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Aula 5 Contexto historico da formacao da sociologia e da antropologia

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Aula 5 - Contexto histórico da formação da sociologia e da antropologia 
Introdução
A formação do pensamento sociológico e antropológico deu-se a partir da segunda metade do século XIX, em decorrência de uma série de transformações econômicas, sociais e políticas por que passou a Europa nesse período.
Apresentar e analisar as primeiras formulações dessas ciências, bem como demonstrar a influência dessas concepções na sociedade brasileira é o que se pretende nesta aula.
Revolução Industrial e neocolonialismo
O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVII na Europa, e pregava maior liberdade econômica e política. Foi apoiado pela burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns. Consistia em críticas ao Antigo Regime:
Iluminismo
"Defendia a liberdade econômica, ou seja, a economia sem a intervenção do Estado; o avanço da ciência e da razão e o predomínio da burguesia e seus ideias. No século XVIII, esta nova corrente de pensamento começou a tomar conta da Europa, defendendo novas formas de conceber o mundo, a sociedade e as instituições.
Tratou de aspectos filosóficos, políticos, sociais, econômicos e culturais. Este defendia o uso da razão como o melhor caminho para alcançar a liberdade, a autonomia e a emancipação."
Vários aspectos do Iluminismo preparam o surgimento das Ciências Sociais no século XIX. Este foi o fundamento filosófico da criação do Estado burguês, tal como foi promovido pela Revolução Francesa e pela Revolução Industrial. Essas revoluções formaram a base do Estado moderno. O desenvolvimento do pensamento científico propiciou a Revolução Industrial. Esta foi a transição para novos processos de manufaturas no final do século XVIII, primeiramente na Inglaterra.
No século XIX, a indústria cresceu e o capital financeiro se fortaleceu. O que desencadeou crises de superprodução, pois a produção não era acompanhada pelo consumo. A solução seria crescer para fora do continente europeu, o que foi denominado neocolonialismo ou imperialismo do século XIX.
Vários aspectos do Iluminismo preparam o surgimento das Ciências Sociais no século XIX. Este foi o fundamento filosófico da criação do Estado burguês, tal como foi promovido pela Revolução Francesa e pela Revolução Industrial. Essas revoluções formaram a base do Estado moderno. O desenvolvimento do pensamento científico propiciou a Revolução Industrial. Esta foi a transição para novos processos de manufaturas no final do século XVIII, primeiramente na Inglaterra.
No século XIX, a indústria cresceu e o capital financeiro se fortaleceu. O que desencadeou crises de superprodução, pois a produção não era acompanhada pelo consumo. A solução seria crescer para fora do continente europeu, o que foi denominado neocolonialismo ou imperialismo do século XIX.
No mapa, veremos como neocolonialismo se expandiu pelo mundo.
O Cientificismo
Darwinismo Social
Se o pensamento racional e científico parecia válido para explicar a natureza, intervir sobre ela e transformá-la, este poderia explicar também a sociedade vista como um elemento da natureza. O Darwinismo Social explica a sociedade como se ela fosse um objeto de estudo da natureza. O determinismo biológico e o determinismo geográfico foram explicações comumente utilizadas sobre a capacidade de cada individuo e cada sociedade.
Segundo o Darwinismo Social, as sociedades se modificam e se desenvolvem como os seres vivos. As transformações nas sociedades representam a passagem de um estágio inferior para outro superior, onde o organismo social se mostra mais evoluído, adaptado e complexo. Se na natureza a competição gera a sobrevivência do mais forte, também na sociedade favorece a sobrevivência de sociedade e indivíduos mais fortes e evoluídos.
As expressões: "luta pela existência" e "sobrevivência do mais apto", tomadas de Darwin, apoiaram o individualismo liberal e justificaram o lugar ocupado pelos bem-sucedidos nos negócios. Por outro lado, as sociedades foram divididas em raças superiores e inferiores, cabendo aos mais fortes dominar os mais fracos e, consequentemente, aos mais desenvolvidos levar o desenvolvimento aos não desenvolvidos. A civilização deveria ser levada a todos os homens.
Determinismo biológico
São as teorias que atribuem capacidades específicas inatas a "raças" ou a outros grupos humanos. Contudo, os antropólogos hoje em dia estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais.
Determinismo geográfico
O determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico como o clima, a altitude, a umidade do ar, entre outras variáveis do meio ambiente condicionam a cultura local e as diferenças culturais.
Darwinismo Social no Brasil
Conde de Gobineau
O conde de Gobineau tornou-se embaixador da França no Brasil entre 1869 e 1870. Para ele, a mestiçagem criava um povo degenerado, porque não conservaria, nas suas veias, o mesmo sangue original. E as sucessivas misturas teriam enfraquecido o seu valor. A apreciação das qualidades físicas ou morais dos brasileiros, para Gobineau, não poupava observações pejorativas. "A miscigenação havia resultado no Brasil em compleições raquíticas, que se nem sempre repugnantes, são sempre desagradáveis aos olhos".
A única relação que ele estabeleceu no Brasil foi com o D. Pedro II. A visão pessimista de Gobineau, em relação ao país, partia do pressuposto da inviabilidade de uma nação composta por raças mistas. As nações miscigenadas como o Brasil seriam instáveis, desequilibradas e decaídas. A degeneração, segundo ele, era inevitável e conduziria ao fim da existência do Brasil.
