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2 Solucao de conflitos trabalhistas e Judiciario Trabalhista 02

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO (PROF: MARCELO ARAUJO)			 02
UNIDADE II- SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS
1- Conflitos trabalhistas – o termo “conflito deriva do latim conflictus, que no geral tem o significado de lutar, combater, colidir. Do ponto de vista trabalhista, conflitos são também denominados controvérsias ou dissídios.
a) Conflitos – tem sentido amplo e geral, correspondente à divergência de interesses (Ex: greve)
b) Controvérsias – dizem respeito a um conflito em fase de ser solucionado, mediante convenção das partes.
c) Dissídios – dizem respeito ao conflito submetido à apreciação do Judiciário (individual ou coletivo). Ex: RT ou o julgamento de greve pela Justiça do Trabalho.
2- Formas de solução de conflitos - não há um consenso doutrinário sobre as formas de solução de conflitos e sua classificação (influências de questões sociais, econômicas e políticas). No entanto, são identificadas pela maioria dos doutrinadores os seguintes métodos de solução dos conflitos trabalhistas:
a) Autodefesa (autotutela) – considerado o meio mais primitivo de solução de conflitos. Trata-se da solução direta do conflito trabalhista, pelas partes envolvidas, sem intervenção de terceiros. (as próprias partes efetuam a defesa de seus interesses); nesse caso, o conflito é solucionado quando uma parte cede à imposição da outra. Ex: greve e lockout
OBS: é importante destacar que a greve e o lockout por si só não solucionam o conflito trabalhista, mas constituem importantes meios para se chegar à autocomposição ou heterocomposição.
b) Autocomposição – também consiste na solução direta do conflito, pelas partes envolvidas, sem intervenção de terceiros. Contudo, nesse caso, o conflito é solucionado através de acordo entre as partes, sem emprego da força (conciliação - vide art.764, 831, 846 e 850 da CLT, sobre exigência da mesma). Pode ser unilateral (renúncia de uma das partes a sua pretensão) ou bilateral (mediante transação, c/ concessões recíprocas).Ex: Acordos e Convenções coletivas.
OBS: Vide art 7º, VI, XIII, XXVI, da CF/88 e 611, CLT.
c) Heterocomposição - é a solução do conflito trabalhista, determinada por terceiros. Classifica-se como:
c.1 - Mediação – é a formulação de propostas para a solução dos conflitos. O mediador (escolhido pelas partes sem poder de coação ou coerção) propõe soluções as partes, que não são obrigadas a aceitar as propostas apresentadas pelo mediador. Só há composição se houver acordo de vontade entre as partes. EX: Mesa redonda (art. 616, § 1º, CLT e Lei nº 10.192/01), presidida por um inspetor do Ministério do Trabalho.
OBS: Alguns doutrinadores consideram a mediação como simples instrumento a serviço de um método de solução de controvérsias e não um método específico existente. VIDE LEI Nº 13.140/2015 
c.2 – Arbitragem (Lei nº 9307/96 e artigo 114, § 1º e 2º, CF/88) -Ao Estado cabe resolver e julgar os conflitos de interesses (art. 5º, XXXV da Lei Magna), porém, nada obsta que as partes elejam um terceiro para que elabore uma decisão, visando a solução do conflito (forma extrajudicial de composição de interesses, logo, não pode ser vista co111mo sendo uma forma de jurisdição). 
A arbitragem denota a solução do conflito mediante a decisão de um árbitro, que poderá ser um órgão ou pessoa. É uma decisão proferida por um terceiro que é aceito pelas partes como árbitro e que tem como escopo a composição de uma controvérsia. Pode ser prestada pelo Estado ou particular, ser de cunho obrigatória ou facultativa, de direito ou de eqüidade, a critério das partes (art. 2º, Lei nº 9.307/96). Não deve, contudo, ser confundida com outros institutos, como por exemplo a mediação, que representa a presença de um terceiro para a solução do conflito, porém, a sua solução não é vinculativa para as partes. No direito civil, a arbitragem é admitida para solução de litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis (art. 1º, Lei nº 9.307/96).
Quando se analisa o Direito do Trabalho - diante de um direito que não comporta, em princípio, a faculdade da disponibilidade de direitos por ato voluntário e isolado do empregado, a maioria dos juristas entendem que o Direito do Trabalho não se coaduna com a Lei no‑ 9.307196, não admitindo a arbitragem como mecanismo de solução dos conflitos individuais do trabalho.
