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DICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL Professor Marcílio Ferreira (insta: @marciliosff) “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Prof. Marcílio Ferreira / Insta: @marciliosff / E-mail: contato@marcilioferreira.com 60 DICAS MATADORAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL (Instagram: @marciliosff) “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Queridos amigos e futuros colegas de profissão, É CHEGADA A HORA! Passados cerca de dois meses, vocês se esforçaram e se dedicaram, renunciaram a prazeres da vida para atingir esse sonho. Vocês estão aqui e podem conseguir esse objetivo, basta acreditar no seu projeto de vida. Como sempre disse a vocês, o segredo da aprovação é uma boa revisão. Logo, preparei algumas dicas especiais, querendo ajudar voce ̂s ao máximo. Lembrem-se de que esse objetivo e ́ seu e que voce ̂ se preparou para isso. Não há concorrentes, não há qualquer obstáculo além de você. Basta ter confiança e acreditar, que a aprovação com certeza vira ́! Vamos juntos! Prof. Marci ́lio Ferreira Filho NÃO DEIXE DE SEGUIR O NOSSO INSTAGRAM E ENVIAR FEEDBACK SOBRE O NOSSO MATERIAL Insta: @marciliosff E-mail: contato@marcilioferreira.com DICA 01 (Classificação da Constituições) QUANTO À ALTERABILIDADE: As constituições possuem diversas classificações. Entre elas, a classificação mais cobrada é quanto à ALTERABILIDADE (alteração da CF). Nessa classificação, as Constituições podem ser: RÍGIDAS Para alteração da Constituição, exige-se um processo mais rígido que as normas infraconstitucionais FLEXÍVEIS A Constituição possui mesmo processo de alteração de uma norma infraconstitucional SEMIRRÍGIDAS (semiflexíveis) Mescla das rígidas e flexíveis. Algumas normas são de natureza rígida, enquanto outras de natureza flexível. (Constituição Imperial de 1824) IMUTÁVEIS (permanentes, graníticas ou intocáveis): Não são passíveis de alteração SUPERRÍGIDAS Além de possuir um processo de alteração rígido, existem normas que são imutáveis (ex: cláusulas pétreas) DICA 02 (Teoria Geral da Constituição) BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE: Com a EC 45/2004, foi incluído o §3º, art. 5º, da CF/88, através do qual: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. ATENÇÃO: Com esse dispositivo, as normas constitucionais NÃO SÃO APENAS aquelas constantes da Constituição propriamente dita (documento único), mas também de tratados internacionais recepcionados com o mesmo quórum das Emendas Constitucionais. Esse somatório (Constituição + tratados recepcionados na forma acima) é o que a doutrina denomina de BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE. DICA 03 (Teoria Geral da Constituição) SUPRALEGALIDADE DE TRATADOS SOBRE DIREITOS HUMANOS NÃO INCORPORADOS NO RITO DO ART. 5º, §3º, DA CF: Os tratados sobre direitos humanos na ̃o incorporados de acordo com o rito do art. 5º, §3º da CF/88 possuem natureza SUPRALEGAL, estando abaixo da Constituição, mas acima da Lei. (ADI 5240) Exemplo: Tratado que proibição do depositário infiel não foi incorporado com o rito do art. 5º, §3º da CF/88. Porém, o STF reconheceu que ele possui caráter de supralegalidade, ou seja, está acima das leis, mas abaixo da Constituição. DICA 04 (Aplicabilidade das normas constitucionais) EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS: A classificação das normas constitucionais de acordo com a sua eficácia se divide em: PLENA não dependem de regulamentação para ter eficácia, bem como não podem ser restringidas. A sua eficácia inicia e permanece plena. (ex: direito à vida) CONTIDA nascem com eficácia total, porém podem ser “contidas” com uma regulamentação posterior. (ex: liberdade profissional, pode ser restringida por uma lei que regulamente a profissão). LIMITADA iniciam sem eficácia, dependendo de uma regulamentação posterior para ter aplicabilidade. (ex: direito de greve dos servidores públicos). ATENÇÃO1: As normas de eficácia limitada, caso não sejam regulamentadas, permitem a impetração do MANDADO DE INJUNÇÃO ou da Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO). DICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL Professor Marcílio Ferreira (insta: @marciliosff) “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Prof. Marcílio Ferreira / Insta: @marciliosff / E-mail: contato@marcilioferreira.com ATENÇÃO2: Muito embora as normas de eficácia limitada iniciem sem eficácia inicial, pode-se afirmar que elas possuem uma eficácia mínima. Sãos os EFEITOS REVOGADOR e INIBIDOR. EFEITO REVOGADOR Revoga as disposições contrárias a ela. EFEITO INIBIDOR Inibe a elaboração de leis contrárias a ela. DICA 05 (Teoria Geral da Constituição) ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES: As Constituições podem ser divididos de acordo com seus elementos, que são: Elementos orgânicos Normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder (Ex: Título III – Da Organização do Estado); Elementos limitativos elenco de direitos e garantias fundamentais, limitando a atuação dos poderes estatais (Ex: Título II – Dos direitos e garantias fundamentais); Elementos socioideológicos revelam a ideologia de Estado Social, intervencionista (Ex: Título II – Dos Direitos Sociais); Elementos de estabilização constitucional Objetivam solução de conflitos constitucionais, defesa da Constituição, do Estado e das instituições democráticas (Ex: Título V – Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas); Elementos formais de aplicabilidade Regras de aplicação da própria constituição (ex: ADCT). DICA 06 (Poder Constituinte) ESPÉCIES PODER CONSTITUINTE: O Poder Constituinte se divide em ORIGINÁRIO e DERIVADO. O originário é aquele que edita pela primeira vez a Constituição, sendo ilimitado, absoluto, incondicionado etc. O derivado, por outro lado, é aquele que é instituído pelo originário, sendo dele decorrente. O DERIVADO pode ser: REFORMADOR Aquele que altera a Constituição através de Emenda; REVISOR Aquele previsto no art. 3º da ADCT (norma de eficácia exaurida) DECORRENTE Aquele que é exercido pelos Estados e pelo DF no exercício de competência estadual. DICA 07 (Poder Constituinte) PODER CONSTITUINTE DECORRENTE E LIMITAC ̧ÕES À AUTO-ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS: O Poder Constituinte Decorrente é aquele exercido pelos Estados e pelo DF, sendo limitados e condicionados ao cumprimento da Constituição Federal. Esses poderes são submetidos aos limites constitucionais, que são dividos em categoria de PRINCÍPIOS. São eles: Princípios constitucionais sensíveis Esse ̂ncia da organização constitucional federativa Art. 34, VIII da CF: hipóteses SENSÍVEIS, que admitem intervenção Princípios constitucionais extensíveis Normas organizato ́rias da Unia ̃o que se estendem aos Estados, por previsa ̃o constitucional expressa ou impli ́cita; Normas sobre processo legislativo que tratam da União, mas são EXTENSÍVEIS aos Estado Princípios constitucionais estabelecidos Rstringem a capacidade organizato ́ria dos Estados de maneira direta no Texto Constitucional. Normas já ESTABELECIDAS na Constituição sobre Estados e DF ATENÇÃO: Na ̃o existe Poder Constituinte no a ̂mbito dos Munici ́pios. DICA 08 (Poder Constituinte) O poder constituinte DERIVADO é sujeito a limites. São eles: TEMPORAIS Apesar de referidas pela doutrina,não existem na Constituição de 1988. Dizem respeito a períodos determinados em que não é possível a mudança do texto constitucional MATERIAIS Correspondem às cláusulas pétreas (art. 60, §4º), que vedam a emenda constitucional em certos assuntos. Para que uma emenda seja considerada inconstitucional nesta seara, deverá tentar abolir o núcleo essencial das cláusulas pétreas. CIRCUNSTANCIAIS São limitações que impedem a mudança do Texto Constitucional em situações específicas vivenciadas no Estado. É o caso do art. 60, §1º, da CF/88, ao dispor que “a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. DICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL Professor Marcílio Ferreira (insta: @marciliosff) “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Prof. Marcílio Ferreira / Insta: @marciliosff / E-mail: contato@marcilioferreira.com FORMAIS São limites previstos no Texto Constitucional, que exigem um processo legislativo formal e com requisitos bem definidos para aprovação das emendas. Podem ser subjetivas (referentes à iniciativa – ex: art. 60, caput) e objetivas (requisitos de aprovação – ex: art. 60, §2º). Estas limitações serão melhor estudadas quando da análise do processo legislativo DICA 09 (Poder Constituinte) DIREITO ADQUIRIDO EM FACE DE UMA NOVA CONSTITUIÇÃO (CONSTITUINTE ORIGINÁRIO): O Poder Constiuinte Originário é absoluto e, portanto, não é possível alegar direito adquirido em face de uma nova Constituição. Contudo, em face de Emenda à Constituição (Constituinte Reformador), esse poder é limitado e o direito adquirido poderá ser arguido. Poder Constituinte Originário (nova CF) - ilimitado Não pode alegar direito adquirido Poder Constituinte Reformador (uma EC) - limitado Pode sim alegar direito adquirido DICA 10 (Direito intertemporal) DIFERENÇA ENTRE REPRISTINAÇÃO E EFEITO REPRISTINATÓRIO: Repristinação 3 normas Lei “C” revoga Lei “B”. Pore ́m, a Lei “B” é revogada pela Lei “A”. Nesse caso, a Lei “C” só voltar a ter vigência, caso a Lei “A” assim determine Efeito repristinatório 2 normas Lei “A” é revogada pela Lei “B”. Porém, a Lei “B” é declarada inconstitucional pelo STF. Nesse caso, volta a vigorar automaticamente a Lei “A”, exceto se o STF disser diferente DICA 11 (Direito intertemporal) TEORIA DA DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO: Trata-se de uma teoria que diz respeito à relação intertemporal entre uma Constituição NOVA e a Constituição ANTIGA. Exemplo: Constituição nova é editada. A Constituiçãõ antiga se torna lei infraconstitucional? Conceito da teoria: Parte da Constituição anterior compatível com a nova seria recepcionada pela nova com status de lei. ATENÇÃO: Na ̃o e ́ admitido no Brasil, exceto quando a pro ́pria Constituic ̧ão nova assim o prevê. DICA 12 (Preâmbulo constitucional) PREÂMBULO CONSTITUCIONAL NÃO É NORMA JURÍDICA: Segundo entendimento do STF, o preâmbulo constitucional não é considerado como norma e não pode servir como paradigma para fins de controle de constitucionalidade. ATENÇÃO: "Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da proteção de Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo força normativa." (ADI 2.076) DICA 13 (Fundamentos e Objetivos) FUNDAMENTOS X OBJETIVOS: Os fundamentos da República se diferenciam dos objetivos. FUNDAMENTOS (art. 1º) Sempre palavras soltas: SO + CI + DI + VA + PLU Soberania Cidadania Dignidade da pessoa humana valores sociais do trabalho e da livre iniciativa pluralismo político. OBJETIVOS (art. 3º) Sempre verbos no infinitivo I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. DICA 14 (Direitos fundamentais) Os direitos fundamentais se dividem em três gerações, de acordo com as conquistas históricas que consolidaram esses direitos. Se tiver dúvida na prova, faça comparação com o lema francês: liberdade, igualdade e fraternidade. 1ª GERAÇÃO Direitos individuais (liberdade/propriedade) 2ª GERAÇÃO Direitos sociais (saúde, educação, trabalho, previdência, habitação etc.) 3ª GERAÇÃO Direitos transindividuais (meio ambiente, desenvolvimento, qualidade de vida, direitos do consumidor etc.) DICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL Professor Marcílio Ferreira (insta: @marciliosff) “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Prof. Marcílio Ferreira / Insta: @marciliosff / E-mail: contato@marcilioferreira.com DICA 15 (Direitos fundamentais) EFICÁCIA HORIZONTAL X VERTICAL: O entendimento atual é de que as normas sobre direitos fundamentais se aplicam a todas as relações jurídicas, sejam elas de direito público (relação vertical), seja de direito privado (relação horizontal). Vertical Estado x Particular Como o Estado goza de prerrogativas, fala-se em relação vertical. Devem-se observar as regras de direitos fundamentais Horizontal Particular x Particular Como são iguais, fala-se em relação jurídica horizontal. Devem-se observar as regras de direitos fundamentais. ATENÇÃO: Fala-se também em relação jurídica DIAGONAL, sob a qual também incidem os direitos fundamentais. As relações jurídicas diagonais seriam aquelas em que a relação é PRIVADA, porém existe uma desproporção entre os poderes das partes (ex: direito trabalhista, direito do consumidor. DICA 16 (Direitos Fundamentais) ARTIGO 5º: Principais dispositivos do art. 5º em provas objetivas: XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interessesocial