Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade de Brasília - Faculdade de Ceilândia Curso de Graduação em Enfermagem Disciplina “Processo de Trabalho e Relacionamento Interpessoal” Aula: “Relacionamento Interpessoal” Profª Drª Ana Cláudia A. Valladares Torres 1) Conceitos: Relacionamento Interpessoal (BENJAMIN, 1974; FUREGATO, 1999; MIRANDA & MIRANDA, 1990; PEPLAU, 1952; ROGERS, 2009; RUDIO, 1990; SULLIVAN, 1974; TRAVELBEE, 1982; VIDEBECK, 2012) O relacionamento enfermeiro-paciente é uma relação planejada e sistematizada entre o profissional e a pessoa/família que requer ajuda, com início, meio e final, com foco nas necessidades e singularidades e objetivando a resolução do problema. O sujeito não é tratado como objeto nem do conhecimento nem da ação, mas como alguém independente, autônomo e que enfrenta dificuldades. Considera que toda pessoa possui uma tendência positiva no sentido de se reorganizar, de se dirigir, de se preservar, o que o leva à busca do equilíbrio, do crescimento e do amadurecimento saudável. 2) Fatores que afetam o Relacionamento Interpessoal (EQUIPE LIPPINCOTT WILLIAMS & WILKIN, 2005; MELO, 2008; STEFANELLI, FUNKUDA & ARANTES, 2008; STUART & LARAIA, 2002; TAYLOR , 1992; TOWNSEND, 2002; VIDEBECK, 2012) Aparência pessoal * Entonação * Expressão Facial * Postura e Marcha * Gestos * Toque 3) Dinâmica do Relacionamento Interpessoal (LUFT, 1970) Modelo de interação humana desenvolvido por Luft (1970) - esquema denominado “A Janela de Johari”- explica a complexidade da personalidade humana, especialmente em suas relações com os outros. É uma representação do eu e um recurso eu pode ser usado para aumentar a consciência de si mesmo. a) Eu Aberto ou Público - Eu sei e os outros também. Conhecido por nós e por qualquer um que nos observe. Assuntos que falamos sem constrangimento. b) Eu Cego - Só os outros sabem. Conhecido dos outros, mas não do eu. c) Eu Secreto – Só eu sei. Representa as coisas sobre nós mesmos que conhecemos, mas que escondemos dos outros. d) Eu Desconhecido – Nem eu nem os outros sabem. Remete ao “inconsciente humano”- reações que passam desapercebidas tanto para os outros como para nós mesmos. Envolve mecanismos de defesa, memórias da infância, potencialidades latentes e aspectos desconhecidos da dinâmica interpessoal. 4) Componentes do Relacionamento Interpessoal Atitudes básicas para o ser humano (TRAVELBEE, 1982) a. Atitude para amar A capacidade de amar a si, não significa egoísmo, mas respeito e conhecimento do ser humano como pessoa, com confiança na própria capacidade, atitudes e aceitação das próprias limitações. b. Capacidade para enfrentar a realidade O enfrentar a realidade implica em algo mais, ou seja, tomada de decisões para resolver problemas. A capacidade para enfrentar a realidade não é uma coisa simples, uma vez que reconhecer e enfrentar os próprios sentimentos são missões difíceis. c. Capacidade para encontrar sentido na vida A autora considera que uma das formas de avaliar o que significa o propósito e o valor da vida consiste em perguntar-se: se fosse tirado tudo o que você ama e necessita o que restaria para lhe servir de apoio? Forças Propulsoras Forças que Restringem • Autoconhecimento • Aceitação e não-julgamento • Sintonia ou harmonia/congruência • Confiança/compreensão empática • Respeito mútuo/ouvir/iniciativa/interesse • Transferência e Contratransferência (sentimentos de afeto ou admiração) • Competência/observação • Autenticidade/sinceridade • Empatia e envolvimento emocional • Senso de realidade * Vaidade, Timidez * Transferência e Contratransferência (reações hostis, de dependência, de