Como forma de solução dos conflitos coletivos de trabalho, a arbitragem não é obrigatória e sim facultada as partes, quando estiver frustrada a negociação coletiva (art. 114, § 1º e 2º, CF). Denota uma forma de alternativa para se evitar a solução do conflito através do dissídio coletivo. Não se trata de um pressuposto processual do dissídio, mas de um instrumento equivalente.
- Convenção de Arbitragem- Aqueles que assim desejarem podem submeter a solução de seus litigios ao Juizo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral (art. 3º, Lei ng 9.307/96).
A cláusula compromissária é a convenção da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a sugir, relativamente a tal contrato (art. 4º), enquanto o compromisso arbitral é a convenção da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial (art. 9º).
OBS: 
1- A arbitragem não impede o acesso aos tribunais (vide art. 5º, XXXV, CF/88), em casos de vícios e defeitos do laudo arbitral (art.33, Lei nº 9307/96).
2- Vantagem: rapidez e segredo (sem publicidade) - desvantagem: custo alto.
c.3 – Tutela ou Jurisdição – prosseguindo o impasse nas negociações, o conflito é solucionado pelo Estado, através do Poder Judiciário. No Brasil, a jurisdição trabalhista é exercida pela Justiça do Trabalho (vide art. 111-composição- e 114-competência-, CF/88). Nesse caso, o Poder Judiciário, através de Juízes togados, aplicam o Direito, determinando as partes o cumprimento forçado de sua sentença (execução).
3- Comissões de Conciliação Prévia (Art. 625-A/625-H da CLT) - A Lei n9 9.958, de 2000, acrescentou alguns dispositivos à CLT, que passou a dispor, nos arts. 625-A a 625-H, sobre as Comissões de Conciliação Prévia, fora da estrutura do Poder Judiciário, outorgando-lhes a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho antes do ajuizamento da reclamação trabalhista, visando, precipuamente, a reduzir o congestionamento da justiça do Trabalho. Conforme prevista na Lei, a criação dessas comissões é facultativa. Assim, as empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária (compostas por igual número de representantes dos empregados e dos empregadores, com mandato de um ano, permitida uma recondução), tendo a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. Referidas comissões podem também ser constituídas por grupos de empresas ou ter caráter intersindical, hipótese em que seu funcionamento deverá ser regulado mediante acordo ou convenção coletiva.
Foi criada também uma nova hipótese de estabilidade temporária para os empregados membros das Comissões. A Lei tornou "vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei" (CLT, art. 625‑B, § 1º).
Dispõe a lei que qualquer demanda de natureza trabalhista deverá ser submetida à Comissão de Conciliação Prévia se, na localidade da prestação dos serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria. As Comissões têm prazo de dez dias, contados da provocação do interessado, para a realização da sessão de tentativa de conciliação (art. 625‑F). Não prosperando a conciliação, ou esgotando‑se o prazo de dez dias sem que seja realizada a sessão, será fornecida ao empregado e ao empregador declaração de tentativa conciliatória frustrada, firmada pelos membros da Comissão, que deverá ser juntadaà eventual reclamação trabalhista (CLT, art. 625‑D).
A lei exige expressamente a prévia tentativa de negociação perante a Comissão de Conciliação para fins de instauração do dissídio individual. Isso porque ela estabelece como obrigatória, por ocasião da reclamação trabalhista perante a justiça do Trabalho, a juntada da declaração de tentativa conciliatória frustrada à petição inicial. Somente diante de motivo relevante a reclamação trabalhista poderá ser ajuizada sem a respectiva comprovação da tentativa de conciliação, motivo esse que deverá ser declarado na petição inicial (CLT, art, 625-D, § 3º).
Quanto à exigência de juntada à inicial do termo de tentativa conciliatória frustrada, para alguns é possível vislumbrar restrição ao acesso ao Poder judiciário, em afronta ao princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional, contido no art. 51, inciso XXXV, da Constituição, posição defendida por diversos juristas.
O STF, nas ADI´s 2139 e 2160, já se posicionou a respeito, declarando que a passagem pela CCP é facultativa.
Como medida de proteção ao empregado, a Lei estabeleceu que o prazo prescricional da ação trabalhista será suspenso a partir da provocação da Comissão de Conciliação Prévia, recomeçando a fluir, pelo que lhe resta, a partir da tentativa frustrada de conciliação ou do esgotamento do prazo de dez dias para a realização da sessão (Art.625‑G).