o exigirem; DICA 17 (Remédios constitucionais) CABIMENTO - MANDADO DE SEGURANÇA: O mandado de segurança pode ser individual ou coletivo, e só cabe quando houver DIREITO LÍQUIDO E CERTO, que significa o direito que pode ser comprovado DOCUMENTALMENTE. ATENÇÃO: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de Mandado de Segurança. (Súmula STF 625) ATENÇÃO2: Na ação de Mandado de Segurança não se admite condenação em honorários advocatícios. (Súmula STJ 105) ATENÇÃO3: O prazo para impetração do Mandado de Segurança é DECADENCIAL de 120 dias. No entanto, quando ele é PREVENTIVO, não há prazo, já que ainda não ocorreu a lesão! DICA 18 (Remédios Constitucionais) MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO: Conforme art. 5º, LXX, o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: “a) partido político com representação no Congresso Nacional; e b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;” ATENÇÃO: Existem duas súmulas muito cobradas em prova em relação ao mandado de segurança coletivo: Súmula STF 630: A entidade de classe tem legitimação para o Mandado de Segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria. Súmula STF 629: A impetração de Mandado de Segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes. DICA 19 (Remédios Constitucionais) DICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL Professor Marcílio Ferreira (insta: @marciliosff) “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Prof. Marcílio Ferreira / Insta: @marciliosff / E-mail: contato@marcilioferreira.com HABEAS DATA: O habeas data pode ser utilizado para 3 (três) hipóteses relacionadas à informação: ACESSO, RETIFICAÇÃO e ANOTAÇÃO. CUIDADO! A anotação não está prevista na CF, mas sim na Lei 9.507, art. 7º, III. CUIDADO2: O habeas data só pode ser impetrado se houver RECUSA ou OMISSÃO em relação ao pedido administrativo do impetrante. Súmula 02-STJ: “Não cabe o ‘habeas data’ (CF/88, art. 5º, LXXII, ‘a’) se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa”. CUIDADO3: Não cabe habeas data em relação a informações de TERCEIROS, a não ser na hipótese de sucessores do falecido, segundo jurisprudência do STJ. DICA 20 (Remédios Constitucionais) CABIMENTO - MANDADO DE INJUNÇÃO: O mandado de injunção é utilizado quando houver OMISSÃO LEGISLATIVA que torne inviável o exercício de norma constitucional. O STF adota, como regra, a teoria concretista, segundo a qual as omissões devem ser resolvidas concretamente pelo Poder Judiciário, não ficando restrito à mera notificação ao Poder Legislativo acerca da sua mora. A nova lei do MI (Lei 13.300) consolidou tal entendimento no art. 8: Art. 8. Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. ATENÇÃO: A nova lei também passou a prever expressamente a possibilidade de Mandado de Injunção COLETIVO (art. 12). DICA 21 (Remédios Constitucionais) LEGITIMIDADE - AÇÃO POPULAR: A ação popular serve para impugnar atos lesivos ao interesse público e só pode ser ajuizada por CIDADÃO, que deverá comprovar essa qualidade por meio do título de eleitor. Súmula 365-STF: “Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular”. DICA 22 (Interpretação/Hermenêutica constitucional) MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL: É a mudança na interpretação de uma mesma norma constitucional com o passar do tempo, sem alteração do seu conteúdo. (evita a petrificação do direito). ATENÇÃO: A mutação constitucional é diferente da declaração de inconstitucionalidade ou da alteração do texto constitucional. Nela, apenas altera-se a interpretação acerca de uma norma, sem modificar o seu conteúdo ou sem declarar a inconstitucionalidade. DICA 23 (Controle de constitucionalidade) EFEITO AMBIVALENTE DAS DECISÕES EM SEDE DE ADI: A decisão proferida em ADI, caso julgue pela constitucionalidade, terá efeitos abstratos (vinculante, erga omnes) de uma declaração de constitucionalidade. A mesma coisa ocorre em relação à ADC. Ou seja, há uma ambivalência entre ADI e ADC. ATENÇÃO: No caso de medida cautelar em ADI, o indeferimento não importa em efeito ambivalente. DICA 24 (Controle de constitucionalidade) DEFESA DA LEI EM ADI PELO AGU: Nas ADI`s, o Advogado-Geral da União (AGU) será citado para defender a lei impugnada. Há