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10ª PEÇAS DO NUCLEO PENAL

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Excelentíssimo (a) Senhor (a) Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares – Minas Gerais.
APED Nº 010516123456-7
 	 CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, solteiro, nacionalidade brasileira, natural de Governador Valadares, nascido aos 17 de julho de 1994, filho de Lucíleia Nunes Pereira e Geraldo Célio Vieira Ferreira, RG nº 17935757/SSP, CPF nº 102030405-60, ensino fundamental incompleto (7 anos de estudo), com endereço na rua Lucas Coelho Paula,166, bairro São Centro, Governador Valadares –MG, CEP 35.435-60, celular, através de seu advogado (nome do advogado) este subscreve, com escritório no endereço na rua Israel Pinheiro, nº 200, Sala 134, Centro, Governador Valadares/MG, onde receberá intimações, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência requerer a REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA.
I – DOS FATOS
 O indiciado foi preso em flagrante no dia 05 de novembro de 2015 por ter, supostamente, infligindo o artigo 33 da lei nº 11.343/06, após ter sido abordado na porta de sua residência com 15 pedras de substancia semelhante a crack e no interior de sua residência foram encontrados mais 75 pedras da mesma substância e um papelote de cocaína dentro de um recipiente que estava em cima do guarda roupa, uma espingarda de pressão com uma caixa contendo chumbinhos debaixo do colchão e a quantia de 1300,00 (mil e trezentos) reais e 3 (três) dólares dentro de uma gaveta no guarda roupa e a ainda foi localizado um rádio transmissor, várias sacolas de chuck para enrolar drogas.
 Foi encaminhado, então a delegacia, onde foi lavrada ocorrência, enquadrando-se o fato acima descrito como tráfico de drogas.
 Foi convertida a prisão em flagrante para prisão preventiva por esse M.M Juízo, determinando a custodia cautelar do indiciado.
II – DO DIREITO
 O Juiz poderá revogar a prisão preventiva se no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsiste, bem como de novo decretá-la se sobrevierem razões que a justifiquem.
 De acordo com o artigo 316, CPP, descrito acima, o indiciado não poderia ter sido preso por faltar elementos do artigo 312, CPP, como por exemplo, ¨garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação de lei, ¨ visto que o indiciado possui endereço fixo e atividade licita, portanto não se enquadra nesse risco apresentado. 
 Também vale mencionar o artigo 5º inciso LXVI da C.F que fala: ¨ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória com ou sem fiança. ¨
 Portanto, não se pode esquecer que a prisão é uma exceção tendo como regra a liberdade das pessoas. 
III – DO PEDIDO
 A revogação da prisão preventiva, por ausência de requisitos para sua manifestação, ou por fim, a aplicabilidade uma medida cautelar diversa do encarceramento, previsto no artigo 319, CPP, tudo após parecer do Ministério Público.
Governador Valadares/MG, ____ de _______________ 201_.
NOME DO ESTAGIÁRIO
OAB Nº MATRICULA
Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.
 CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, solteiro, nacionalidade brasileira, natural de Governador Valadares, nascido aos 17 de julho de 1994, filho de Lucíleia Nunes Pereira e Geraldo Célio Vieira Ferreira, RG nº 17935757/SSP, CPF nº 102030405-60, ensino fundamental incompleto (7 anos de estudo), com endereço na rua Lucas Coelho Paula,166, bairro São Centro, Governador Valadares –MG, CEP 35.435-60, através de seu advogado (nome do advogado) este subscreve, com escritório no endereço na rua Israel Pinheiro, nº 200, Sala 134, Centro, Governador Valadares, onde receberá intimações, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência impetrar a presente ordem de HABEAS CORPUS.
I – DOS FATOS
 O paciente, no dia 05 de novembro de 2015 foi preso em flagrante e recolhido em estabelecimento prisional, estando à disposição da justiça ao argumento de que teria infringido o art. 33 da Lei nº 11.343/06.
 Apreciada a prisão pela autoridade judicial, o titular da 1ª Vara Criminal, está a converteu em prisão preventiva, argumentando estarem presentes os requisitos e exigências do art. 312, CPP.
 Foi ajuizado em favor do paciente, na data (...), o pedido de revogação de prisão, instruído com documento robusto e comprovando atividade lícita e digna, endereço certo e sabido, pedido este submetido ao crivo do MP e com decisão negativa do M.M. Juiz titular da 1ª Vara Criminal.
II – DOS FUNDAMENTOS
 No caso presente, o paciente é primário, sem antecedentes, possui emprego e residência fixa, não representando nenhum perigo à sociedade, nem inconveniência à instrução criminal ou a aplicação da lei penal.
 Entretanto, o ilustre magistrado baseou-se, para negar a soltura do réu, exclusivamente, na gravidade abstrata do delito. Não abordou, em sua decisão, nenhum dos requisitos do art. 312 do CPP, que cuida da prisão preventiva.
 Com isso, equivocou-se o MM Juiz, pois toda prisão cautelar, para evitar mácula direta ao princípio da presunção de inocência e, e em último grau, ao princípio regente da dignidade humana, somente pode ser decretada e mantida, caso lastreada nos requisitos da prisão preventiva, dando ao paciente o direito de aguardar em liberdade o seu julgamento.