Uma regra muito importante instituída pela Lei n2 9.958, de 2000, foi a atribuição de eficácia de título executivo extrajudicial ao termo de conciliação, ao dispor: "0 termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas" (art. 625-E, parágrafo único c/c artigo 876 , ambos da CLT).
Além disso, as parcelas negociadas no termo de conciliação consideram-se quitadas para todos os fins, exceto se as partes fizerem constar expressamente ressalva em sentido contrário no respectivo termo de conciliação. Afasta-se, assim, o direito de o empregado vir a pleitear futuramente aquelas parcelas objeto do termo de conciliação, exceto se na ocasião em que lavrado o termo houver feito nele constar expressamente ressalva nesse sentido, sendo certo que a eficácia liberatória das parcelas não ressalvadas constantes do termo de conciliação e a exigência de juntada do termo de tentativa conciliatória frustrada à petição inicial da reclamação trabalhista nas localidades onde exista Comissão de Conciliação Prévia têm sido apontadas por alguns autores como inconstitucionais.
No que respeita à eficácia liberatória do termo de conciliação, constituindo quitação das parcelas não ressalvadas dele constantes, deve-se considerar, inicialmente, que a conciliação é facultativa. Obrigatória é a tentativa, nas localidades onde exista Comissão. Ainda, se o empregado entender que determinada parcela reconhecida pelo empregador representa valor inferior ao que lhe é efetivamente devido, bastará fazer constar essa ressalva no termo e, depois, discutí-la em juízo. Deve-se, contudo, observar que o estabelecimento de presunções absolutas contra o empregado vai de encontro a um dos mais importantes princípios do Direito do Trabalho, o princípio da primazia da realidade.
	De todo modo, cabe notar que o termo de conciliação é um ato jurídico (especificamente um negócio jurídico) e, como tal, sujeito à verificação de sua validade perante o Poder Judiciário, ao qual compete, quando provocado, declarar a existência de vícios que possam acarretar sua anulação. 
Unidade III – JUDICIÁRIO TRABALHISTA
1- Organização Judiciária:’
A CF/34, seguindo o modelo corporativista italiano (integrado por um Juiz togado e dois representantes classistas, um do empregador e outro do empregado), instituiu a Justiça do Trabalho, não como órgão do Poder judiciário, mas sim como órgão administrativo, apesar de sua função jurisdicional. Posteriormente, em 01/05/41, a Justiça do Trabalho foi implantada, com 36 juntas e disposta em 03 níveis de organização – Juntas de Conciliação e Julgamento ou Juízes de Direito, Conselhos Regionais do Trabalho (atual TRT) e Conselho Nacional do Trabalho (atual TST). Através do Decreto-lei nº 9777/46, a Justiça do trabalho foi organizada como órgão do poder judiciário, sendo elevada ao plano constitucional pela CF/46.
	É composta a Justiça do Trabalho pelo somatório dos órgãos constitucionalmente previstos como componentes para exercer a jurisdição em questões concernentes ao Direito do Trabalho. Atualmente, os órgãos integrantes da Justiça do Trabalho e as linhas mestras para a delimitação de suas competências encontram-se definidos nos artigos 111/116 da Constituição Federal, os quais sofreram profundas alterações com a promulgação das Emendas nº 24 (09/12/99) e nº 45 (08/12/2004).
	A Justiça do Trabalho é espécie da justiça especializada federal, pois atua especificamente no ramo do Direito do Trabalho, agindo sobre um determinado setor da ordem jurídica. Sua jurisdição alcança todo o território nacional, pois é órgão do Poder Judiciário Federal, não podendo os Estados-membros decidir judicialmente as questões trabalhistas. Atualmente, é formada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) e Juízes do Trabalho, conforme artigo 111 da CF/88. 
OBS:
1- Jurisdição - é uma das funções do Estado e inerente ao Poder Judiciário, tendo como objetivo solucionar os conflitos de interesses, ou seja, de declarar o Direito aplicável aos casos concretos submetidos ao Estado. No Brasil, a inafastabilidade da jurisdição encontra-se expressa no artigo 5º, XXXV, da CRFB, segundo o qual “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito”.
