 
● Condição 
● Termo 
● Modo ou Encargo 
 
CONDIÇÃO 
 
Condição (art. 121, CC) é a cláusula que subordina o efeito do ato jurídico 
a evento futuro e incerto. Exemplo: eu lhe darei o meu carro, se eu ganhar na 
loteria. 
 
Antes de se realizar a condição, o ato é ineficaz (não produz efeitos). 
Os requisitos para a condição são a futuridade e a incerteza. O titular de direito 
eventual (seja a condição suspensiva ou resolutiva) pode exercer os atos 
destinados à conservação do direito (exemplo: requererinventário, pedir caução, 
etc.). 
 
A condição pode ser classificada em: 
 
1 – QUANTO AO MODO DE ATUAÇÃO: 
 
a) Suspensiva (art. 125, CC) - é a condição cuja eficácia (efeito) do ato 
fica suspensa até a realização do evento futuro e incerto; protela-se, 
temporariamente, a eficácia do negócio. 
 
 
12 
Exemplo: eu lhe darei uma jóia se você ganhar a corrida; enquanto você 
não ganhar, eu não preciso entregar o bem, pois a condição suspende a doação. 
 
Assim o efeito (eficácia) do negócio jurídico que é o recebimento da 
jóia, fica suspenso até a realização da condição (ganhar a corrida – futuro e 
incerto); por conseqüente, com a efetiva realização da condição, ou seja, 
ganhou a corrida, negócio jurídico válido e com produção dos efeitos: 
recebeu a jóia. 
 
Outro exemplo: eu lhe darei um carro, se você passar no concurso. 
 
- Enquanto não verificada (realizada, concretizada) a condição, ela é 
chamada de pendente (suspensa). 
 
- A ocorrência (ou o cumprimento) da condição é chamada de 
implemento. 
 
- Quando a condição não é realizada, chamamos de frustração. 
 
IMPORTANTE E NÃO ESQUECER: 
 
“Pendente a condição, não há direito adquirido, mas uma expectativa 
de direito ou um direito eventual”. 
 
b) Resolutiva (art. 127, CC) é a condição que subordina à ineficácia do 
negócio jurídico a um evento futuro e incerto. É a condição cujo implemento 
extingue os efeitos do ato (resolver = extinguir). 
 
Exemplo: deixo de te dar uma mesada (certa quantia em dinheiro) se 
você repetir de ano. Enquanto a condição não se realizar, vigorará o negócio 
jurídico. Verificada a condição, extingue-se o direito. 
 
Exemplo: empresto-lhe uma casa para você residir enquanto for solteiro. 
Isto quer dizer que no dia em que você se casar (condição) perderá o direito de 
usar a casa (efeito); portanto, resolve-se, extingue-se o seu direito. 
 
2 – QUANTO À PARTICIPAÇÃO DOS SUJEITOS: 
 
a) Casual - se depender de força maior ou um acontecimento fortuito; ao 
acaso. 
 
Exemplo: eu lhe darei um anel de brilhantes se chover amanhã – chover 
amanhã é um acontecimento futuro e imprevisível. 
 
b) Potestativa - se decorrer da vontade de uma das partes. Subdivide-se 
em: 
 
 
13 
- puramente potestativa - quando decorre de um capricho ou arbítrio do 
proponente; decorre da vontade absoluta de uma das partes, segundo um critério 
exclusivo de sua conveniência. 
 
Exemplo: eu lhe darei um carro se eu levantar o braço, ou se eu quiser. 
São proibidas pelo nosso Direito – art. 122, CC. 
 
- meramente (ou simplesmente) potestativa - depende da prática de 
algum ato do contraente e de um fator externo. 
 
Exemplo: eu lhe darei uma jóia se você cantar bem; ou passar num 
concurso; eu lhe pagarei quando revender a coisa. 
 
Um dos contratantes tem poder sobre a ocorrência do evento, mas não 
um poder absoluto, pois depende, ainda, de fatores ligados ao outro contratante. 
Por este motivo a cláusula é válida (ao contrário da puramente potestativa 
em que decorre da vontade exclusiva, do puro arbítrio de uma das partes). 
 
Observação – pode haver uma combinação entre todas as espécies de 
condição. Exemplo: a condição pode ser suspensiva e casual ao mesmo tempo, 
ou suspensiva e potestativa. Também resolutiva e casual e resolutiva e 
potestativa. 
 
3 – QUANTO À POSSIBILIDADE: 
 
a) Física e juridicamente possível - é a que pode ser realizada conforme 
as leis físico-naturais e as normas jurídicas. 
 
b) Física e juridicamente impossível - é a que não se pode efetivar por 
ser contrária à natureza (exemplos: doação de uma casa condicionada à ingestão 
de 1000 litros de água; eu lhe darei um carro se você filtrar toda a água do mar; 
obrigação de trazer uma montanha para a praça principal de uma cidade) ou à 
ordem legal (exemplo: eu lhe darei um carro se você renunciar à pensão 
alimentícia, recebimento de um benefício sob a condição de renúncia ao 
trabalho). 
 