Conde de Gobineau
Nina Rodrigues
No final do século XIX, muitos intelectuais e pensadores, tais como Nina Rodrigues e Sílvio Romero, acabaram por adotar a tese da existência de uma raça superior. Defendiam o branqueamento da população como uma forma de superar a mistura de "cores" que caracteriza o povo brasileiro. A aplicação prática dessa concepção traduziu-se no incentivo à imigração maciça de trabalhadores europeus: italianos, alemães, espanhóis, poloneses, ucranianos, que, ao longo do tempo, branqueariam a sociedade do país.
O evolucionismo social
Os evolucionistas formaram a primeira escola antropológica, tendo como paradigma principal a sistematização do conhecimento acumulado sobre os "povos primitivos" e o predomínio do trabalho de gabinete.
A análise desses antropólogos era feita a partir dos relatos de viajantes e colonizadores que lhes chegavam às mãos.
Defendiam a ideia de que a história da Humanidade se dava através de um processo evolutivo que ia da selvageria à civilização, passando pela barbárie. Utilizavam o chamado método comparativo, em que tomavam como parâmetro a sociedade europeia do século XIX para descrever e classificar formas culturais de outros povos, em uma postura que, como vimos na aula 3, se mostrava extremamente etnocêntrica, tratando os povos não europeus como primitivos, exóticos e incivilizados.
O positivismo
Augusto Comte
O positivismo foi uma diretriz filosófica criada por Augusto Comte na segunda metade do século XIX. O tema central de sua obra é a Lei dos Três Estados, em que ele divide a evolução histórica e cultural da humanidade em três fases, de acordo com seu desenvolvimento; a classificação e a hierarquização das ciências, da mais simples até a mais complexa, que pra ele a ordem é necessária ao progresso; e a reforma da sociedade, com mudanças intelectuais, morais e políticas destinadas, principalmente, a restabelecer a ordem na sociedade capitalista industrial.
A hostilidade dirigida ao pensamento tradicional foi especialmente forte em Comte, que negava a possibilidade do conhecimento metafísico, que ele considerava ser estagnante e uma forma de pesquisa desnecessária. Ele exigia uma "sociocracia" dirigida por cientistas para a unificação, conformidade e progresso de toda a humanidade. Logo,o positivismo redefiniu o propósito da filosofia, limitando-a à análise e definição da linguagem científica.
Augusto Comte
Comte devotou-se à sociologia, uma palavra que ele elaborou para descrever a ciência da sociedade. Ele acreditava que sua principal contribuição era a teoria de que a humanidade passou por três estágios de desenvolvimento intelectual:
Na sua classificação das ciências os critérios eram a generalidade de cada ciência e a crescente complexidade das mesmas. A origem da menos complexa a mais complexa estabelecida pelo autor foi: Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia. Ao criar a Sociologia, Comte criava a ciência mais Positiva.
Os traços mais marcantes do positivismo são, certamente, a excessiva valorização das ciências e dos métodos científicos, a exaltação do homem e suas capacidades e o otimismo em relação ao desenvolvimento e progresso da humanidade.
Para reformar a sociedade, Comte propôs:
Atenção
Esta corrente filosófica foi muito influente no pensamento brasileiro. O movimento republicano, o lema da bandeira brasileira "ordem e progresso", a primeira constituição republicana de 1891, as leis trabalhistas, o governo militar e o ensino brasileiro.
Leia a citação a seguir:
Causar incômodos é intrínseco à verdade (O Globo, 2/5/2008)
O coordenador do curso de medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA) atribuiu aos alunos a responsabilidade pela nota baixa que o curso atingiu no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2007. O curso integra a lista de 17 instituições do país que serão supervisionadas pelo Ministério da Educação (MEC).
Na opinião do coordenador, o professor Antonio Natalino Manta Dantas, o resultado ruim é por causa do “baixo QI [coeficiente de inteligência] dos alunos”.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo desta quarta-feira (30), Dantas, que é baiano, disse também que:
- “O baiano toca berimbau porque só tem uma corda. Se tivesse mais [cordas], não conseguiria”.
Procurado pelo G1, o coordenador reafirmou as declarações sobre o desempenho dos estudantes.
- “O QI dos alunos de medicina é baixo sim. Como vou dizer que eles têm QI alto se eles foram mal em uma prova que o resto do Brasil foi bem? Que eu saiba, não houve boicote à prova do Enade. Então eles [os alunos] mesmos se submeteram à vergonha nacional”, diz o professor Dantas.
Questionado sobre quais medidas pretende tomar a partir de agora, o coordenador do curso foi enfático:
- “O que a gente pode fazer para melhorar a capacidade cognitiva das pessoas? Não tenho como mudar a genética. A prova do Enade não foi ruim. Ruins são os nossos alunos”, diz o coordenador, que acrescenta que os estudantes do curso de direito da UFBA tiraram nota 5 (nota máxima) no Enade de 2006. “Realmente eu não entendo por que os alunos de medicina não conseguem esse desempenho”, diz.
Agora, responda: O coordenador do curso de medicina da UFBA estaria se inspirando nas concepções do Darwinismo social para explicar as diferenças cognitivas entre os estudantes? Justifique.
Gabarito
Sim, porque trabalha com a ideia de superioridade intelectual baseada em critérios biológicos, atribuindo à composição genética dos baianos uma suposta inferioridade intelectual.
Resumo do conteúdo
O contexto do surgimento das primeiras correntes sócio-antropológicas no século XIX;
As principais características do Darwinismo Social, do Evolucionismo Social e do Positivismo;
A importância e influência do pensamento positivista no Brasil.
Próximos passos
Fatos sociais: a análise durkheimiana;
Consciência individual e consciência coletiva;
Normalidade, patologia e anomia;
Divisão social do trabalho e formas de solidariedade social.
Explore +
• Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Se ainda tiver alguma dúvida, fale com seu professor online, utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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