Buscar

2. RESPOSTAS DO RÉU CONTESTAÇÃO NCPC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INOVAÇÕES DO PROCESSO DE CONHECIMENTO (NOVO CPC) – RESPOSTAS DO RÉU
Da contestação: não havendo conciliação, fluirá o prazo de 15 dias para o oferecimento da contestação. O prazo corre da audiência. Se ela não se realizar por vontade de ambas as partes, o prazo correrá do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou mediação apresentado pelo réu. Se não for designada audiência, porque inviável a composição, o prazo corre da juntada aos autos do aviso de recebimento da carta de citação ou do mandado de citação cumprido. Há novidades importantes no que concerne à resposta do réu. O mecanismo de defesa continua sendo a contestação, que ganha amplitude maior do que no CPC de 1973. Com efeito, no sistema ainda vigente, algumas alegações do réu deveriam vir, não na contestação, mas em incidentes autônomos, autuados em apenso. É o caso da exceção de incompetência relativa, da impugnação ao valor da causa e da impugnação à assistência judiciária. No CPC de 2015, todas essas matérias devem ser arguidas como preliminares em contestação, e não mais em incidentes autônomos. Desaparecem, portanto, os incidentes de impugnação ao valor da causa, à gratuidade da justiça e à exceção de incompetência relativa. A incompetência relativa, porém, continua tendo natureza de exceção em sentido estrito, o que significa que ela tem que ser alegada pelo réu na contestação, sob pena de preclusão, não podendo ser conhecida de ofício. Já a incorreção do valor da causa e a indevida concessão do benefício da gratuidade da justiça, ainda que não alegadas pelo réu, podem ser conhecidas de ofício (art. 337, § 5º). A impugnação à gratuidade da justiça só deverá ser arguida como preliminar em contestação se deferido o benefício no início do processo. Se deferido posteriormente, será impugnado na forma do art. 100, na réplica, nas contrarrazões de recursos ou, nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por simples petição, a ser apresentada no prazo de 15 dias, sem suspensão do processo e sem a criação de incidente autônomo.
RESPOSTAS DO RÉU
A segunda etapa da fase postulatória é a da apresentação da resposta pelo réu. Essa fase presta-se a que ambos os litigantes — autor e réu — tenham oportunidade de manifestar-se, apresentar a sua versão dos fatos, e formular eventuais pretensões ao juízo.
De acordo com o art. 238 do NCPC, o réu é citado para defender-se, integrando assim, a relação processual. Mas a lei processual prevê numerosas condutas, que podem ser consideradas formas de resposta. A apresentação de defesa é apenas uma delas. 
O réu pode apenas defender-se das alegações e das pretensões contidas na petição inicial. A peça de defesa por excelência é a contestação.
Pode não se limitar a defender-se, e contra-atacar, por meio de reconvenção.
Pode também suscitar incidentes, denominados exceções rituais, para discutir a competência do juízo ou a imparcialidade do juiz. 
Pode, por fim, impugnar o valor da causa.
O CPC de 2015 determina que o juiz, não sendo caso de indeferimento de inicial nem de improcedência de plano, designe audiência de tentativa de conciliação, salvo se o processo não admitir a autocomposição ou se ambas as partes manifestarem desinteresse. O autor deverá fazê-lo na petição inicial e o réu, por petição, apresentada com dez dias de antecedência, contados da data da audiência. Dela participarão o conciliador ou mediador, onde houver, devendo as partes comparecer, podendo se fazer representar por procurador com poderes para transigir. Caso não compareçam nem mandem procurador, o juiz considerará que houve ato atentatório à dignidade da justiça e imporá multa ao faltante de até 2% da vantagem econômica pretendida, revertida em favor da União ou do Estado.
Cada uma dessas formas de resposta tem peculiaridades e provoca consequências específicas, que serão estudadas em seguida.
Prazo de resposta no procedimento ordinário
A regra é de que o prazo de resposta, no procedimento ordinário, seja de quinze dias, conforme dispõe o art. 335, do NCPC. 
