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alexandre salim direito penal parte especial

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DIREITO PENAL 
PARTE ESPECIAL
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica 
 
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Penal Parte Especial 
 
São Paulo 
2018
 
 
 
FICHA TÉCNICA 
Prof. José Fernando Pinto da Costa 
Presidência da Mantenedora 
 
Prof. José Fernando Pinto da Costa 
Reitoria 
 
Sthefano Bruno Pinto da Costa 
CEO 
 
Profa. Ms. Patrícia Paiva Goncalves Bispo 
Diretoria de EaD 
 
Ana Cristina Francisca de Jesus 
Coordenadora de Projetos EaD 
 
Felipe Galesi Raimo 
Coordenador AVA 
 
Priscila Corrêa Dias 
Analista de Conteúdo EaD 
 
Rogério Batista Furtado 
Web Designer 
 
Alexandre Salim 
Autoria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. AULA 1 – HOMICÍDIO ................................................................................................................. 9 
1.1. Homicídio simples (art. 121, caput, do CP) ....................................................................... 9 
1.2. Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º, do CP) ................................................................... 9 
1.3. Homicídio qualificado (art. 121, § 2º, do CP) ................................................................... 9 
1.4. Homicídio culposo (art. 121, § 3º, do CP) ......................................................................... 9 
1.5. Homicídio majorado (art. 121, §§ 4º, 6º e 7º, do CP) .................................................... 10 
2. AULA 2 – DEMAIS CRIMES CONTRA A VIDA – LESÃO CORPORAL ..................................... 11 
2.1. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio (art. 122 do CP) ..................................... 11 
2.2. Infanticídio (art. 123 do CP) ............................................................................................. 11 
2.3. Aborto (arts. 124 a 128 do CP) ........................................................................................ 11 
2.4. Lesão corporal (art. 129 do CP) ....................................................................................... 12 
3. AULA 3 – CRIMES CONTRA A HONRA .................................................................................... 13 
3.1. Honra ................................................................................................................................. 13 
3.2. Crimes formais .................................................................................................................. 13 
3.3. Consumação e tentativa ................................................................................................... 13 
3.4. Calúnia (art. 138 do CP) ................................................................................................... 13 
3.5. Difamação (art. 139 do CP) .............................................................................................. 13 
3.6. Injúria (art. 140 do CP) ...................................................................................................... 14 
3.7. Ação penal (art. 145 do CP) ............................................................................................. 14 
4. AULA 4 – CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL - FURTO ............................................. 15 
4.1. Constrangimento ilegal (art. 146 do CP) ......................................................................... 15 
4.2. Ameaça (art. 147 do CP) .................................................................................................. 15 
4.3. Sequestro e cárcere privado (art. 148 do CP) ................................................................. 15 
4.4. Redução a condição análoga à de escravo (art. 149 do CP) ......................................... 15 
4.5. Tráfico de pessoas (art. 149-A do CP) ............................................................................ 15 
4.6. Furto (art. 155 do CP) ....................................................................................................... 16 
5. AULA 5 – ROUBO - EXTORSÃO, DANO E APROPRIAÇÃO INDÉBITA ..................................... 18 
5.1. Roubo (art. 157 do CP) ..................................................................................................... 18 
5.2. Extorsão (art. 158 do CP) ................................................................................................. 19 
5.3. Extorsão mediante sequestro (art. 159 do CP) .............................................................. 19 
5.4. Dano (art. 163 do CP) ....................................................................................................... 19 
5.5. Apropriação indébita (art. 168 do CP) ............................................................................. 19 
 
 
 
 
 
 
6. AULA 6 – ESTELIONATO, RECEPÇÃO E IMUNIDADES PENAIS - ESTRUTO ......................... 20 
6.1. Estelionato (art. 171 do CP) ............................................................................................. 20 
6.2. Receptação (art. 181 do CP) ............................................................................................ 20 
6.3. Imunidades penais ............................................................................................................ 20 
6.4. Estupro (art. 213 do CP) ................................................................................................... 21 
7. AULA 7 – DEMAIS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL CRIMES SEXUAIS CONTRA 
VULNERÁVEL ................................................................................................................................. 22 
7.1. Violação sexual mediante fraude (art. 215 do CP) ......................................................... 22 
7.2. Assédio sexual (art. 216-A do CP) ................................................................................... 22 
7.3. Estupro de vulnerável (art. 217-A do CP) ........................................................................ 22 
7.4. Corrupção de menores (art. 218 do CP) ......................................................................... 23 
7.5. Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 218-A do 
CP) ............................................................................................................................................. 23 
7.6. Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou 
adolescente ou de vulnerável (art. 218-B do CP) ................................................................... 23 
8. AULA 8 – ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA - MOEDA FALSA - FALSIDADE DOCUMENTAL ......... 25 
8.1. Associação criminosa (art. 288 do CP) .......................................................................... 25 
8.2. Moeda falsa (art. 289 do CP) ........................................................................................... 25 
8.3. Falsificação de documento público (art. 297 do CP) ..................................................... 25 
8.4. Falsificação de documento particular (art. 298 do CP) ................................................. 26 
8.5. Falsidade ideológica ou intelectual (art. 299 do CP) ..................................................... 26 
8.6. Uso de documento falso (art. 304 do CP) ....................................................................... 26 
9. AULA 9 – FALSA IDENTIDADE - TEORIA GERAL DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA ......................................................................................................................................... 27 
9.1. Falsa identidade (art. 307 do CP) .................................................................................... 27 
9.2. Teoria geral dos crimescontra a Administração Pública .............................................. 27 
10. AULA 10 – CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL ....................................................................................................... 29 
10.1. Peculato (art. 312 do CP) ............................................................................................... 29 
10.2. Concussão (art. 316 do CP) ........................................................................................... 29 
10.3. Corrupção passiva (art. 317 do CP) .............................................................................. 30 
10.4. Prevaricação (art. 319 do CP) ........................................................................................ 30 
 