Importante: 
a) Invalidam os Negócios Jurídicos: as condições físicas e juridicamente 
impossíveis, quando suspensivas (art. 123, I, CC), as condições ilícitas, ou de 
fazer coisa ilícita (art. 123, II, CC), bem como as condições incompreensíveis ou 
contraditórias (art. 123, III, CC), como por exemplo, dou meu único carro para 
João se ele obtiver nota 8,0 em Direito Civil, e dou meu único carro para Maria se 
ela obtiver nota 8,0 em Direito Civil, ou vendo-lhe uma casa, se você nunca a 
ocupar. 
 
b) O CC/2002 considera como condições inexistentes as condições 
impossíveis quando forem resolutivas e também as de não fazer coisa impossível 
(art. 124, CC). 
 
 
14 
4 – QUANTO À LICITUDE: 
 
a) Lícita - quando não for contrária à lei, ou seja, ela é permitida ou 
tolerada por nosso Direito. Exemplo: quando a filha voltar do exterior, o pai doará 
um carro. 
 
b) Ilícita - quando for condenada pela norma jurídica, pela ordem pública, 
pela moral e pelos bons costumes. Exemplo: eu lhe darei uma jóia se você me 
deixar viver em adultério; ou, se você mudar de religião; ou se você não se casar. 
 
Condições não aceitas pelo nosso Direito: 
 
■ não se casar - não pode haver essa condição; porém é aceita se for da 
seguinte maneira: eu lhe darei um apartamento se você não se casar com Paulo, 
ou se você casar com Leandro. 
 
■ exílio ou morada perpétua em determinado lugar - porém nada 
impede a condição de que vá morar em outro lugar, como no interior do Estado. 
 
■ religião - a condição para mudança de religião atenta contra a liberdade 
de consciência assegurada pela Constituição. 
 
■ profissão - não pode haver condição para que não se exerça 
determinada profissão, porém pode haver para que se siga uma certa profissão 
(exemplo: se você se formar em Direito, eu lhe darei meu anel de grau). 
 
■ aceitação ou renúncia de herança – este ato deve ser puro e simples, 
sem condições. 
 
■ reconhecimento de filhos, emancipação – também não pode haver 
qualquer condição para se reconhecer um filho (exemplo: eu o reconheço como 
meu filho, desde que você aceite não receber pensão alimentícia ou renuncie o 
direito de eventual herança); ou emancipação (eu emancipo você, desde que não 
se case). 
 
Observação: é preciso que não haja interferência maliciosa de qualquer 
dos interessados no desfecho da situação prevista. Se um dos contratantes 
interferir (dolosamente, intencionalmente) na ocorrência do evento, para que ele 
se realize ou não, a penalidade é de que se considere realizado o fato no sentido 
oposto daquele pretendido pelo agente malicioso (art. 129 CC). Exemplo: eu lhe 
darei determinada importância em dinheiro se o motorista chegar no local 
combinado até o meio dia; se a outra parte aprisiona o motorista para que ele não 
chegue no horário previsto, reputa-se verificada a condição, pois a mesma foi 
maliciosamente obstada pela parte contrária. 
 
 
 
 
 
 
15 
TERMO 
 
Termo é o dia em que começa e/ou se extingue a eficácia (efeito) do 
negócio jurídico. Subordinando-se a um evento futuro e certo (embora a data 
deste evento possa ser determinada ou indeterminada). 
 
O termo pode ser classificado em: 
 
◙ Inicial ou Suspensivo (dies a quo) - se fixar o momento em que a 
eficácia do negócio deve iniciar, retardando o exercício do direito (exemplo: a 
locação terá início dentro de dois meses). 
 
O termo inicial não suspende a aquisição do direito, que surge 
imediatamente, mas só se torna exercitável com a superveniência do termo. O 
Termo suspende o exercício (efeito), mas não a aquisição do direito. O exercício 
do direito fica suspenso até o instante em que o acontecimento futuro e certo, 
previsto, ocorrer. 
 
◙ Final ou Resolutivo (dies ad quem) - se determinar a data da cessação 
dos efeitos do negócio, extinguindo as obrigações(exemplo: a locação se findará 
no prazo de 05 anos). Antes de chegar o dia estipulado para seu vencimento, o 
negócio, subordinado a um termo final vigorará plenamente e seu titular poderá 
exercer todos os direitos dele provenientes. 
 