2- A EC nº 24/99 extinguiu os juízes classistas, indicados pelos trabalhadores e empregadores através de seus respectivos sindicatos. Até então, a Justiça do Trabalho era estruturada em três níveis (JCJ, TRT e TST), integrados por órgãos colegiados (juízes togados e juízes classistas). Assim, a Justiça do Trabalho deixou de ser composta por órgãos paritários, passando a ser integrada apenas por juízes togados e vitalícios.
3- A EC nº 45 introduziu novas modificações na composição dos órgãos da Justiça do Trabalho (vide artigos 111 e 111-A da CF); criou dois novos órgãos, com funcionamento junto ao TST: a Escola nacional de Formação e Aperfeiçoamento de magistrados do Trabalho e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (art. 111, § 2º, CF). 
4- Vide artigo 113 da CF/88 e artigo 92 da CF/88 – composição do Poder Judiciário no Brasil
2- Tribunal Superior do Trabalho (TST - Instância máxima da Justiça do Trabalho)
Surgiu em 1946, quando a justiça do trabalho foi integrada ao Poder judiciário e elevada ao plano constitucional através da CF/46. Tem sede em Brasília e jurisdição em todo território nacional (art. 690, CLT).
O TST, de acordo com o artigo 111-A da CF (criado pela EC 45/2004), é composto por 27 Ministros (com mais de 35 anos e menos de 65), nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo um quinto dentre advogados e membros do MP do Trabalho, todos com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional, com observância do artigo 94 da CF, e os demais por juízes de carreira, dos Tribunais Regionais do trabalho, indicados pelo TST.
A Lei nº 7701/88 (vide art. 111, § 1º, CF), dispõe a respeito da estrutura interna do TST, da seguinte forma:
a) Tribunal Pleno 
b) Órgão Especial 
c) Seção Administrativa
d) Seção especializada em Dissídios Coletivos (SDC) 
e) Seção especializada em Dissídios Individuais (SDI 1 e 2)
f) Turmas (atualmente, são 08 turmas)
Há um Ministro Relator e outro Revisor, para o julgamento dos processos; existe ainda um Presidente, um Vice-Presidente e um Corregedor (exerce funções de inspeção sobre o funcionamento do Tribunal e julga Ações Correcionais), com mandato de 02 anos (vide artigos 707, 708 e 709, CLT). Sobre as sessões do TST, vide artigo 701da CLT.
OBS:
1- Sobre a competência do Presidente do TST, vide artigos 707/709 da CLT.
2- Vide Regimento Interno do TST (organização e competência) 
3- Tribunais Regionais do Trabalho (TRT- 2ª Instância da Justiça do Trabalho)
Surgiram em 1946, quando a Justiça do Trabalho foi integrada ao Poder judiciário e elevada ao plano constitucional através da CF/46, em substituição aos Conselhos Regionais do Trabalho (1939).
	Segundo o artigo 115 da CF/88 (nova redação dada pela (criado pela EC 45/2004), os Tribunais Regionais do Trabalho são compostos por, no mínimo, 07 Juízes (Desembargadores), recrutados (se possível) na respectiva região, contando com mais de 35 anos e menos de 65, nomeados pelo Presidente da República sendo um quinto dentre advogados e membros do MP do Trabalho, todos com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional, com observância do artigo 94 da CF, e os demais por juízes do trabalho, promovidos por antiguidade e merecimento, alternadamente (vide artigo 93 da CF).
	O território nacional, para efeito de jurisdição dos Tribunais Regionais, é dividido em 24 Regiões (vide artigo 674, CLT). Sua composição não é uniforme, porque não é igual o nº de seus membros, o mesmo ocorrendo com sua estrutura interna (prevista em regimento interno), pois alguns Tribunais se dividem em Turmas e outros não. Há um Juiz Relator e outro Revisor, para o julgamento dos processos; um Presidente, um Vice-Presidente e um Corregedor (exerce funções de inspeção sobre o funcionamento do tribunal e julga Ações Correcionais), geralmente, com mandato de 02 anos; em composição plena, o TRT deliberará com a presença de metade mais 01 do nº total de Juízes., além do presidente (art. 672, CLT); as turmas, compostas por 05 Juízes, só podem funcionar com a presença de, pelo menos, 03 Juízes (art. 672, § 1º, CLT).
OBS: 
1- Sobre a competência dos Tribunais Regionais, vide artigos 678, 679 e 680 da CLT. 
2- Sobre a competência dos Presidentes dos Tribunais Regionais, vide artigo 682 da CLT. 