 
 
 
 
 
 10.5. Advocacia administrativa (art. 321 do CP) ................................................................... 30 
11. AULA 11 – CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM 
GERAL ............................................................................................................................................ 32 
11.1. Resistência (art. 329 do CP) .......................................................................................... 32 
11.2. Desobediência (art. 330 do CP) ..................................................................................... 32 
11.3. Desacato (art. 331 do CP) .............................................................................................. 32 
11.4. Corrupção ativa (art. 333 do CP) ................................................................................... 33 
11.5. Descaminho (art. 334 do CP) ......................................................................................... 33 
11.6. Contrabando (art. 334-A do CP) .................................................................................... 34 
12. AULA 12 – CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA ........................................ 35 
12.1. Denunciação caluniosa (art. 339 do CP) ....................................................................... 35 
12.2. Comunicação falsa de crime ou de contravenção (art. 340 do CP) ........................... 35 
12.3. Autoacusação falsa (art. 341 do CP) ............................................................................ 35 
12.4. Falso testemunho ou falsa perícia (art. 342 do CP) .................................................... 36 
12.5. Exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 do CP) ............................................ 36 
12.6. Favorecimento pessoal (art. 348 do CP) ...................................................................... 36 
12.7. Favorecimento real (art. 349 do CP) ............................................................................. 37 
 
8 
 
 
 
9 
 
1. AULA 1 – HOMICÍDIO 
1.1. Homicídio simples (art. 121, caput, do CP) 
 Só é crime hediondo em uma única hipótese: quando praticado em atividade típica 
de grupo de extermínio, ainda que praticado por um só agente (art. 1º, I, da Lei 
8.072/90). 
 
1.2. Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º, do CP) 
 Privilegiadoras: a) motivo de relevante valor social; b) motivo de relevante valor 
moral; e c) domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da 
vítima (homicídio emocional). 
 Não é crime hediondo. 
 
1.3. Homicídio qualificado (art. 121, § 2º, do CP) 
 As qualificadoras dos incisos III (meios de execução) e IV (modos de execução) 
têm natureza objetiva. As demais, conforme prevalece, têm natureza subjetiva. 
 É sempre crime hediondo (art. 1º, I, da Lei 8.072/90). 
 Homicídio qualificado-privilegiado: a) é possível, desde que a qualificadora seja 
objetiva; b) não é crime hediondo. 
 
1.4. Homicídio culposo (art. 121, § 3º, do CP) 
 Coetido por imprudência, negligência ou imperícia. 
 Se for praticado na direção de veículo automotor, incide o art. 302 do CTB (Lei 
9.503/97). 
 Perdão judicial: art. 121, § 5º, do CP. 
 
 
 
10 
 
1.5. Homicídio majorado (art. 121, §§ 4º, 6º e 7º, do CP) 
 Tratam-se de causas de aumento de pena que incidem na 3ª fase do critério 
trifásico de fixação da pena privativa de liberdade. 
 
 
11 
 
2. AULA 2 – DEMAIS CRIMES CONTRA A VIDA – LESÃO CORPORAL 
2.1. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio (art. 122 do CP) 
 Pune-se quem convence ou ajuda outrem a se matar. 
 A conduta do autor só é punível se a vítima morrer ou restar com lesão corporal 
de natureza grave. 
 Posição dominante: se a vítima restar com lesão leve, o fato é atípico. Conforme 
prevalece, não cabe tentativa. 
 
2.2. Infanticídio (art. 123 do CP) 
 Trata-se de crime próprio. 
 Se a mãe, influenciada pelo estado puerperal, matar outra criança achando que é 
o próprio filho, ainda assim responderá por infanticídio, em face da tese do erro 
sobre a pessoa (art. 20, § 3º, do CP). 
 