exceções à essa previsão? Ou seja, existem hipóteses em que ele poderá deixar de fazer a defesa da constitucionalidade da Lei? Sim! Segundo entendimento do STF, o AGU não precisa se pronunciar pela constitucionalidade da lei questionada quando: a) quando já ́ ha ́ entendimento do STF; b) quando manifestamente contra ́rio aos interesses da Unia ̃o. DICA 25 (Controle de constitucionalidade) CONTROLE PREVENTIVO DE CONSTITUCIONALIDADE NA VIA JUDICIAL: Sabe-se que o controle de constitucionalidade pode ser PREVENTIVO (antes da promulgação da lei ou ato normativo) ou REPRESSIVO (após a promulgação). O controle de constitucionalidade preventivo pode ocorrer na via JUDICIAL? Admite-se apenas atrave ́s de MS protocolado por Parlamentar, nos casos de (a) vi ́cio no processo legislativo; (b) projeto tendente a ̀ abolic ̧ão de cláusula pétrea. DICA 26 (Controle de constitucionalidade) CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO: “Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público” (CF, art. 97). ATENÇÃO: Essa cláusula determina que a declaração de inconstitucionalidade ou ato normativo do Poder Público, no âmbito dos Tribunais, não pode ocorrer por órgão fracionário (ex: 1ª Câmara Cível), devendo ser DICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL Professor Marcílio Ferreira (insta: @marciliosff) “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Prof. Marcílio Ferreira / Insta: @marciliosff / E-mail: contato@marcilioferreira.com decidido pelo Plenário ou órgão especial, instaurando um incidente específico para isso. *Conferir art. 948 do CPC. CUIDADO! A cláusula de reserva de plenário não se aplica às hipóteses de: (1) quando já houver decisão do próprio tribunal ou do STF sobre a matéria; (2) declaração de não recepção; (3) interpretação conforme a constituição; (4) declaração de constitucionalidade. DICA 27 (Controle de constitucionalidade) LEGITIMADOS PARA ADI (CF, art. 103): Macete: para facilitar a memorização, eles são divididos em 3 (três) grupos: 1) mesas; 2) pessoas/autoridades; e 3) instituições/entidades. Cada grupo possui 3 (três) integrantes. Desses 3 (três integrantes), o "mais fraco", o "menos importante", de cada grupo é legitimado especial (exige pertinência temática), sendo, portanto, 3 (três) os legitimados especiais. Os demais são legitimados universais (não exigem pertinência temática). Abaixo, sublinhados e em negrito, estão os legitimados especiais. 1) 3 Mesas: 1.1) Mesa do Senado Federal (inciso II); 1.2) Mesa da Câmara dos Deputados (inciso III); 1.3) Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF (inciso IV). 2) 3 Pessoas/autoridades: 2.1) Pres.da República (inciso I); 2.2) PGR (inciso VI); 2.3) Governador do Estado ou do DF (inciso V); 3) 3 Instituições: 3.1) Conselho Federal da OAB (inciso VII); 3.2) Partido político com representação no CN (inciso VIII); 3.3) Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional (inciso IX). ATENÇÃO: Os legitimados da ADI são os mesmos da ADO, ADC e ADPF. DICA 28 (Controle de constitucionalidade) CONTROVÉRSIA JUDICIAL RELEVANTE NA ADC: A ADC tem por requisito a comprovação de controvérsia judicial relevante. Justificativa: Não se pode querer a declaração de constitucionalidade de qualquer norma, pois as leis já gozam de presunção de constitucionalidade. Assim, exige-se que, para uma lei ser objeto de ADC, haja uma controvérsia judicial relevante. Conceito: A controvérsia judicial relevante é a comprovação de que a norma está sendo controvertida nos tribunais, por exemplo, quando vários juízes vêm declarando a sua inconstitucionalidade. DICA 29 (Controle de constitucionalidade) EFEITOS DA DECISÃO PROFERIDA EM CONTROLE ABSTRATO (cautelar x mérito): Decisão de mérito Efeitos ex tunc (exceto se houver modulac ̧ão), vinculante, erga mones. Decisão cautelar Efeitos ex nunc (exceto se houver modulac ̧ão), vinculante, erga mones. ATENÇÃO: Nas duas hipóteses, admite-se a modulação de efeitos temporais da decisão. DICA 30 (Controle de constitucionalidade) CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA: O controle de constitucionalidade em caráter abstrato também pode acontecer no âmbito do Tribunal de Justiça (TJ), conforme art. 125, §2º. ATENÇÃO: Os