3- Incompatibilidade (parentesco) – art. 671 c/c art 648, CLT.
4- - Ordem das sessões – art. 673, CLT.
5- Competência Originária - Dissídios Individuais e Coletivos (MS, AR, HC, MC, ação anulatória em convenção ou acordo coletivo).
6- Competência recursal – decorrente do princípio do duplo grau de jurisdição (RO, AP, AI –recursos dos dissídios individuais decididos pelos órgão de 1º grau).
7- Vide artigos 673 e 677 da CLT. 
8- Vide Regimento Interno TRT da 1ª Região (Estado do Rio de Janeiro)
9- Justiça itinerante e câmaras regionais – vide artigo 115 da CF/88.
4- Juízes do Trabalho (Varas do Trabalho - 1ª Instância da Justiça do Trabalho) 
As varas do trabalho foram instituídas pela EC nº 24, de 10/12/98, que extinguiu os Juízes Classistas e transformou as JCJ em varas do trabalho. A sua jurisdição, segundo o artigo 116 da CF/88, é exercida por um Juiz singular (Juiz do Trabalho), atuando na conciliação, instrução e julgamento dos dissídios individuais do trabalho. Os Juízes ingressam na magistratura mediante concurso público, como Juízes substitutos e na seqüência da carreira chegam a titulares das varas do trabalho, podendo ainda integrar o TRT de sua região e até mesmo o TST; são promovidos alternadamente por antiguidade e merecimento.
	Os Juízes de Direito comum (art. 112 da CF/88 e art. 668 e 669, CLT) atuam nas localidades não abrangidas por jurisdição de varas do trabalho (vide Súmula 10 do STJ). 
OBS: 
1- Ingresso na magistratura, requisitos, vencimentos, posse, promoção - art 654 CLT.
2--Valores da remuneração – art. 657, CLT 
3- Deveres – art. 658, CLT.
4- Garantias dos Juízes – art. 95, CF/88 (vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade).
5- Competência privativa – art.659, CLT.
6- Segundo a lei 6.947/81, a competência da Vara do Trabalho estende-se aos municípios próximos, num raio máximo de 100 Km da sede (desde que existam meios de acesso e de comunicação regulares com o referidos locais).
7- CORREGEDORIA GERAL (CGJT – órgão de direção do TST) – dirigida por um Corregedor-Geral, eleito dentre os Ministros do TST (CLT – art 709 e RITS, art. 29), com mandato de 02 anos. 
8- CORREGEDORIA REGIONAL – existe em alguns TRTs, de acordo como Regimento Interno. 
5- Serviços auxiliares da Justiça do Trabalho:
a) Secretaria – local onde os serventuários da justiça do trabalho exercem suas funções ou ofício e onde são arquivados processos e documentos (vide artigos 710/712 (Varas), 716/717 (Juízos de Direito) e 718/719 (TRT), todos da CLT).
b) Distribuidor – existente nos locais onde tenha mais de uma vara do trabalho (vide artigos 713/715, CLT) 
OBS: com a implantação do PJE, suas atribuições (art. 714 da CLT) estão na iminência de extinção 
c) Contadoria – elabora os cálculos de juros, correção monetária e outras determinações atribuídas pelo Juiz; pois não há na Justiça do Trabalho o cargo específico de Contador.
d) Oficial de Justiça Avaliador - serventuário que auxilia as varas e os Tribunais, cumprindo ou executando as ordens do Juiz , tais como: citações em execuções e nas ações cognitivas, intimação de testemunhas, etc (vide artigo 721 e 880 da CLT e artigos 154 e 155 do NCPC).
e) Perito – técnico ou especialista que opina sobre questões propostas pelas partes ou pelo Juiz, auxiliando nos esclarecimentos dos fatos necessários para a prolação da decisão (vide art. 156/158 do NCPC). Ex: insalubridade, periculosidade, doença do trabalho, cálculos, etc. VIDE artigo 790-B da CLT, art 3º da lei nº 5584/70, Súmulas 341 e 457 do TST e OJ 98 da SDI-2 do TST
OBS: 
1- Depositário e Administrador - vide artigos 159/161 do NCPC.
2- Intérprete – vide artigos 162/164 do NCPC.
6- Ministério Público:
	O Ministério Público, segundo o artigo 127 da CF, é instituição permanente (administrativa, ligada ao ordenamento judiciário, mas que não faz parte da Justiça), essencial à função jurisdicional, cabendo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Seus órgãos exercem múnus público, de interesse geral, objetivando a manutenção da ordem pública, fiscalizando o cumprimento da lei, promovendo os interesses do Estado em Juízo, protegendo os fracos, oprimidos e incapazes.