2.3. Aborto (arts. 124 a 128 do CP) 
 Crime do art. 124 do CP: “Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem 
lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos”. 
 Crime do art. 125 do CP: “Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de três a dez anos”. 
 Crime do art. 126 do CP: “Provocar aborto com o consentimento da gestante: Pena 
- reclusão, de um a quatro anos”. 
 Hipóteses permitidas (art. 128 do CP): “Não se pune o aborto praticado por 
médico: I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II - se a gravidez 
resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, 
quando incapaz, de seu representante legal”. 
 Aborto de feto anencéfalo: o STF disse que não há crime (Pleno, ADPF 54, j. 
12/04/2012). 
 Aborto no 1º trimestre de gestão: no HC nº 124.306, julgado em 29/11/2016, a 1ª 
Turma do STF conferiu “interpretação conforme a Constituição aos arts. 124 e 126 
 
12 
 
do Código Penal, para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária 
da gestação efetivada no primeiro trimestre”. Isso porque “a criminalização, nessa 
hipótese, viola diversos direitos fundamentais da mulher, bem como o princípio da 
proporcionalidade”. 
 
2.4. Lesão corporal (art. 129 do CP) 
 Forma simples: caput (necessidade de representação, conforme art. 88 da Lei 
9.099/95). 
 Forma grave: § 1º. 
 Forma gravíssima: § 2º. 
 Seguida de morte: § 3º (trata-se de crime preterdoloso). 
 Forma culposa: § 6º (necessidade de representação, conforme art. 88 da Lei 
9.099/95). 
 Perdão judicial: § 8º (apenas para a lesão culposa). 
 Violência doméstica: § 9º. 
 Súmulas relacionadas à Lei Maria da Penha: 
 Súmula 536 do STJ: “A suspensão condicional do processo e a transação 
penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da 
Penha”. 
 Súmula 542 do STJ: “A ação penal relativa ao crime de lesão corporal 
resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada”. 
 Súmula 589 do STJ: “É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou 
contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações 
domésticas”. 
 
 
13 
 
3. AULA 3 – CRIMES CONTRA A HONRA 
3.1. Honra 
 Objetiva ou externa: é aquilo que os outros pensam de mim. Os crimes de calúnia 
e difamação ofendem a honra objetiva. 
 Subjetiva ou interna: é aquilo que eu penso de mim mesmo. O crime de injúria 
ofende a honra subjetiva. 
 
3.2. Crimes formais 
 A consumação ocorre independentemente do resultado naturalístico. 
 Assim, poderá haver o crime mesmo que a vítima não se sinta ofendida. 
 
3.3. Consumação e tentativa 
 A calúnia e a difamação se consumam no momento em que umaterceira pessoa, 
que não a vítima, toma conhecimento da ofensa. 
 A injúria se consuma quando a própria vítima toma conhecimento da ofensa. 
 A tentativa somente é possível na modalidade plurissubsistente. Ex.: quando o 
crime é praticado por escrito. 
 
3.4. Calúnia (art. 138 do CP) 
 Imputar à vítima fato falso definido como crime. 
 É punível a calúnia contra os mortos. 
 Em regra admite exceção da verdade, menos nas três hipóteses do § 3º do art. 
138 do Código Penal. 
 
3.5. Difamação (art. 139 do CP) 
 Imputar à vítima fato ofensivo à reputação. 
 
14 
 
 Só cabe exceção da verdade na hipótese do parágrafo único do art. 139 do Código 
Penal. 
 
3.6. Injúria (art. 140 do CP) 
 Ofender a dignidade ou o decoro da vítima. Não se imputa fato, mas sim se atribui 
qualidade negativa ao ofendido. 
 Perdão judicial: § 1º 
 Injúria real: § 2º 
 Injúria racial ou preconceituosa: § 3º 
 
3.7. Ação penal (art. 145 do CP) 
 Regra: ação penal privada. 
 Exceções: a) injúria real com violência: ação penal pública incondicionada; b) 
vítima Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro: ação penal 
pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça; c) vítima funcionário 
público e ofensa relativa às funções: ação penal pública condicionada à 
representação (CP) ou privada (STF, Súmula 714); d) injúria racial ou 
preconceituosa: ação penal pública condicionada à representação da vítima. 
 Súmula 714 do STF: “É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, 
e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação 
penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas 
funções”. 
 
 
15 
 
4. AULA 4 – CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL - FURTO 
4.1. Constrangimento ilegal (art. 146 do CP) 
 Crime material. 
 A pretensão do autor é ilegítima. 
 Ação penal pública incondicionada. 
 
4.2. Ameaça (art. 147 do CP) 
 Crime formal. 
 Pode ser praticado por qualquer meio de execução. 
 Ação penal pública condicionada à representação da vítima. 
 
4.3. Sequestro e cárcere privado (art. 148 do CP) 
 Sequestro: é o gênero; a vítima não é confinada. 
 Cárcere privado: é a espécie; a vítima é confinada. 
 Crime permanente. 
 Ação penal pública incondicionada. 
 
4.4. Redução a condição análoga à de escravo (art. 149 do CP) 
 Competência da Justiça Federal (STF) 
 Bens jurídicos tutelados: liberdade individual, organização do trabalho, dignidade 
da pessoa humana. 
 Ação penal pública incondicionada. 
 
