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COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR AULA 6 Prof. Elton Schneider e Prof. Henrique Castelo Branco 2 CONVERSA INICIAL O uso do BMG - Canvas para o planejamento de ideia de negócios tem objetivos muitos claros, entre eles: a) Aprendizagem: quanto mais testamos possibilidades sobre a ideia de negócios, mais aprendemos sobre a oportunidade que queremos explorar. b) Comunicação: comunicar a equipe, clientes e investidores como se pretende viabilizar o negócio, qual é o público-alvo, quais são os recursos necessários, entre outros fatores. c) Modelar a ideia: o uso de ferramentas de modelagem de ideias nos ajuda a definir a oferta (o quê) será entregue ao cliente (quem), definindo a infraestrutura necessária (como) para o atendimento desse mercado. Figura 1 – Como estruturar um negócio com o BMG - Canvas Fonte: Grando, 2011. TEMA 1 – DESENHANDO MODELOS DE NEGÓCIOS O BMG Canvas ou Canvas de Modelos de Negócios foi desenvolvido por um grupo de mais de 200 consultores espalhados pelo mundo. Osterwalder e 3 Pigneur foram os organizadores do livro, sendo que, para sua construção, se basearam em processos de criação compartilhada de ideias, ou seja, a cocriação. Esse processo de criação compartilhada de ideias só foi possível com processos interativos via redes sociais. Nessa perspectiva, professores, consultores e empresários se unem para o desenvolvimento de ferramentas e soluções empresariais em processos coletivos, em que não existe uma preocupação central de identificar quem foi que gerou a ideia, mas a preocupação está em gerar soluções que possam ser adotadas por todos de forma prática e eficiente. O objetivo da técnica de modelagem de negócios está em facilitar o processo de criação de novas ideias de negócios, em várias versões diferentes, de forma fácil, participativa e intuitiva. Na visão dos autores, “um modelo de negócios descreve a lógica de como uma organização cria, entrega e captura valor” (Osterwalder; Pigneur, 2011). Para a geração de modelos de negócios inovadores, os autores propõem que existem cinco epicentros da inovação: I – A partir dos recursos: a inovação acontece a partir de uma infraestrutura existente, uma organização ou parceiros que permitam expandir a ideia de negócios. Ex.: a Amazon Web Services foi criada a partir do site “amazon.com”. II – A partir da oferta: a organização cria novas propostas de valor para um negócio já existente. Ex.: a Camex, cimenteira mexicana que vende casas pré-projetadas para vender cimento. III – A partir dos clientes: o objetivo é ouvir os clientes, entender suas necessidades, aumentando a conveniência, afetando todos os outros componentes do negócio. Ex.: uma loja de roupas masculinas que resolve ofertar tamanhos especiais sob medida, como nas antigas alfaiatarias. IV – A partir das finanças: o novo negócio se utiliza de mecanismos de preços e baixo custo para ofertar soluções de produtos e serviços a preços muito baixos no mercado. Ex.: a Xerox, quando inventou as copiadoras, não vendia as máquinas, mas sim cobrava por cópias. V – A partir de múltiplos epicentros: quando um negócio muda a partir de múltiplos centros, o impacto na estrutura organizacional é maior, porém os resultados de inovação também ficam potencializados. Ex.: o jornal O Metro não cobra de leitores e entrega quantidades específicas de exemplares, em locais específicos, mas cobra dos anunciantes. 4 A inovação em um negócio existente ou em uma empresa em processo de modelagem deve ser vista como um processo de ideação, em que, em uma primeira etapa, o importante é a geração de ideias. Em um segundo momento, vem a criação e a gestão de um portfólio de ideias possíveis, que serão avaliadas segundo um conceito, e de métricas, que gerarão protótipos, projetos e soluções para os clientes e mercados. Entre a geração inicial de ideias e o desenvolvimento de produtos e ideias de negócios, poucas ideias sobreviverão. Figura 2: O processo de geração de ideias para a inovação Fonte: <http://www.blueocean-innovation.com/por/generacion_de_ideas.php>. A inovação fica facilitada quando: a) Equipe: trabalhamos com uma equipe diversificada o suficiente para gerar novas ideias, ou seja, com idades, sexos e formações diferentes, em que clientes, fornecedores e experts são todos bem-vindos. b) Imersão: quais são os elementos chaves que deverão ser analisados para a geração de ideias? Os epicentros de inovação podem ajudar a determinar o caminho. c) Expanda as possibilidades: utilize métodos e técnicas que possam ajudar na criação de novas possibilidades, por exemplo: Scamper, Mapa de Empatia, entre outros. d) Critérios de Seleção: estabeleça critérios de seleção da ideia: menor valor investido, ideia mais radical, nova proposta de valor, maior aproveitamento do potencial existente na organização, entre outros. e) Crie protótipos: utilize a expressão “e se”, teste ideias, canais, formas de relacionamento, formas de faturamento; tudo é possível quando estamos em um processo criativo. 