◙ Certo - quando estabelece uma data determinada do calendário 
(exemplos: a locação terá início no dia 1º de janeiro do próximo ano, pagamento 
daqui a 30 dias, quando completar a maioridade). 
 
◙ Incerto - se se referir a um acontecimento futuro, mas com uma data 
incerta, indeterminada, mas que ocorrerá, e não há uma condição. Exemplo: eu 
lhe darei um imóvel quando fulano falecer; o evento é futuro e certo (pois a morte 
é sempre certa), porém a data é incerta; um imóvel para ser de outro após a 
morte de seu proprietário. 
 
Não confundir termo com prazo. Prazo é o lapso de tempo 
compreendido entre a declaração de vontade e a superveniência do termo em 
que começa o exercício do direito ou extingue o direito até então vigente. Ou seja, 
prazo é o intervalo entre o termo inicial e o termo final. É contado por unidade de 
tempo (hora, dia, mês e ano), excluindo-se o dia do começo (dies a quo) e 
incluindo-se o dia do vencimento (dies ad quem), salvo disposição legal ou 
convencional em contrário. 
 
Regras (art. 132 e 133, CC): 
 
► Se o vencimento se der em feriado ou domingo, prorroga-se até o 
primeiro dia útil subseqüente. 
 
► Meado considera-se, em qualquer mês, o seu 15º dia. 
 
 
16 
► O prazo estipulado por mês (30 dias) ou por ano (12 meses), expira-se 
no dia de igual número de início ou no imediato, se faltar essa correspondência. 
 
► O prazo fixado por horas, conta-se de minuto a minuto. 
 
► Nos testamentos presumem-se os prazos em favor do herdeiro. Nos 
contratos, presumem-se em favor do devedor (salvo se do teor do instrumento ou 
das circunstâncias resultar que se estabeleceu em benefício do credor, ou de 
ambos os contratantes). 
 
Também pode haver uma combinação entre todas as espécies de Termo. 
Exemplo: o termo pode ser inicial e certo; inicial e incerto; final e certo; final e 
incerto. 
 
 
ENCARGO OU MODO (MODAL) 
 
Conceito - é a cláusula acessória, em regra, aderente a atos de 
liberalidade inter vivos (doação) ou causa mortis (herança, legado), que impõe um 
ônus ou uma obrigação (cumprimento) à pessoa contemplada pelos referidos 
atos. 
 
Exemplo: dôo um terreno à municipalidade para que nele seja edificado 
um hospital; dou-lhe dois terrenos desde que em um seja construída uma escola. 
Também poderá ser instituído nas declarações unilaterais de vontade, como por 
exemplo, na promessa de recompensa (“perdeu-se cachorrinho...recompensa-se 
bem”). 
 
O benefício vem acompanhado de um ônus, um encargo (que será menor 
que o benefício, caso contrário seria uma contraprestação). Um exemplo muito 
comum, inclusive em nossa vida particular é no comodato. Este é um contrato de 
empréstimo de coisa infungível (que não pode ser substituída por outra igual). É 
um contrato gratuito. Porém posso colocar um encargo. 
 
Exemplo: deixo você morar de graça em meu apartamento (se eu cobrar 
por isso, deixa de ser um comodato e passa a ser locação). No entanto eu posso 
colocar o seguinte encargo: desde que você pague o condomínio e o IPTU. 
 
O art. 136 do CC dispõe que o encargo não suspende a aquisição nem o 
exercício do direito (exemplo: aberta a sucessão o domínio e a posse dos bens 
transmitem-se desde logo aos herdeiros nomeados, com a obrigação de cumprir o 
encargo; se este não for cumprido a liberalidade será revogada). 
 
Se o objeto for ilícito ou impossível, é tido como não escrito (art. 137 CC). 
É importante não confundir as três espécies de elementos acidentais (condição, 
termo e encargo). 
 
 
 
 
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CONDIÇÃO TERMO ENCARGO 
 
EVENTO FUTURO E 
ACONTECIMENTO 
INCERTO: F + I 
EVENTO FUTURO E 
ACONTECIMENTO 
CERTO: F + C 
SEMPRE IMPOSIÇÃO 
DE UM ÔNUS 
ENQUANTO NÃO 
VERIFICADA, NÃO HÁ 
DIREITO ADQUIRIDO 
HÁ DIREITO 
ADQUIRIDO, APESAR 
DE RETARDA O SEU 
EXERCÍCIO 
NÃO SE SUSPENDE 
NEM A AQUISIÇÃO, 
NEM O EXERCÍCIO DO 
DIREITO 
PODE SER APLICADA A 
QUAISQUER ATOS 
PODE SER APLICADA A 
QUAISQUER ATOS 
SOMENTE A ATOS DE 
LIBERALIDADE 
(DOAÇÃO E HERANÇA)

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