4.5. Tráfico de pessoas (art. 149-A do CP) 
 Revogação dos arts. 231 e 231-A do CP 
 
16 
 
 Verbos nucleares: agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar 
e acolher. 
 Meios de execução: grave ameaça, violência, coação, fraude e abuso. 
 Tipo subjetivo especial: remoção de órgãos, tecidos ou partes do corpo; 
submissão a trabalho em condições análogas à de escravo; submissão a qualquer 
tipo de servidão; adoção ilegal; exploração sexual. 
 Causa de aumento de pena (§ 1º): se o crime for cometido por funcionário público 
no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las; se o crime for cometido 
contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência; se o agente se 
prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de 
hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade 
hierárquica inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; se a vítima do 
tráfico de pessoas for retirada do território nacional. 
 Causa de diminuição de pena (§ 2º): a pena é reduzida de um a dois terços se o 
agente for primário e não integrar organização criminosa. 
 
4.6. Furto (art. 155 do CP) 
 Consumação: teoria da amotio ou apprehensio. Conforme o STJ: “Consuma-se o 
crime de furto com a posse de fato da res furtiva, ainda que por breve espaço de 
tempo e seguida de perseguição ao agente, sendo prescindível a posse mansa e 
pacífica ou desvigiada” (Recurso Repetitivo, 3ª Seção, REsp 1524450, j. 
14/10/2015). 
 Vigilância eletrônica: “Sistema de vigilância realizado por monitoramento 
eletrônico ou por existência de segurança no interior de estabelecimento 
comercial, por si só, não torna impossível a configuração do crime de furto” 
(Súmula 567 do STJ). 
 Forma simples: caput. 
 Forma majorada: § 1º. 
 Forma privilegiada: § 2º. 
 Furto qualificado-privilegiado: admissível, desde que a qualificadora seja objetiva. 
Nesse sentido: “É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 
155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a 
 
17 
 
primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem 
objetiva” (Súmula 511 do STJ). 
 Forma qualificada: § 4º. 
 Súmula 442 do STJ: “É inadmissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de 
agentes, a majorante do roubo”. 
 Furto de animal (§ 6º): “A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a 
subtração for de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou 
dividido em partes no local da subtração”. 
 
 
18 
 
 
5. AULA 5 – ROUBO - EXTORSÃO, DANO E APROPRIAÇÃO INDÉBITA 
5.1. Roubo (art. 157 do CP) 
 Roubo próprio (caput): “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, 
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer 
meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez 
anos, e multa”. 
 Roubo impróprio (§ 1º): “Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída 
a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a 
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro”. 
 Roubo majorado ou circunstanciado (§ 2º): a pena aumenta-se de um terço até 
metade: I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o 
concurso de duas ou mais pessoas; III - se a vítima está em serviço de transporte 
de valores e o agente conhece tal circunstância; IV - se a subtração for de veículo 
automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior; V - 
se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. 
 Súmula 443 do STJ: “O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime 
de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente 
para a sua exasperação a mera indicação do número de majorantes”. 
 Cancelamento da Súmula 174 do STJ: “No crime de roubo, a intimidação feita com 
arma de brinquedo autoriza o aumento da pena”. 
 Roubo qualificado (§ 3º): “Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de 
reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 
vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa”. 
 Súmula 603 do STF: “A competência para o processo e julgamento de latrocínio é 
do Juiz singular e não do Tribunal do Júri”. 
 Súmula 610 do STF: “Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, 
ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima”. 
 O latrocínio é crime hediondo (art. 1º, II, da Lei 8.072/90). 
 
 
 
 
19 
 
5.2. Extorsão (art. 158 do CP) 
 Crime formal. 
 Súmula 96 do STJ: “O crime de extorsão consuma-se independentemente da 
obtenção da vantagem indevida”. 
 A extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º, do CP) é crime hediondo (art. 1º, 
III, da Lei 8.072/90). 
 
5.3. Extorsão mediante sequestro (art. 159 do CP) 
 É sempre crime hediondo (art. 1º, IV, da Lei 8.072/90), ainda que não haja a morte 
da vítima. 
 É crime formal e permanente. 
 É possível a colaboração premiada(§ 4º do art. 159 do Código Penal). 
 
5.4. Dano (art. 163 do CP) 
 No Código Penal é sempre um crime doloso. 
 Há crime de dano culposo no Código Penal Militar e na Lei dos Crimes Ambientais 
(art. 62, parágrafo único, da Lei 9.605/98). 
 Na forma básica (caput) e no inciso IV do parágrafo único, a ação penal é privada 
(art. 167 do CP). 
 A Lei 13.531/2017 deu a seguinte redação ao inciso III do parágrafo único do art. 
163 do CP: “contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de 
Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de 
economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos”. 
 
5.5. Apropriação indébita (art. 168 do CP) 
 Exige dolo genérico e específico (elemento subjetivo especial). 
 A intenção de se apropriar de forma definitiva da coisa surge após a posse ou a 
detenção. Se existir antes, poderá caracterizar estelionato. 
 