5 TEMA 2 – MODELOS DE NEGÓCIOS INOVADORES - NEGÓCIOS DESAGREGADOS (UNBUNDLING) Os modelos de negócios apresentados a partir de agora não devem ser considerados como verdades absolutas, mas como possibilidades de organização de negócios nas quais algumas propostas podem se enquadrar. Para Osterwalder e Pigneur (2011), modelos de negócios com características, arranjos e comportamentos similares podem ser chamados de padrões de modelos de negócios, para servir de inspiração para a criação de seu próprio negócio. O padrão de modelo de negócio desagregado ou unbundling é caracterizado por incorporar três conceitos de negócios diferentes dentro de uma mesma organização. É como se existissem três quadros de modelos de negócios diferentes dentro de um mesmo negócio: um voltado para o cliente, outro, para a inovação, e outro, para infraestrutura do negócio. O mais importante a ressaltar é que, mesmo tendo modelos completamente diferentes (cultura, equipes, forma de gerar receitas), eles podem coexistir, gerando um diferencial competitivo para a organização. Tomemos como exemplo um grande banco: é preciso uma estrutura de tecnologia voltada ao atendimento das operações de crédito nas agências, nos caixas automáticos, em operações com outras empresas bancárias, entre outras. A inovação incremental (melhoria de processos) é essencial para a existência do negócio. Ao considerarmos que isso ainda é compartilhado com estratégias diferenciadas de atendimento a clientes para grandes empresas, em que, por exemplo, os serviços envolvem possibilidades de financiamento, crédito a clientes, crédito a funcionários da empresa, seguros, financiamento de compras e vendas, percebe-se que esse tipo de mercado exige um relacionamento com os clientes de alto custo de aquisição e grande impacto, em caso de perda. Em outro tipo de modelo de negócios, esse mesmo banco pode ter uma estratégia diferenciada para o atendimento de pessoas físicas, que buscam financiamento para veículos, casa própria, pagamento de contas, recebimento de salários entre outros. Nesse caso, o resultado auferido em cada operação com o cliente é baixo para o banco, exigindo custos baixos, previsibilidade e eficiência. 6 Figura 3 – Modelos de negócios desagregados Fonte: <http://www.scielo.br/img/revistas/raeel/v1n2/a15tab01.gif>. Um padrão de modelo de negócios desagregado só é suportado por empresas de grande porte. Provavelmente, uma startup não terá estrutura, capital, equipe e parceiros, a princípio, para manter essetipo de padrão de negócio. Outro aspecto a ser considerado é o fato de que esse tipo de modelo de negócios gera dilemas estratégicos aos tomadores de decisão, como afirmam Osterwalder e Pigneur (2011, p. 61): a) Segmentos de clientes e proposta de valor: servir a dois mercados diferentes com diferentes propostas de valor pode causar confusão entre as equipes de atendimento e aos clientes dos diferentes segmentos, ao se sentirem “mau tratados” em função das políticas da empresa. b) Produtos e serviços: a oferta de produtos e serviços diferenciados por uma mesma empresa também pode gerar problemas com os clientes, como desconfiança e diferenças de atendimento, que podem não ser bem aceitas pelo mercado. c) Foco em custo x foco em geração de valor: qual é o foco do negócio? Como devem se portar funcionários, processos e sistemas diante de propostas tão distintas? d) Resultados de curto x longo prazo: a inovação exige investimentos para sua rápida introdução no mercado, o que eleva os custos da operação, 7 muitas vezes somente viáveis quando mantidos em longo prazo. No mercado financeiro, de telecomunicações e de transporte aéreo, a volatilidade é sua principal característica. NA PRÁTICA O negócio de brindes não é um fenômeno atual; é um mercado de longa data e que tem se diversificado ao longo do tempo. Acompanha tendências mundiais, hábitos dos consumidores e, em algumas vezes, sugere mudanças comportamentais. Os brindes são elaborados de diversas formas e matérias-primas, como plásticos, papéis, metais, borrachas, vidros, tecidos, podendo ser fabricados os mais variados tipos de produtos; camisetas, bonés, lápis, canetas, blocos de papel, pastas, sacolas, chaveiros, pen drives, dentre outros. O foco da utilização dos brindes sempre foi o de promover a marca a qual entrega o brinde, na tentativa de fidelizar o cliente, demandando um grande esforço de divulgação. Atualmente, esses produtos também possuem como objetivo demonstrar as novas tendências que a empresa ofertante segue, como no caso dos brindes ecológicos, utilizados pelas empresas para mostrarem que possuem consciência ambiental, na tentativa de demonstrar que estão preocupadas com o bem-estar de todos. Considera-se um brinde qualquer tipo de objeto ou material personalizado com a marca do produto e/ou da empresa, que possa gerar afinidade, fidelidade, associação direta com a marca. Os principais atrativos são o baixo valor exigido para se montar uma empresa de brindes ecológicos, além de todo tipo de festa ou data comemorativa servir para alavancar a produção, como a Copa do Mundo de futebol. Obtenha o mapa do modelo de negócios BMG – Canvas no site: <http://cms- empreenda.s3.amazonaws.com/empreenda/files_static/arquivos/2012/07/27/M E_business-model-canvas.PDF>. 8 REFERÊNCIAS GEM – GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR. Empreendedorismo no Brasil: 2013. Curitiba: IBQP, 2013. GRANDO, N. Sem título. 2011. Disponível em: <https://neigrando.files.wordpress.com/2011/11/5partes_9blocos_img.png>. Acesso em: 7 ago. 2016. MEIRA, S. L. Novos negócios inovadores de crescimento empreendedor no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas de análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1986. ROAM, D. Desenhando negócios: como desenvolver ideias com o pensamento visual e vencer nos negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. Conversa inicial REFERÊNCIAS
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