No CPC de 2015, o prazo corre da audiência de tentativa de conciliação. Caso ela não se realize por vontade das partes, o prazo corre da data em que o réu protocola a petição, manifestando desinteresse. Caso não seja designada audiência, porque o processo não admite autocomposição, o prazo correrá da juntada aos autos do aviso de recebimento, do mandado cumprido ou do fim do prazo do edital (ver a respeito o art. 335, incisos I a III, do CPC de 2015).
Havendo mais de um réu, o prazo para todos só correrá a partir da juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado cumprido. É o que dispõe o art. 231, parágrafo 1º, do NCPC.
Por isso, enquanto todos os réus não tiverem ainda sido citados, o prazo de nenhum começa a correr. Se um foi citado antes, pode aguardar a citação dos demais, para só então apresentar a sua contestação. Isso explica a razão pela qual, se um dos réus estiver citado e houver posterior desistência da ação em relação aos que ainda não estiverem, aquele deverá ser intimado, para que o prazo de resposta flua. O art. 335, parágrafo segundo, não deixa dúvidas: “§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.”
Isso para que o réu citado não seja surpreendido, enquanto aguarda a citação dos demais.
O prazo de resposta será dobrado, se houver no polo passivo litisconsortes com advogados diferentes (art. 229); é também dobrado, se o réu for defendido por órgão público de assistência judiciária, como a Defensoria Pública ou a Procuradoria do Estado (art. 5º, § 5º, da Lei n. 1.060/50). Para o Ministério Público e para a Fazenda, o prazo, no CPC de 2015, não será mais em quádruplo, mas em dobro (art. 180).
Dentro do prazo, a resposta deve ser protocolada em Cartório, não bastando que seja despachada pelo juiz: se o réu despacha no último dia do prazo, e só protocola a contestação no dia seguinte, haverá intempestividade.
Da contestação
É, por excelência, a peça de defesa do réu, por meio da qual ele pode se contrapor ao pedido inicial. Nela, concentrará todos os argumentos de resistência à pretensão formulada pelo autor, salvo aqueles que devem ser objeto de incidente próprio.
Se a petição inicial é a peça que veicula o direito de ação, a contestação é a que se contrapõe àquela, ao apresentar a resistência, a defesa do réu.
Ao apresenta-la, ele formula a pretensão de ver o pedido inicial desacolhido, no todo ou em parte, apresentando os argumentos e fundamentos que servirão para convencer o juiz. Daí que a pretensão contida na contestação é sempre declaratória negativa, de que o juiz declare que o autor não tem razão, desacolhendo o pedido.
Conteúdo da contestação
O art. 336 do NCPC estabelece que “Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”.
Cumpre ao réu, na própria contestação, apresentar todas as razões que possam levar ao desacolhimento do pedido, ainda que não sejam compatíveis entre si. Pode, por exemplo, apresentar vários fundamentos de defesa, em ordem sucessiva para, caso o juízo eventualmente não acolha os primeiros, possa aceitar os últimos. Todas as razões de defesa devem, em suma, estar concentradas na contestação, uma vez que o réu não terá outra oportunidade de alega-las. É preciso, porém, lembrar que as defesas podem ser classificadas em duas categorias: as de ordem pública, que poderiam ser conhecidas de ofício, e que não precluem, se não alegadas na primeira oportunidade (objeções); e as que não são de ordem pública, e que precluirão, se não alegadas (exceções).
O réu deverá apresentar, em sua defesa, tanto umas quanto outras. Mas com a ressalva de que uma omissão em relação às exceções as tornará preclusas, o que não ocorre com as objeções,que poderão ser alegadas mais tarde, pois poderiam até mesmo ser conhecidas de ofício. 
Espécies de defesa que poderão ser apresentadas
 As defesas podem ser classificadas em três categorias:
■ processuais, cujo acolhimento implique extinção do processo sem julgamento de mérito (por exemplo, a falta de condições da ação ou pressupostos processuais);
■ processuais, que não impliquem extinção do processo, mas a sua dilação (como a incompetência do juízo ou o impedimento do juiz, que, se acolhidos, determinarão a remessa dos autos a outro juízo ou juiz);
■ defesas substanciais ou de mérito.
Antes de apreciar as defesas de mérito, o juiz precisa examinar as processuais, por isso mesmo, chamadas preliminares.
Preliminares
O art. 337, do NCPC, enumera as preliminares, questões que devem ser apreciadas pelo juiz antes do passar ao exame do mérito. São as defesas de cunho processual.