20 
 
 
6. AULA 6 – ESTELIONATO, RECEPÇÃO E IMUNIDADES PENAIS - 
ESTRUTO 
6.1. Estelionato (art. 171 do CP) 
 Consumação: no momento em que o agente obtém a vantagem ilícita em prejuízo 
alheio. Ou seja, exige-se um duplo resultado. 
 Estelionato privilegiado: §1º. 
 Formas equiparadas: § 2º. 
 Fraude no pagamento por meio de cheque: art. 171, § 2º, VI, do CP. 
 Competência: lugar da recusa do pagamento (Súmula 521 do STF e Súmula 244 
do STJ). 
 Reparação do dano: “O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, 
após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal” 
(Súmula 554 do STF). 
 Estelionato contra idoso: pena em dobro (§ 4º). 
 
6.2. Receptação (art. 181 do CP) 
 Forma simples: caput. 
 Forma qualificada: § 1º. 
 Forma culposa: § 3º. 
 Receptação de animal: art. 180-A do CP. 
 
6.3. Imunidades penais 
 Imunidade absoluta ou escusa absolutória (art. 181 do CP): “É isento de pena 
quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do 
cônjuge, na constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou descendente, 
seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural”. 
 
21 
 
 Imunidade relativa (art. 182 do CP): “Somente se procede mediante representação, 
se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo: I - do cônjuge desquitado 
ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou 
sobrinho, com quem o agente coabita”. 
 Exclusão das imunidades (art. 183 do CP): “Não se aplica o disposto nos dois 
artigos anteriores: I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando 
haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II - ao estranho que participa 
do crime; III - se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 
60 (sessenta) anos”. 
 
6.4. Estupro (art. 213 do CP) 
 Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal 
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. 
 Tipo misto alternativo. 
 Não houve abolitio criminis do antigo delito de atentado violento ao pudor (art. 214 
do CP, hoje revogado). Atualmente, a conduta configura estupro. 
 Contemplação lasciva: de acordo com o STJ (REsp 1640087, DJe 01/02/2017), 
pode configurar estupro. 
 Formas qualificadas: a) se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou 
se a vítima é menor de 18 ou maior de 14 anos (§ 1º); b) se da conduta resulta 
morte (§ 2º). 
 Ação penal (art. 225 do CP): regra geral é pública condicionada à representação. 
Se a vítima for menor de 18 anos, será pública incondicionada. 
 É crime hediondo (art. 1º, V, da Lei 8.072/90). 
 
22 
 
7. AULA 7 – DEMAIS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL CRIMES 
SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 
7.1. Violação sexual mediante fraude (art. 215 do CP) 
 Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude 
ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. 
 No estupro, o meio de execução é a violência ou grave ameaça; no crime do art. 
215 do CP, o meio de execução é a fraude. Ex.: médico ginecologista que, sob o 
pretexto de fazer um exame médico, introduz de forma libidinosa o dedo na vagina 
da paciente. 
 Crime material: consuma-se com a conjunção carnal ou o ato libidinoso. 
 
7.2. Assédio sexual (art. 216-A do CP) 
 Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, 
prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência 
inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. 
 Crime formal: consuma-se independentemente da conjunção carnal ou do ato 
libidinoso. 
 Na relação professor/aluno ou líder religioso/fiel não haverá o crime de assédio 
sexual, uma vez que inexiste exercício de emprego, cargo ou função. 
 
7.3. Estupro de vulnerável (art. 217-A do CP) 
 Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos. 
 Contemplação lasciva: de acordo com o STJ (REsp 1640087, DJe 01/02/2017), 
pode configurar estupro de vulnerável. 
 Vulnerável: a) menor de 14 anos; b) quem, por enfermidade ou deficiência mental, 
não tem o necessário discernimento para a prática do ato; c) quem, por qualquer 
outra causa, não pode oferecer resistência. 
 Vítima menor de 14 anos: presunção absoluta de vulnerabilidade. Nesse sentido 
a Súmula 593 do STJ: “O crime de estupro de vulnerável se configura com a 
 
23 
 
conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo 
irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência 
sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente”. 
 Ação penal (art. 225 do CP): pública incondicionada. 
 Crime hediondo: art. 1º, VI, da Lei 8.072/90. 
 
7.4. Corrupção de menores (art. 218 do CP) 
 Induzir alguém menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem. 
 “A” induz o menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de “B”. Caso “B” venha a ter 
conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com o menor de 14 anos, haverá 
estupro de vulnerável (para “B”). 
 
7.5. Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (art. 
218-A do CP) 
 Praticar, na presença de alguém menor de 14 anos, ou induzi-lo a presenciar, 
conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de 
outrem. 
 Exige dolo específico: “a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem”. 
 
7.6. Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de 
criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B do CP) 
 Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual 
alguém menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem 
o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar 
que a abandone. 
 Formas equiparadas (§ 2º): incorre nas mesmas penas: I - quem pratica conjunção 
carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 
(catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; II - o proprietário, o 
 
24 
 
gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no 
caput deste artigo. 
 Efeito da condenação (§ 3º): na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito 
obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de 
funcionamento do estabelecimento. 
 Trata-se de crime hediondo: art. 1º, VIII, da Lei 8.072/90. 
 