III – DO PEDIDO
 Requer-se seja concedida HABEAS CORPUS, liminarmente, em favor do paciente, para o efeito de, reconhecendo-se a ilegalidade da praticada, determinar a imediata expedição do alvará de soltura, para que possa aguardar o transcurso da instrução em liberdade, com fulcro nos artigos 647, CPP e 5, LXVIII, CF.
Governador Valadares/MG, ____ de _______________ 201_.
NOME DO ESTAGIÁRIO
OAB Nº MATRICULA
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares – Minas Gerais.
Referência o Inquérito Policial Nº 010516123456-7
 O ministério Público do Estado de Minas Gerais, por seu Promotor de Justiça no uso de suas atribuições que oficia perante este Juízo, com base no inquérito policial anexo, nos termos do art. 41 do CPP, vem à presença de Vossa Excelência oferecer DENÚNCIA em desfavor
 CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, solteiro, nacionalidade brasileira, natural de Governador Valadares, nascido aos 17 de julho de 1994, filho de Lucíleia Nunes Pereira e Geraldo Célio Vieira Ferreira, RG nº 17935757/SSP, CPF nº 102030405-60, ensino fundamental incompleto (7 anos de estudo), com endereço na rua Lucas Coelho Paula,166, bairro São Centro, Governador Valadares –MG, CEP 35.435-60, pela prática de ato previsto no art. 33, caput, da Lei 11.343/06 pelos motivos de fato e direito que passa a aduzir.
FATOS
 O denunciado foi preso em flagrante no dia 55 de novembro de 2015, por ter infringido o artigo 33 da lei nº 11.343/06, quando este foi surpreendido na porta da sua casa com 15 (quinze) pedras de substância semelhante à crack.
 CLEMERSON ao avistar a equipe policial empreendeu fuga para o interior de sua residência, porem foi perseguido e abordado antes de adentrar a casa, que no interior da casa foram localizados mais 75(setenta e cinco) pedras da mesma substancia, 01 (um) papelote dentro de um recipiente que estava em cima do guarda- roupa.
 Realizados os exames periciais de praxe nas referidas substância restou comprovada que se tratava de substâncias entorpecentes.
 Diante o exposto, denuncio CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, no mencionado artigo, que a denúncia recebida procedendo-se a respectiva citação e demais medidas aplicáveis, com final condenação do denunciado.
 Requer a nomeação de um perito oficialpara elaborar exame de corpo de delito.
 Desta forma, tendo o denunciado incorrido nas sanções do artigo 33 da lei nº 11.343/06, requer esta Promotoria de Justiça seja o acusado devidamente citado para apresentar defesa, requer a oitiva das testemunhas constantes do rol abaixo:
Ricardo Lopes – qualificado as fls (...)
Pedro Egidio Ramos - qualificado as fls (...)
Eliezer Julio Silva - qualificado as fls (...)
Marcelo Franco Mario - qualificado as fls (...)
Governador Valadares/MG, ____ de _____________ 201_.
PROMOTOR DE JUSTIÇA
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal (Vara de tóxicos) da Comarca de Governador Valadares – Minas Gerais.
Autos nº 0105.16.123456-7
Autor: Ministério Público
 CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, solteiro, nacionalidade brasileira, natural de Governador Valadares, nascido aos 17 de julho de 1994, filho de Lucíleia Nunes Pereira e Geraldo Célio Vieira Ferreira, RG nº 17935757/SSP, CPF nº 102030405-60, ensino fundamental incompleto (7 anos de estudo), com endereço na rua Lucas Coelho Paula,166, bairro São Centro, Governador Valadares –MG, CEP 35.435-60 através de seu advogado (nome do advogado) este subscreve, com escritório no endereço na rua Israel Pinheiro, nº 200, Sala 134, Centro, Governador Valadares, onde receberá intimações, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência apresentar DEFESA PRÉVIA
 Nos termos do art. 55 da lei nº 11.343/06, em face da denúncia oferecida pelo Ministério Público, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
FATOS
 O Ministério Público, através de denúncia subscrita pelo Ilustre Promotor de Justiça, imputa-lhe a prática do crime previsto no art. 33 da lei nº 11.343/06, sob o argumento de que, no dia relatado no processo, o acusado mantinha sob sua guarda e vendiam substância entorpecente sem a devida autorização.
 Na cena do crime foram encontrados materiais pertencentes ao tráfico, além da presença de usuários, conforme o REDS anexado aos autos (fl.)
FUNDAMENTOS
 Em que pese o entendimento do Ilustre representante do Parquet, a denúncia não pode ser recebida, pois o Auto de Prisão em Flagrante revela que os agentes policiais encontraram o denunciado CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES dentro de seu quarto na companhia de sua amasia Jhanna Moreira. O denunciado, por sua vez, relata que os militares adentraram a sua casa com uma pessoa de nome João Paulo com o qual foram encontradas as drogas apreendida, não em sua posse, que as drogas não foram encontradas em sua casa, que todo o dinheiro arrecadado é do denunciado fruto do seu trabalho como servente de pedreiro.
DA ATIPICIDADE DA CONDUTA
 A pretensão punitiva deduzida pelo Ministério Público carece de fundamento legal, devendo ser rejeitada a denúncia, pois o fato narrado na inicial constitui uma modalidade de despenalização, na medida em que não foi apreendida com o denunciado qualquer substância entorpecente, inexistindo posse direta ou indireta de drogas.