	O MP tem função múltipla: consultiva, fiscalizadora, preventiva e de propor ação, atuando nos casos previstos em lei (inclusive, como parte) ou através de intervenção em processo alheio.
	Segundo o artigo 128 da CF/88, O MP abrange o Estado e a União, sendo que este último compreende o MP Federal, o MP do Trabalho (regulado pela Lei Complementar nº 75/93), o MP Militar e o MP do Distrito Federal e dos Territórios.
	Segundo o artigo 85 da LC nº 75/93, o Ministério Público do Trabalho é composto pelos seguintes órgãos: 
I- o Procurador-Geral do Trabalho;
II - o Colégio de Procuradores do Trabalho;
III - o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;
IV - a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;
V - a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho;
VI - os Subprocuradores-Gerais do Trabalho;
VII - os Procuradores Regionais do Trabalho;
VIII - os Procuradores do Trabalho.
- Competência do MPT – artigo 83 da Lei Complementar nº 75/93
I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Constituição Federal e pelas leis trabalhistas;
II - manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a intervenção;
III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos;
IV - propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores;V - propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes das relações de trabalho;
VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto nos processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho;
VII - funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente sobre a matéria em debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de vista dos processos em julgamento, podendo solicitar as requisições e diligências que julgar convenientes;
VIII - instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse público assim o exigir;
IX - promover ou participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da paralisação de serviços de qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos processos, manifestando sua concordância ou discordância, em eventuais acordos firmados antes da homologação, resguardado o direito de recorrer em caso de violação à lei e à Constituição Federal;
X - promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiça do Trabalho;
XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho;
XII - requerer as diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos processos e para a melhor solução das lides trabalhistas;
XIII - intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos segundo e terceiro graus de jurisdição da Justiça do Trabalho, quando a parte for pessoa jurídica de Direito Público, Estado estrangeiro ou organismo internacional.
As principais áreas de atuação institucional do MPT são as seguintes:
- Mediação e arbitragem dos conflitos trabalhistas; Preservação das relações de trabalho; Combate as práticas discriminatórias; Preservação da liberdade e da dignidade do trabalhador; Combate as falsas cooperativas; Probidade administrativa e concursos públicos; Defesa do meio ambiente do Trabalho; Ações declaratórias de nulidade de cláusulas ilegais previstas em Convenções e Acordos Coletivos do Trabalho e Greves em atividades essenciais
	A atuação extrajudicial do MPT opera-se na esfera administrativa (art. 84 da LC nº 75/93):
I - integrar os órgãos colegiados previstos no § 1º do art. 6º, que lhes sejam pertinentes;
II - instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos, sempre que cabíveis, para assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores;
III - requisitar à autoridade administrativa federal competente, dos órgãos de proteção ao trabalho, a instauração de procedimentos administrativos, podendo acompanhá-los e produzir provas;
IV - ser cientificado pessoalmente das decisões proferidas pela Justiça do Trabalho, nas causas em que o órgão tenha intervido ou emitido parecer escrito;
V - exercer outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, desde que compatíveis com sua finalidade.
	Compete ainda ao MPT ajuizar dissídio coletivo em casos de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público (artigo 114, § 3º, CF).
OBS:
1- Sobre definição, Princípios, Funções Institucionais e instrumentos de atuação, vide artigos 1º/6º da LC nº 75/93; vide ainda Artigo 129 da CF- função institucional do MP: promoção da ação civil pública e inquérito civil.
3- Ação civil pública - ação de responsabilidade ou cautelar, cabível nos casos de danos morais e patrimoniais ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, além de outros interesses difusos e coletivos (art. 4º, Lei nº 7347/85 e 129, III, CF). ex: exigência patronal de atestado de esterelização; permissão de trabalho perigoso ou insalubre a menores de 14 anos; tratamento discriminatório, etc.
4- Inquérito civil – investigação administrativa realizada pelo MP, visando colher elementos de convicção para que o órgão ministerial possa ajuizar a ação civil pública (art. 82, II, LC nº 75/93).
5- Firmar TAC – Termo de Ajustamento de Conduta , com execução na Justiça do Trabalho (artigo 876 da CLT)
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