 
25 
 
8. AULA 8 – ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA - MOEDA FALSA - FALSIDADE 
DOCUMENTAL 
8.1. Associação criminosa (art. 288 do CP) 
 Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes. 
 Pressupõe estabilidadee permanência da associação. Caso contrário haverá 
mero concurso eventual de pessoas. 
 Forma majorada (parágrafo único): a pena aumenta-se até a metade se a 
associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. 
 
8.2. Moeda falsa (art. 289 do CP) 
 Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso 
legal no país ou no estrangeiro. 
 Forma equiparada (§ 1º): nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou 
alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou 
introduz na circulação moeda falsa. 
 Forma privilegiada (§ 2º): quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, 
moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é 
punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 Princípio da insignificância: não incide no crime de moeda falsa. 
 
8.3. Falsificação de documento público (art. 297 do CP) 
 Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público 
verdadeiro. 
 Documento público: é o elaborado por funcionário público competente. 
 Documento público por equiparação (§ 2º): para os efeitos penais, equiparam-se 
a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou 
transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis 
e o testamento particular. 
 
26 
 
 Súmula 17 do STJ: “Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais 
potencialidade lesiva, é por este absorvido”. 
 
8.4. Falsificação de documento particular (art. 298 do CP) 
 Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento 
particular verdadeiro. 
 Documento particular: é todo aquele que não é público ou mesmo público por 
equiparação. 
 Documento particular por equiparação (parágrafo único): para fins do disposto no 
caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. 
 
8.5. Falsidade ideológica ou intelectual (art. 299 do CP) 
 Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou 
nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, 
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato 
juridicamente relevante. 
 Na falsidade material (art. 297 ou art. 298) o vício está na forma do documento; 
na falsidade ideológica (art. 299) o vício está no conteúdo do documento. 
 
8.6. Uso de documento falso (art. 304 do CP) 
 Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os 
arts. 297 a 302. 
 Norma penal em branco heterogênea e ao avesso. 
 Haverá o crime mesmo que a apresentação do documento falso se dê por 
exigência da autoridade. 
 Competência: “A competência para processar e julgar o crime de uso de 
documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado 
o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor” (Súmula 
546 do STJ). 
 
27 
 
9. AULA 9 – FALSA IDENTIDADE - TEORIA GERAL DOS CRIMES 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
9.1. Falsa identidade (art. 307 do CP) 
 Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito 
próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem. 
 Necessita de dolo específico (“para obter vantagem, em proveito próprio ou 
alheio” ou “para causar dano a outrem”). 
 Mentir o nome na Delegacia de Polícia para ocultar maus antecedentes: configura 
o crime. Nesse sentido: “A conduta de atribuir-se falsa identidade perante 
autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa” 
(Súmula 522 do STJ). 
 
9.2. Teoria geral dos crimes contra a Administração Pública 
 Sistematização no Código Penal: a) crimes praticados por funcionário público 
contra a Administração em geral; b) crimes praticados por particular contra a 
Administração em geral; c) crimes praticados por particular contra a 
Administração Pública estrangeira; d) crimes contra a Administração da Justiça; 
e) crimes contra as Finanças Públicas. 
 Crimes funcionais próprios: sem a elementar “funcionário público”, eles 
desaparecem. 
 Crimes funcionais impróprios: sem a elementar “funcionário público”, eles se 
transformam em outros delitos. 
 Conceito de funcionário público (art. 327 do CP): “Considera-se funcionário 
público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem 
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º. Equipara-se a 
funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade 
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou 
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública”. 
 
28 
 
 Concurso de pessoas: a elementar “funcionário público” se comunica ao particular 
que concorre para a prática do crime (art. 30 do CP), desde que este conheça a 
condição funcional do outro agente. 
 Efeito da condenação: a perda do cargo (art. 92, I, do CP) não é efeito automático 
da condenação (parágrafo único do art. 92 do CP). Há exceção nas Lei de Tortura 
(Lei 9.455/97) e do Crime Organizado (Lei 12.850/13). 
 Progressão de regime: “O condenado por crime contra a administração pública 
terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação 
do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os 
acréscimos legais” (art. 33, § 4º, do CP). Os demais requisitos do art. 112 da LEP 
também são necessários. 
 