 A declaração de que o denunciado estava de posse de drogas para praticar traficância é falaciosa, pois o denunciado estava dentro de seu quarto em companhia de sua amasia, quando os policiais chegaram com o João Paulo preso e com as drogas apreendidas 
 O contexto probatório desenhado no processo pelo Ilustre representante do Ministério Público é ilusório, não existe, pois está calcado apenas em suposições, indícios e ilações duvidosas, que a luz do Direito é impossível de ser usado para tornar fato típico, e ainda sequer, decretar prisão preventiva a qualquer investigado.
 O princípio da não-culpabilidade previsto na Constituição da República e o princípio da inocência estabelecido nas convenções internacionais conferem ao Réu segurança processual. 
 O Ministério Público enfrenta o ônus de comprovar a materialidade e a autoria delituosa no que concerne a mercancia em relação ao denunciado.
 APELAÇÃO CRIMINAL. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. AUSÊNCIA DE PROVAS DA FINALIDADE DE COMERCIALIZAÇÃO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA USO. REMESSA DOS AUTOS AO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. “Inexistindo prova da mercancia das substâncias entorpecentes, e revelando as circunstâncias objetivas do fato a conduta de “guardá-las” para consumo próprio, prevista no artigo 28, da Lei 11.343/06, impõe-se desclassificar o crime de tráfico para o de uso daquelas substâncias, com a remessa dos autos ao Juizado Especial Criminal da comarca de origem, nos termos da nova Lei de Entorpecentes”.
 Não deve haver inversão do ônus probatório. O Réu não carece provar inocência quanto a mercancia, pois que, assim não agia no momento de sua prisão. 
 Deste modo, pugna pela rejeição da denúncia por falta de suporte probatório mínimo para seu recebimento
PRODUÇÃO DE PROVA
 Na remota hipótese de recebimento da peça acusatória, sustenta o denunciado que provará o alegado no decorrer da instrução, requerendo a produção de todas as provas em Direito admitidas.
PEDIDO	
 Ante o exposto, requer-se que Vossa Excelência se digne:
 a) a acolher a presente defesa prévia, bem como rejeitar a denúncia, determinando a expedição do competente alvará de soltura;
 b) caso Vossa Excelência entenda pelo recebimento da denúncia, que seja realizada a desclassificação do crime de tráfico de drogas para o crime prescrito do art. 28 da lei nº 11.343/2006 – uso de entorpecentes, determinando-se com consequência a remessa dos autos ao Juizado Especial Criminal desta comarca – juízo competente;
 Termos em que
 Pede e aguarda DEFERIMENTO
Governador Valadares/MG, ____ de _______________ 201_.
NOME DO ESTAGIÁRIO
OAB Nº MATRICULA
Parte inferior do formulário
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares – Minas Gerais.
Processo crime nº:0105.16.123.456-7
Autor: Ministério Público
Denunciado: CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES
 O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, nos autos do processo-crime que move contra CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 500 do Código de Processo Penal Brasileiro, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS ESCRITA PELA ACUSAÇÃO. Nos seguintes termos:
 Os fatos imputados ao réu na denúncia foram integralmente comprovados ao longo da instrução e há provas mais que suficientes para condenação.
 Comprova-se que o réu se encontrava no dia 05 de novembro de 2015 infringindo o artigo 33 da Lei nº 11.343/06 após ter sido abordado na porta de sua casa, porem ele correu para dentro de sua residência sendo alcançado e abordado e encontrado com ele 15 pedras de substância semelhante a crack, e que no interior da sua casa foram localizadas mais 75 pedras da mesma substancia e um papelote de cocaína dentro de uma recipiente que estava em cima do guarda roupa, uma espingarda de pressão com uma caixa contendo chumbinhos debaixo do colchão e a quantia de 1300,00 (mil e trezentos) reais e 3 (três) dólares dentro de uma gaveta no guarda roupa e a ainda foi localizado um rádio transmissor, várias sacolas de chuck para enrolar drogas.
 O réu, CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, em seu depoimento apesar de não ter confessado a autoria do delito, porem os policiais que efetuaram a prisão de Clemerson relataram que foram arrecadas 15 pedras de crack com ele e mais 75 pedras dentro de casa e outros matérias narrando o fato com riqueza de detalhes, o que comprova, de forma irrefutável, a autoria do denunciado. Destaca-se, ainda, que o réu não sofreu nenhuma coação e estava em pleno gozo de suas faculdades mentais e encontrava-se devidamente acompanhadode seu advogado, para ratificação do que foi dito.
 Ora, Excelência, é inegável que o tráfico de drogas atrai outros delitos, pois a maioria dos usuários furta ou rouba qualquer objeto para manter seu vício e que na disputa por tráfico de drogas morrem vários indivíduos envolvidos na mercancia de drogas.
 Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência a CONDENAÇÃO do réu, nos termos da denúncia, acrescidos dos argumentos expostos nesta peça, pois assim fazendo, estará Vossa Excelência realizando.
Governador Valadares/MG, ____ de ___________ 201_
PROMOTOR DE JUSTIÇA
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares – Minas Gerais.
Processo crime nº:0105.16.123.456-7
Autor: Ministério Público
Denunciado: CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES
 
 
 CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seus procuradores ao final subscritos, vem respeitosamente à presença de V. Exa., nos termos do art. 403, §3º do Código de Processo Penal, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS ESCRITA PELA DEFESA. Pelas razões de fato e de Direito a seguir expostas.