O rol do art. 337 não é taxativo. Há outras defesas processuais que não foram mencionadas, como a falta do recolhimento de custas e o descumprimento do art. 486, do NCPC.
As preliminares, à exceção do compromisso arbitral, devem ser conhecidas pelo juiz de ofício. Por isso, não precluem, ainda que não alegadas na contestação.
O CPC de 2015 acrescenta, entre as matérias alegáveis por preliminar, a incompetência relativa, a incorreção do valor da causa, a falta de caução ou outra prestação que a lei exija como preliminar, e a indevida concessão do benefício da gratuidade da justiça.
Defesa substancial ou de mérito
Depois de arguir eventuais preliminares, o réu apresentará, na mesma peça, a sua defesa de fundo, de mérito, que pode ser de dois tipos: direta ou indireta.
A defesa direta é aquela que nega os fatos que o autor descreve na inicial, ou os efeitos que deles pretende retirar; a indireta é aquela em que o réu, embora não negando os fatos da inicial, apresenta outros que modifiquem, extingam ou impeçam os efeitos postulados pelo autor.
Por exemplo: em ação de indenização por acidente de trânsito, haverá defesa direta se o réu negar que houve o acidente, ou que ele ocorreu na forma descrita na petição inicial; haverá defesa indireta se o réu reconhecer que houve o fato na forma narrada, mas alegar que já pagou, que houve prescrição da pretensão indenizatória, ou que as partes já transigiram sobre a questão.
A alegação de prescrição e decadência deve preceder ao das demais defesas, pois, se acolhida, implicará a extinção do processo com julgamento de mérito, sem necessidade de apreciação das demais alegações. 
Impugnação específica e genérica
O réu tem o ônus de impugnar especificamente os fatos narrados na petição inicial, sob pena de presumirem-se verdadeiros. Cada fato constitutivo do direito do autor deve ser impugnado pelo réu. É o que dispõe o art. 341, do CPC: “Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas”.
Mas há exceções à regra do ônus da impugnação especificada. Os incisos I a III e parágrafo único do art. 341 estabelece que tal ônus não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao Ministério Público. Estes podem contestar por negativa geral, sem impugnar especificamente os fatos, tornando-os ainda assim controvertidos, sem presunção de veracidade.
Indicação de provas e documentos
O art. 336 NCPC determina que compete ao réu não só alegar todas as matérias de defesa, na contestação, mas ainda especificar as provas que pretende produzir. Trata-se de ônus equivalente ao imposto ao autor, na petição inicial.
Mas tem havido tolerância quanto ao cumprimento desse requisito, sobretudo porque, se o réu alega fatos impeditivos, extintivos ou modificativos do direito do autor, caberá a este oferecer réplica, e só então eles tornar-se-ão controvertidos. Seria temerário exigir do réu que, já na contestação, pudesse precisar todas as provas necessárias para a demonstração daquilo que alegou. Por isso, entende-se que a falta de protesto por provas não implica a perda de oportunidade para requerê-las posteriormente.
A contestação, tal como a inicial, deve vir acompanhada dos documentos essenciais que comprovem as alegações. Trata-se de exigência do art. 434, do NCPC que, no entanto, tem sido interpretado com largueza. O juiz não deixará de receber a contestação, nem mandará desentranhá-la se já juntada aos autos, apenas porque desacompanhada de documentos comprobatórios. Ela permanecerá nos autos, e os documentos poderão ser juntados posteriormente, desde que deles se dê ciência à parte contrária. Se não juntados, o juiz apenas considerará não provados os fatos, que por meio deles seriam demonstrados.
Defesas que podem ser apresentadas depois da contestação
O princípio da concentração da defesa exige do réu que alegue, na contestação, tudo aquilo que sirva para resistir à pretensão inicial. A contestação é o contraposto da petição inicial: nesta, o autor deve formular todos os pedidos e apresentar os respectivos fundamentos; naquela, o réu deve oferecer todas as defesas que tiver.
Mas o art. 342, do NCPC, apresenta algumas alegações que o réu pode apresentar a posteriori. São as relativas a direito superveniente e as que competir ao juiz conhecer de ofício.

Outros materiais