 
 
29 
 
10. AULA 10 – CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO 
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
10.1. Peculato (art. 312 do CP) 
 Crime próprio. 
 Peculato-apropriação e peculato-desvio: art. 312, caput, do CP. O objeto do crime 
pode ser tanto o bem público quanto o bem particular (neste último caso, somente 
quando estiver sob o domínio da Administração Pública). 
 Peculato-furto: art. 312, § 1º, do CP. O agente tem que se valer de facilidade que 
lhe proporciona a qualidade de funcionário. 
 Peculato culposo: art. 312, § 2º, do CP. O agente concorre culposamente para o 
crime de outrem. Ex.: aproveitando-se que o vigia da sua repartição pública dormiu 
em serviço, funcionário pratica o furto. 
 Reparação do dano no peculato culposo: art. 312, § 3º, do CP. A reparação do 
dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, 
reduz de metade a pena imposta. 
 Princípio da insignificância: prevalece que não incide. Nesse sentido: “O princípio 
da insignificância é inaplicável aos crimes contra a administração pública” 
(Súmula 599 do STJ). 
 
10.2. Concussão (art. 316 do CP) 
 Crime próprio. 
 Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função 
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. 
 Mera solicitação de propina: não caracteriza concussão, mas corrupção passiva 
(art. 317 do CP). 
 Nexo funcional: a exigência deve ocorrer em razão da função pública exercida pelo 
sujeito ativo. 
 Se houver emprego de violência ou grave ameaça, caracteriza extorsão (art. 158 
do CP). 
 
30 
 
 Crime formal: a consumação ocorre quando a exigência chega ao conhecimento 
da vítima. Não há necessidade que o autor receba a vantagem indevida. 
 
10.3. Corrupção passiva (art. 317 do CP) 
 Crime próprio. 
 Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora 
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou 
aceitar promessa de tal vantagem. 
 Tipo misto alternativo: ainda que praticados dois mais verbos no mesmo contexto 
fático, haverá um só delito. 
 No verbo “solicitar”, a consumaçãoocorre quando a solicitação chega ao 
conhecimento da vítima. Não há necessidade que o sujeito ativo receba a 
vantagem indevida. 
 Forma privilegiada (§ 2º): se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato 
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de 
outrem. Como não há a elementar “vantagem indevida”, a pena é menor. 
 
10.4. Prevaricação (art. 319 do CP) 
 Crime próprio. 
 Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra 
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
 Necessidade de dolo específico: “para satisfazer interesse ou sentimento 
pessoal”. 
 Trata-se de infração de menor potencial ofensivo, devendo ser aplicados os 
institutos despenalizadores da Lei 9.099/95. 
 
10.5. Advocacia administrativa (art. 321 do CP) 
 Crime próprio. 
 Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração 
pública, valendo-se da qualidade de funcionário. 
 
31 
 
 Interesse privado: o patrocínio se refere a interesse privado (de particular) perante 
a Administração Pública, independentemente de ser, ou não, legítimo. Não 
configura o delito o patrocínio de interesse público. 
 Interesse legítimo ou ilegítimo: o fato de o interesse ser legítimo não afasta o 
crime, mas influi na fixação da pena (que será a do caput, menos severa). Vale 
dizer, é crime sendo o interesse privado legítimo ou ilegítimo. 
 Consumação: o crime estará consumado no momento em que o agente realizar o 
primeiro ato que denote o patrocínio de interesse alheio perante a Administração 
Pública, sendo desnecessário que alcance o resultado pretendido (delito formal). 
 
 
 
32 
 
11. AULA 11 – CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A 
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL 
11.1. Resistência (art. 329 do CP) 
 Crime comum. 
 Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário 
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio. 
 Uma oposição passiva não caracteriza resistência (pode caracterizar 
desobediência). 
 Consumação: o crime estará consumado no momento em que o agente empregar 
violência ou ameaça contra a vítima, independentemente de qualquer outro 
resultado (delito formal). 
 
11.2. Desobediência (art. 330 do CP) 
 Crime comum. 
 Desobedecer a ordem legal de funcionário público. 
 Ordem ilegal: pode ser descumprida pelo particular. 
 Desobediência a medidas protetivas de urgência (Lei Maria da Penha): de acordo 
com o STJ, não caracteriza crime de desobediência. 
 Consumação: a ordem pode determinar um fazer (ação) ou um não fazer 
(omissão). Assim, o crime estará consumado no momento em que o agente se 
omitir, no primeiro caso, ou agir, no segundo. 
 
11.3. Desacato (art. 331 do CP) 
 Crime comum. 
 Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela. 
 Para configurar desacato, o funcionário público vítima deve estar presente no 
momento da ofensa. Se não estiver presente, a ofensa poderá caracterizar injúria 
majorada (CP, art. 140 c/c art. 141, II). 
 
33 
 
 Tentativa: somente na forma plurissubsistente (ex.: desacato praticado por 
escrito). 
 Estatuto da OAB (art. 7º, § 2º, da Lei 8.906/94): o STF, no julgamento da ADI 
1127/DF, decidiu que a imunidade profissional do advogado não compreende o 
crime de desacato. 
 Controle de convencionalidade: “A Quinta Turma deste Superior Tribunal de Justiça, 
no julgamento do REsp 1.640.084/SP, afastou a tipicidade do crime de desacato, 
ante sua incompatibilidade com a Convenção Americana de Direitos Humanos. No 
entanto, o matéria foi recentemente examinada pela Terceira Seção deste Sodalício, 
no HC-379.269/MS (sessão do dia 24/5/2017). Lá, por maioria de votos (vencidos 
eu e o Ministro Ribeiro Dantas), entendeu-se que o delito de desacato continua a ser 
conduta típica no ordenamento jurídico pátrio” (STJ, 5ª T., AgRg no HC 395364, j. 
15/08/2017). 
 