FATOS
 Segundo denúncia do Ministério Público, o denunciado encontra-se incurso nas sanções do crime prescrito no art. 33 da lei nº 11.343/06, posto que na data de 15 de novembro de 2015, foi preso em flagrante no endereço de fls. sob acusação de estar praticando traficância de substância conhecida como crack. 
 Ocorre que, o denunciado é apenas um usuário de drogas que estava em sua casa fazendo uso de substância entorpecente. Que com o denunciado nada foi localizado, já que a polícia o abordou dentro do seu quarto e de igual forma, foi constatado que este não disponha de condição para estar associado ao tráfico, uma vez que toda a droga foi encontrada em poder de João Paulo.  
 Verifica-se que não há nenhuma prova capaz de imputar ao denunciado a prática do crime constante na denúncia.
MÉRITO
 I - DA ABSOLVIÇÃO NECESSÁRIA
 Conforme informação dos autos percebe-se a ausência de qualquer prova que o denunciado tinha a intenção de vender a droga apreendida no local do crime.
 Em seu interrogatório, o denunciado é categórico ao afirmar que é apenas usuário habitual e jamais se envolveu na mercancia de qualquer entorpecente.
 Diante da insuficiência das provas, não há como imputar ao denunciado a autoria pela prática de tráfico de drogas, de forma que, nos termos do art. 386, V e VII do CPP, o juiz deverá absolvê-lo.
 As provas trazidas aos autos claramente ratificam o envolvimento do denunciado somente como usuário, estando provado que este não concorreu de forma alguma para a prática do crime constante na denúncia.
 Caso não seja este o entendimento do MM. Juízo torna-se incontestável então a necessidade de aplicação do princípio do in dúbio pro réu, uma vez que certa é a dúvida acerca da culpa a ele atribuída com relação à acusação de Tráfico de Drogas, pois o Réu não foi encontrado em atividade de traficância.
 
 II - DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA USUÁRIO 
 
 Numa simples análise do art. 28 e do art. 33 da lei nº 11.343/06 é notório que a vontade do agente e a destinação para uso pessoal do denunciado, o simples indício de materialidade do crime de tráfico de drogas não é argumento suficiente para a condenação pelo delito do art. 33 da referida lei. Para iniciar a ação penal bastam indícios, mas para condenar é necessário prova. 
 Além do mais trata-se de um réu primário e com residência fixa, a sua primariedade é sim uma coisa que deve ser observada, pois o denunciado não ostenta a atividade criminosa.
 Conforme se observa do exposto, resta por comprovada a situação do denunciado como usuário de drogas, conduta elencada no art. 28 da Lei de Drogas, e não a de traficante, conforme aduzido na denúncia. 
 Do exposto, caso Vossa Excelência não vislumbre a ideia da absolvição, requer que seja desclassificada a conduta prevista na denúncia para a conduta prevista no art. 28, da lei 11.343/06.
 
 III - DOS POSSÍVEIS CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DA PENA
 Embora nítida a tese da absolvição por não estar comprovado o crime de tráfico, e ainda, a tese da desclassificação necessária para usuário, convêm demonstrar outras situações que devem ser observadas por Vossa Excelência. 
 Verificando a situação do denunciado, é possível concluir que o réu é primário e de bons antecedentes e possui residência fixa. Assim, ao denunciado deve ser deferida a conversão da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, conforme garantida pela lei penal; e ainda, que sua pena seja fixada no mínimo legal pelas circunstâncias já elencadas.
 
 IV - DA POSSIBILIDADE DE APELAR EM LIBERDADE
 
 Na busca do caráter ressocializador da pena, a justiça deve trabalhar para aplicar aquilo que se coaduna com a realidade social.
 Hoje, infelizmente, nosso Sistema Prisional é cercado de incertezas sobre a verdadeira função de ressocialização dos indivíduos que lá são mantidos, onde em muitos casos trata-se de verdadeira “escola do crime”.
 Com base no princípio da presunção de inocência, previsto na nossa Constituição Federal em seu art. 5º, inciso LVII, requer o denunciado que responda ao processo em liberdade, até o trânsito em julgado, pois as circunstâncias do fato e condições pessoais da acusada (art. 282, inciso II, CPP) lhe são favoráveis pelo fato de não haver reincidência e sua conduta social não ser em nenhum momento questionada.
 
 PEDIDO
 Ante o exposto, requer Vossa Excelência digne-se de:
 Absolver o denunciado CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES pela ausência de provas de que este concorreu para a prática do crime, nos termos do art. 386, V do CPP.
 Caso não seja este o entendimento, que seja absolvido por não existir prova suficiente para a condenação, com base no art. 386, VII, do CPP;
 Pelo princípio da eventualidade, que seja desclassificada a conduta para a prática do art. 28 da lei 11.343/06, por existirem elementos suficientes para a afirmação de que o denunciado é usuário de drogas.
 Por necessário, caso Vossa Excelência entenda pela condenação, requer que a pena seja fixada no mínimo legal e que o denunciado possa apelar em liberdade nos termos do art. 283 do CPP, por preencher os requisitos objetivos para tal benefício.
 
 
Governador Valadares/MG, ____ de _______________ 201_.
NOME DO ESTAGIÁRIO
OAB Nº MATRICULA
	
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares – Minas Gerais.
