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CASO TUSKEGEE E OS PRINCÍPIOS BIOÉTICOS 
	O caso Tuskegee de sífilis não tratada em homens negros, enredo do filme exposto em sala de aula - "Cobaias" -, foi um marco histórico e decisivo, acontecido nos Estados Unidos de 1932 à 1972, para a estruturação da bioética, uma vez que, em 1978, o Relatório Belmont e seus quatro princípios foram publicados. Esses princípios eram: autonomia, beneficência, justiça e não maleficência. 
	O filme "Cobaias" pode ser entendido com uma maneira de tornar mais público esse acontecimento e mantém-se muito fiel aos fatos, ainda que conte a história de maneira romantizada e eufemizada. 
	Para melhor compreensão do caso Tuskegee deve-se estar atento ao contexto de desigualdade. Tal desigualdade está presente no âmbito social, percebido no filme com os donos de fazendas e os agricultores, os ricos e os pobres, respectivamente, desigualdade racial e por fim, de acesso aos bens de consumo e serviços, como o serviço de saúde, por exemplo. 
	Não foi dito aos participantes do estudo de Tuskegee que eles tinham sífilis, nem das consequências desta patologia. O diagnóstico dado era de “sangue ruim”. Durante o estudo, eles foram induzidos a acreditar que estavam recebendo tratamento adequado além de uma assistência social que diz respeito à diálogo, visitas, medicamentos e exames, alimentação, seguro funerário, etc. Quando alguns reclamavam que o tratamento não estava surtindo efeito ou relatavam dores, eram lembrados que o governo estava preocupada com a população local e que investiam tanto financeiramente como estruturalmente no estudo. 
	A autonomia foi lesada pela falta de um procedimento de obtenção do consentimento livre e esclarecido, juntamente à ausência de ponderação entre riscos e benefícios e ao desacerto quanto a seleção dos sujeitos, objetos da pesquisa, no caso. O autogoverno dos doentes está intimamente relacionado ao saber sobre o que se trata o estudo, estar ciente da pesquisa, sua finalidade e riscos. Reconhece-se aos doentes a capacidade de estarem cientes para aceitarem os procedimentos e atitudes médicas, o que não foi cumprido durante a pesquisa de sífilis no estado do Alabama, nos Estados Unidos, por quase quarenta anos.
	A justiça é um dos aspectos, sob nosso olhar, mais feridos durante o estudo, já que os negros foram submetidos a procedimentos invasivos de alta periculosidade, receberam placebo quando existia tratamento disponível, foram estudados mesmo após a sua morte e receberam incentivos para continuar no estudo. Somado à todo esse cenário, a igualdade de acesso à participação nos estudos e distribuição dos resultados aconteceu de maneira desigual e injusta, pois todos deveriam ter acesso aos resultados da pesquisa. 
	A participação no projeto era acompanhada de apoio médico, refeição quente no dia dos exames e o pagamento das despesas com o funeral, eventualmente. Esses aspectos da pesquisa podem ser compreendidos como beneficentes aos negros envolvidos no estudo, devido ao contexto deles e da época, de pobreza e exclusão social. Entretanto, o princípio da beneficência defende o agir em benefício dos outros, o não causar o mal do doente ou a obrigação de maximizar-lhe os benefícios possíveis. A não maleficência, o princípio do não ferir alguém através do modus operandi da profissão médica ou a obrigação de não infligir dano intencional, é cumprida, via de regra, durante a pesquisa
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. SCHRAMM, Fermin Roland; PALACIOS, Marisa  and  REGO, Sergio. O modelo bioético principialista para a análise da moralidade da pesquisa científica envolvendo seres humanos ainda é satisfatório?. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2008, vol.13, n.2 [cited  2014-09-04], pp. 361-370 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232008000200011&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1413-8123.  http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232008000200011.
2. O Caso Tuskegee: 
quando a ciência se torna eticamente inadequada. Prof. José Roberto Goldim Disponível em: <http://www.ufrgs.br/bioetica/tueke2.htm> set-2014. E <http://www.ufrgs.br/bioetica/tuekegee.htm>.

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