agressividade ou de resistência) * Transgressão de limites * Manipulação, Vitimização * Resistência/ Confronto * Apatia, Rigidez/Distanciamento * Imediatismo (BENJAMIN, 1974; FUREGATO, 1999; MIRANDA & MIRANDA, 1990; ROGERS, 2009; RUDIO, 1990; SULLIVAN, 1974) 5) Modelos Modelo de Hildegard Peplau (PEPLAU, 1952) - Relacionamento Interpessoal de Enfermagem a) Orientação: define o problema, oportunizando que ambos, profissional e cliente se conheçam. Confiança e vínculo; percepção das necessidades e problemas; o enfermeiro ouve, analisa e discute. Investigação. b) Identificação: esclarecimento das percepções e expectativas mútuas. Relação mais fortalecida e o cliente com a sensação de poder enfrentar os obstáculos. Diagnóstico e o Planejamento de Enfermagem. c) Exploração: o cliente obtém os atendimentos, recursos e serviços oferecidos que necessita. O enfermeiro estimula o cliente a usar pontos fortes e minimizar suas fragilidades. O nível máximo de saúde deve ser alcançado. Implementação. d) Resolução: quando o relacionamento finaliza e que tenha sido atendida e necessidade de ajuda do cliente. Avaliação. Modelo de Joyce Travelbee (TRAVELBEE, 1982) - Relação Pessoa a Pessoa a) Pré-interação/ Prévia: escolha do cliente, abrange as expectativas e o enfermeiro tenta entender as idéias e sentimentos do cliente e estabelecer o que quer na interação, com as metas do tratamento estabelecidas. b) Orientação/ Introdutória: encontro enfermeiro-cliente e se percebem como seres humanos únicos, estabelecem relação de compromisso e a enfermeira orienta e esclarece sobre a dinâmica. c) Identidades Emergentes: estabelecimento da relação e conhecimento mais profundo, estabelece limites, segurança e confiança. d) Término: termina a relação, com as metas obtidas. Aprofundar nas fases dos Modelos de Peplau e Travelbee dos textos, Xerox e livro (MELLO, 2008, p. 95 e 96 e artigo: GATTÁS, 1984). Estudar sobre os artigos apresentados (seminários), textos disponíveis no moodle e no Xerox. Bibliografia - BENJAMIN, A. A entrevista psiquiátrica. SP: Martins Fontes, 1974. - FUREGATO, ARF. Relações interpessoais terapêuticas na enfermagem. SP: Scala, 1999. - GATTÁS, MLB. Relacionamento Interpessoal enfermeiro-paciente. Rev. Paulista de Enfermagem, 4, n.2, 59-61, 1984. - LUFT, J. Group process: na introduction to group dynamics. Palo Alto, CA: National Press Books, 1970. - MIRANDA, C.F & MIRANDA, M.L. Construindo a relação de ajuda. BH: Crescer, 1990. - PEPLAU, H. Interpersonal relations in nursing. New York, Putnam’s, 1952. - ROGERS, C. Tornar-se pessoa. 6. ed. SP: Martins Fontes, 2009. - RUDIO, FV. Orientação não-diretiva na educação, no aconselhamento e na psicoterapia. Petrópolis: Vozes, 1990. - SULLIVAN, HS. La entrevista psiquiátrica. Buenos Aires: Paidós, 1974. - TRAVELBEE, J. Intervenciõn en enfermeria psiquiatrica. Columbia: Carvajal, 1982. - EQUIPE LIPPINCOTTT WILLIAMS & WILKINS. Enfermagem psiquiátrica. RJ: Guanabara Koogan, 2005. Série Incrivelmente fácil. - MELO, IM. Enfermagem psiquiátrica e de saúde mental na prática. SP: Atheneu, 2008. - STEFANELLI, MC; FUNKUDA, IMK; ARANTES, EC (Org.). Enfermagem psiquiátrica em suas dimensões assistenciais. Barueri, SP: Manole, 2008. - STUART, GW; LARAIA, MT. Enfermagem psiquiátrica. 4. ed. RJ: Reichmann & Wiscarz, 2002. - TAYLOR, CM. Fundamentos de enfermagem psiquiátrica de Mereness. 13. ed. POA: Artes Médicas, 1992. - TOWNSEND, MC. Enfermagem psiquiátrica: conceitos e cuidados. 3. ed. RJ: Guanabara Koogan, 2002. - VIDEBECK, SL. Enfermagem em saúde mental e psiquiatria. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
Compartilhar