AUTOS Nº 0105.16.123.456-7
 CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, solteiro, nacionalidade brasileira, natural de Governador Valadares, nascido aos 17 de julho de 1994, filho de Lucíleia Nunes Pereira e Geraldo Célio Vieira Ferreira, RG nº 17935757/SSP, CPF nº 102030405-60, ensino fundamental incompleto (7 anos de estudo), com endereço na rua Lucas Coelho Paula,166, bairro São Centro, Governador Valadares –MG, CEP 35.435-60, celular, através de seu advogado (nome do advogado) este subscreve, com escritório no endereço na rua Israel Pinheiro, nº 200, Sala 134, Centro, Governador Valadares, onde receberá intimações, vem respeitosamente a nos autos em que colide com à presença de Vossa Excelência apresentar
APELAÇÃO
 Da sentença de fls ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos, requerendo, para tanto, que o recurso seja recebido no duplo efeito, determinando-se a sua remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, para que dela conheça e profira nova decisão.
 Junta comprovação de pagamento de custasrecursais.
 Nesses termos, pede DEFERIMENTO.
Governador Valadares/MG, ____ de _______________ 201_.
NOME DO ESTAGIÁRIO
OAB Nº MATRICULA
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
ORIGEM: Autos sob n.º 0105.16.123.456-7
Primeira Vara Criminal da Justiça do Estado de Minas Gerais
Apelantes: …
Apelado: ....
 CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, solteiro, nacionalidade brasileira, natural de Governador Valadares, nascido aos 17 de julho de 1994, filho de Lucíleia Nunes Pereira e Geraldo Célio Vieira Ferreira, RG nº 17935757/SSP, CPF nº 102030405-60, ensino fundamental incompleto (7 anos de estudo), com endereço na rua Lucas Coelho Paula,166, bairro São Centro, Governador Valadares –MG, CEP 35.435-60, celular, através de seu advogado (nome do advogado) este subscreve, com escritório no endereço na rua Israel Pinheiro, nº 200, Sala 134, Centro, Governador Valadares, onde receberá intimações,, vêm mui respeitosamente, nos autos em que colide com ....., à presença de Vossa Excelência apresentar APELAÇÃO
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
RAZÕES DE APELAÇÃO
 Colenda Corte
 Eméritos julgadores
DOS FATOS
 De maneira alguma, poderá ser mantida a respeitável sentença proferida. Nada do que foi produzido poderá autorizar a manutenção da referida decisão, vez que a mesma, é frontalmente contrária ao que dos autos consta, bem como do expresso e determinado em lei, a melhor doutrina e ainda a mais escorreita jurisprudência, conforme a seguir será explanado.
 Doutos Magistrados, tudo o que foi coligido no processo, em que pese, todo o respeito pelos Magistrados e inclusive pelos representantes do Ministério Público que nele oficiaram, não resultou em qualquer prova, ou mesmo indício de prova do ilícito a que está sendo injustamente acusado o ora Apelante.
DO DIREITO
 Não foi feita qualquer prova da infração ao caput do o artigo 33 da lei nº 11.343/06 ou seja:¨Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamenta: Através de simples leitura dos autos verifica-se, claramente, não haver sido provado de que o denunciado estava traficando drogas.
 A ilegalidade ou não existência de qualquer culpa ou dolo em relação ao acusado CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES é patente. Nada resta demonstrado, não se podendo impingir-lhe qualquer conduta ilícita, muito menos o que na denúncia é narrado e assim, há que ser reconhecido integralmente o requerido pela Defesa, inocentando-se o acusado das injustas acusações que lhe estão sendo feitas. Inexistente a prática do ilícito tipificado na denúncia, razão pela qual a decisão de primeiro grau merece reforma total, impondo-se seja declarada a inocência do ora Apelante.
DOS PEDIDOS
 ISTO POSTO, requer o conhecimento do presente recurso, para que ao final seja provido, reformando-se totalmente a sentença ora recorrida, posto que, conforme demonstrado, a condenação é injusta, além do que a culpa não restou devidamente demonstrada.
 Nesses termos, pede DEFERIMENTO.
Governador Valadares/MG, ____ de _______________ 201_.
NOME DO ESTAGIÁRIO
OAB Nº MATRICULA
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares – Minas Gerais.
RAZÕES DE APELAÇÃO (Com fundamento no Art. 593, I)
PROCESSO N°: 0105.16.123.456-7
RECORRENTE: CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES
INFRAÇÃO: Art. 33 da Lei 11.343/06
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS 
COLENDA CÂMARA CRIMINAL
 CLEMERSON, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, por intermédio de seu Defensor Público e estagiário abaixo assinados, perante essa Corte de Justiça, apresentar as RAZÕES DA APELAÇÃO, aduzindo e requerendo o que segue:
DOS FATOS
 O suplicante fora condenado pelo juízo “a quo” a uma pena XXX por suposta infração ao artigo 33 da Lei de Drogas (11.343/06). Consta na denúncia que o ora delatado, CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, aos 05 (cinco) dias do mês de novembro do ano de 2015, por volta das 02:30 horas, rua Lucas Coelho Paula,166, bairro São Centro, Governador Valadares. devido a informações de populares que o delatado estaria efetuando disparo de arma de fogo, porem a equipe policial conseguiu prendê-lo por tráfico de drogas entorpecentes na referida área. Segundo depoimentos prestados pelos milicianos, infere-se que o denunciado supostamente se encontrava vendendo pedra de crack a um viciado. Assim, com o suplicante fora encontrada a quantia de 90 pedras de crack e um papelote de cocaína. Prestando depoimento perante o E. Juízo da primeira Vara Sobre Delitos de Substâncias Entorpecentes, disse o delatado que os entorpecentes eram de propriedade de João Paulo. Justifica-se a apreensão do dinheiro em função do labor exercido pelo suplicante. Este trabalha como ajudante de pedreiro. Contudo Nobres Julgadores, nota-se que a Douto Magistrada deixou de perceber que o suplicante tinha direito ao que diz o parágrafo 4º do artigo 33 da Lei Antidrogas. Senão, vejamos.