11.4. Corrupção ativa (art. 333 do CP) 
 Crime comum. 
 Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo 
a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. 
 Tipo misto alternativo. 
 Corrupção ativa subsequente: não é punida. Se a vantagem é oferecida ou 
prometida ao funcionário público depois que ele praticou o ato funcional, não 
haverá o crime do art. 333 do CP. 
 Bilateralidade entre os crimes de corrupção ativa e passiva: pode existir, mas não 
é uma condição, tanto que pode haver corrupção ativa sem a passiva, ou 
corrupção passiva sem a ativa. 
 
11.5. Descaminho (art. 334 do CP) 
 Crime comum. 
 Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, 
pela saída ou pelo consumo de mercadoria. 
 
34 
 
 Princípio da insignificância: com base na Portaria 75/2012 do Ministério da 
Fazenda, o STF vem aplicando a insignificância ao crime de descaminho sempre 
que o valor sonegado não ultrapassa R$ 20.000,00. 
 Competência: “A competência para o processo e julgamento por crime de 
contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar 
da apreensão dos bens” (Súmula 151 do STJ). 
 
11.6. Contrabando (art. 334-A do CP) 
 Crime comum. 
 Importar ou exportar mercadoria proibida. 
 Princípio da insignificância: não é aplicado no crime de contrabando. 
 Competência: “A competência para o processo e julgamento por crime de 
contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar 
da apreensão dos bens” (Súmula 151 do STJ). 
 
 
 
35 
 
12. AULA 12 – CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA 
12.1. Denunciação caluniosa (art. 339 do CP) 
 Crime comum. 
 Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração 
de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade 
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente. 
 A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção (§ 
2º). 
 Denunciação caluniosa: envolve crime ou contravenção; tutela a Administração da 
Justiça; não admite retratação; é processada por ação penal pública 
incondicionada. 
 Calúnia (art. 138 do CP): envolve crime; tutela a honra objetiva; admite retratação 
(art. 143 do CP); é processada por ação penal privada. 
 
12.2. Comunicação falsa de crime ou de contravenção (art. 340 do CP) 
 Crime comum. 
 Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de 
contravenção que sabe não se ter verificado. 
 Diferença com a denunciação caluniosa: ao contrário do que ocorre com a 
denunciação caluniosa (art. 339 do CP), no crime do art. 340 do CP não há 
acusação contra pessoa alguma. 
 Não admite a retratação. 
 
12.3. Autoacusação falsa (art. 341 do CP) 
 Crime comum. 
 Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem. 
 Se a autoacusação envolver contravenção penal, o fato será atípico. 
 
 
 
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12.4. Falso testemunho ou falsa perícia (art. 342 do CP) 
 Crime próprio: o sujeito ativo deve necessariamente ser testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete. 
 Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, 
contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito 
policial, ou em juízo arbitral. 
 Vítima: como não é testemunha, não pode ser responsabilizada pelo crime do art. 
342 do CP. 
 Consumação: crime formal. A propósito: “É pacífico o entendimento desta Corte 
Superior no sentido de que o crime de falso testemunho é de natureza formal, 
consumando-se no momentoda afirmação falsa a respeito de fato juridicamente 
relevante, aperfeiçoando-se quando encerrado o depoimento, podendo, inclusive, 
a testemunha ser autuada em flagrante delito” (STJ, 5ª T., AgRg no AREsp 
603.029, j. 23/05/2017). 
 Retratação (§ 2º): o fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo 
em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. 
 Justiça do Trabalho e competência: “Compete à Justiça Federal processar e julgar 
crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista” (Súmula 165 do 
STJ). 
 
12.5. Exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 do CP) 
 Crime comum. 
 Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, 
salvo quando a lei o permite. 
 Pressuposto do crime: existência de uma pretensão legítima. 
 Ação penal (parágrafo único): se não há emprego de violência, somente se 
procede mediante queixa. 
 
12.6. Favorecimento pessoal (art. 348 do CP) 
 Crime comum. 
 
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 Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é 
cominada pena de reclusão. 
 Crime punido com detenção: incide a forma privilegiada do § 1º. 
 Contravenção penal: é imprescindível que anteriormente tenha sido praticado um 
crime. Não haverá favorecimento pessoal em caso de contravenção penal ou de 
ato infracional. 
 Escusa absolutória (§ 2º): se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, 
cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. 
 
12.7. Favorecimento real (art. 349 do CP) 
 Crime comum. 
 Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio 
destinado a tornar seguro o proveito do crime. 
 Consumação: ocorre no momento em que o autor presta o auxílio ao criminoso. 
Como se trata de delito formal, não se exige que ele efetivamente torne seguro o 
proveito do crime anterior. 
 
 
 
 
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