 O parágrafo 4º da Lei Antidrogas (11.343/06) diz que “Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.”
 Neste sentido, ensina Bárbara Damásio: “Essa causa de diminuição de pena é uma inovação na lei de drogas, e foi elaborada porque haviam recorrentes pedidos para que fosse criado um tipo intermediário entre o tráfico e o porte de drogas. Com o intuito de que aquele que é eventualmente responsável pela venda de entorpecentes fosse proporcionalmente punido.
Para que o réu possa obter essa diminuição de pena, deverão estar presentes quatro requisitos cumulativos: a) agente primário; b) bons antecedentes; c) não dedicação a atividades criminosas, e d) não integração em organizações criminosas.
 O conceito de primariedade é alcançado a contrário sensu no nosso Código Penal, primário é aquele que não é reincidente. Já, o juízo de bons antecedentes depende de valoração judicial. Quanto ao requisito do agente não integrar organizações criminosas, a lei não distinguiu se a organização criminosa tem que ser voltada para o tráfico de drogas ou apenas para outros ilícitos. Prevalece o entendimento de que ambos impedirão a aplicação da causa de diminuição.
 Já a noção de não dedicação a atividades criminosas se confunde com o juízo de bons antecedentes. Preenchidos todos os requisitos, caberá ao magistrado aplicar a diminuição de pena.” Também, neste sentido tem decidido os Tribunais: APELAÇÃO CRIMINAL - TRÁFICO DE ENTORPECENTES - INSUFICIÊNCIA DE PROVAS - ABSOLVIÇÃO - INADMISSIBILIDADE - AUMENTO DO QUANTUM DA CAUSA ESPECIAL DE DIMINUIÇÃO DE PENA - POSSIBILIDADE - SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS - VEDAÇÃO. 1. Restando comprovadas a materialidade e a autoria do delito de tráfico de entorpecentes, mostra-se descabida a pretensão absolutória por insuficiência de provas, pois além do agente ter sido preso na posse de diversas substâncias entorpecentes, maconha, merla, crack e cocaína, as demais provas acostadas aos autos dão conta de seu envolvimento com o comércio ilícito. 2. Sendo o agente primário e sem outros antecedentes, inexistindo provas de que se dedique a atividades criminosas ou que integre organização criminosa, diante das diversas substâncias apreendidas em seu poder, algo em torno de 60 g (sessenta)gramas, a maior quantidade de canabis sativa L, penso que faz jus à causa especial de redução de pena na fração de 1/3 (um terço), pois esta deve ser aplicada levando em conta a natureza e quantidade de droga aprendida. 3. Tratando-se de delito de tráfico de entorpecentes praticado na vigência da Lei 11.343/06, incabível a substituição da pena privativa pela restritiva de direitos (art. 44 do CP), bem como a concessão do sursis (art. 77 do CP), pois ainda que o agente preencha o requisito objetivo para a substituição da pena, o mesmo não ocorre em relação ao requisito subjetivo, além de não se mostrar socialmente recomendável e de não ser o suficiente para a reprovação e prevenção de crimes desta espécie, é expressamente vedada pelo art. 44 da Lei 11.343/2006. 4. Recurso parcialmente provido. 
 APELAÇÃO CRIMINAL N° 1.0079.09.927583-0/001 - COMARCA DE CONTAGEM – APELANTE(S): DIOGO LUIZ FERREIRA - APELADO(A)(S): MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADO MINAS GERAIS - RELATOR: EXMO. SR. DES. ANTÔNIO ARMANDO DOS ANJOS (grifo nosso).
DO PEDIDO
 Diante do exposto, requer se digne V. Exa. dê provimento ao presente Recurso de Apelação, reformando o julgamento contra o réu proferido, para que: 
 EX POSITIS, pela incoerência do tipo penal ao qual o delatado fora acusado e ao tipo penal que fora realmente praticado, espera o apelante que seja conhecido e provido o seu recurso para, reformando a sentença recorrida absolvê-lo das imputações, por ser de Direito e refletir a mais lídima JUSTIÇA. Devendo ser desclassificado o delito do artigo 33 para o artigo 28 da Lei 11.343/06.
 Porém, assim não entendendo V. Exa., pede o suplicante que a sentença do juízo "a quo" seja reformada, para diminuir as sanções impostas ao réu.
 Nestes termos,
 Pede e espera Deferimento.
Governador Valadares/MG, ____ de _______________ 201_.
NOME DO ESTAGIÁRIO
OAB Nº MATRICULA
Excelentíssimo (a) Senhor (a) Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares – Minas Gerais.
Processo nº 0105.16.123.456-7
Objeto: OFERECIMENTO DE CONTRARRAZÕES 
 CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, devidamente qualificado, pelo Defensor subfirmado, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, no prazo legal, por força do artigo 600 do Código de Processo Penal, ofertar as presentes contrarrazões ao recurso de apelação de que fautor o MINISTÉRIO PÚBLICO, propugnando pela manutenção integral da decisão injustamente repreendida pelo ilustre integrante do parquet. 
ANTE AO EXPOSTO, REQUER: 
 I- Recebimento das inclusas contrarrazões, remetendo-se, após os autos à superior instância, para a devida e necessária reapreciação da temática alvo de férreo litígio. 
 
 Nesses Termos 
 Pede Deferimento 
Governador Valadares, 15 de dezembro de 2016.
________________________
DEFENSOR
OAB
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
COLENDA CÂMARA JULGADORA 
ÍNCLITO RELATOR 
 "No processo penal, máxime para condenar, tudo deve ser claro como a luz, certo com a evidência, positivo como qualquer expressão algébrica. Condenação exige certeza, não bastando a alta probabilidade, sob pena de se transformar o princípio do livre convencimento em arbítrio"(RT 619/267) 
CONTRARRAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO 
 Em que pese o brilho das razões elencadas pelo Doutor Promotor de Justiça que subscreve a peça de irresignação estampada à folhas dos autos, tem-se, que a mesma não deverá vingar em seu desiderato mor, qual seja, o de obter a reforma da sentença que injustamente hostiliza, de sorte que o decisum de primeiro grau de jurisdição, da lavra do notável e intimorato julgador monocrático titular da 1ª Vara Criminal, DOUTOR xxxx, é impassível de censura, visto que analisou como rara percuciência, proficiência e imparcialidade o conjunto probatório hospedado pela demanda, outorgando o único veredicto possível e factível, uma vez sopesada e aquilatada a prova parida no crisol do contraditório. 
 Subleva-se o honorável integrante do MINISTÉRIO PÚBLICO, no que concerne a absolvição do recorrido, sustentando, em síntese, que a prova judicializada é hábil, para estratificar um juízo condenatório. Entrementes, data máxima vênia, tem-se que não assiste razão ao recorrente, de sorte, que a prova hospedada a demanda, é notoriamente sofrível e vulnerável, não dando ensanchas ao êxito da ação penal. 
 Observe-se, que a prova de índole inculpatória de que ser serve o recorrente para investir contra o recorrido, vem ao encontro da tese esposada pelo réu, desde o rebento da lide, uma vez que é clara e contundente em afirmar que com o apelado nenhuma substância psicotóxica foi apreendida, antes, a apreensão da droga de posse de João Paulo. Em tal contexto, impossível é referendar-se a denúncia, sob pena de perpetra-se inominável injustiça. 
 Obtempere-se, segundo o magistério do respeitado Desembargador xxxx, que a prova para a condenação, deve ser plena e irrefutável no concernente a atividade ligada a traficância, sendo impossível inculpar-se alguém pelo delito previsto no artigo 33 da Lei Antitóxicos, por simples presunção de traficância. Nos termos do acórdão, da lavra do Eminente Magistrado, extrai-se pequeno excerto, que fere com acuidade a matéria sub judice: "Sendo grande quantidade de tóxico apreendida, induz seu tráfico. Mas ninguém pode ser condenado por simples presunção, motivo por que para o reconhecimento do delito previsto no art. 33 da Lei 11.343/06, se exige a prova segura e concludente da traficância" (RT 603/316). 
 Porquanto, em sendo aferida a prova gerada com a demanda, com a devida probidade e comedimento, constata-se que inexiste uma única voz isenta a incriminar o réu. Registre-se, que somente a prova judicializada, ou seja, àquela depurada na pira do contraditório é factível de crédito para confortar um juízo de reprovação. Na medida em que a mesma revela-se frágil e impotente para secundar a denúncia, reluz impreterível a absolvição da réu, visto que a incriminação de clave ministerial remanesceu defendida em prova falsa, sendo inoperante para sedimentar uma condenação, com bem detectado e pinçado, pela sentença, aqui louvada. 
 Destarte, a sentença injustamente repreendida pelo dono da lide, deverá ser preservada em sua integralidade, missão, esta, confiada e reservada aos Preclaros e Cultos Desembargadores que compõem essa Augusta Câmara Secular de Justiça. 
 ISTO POSTO, pugna e vindica o recorrido, seja negado trânsito o recurso interposto pelo Senhor da ação penal pública incondicionada, mantendo-se intangível a sentença de primeiro grau de jurisdição, pelos seus próprios e judiciosos fundamentos, com o que estar-se-á, realizando, assegurando e perfazendo-se, na gênese do verbo, o primado da mais lídima e genuína JUSTIÇA! 
Governador Valadares/MG, ____ de _______________ 201_.
NOME DO ESTAGIÁRIO
OAB Nº MATRICULA
1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE GOVERNADOR VALADARES/MG
AÇÃO PENAL PÚBLICA
ACUSADO: CLEMERSON JUNIO FERREIRA
Vistos e examinado estes autos de processo 0105.16.123456-7
O Ministério Público do Estado de MINAS GERAIS, através de seu promotor de justiça ofereceu denúncia contra CLEMERSON JUNIO FERREIRA, qualificado nos autos, dando-o como incurso no art. 33, DA LEI DE DROGAS DE Nº 11.343/2006, porque, no dia 05/11/2015, por volta das 02:30, no BAIRRO VILA ISA, localizado na Rua Senador Milton Campos , nº 487, nesta Cidade e Comarca, foi encontrado em sua posse uma quantia de 15 pedra de crack e em sua residência mais 75, uma arma de pressão uma quantia em dinheiro.
 Recebida a denúncia (fls.), o acusado foi devidamente citado (fls.)
 Durante a fase de instrução, foram ouvidas duas testemunhas arroladaspela acusação (fls.): Policial Militar Ricardo Lopes e o Policial Militar Pedro Egidio.
 Encerrado a instrução, em memoriais (fls. xx/xx), o Ministério Público sustenta que restou claramente comprovada a autoria dos fatos, tal como narrada na denúncia, requerendo pela condenação do réu, nos termos propostos na denúncia (fls.). 
 A defesa, por sua vez (fls. xx/xx) pugnou pela absolvição do acusado.
 É o relatório. Decido.
 Consta da denúncia que o acusado estava na prática do crime de tráfico de drogas, que tinha em depósito, para comercialização com terceiros, 90 (noventa) pedras de substância semelhante a crack, embaladas prontos para a venda, 01 (um) papelote de cocaína, sem autorização e em desacordo com determinação legal e regulamentar. ´
 O laudo de exame químico-toxicológico foi juntado (fls. xx/xx), com resultado positivo para cocaína e crack.
 A materialidade do delito restou plenamente demonstrada pelo auto de prisão em flagrante (fls. xx/xx), pelo boletim de ocorrência (fls. xx/xx), pelo auto de exibição e apreensão (fls. xx/xx) e pelo laudo de exame químico-toxicológico (fls. xx/xx), que atestou que a substância apreendida era cocaína e crack e prova oral colhida.
 A autoria também está comprovada.
 Em juízo (fls. xx/xx) o acusado negou os fatos narrados na denúncia. Alegou que a droga foi encontrada em poder de João Paulo. Que estava em seu quarto juntamente com sua amasia quando os policiais chegaram em sua casa com o João Paulo e as drogas apreendidas.
 O Policial Militar Ricardo Lopes (fls. xx/xx) declarou que foi empenhado a comparecer no endereço dos fatos, onde por meio de denúncia anônima foi relatado que o denunciado estaria efetuando disparos de arma de fogo em frente de sua residência, que ao chegar ao local foi visto pelo CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, que empreendeu fuga para o interior da casa, porem foi perseguido e alcançado antes de adentrar a casa, que durante busca pessoal foi encontrado com o denunciado dentro da cueca 15 pedras de crack e dentro da casa mais 75 pedras da mesma substância, 01 papelote de cocaína, uma espingarda de pressão com uma caixa contendo chumbinhos debaixo do colchão e a quantia de R$ 1.300,00 reais, um rádio transmissor, um rolo de sacola e várias sacolas de chuck com produtos utilizados para enrolar drogas.
 O Policial Militar Pedro Egidio (fls. xx/xx) esclareceu que receberam denúncia anônima dando conta que o denunciado estaria efetuando disparos de arma de fogo em frente de sua residência, que ao chegar ao local foi visto pelo CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, que empreendeu fuga para o interior da casa, porem foi perseguido e alcançado antes de adentrar a casa, que durante busca pessoal foi encontrado com o denunciado dentro da cueca 15 pedras de crack e dentro da casa mais 75 pedras da mesma substância, 01 papelote de cocaína, uma espingarda de pressão com uma caixa contendo chumbinhos debaixo do colchão e a quantia de R$ 1.300,00 reais, um rádio transmissor, um rolo de sacola e várias sacolas de chuck com produtos utilizados para enrolar drogas.
 Sobre a validade dos depoimentos dos Policiais, vide: “de se ver, ainda, os depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão em flagrante constituem prova idônea, como a de qualquer outra testemunha que não esteja impedida ou suspeita, notadamente quando prestados em juízo sob o crivo do contraditório, aliado ao fato de estarem em consonância com o conjunto probatório dos autos”.
 Ora, as provas colhidas dão conta da ocorrência do crime de tráfico, da forma como descrito na denúncia.
 Com efeito, as provas juntadas ao longo da instrução criminal devem, ao final, tornarem-se seguras e incriminatórias o suficiente para autorizarem uma condenação, não bastando apenas indícios ou meras suposições, como no presente caso.
 Não restou demonstrado, em qualquer momento nos autos, que o réu fosse vítima, mas sim culpado, por praticar trafico o ilícito de entorpecente. Posto isso, com base nas fundamentações supra, julgo procedente a Ação Penal para CONDENAR o réu CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES como incurso no art. 33, Caput, e art. 35, Caput, ambos da lei de drogas de nº 11.343/2006.
 Sendo assim, JULGO IMPROCEDENTE o presente pedido para absolver o réu CLEMERSON JUNIO FERREIRA NUNES, já qualificado nos autos. Assim, atento ao disposto no art. 59 do Código Penal, fixo a pena-base em 5 (cinco) ano reclusão. Passo a dosear-lhe a pena, atento ao disposto no art. 68, caput, do Código Penal.
Após o trânsito em julgado, anote-se o nome do réu no rol dos culpados. Custas na forma da lei.
GOVERNADOR VALADARES/MG,16 de dezembro de 2016
______________________________________
Juiz de Direito

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