legitimados da ADI-Estadual NÃO PRECISAM ser os mesmos da ADI-Federal, sendo vedado apenas a atribuição de legitimidade para agir a um único órgão. DICA 31 (Controle de constitucionalidade) CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE SIMULTÂNEO (STF X TJ): Do que se trata? Ocorre quando forem propostas duas ADI’s (STF e TJ), tendo como para ̂metro norma de reproduc ̧ão obrigatória da CE diante da CF. Nesse caso, suspende- se o curso da ADI-Estadual ate ́ o julgamento pelo STF. Com o julgamento pelo STF da ADI, duas coisas podem ocorrer: Se o STF julgar PROCEDENTE A ADI-Estadual perde o objeto Se o STF julgar IMPROCEDENTE a ADI- Estadual tem continuidade, pois pode haver declarac ̧ão de inconstitucionalidade com base em outro parâmetro da CE. DICA 32 (Controle de constitucionalidade) CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE: No Brasil, não existe constitucionalidade OU inconstitucionalidade superveniente. A compatibilidade de uma norma com a Constituição é inferida a partir do momento em que ela ingressa no ordenamento jurídico. ATENÇÃO: Se a norma é constitucional e fica incompatível com futura EC, será ela revogada. Se a DICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL Professor Marcílio Ferreira (insta: @marciliosff) “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Prof. Marcílio Ferreira / Insta: @marciliosff / E-mail: contato@marcilioferreira.com norma era inconstitucional e passa a ser compatível com uma futura EC, continuará sendo inconstitucional. DICA 33 (Controle de constitucionalidade) INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS: Não existe hierarquia entre normas formalmente constitucionais, independentemente do seu conteúdo. Assim, não é cabível falar em inconstitucionalidade de norma originária. ATENÇÃO: Apesar disso, é possível falar em inconstitucionalidade de uma Emenda Constitucional, caso esta viola normas formal ou materialmente a CF. DICA 34 (Controle de constitucionalidade) ADI POR PARTIDO POLI ́TICO E PERDA DE REPRESENTAC ̧ÃO NO CONGRESSO NACIONAL: “a aferição da legitimidade deve ser feita no momento da propositura da ação e que a perda superveniente de representação do partido político no Congresso Nacional na ̃o o desqualifica como legitimado ativo para a ac ̧ão direta de inconstitucionalidade”. (ADI 2159 AgR/DF) ATENÇÃO: Para que uma ADI seja proposta por um partido político, basta que ele tenha representação no Congresso Nacional, mesmo que seja apenas 1 representante. Nesses casos, se ele perder o representante ao longo do curso de uma ADI, esta continuará tramitando normalmente. DICA 35 (Intervenção federal) INTERVENÇÃO UNIÃO-MUNICÍPIO: A União somente pode intervir nos Estados-membros e no DF, enquanto os Estados somente poderão intervir nos Municípios integrantes de seu território. A exceção é a União intervir nos municípios existentes dentro de Território Federal (art. 35, caput da CF). DICA 36 (Súmula vinculante) LEGITIMADOS PARA PROPOR SÚMULA VINCULANTE: Os legitimados para propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante NÃO SÃO OS MESMOS DA ADI. O rol de legitimados é MAIOR. Confira o art. 3º da Lei 11.417: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República; V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI - o Defensor Público-Geral da União; VII – partido político com representação no Congresso Nacional; VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. § 1º O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo. ATENÇÃO: Em caso de violação à súmula vinculante, cabe a apresentação de RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL diretamente no STF. DICA 37 (Organização política) CRIAÇÃO DE UM NOVO ESTADO: “Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territo ́rios Federais, mediante aprovac ̧ão da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.” (CF, art. 18, §3o) Requisitos: (a) Plebiscito (todos os afetados participarão) (b) Lei complementar do Congresso Nacional DICA 38 (Organização política) CRIAÇÃO DE UM NOVO MUNICÍPIO: “A criac ̧ão, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta pre ́via, mediante plebiscito, a ̀s populac ̧ões dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei”. (CF, art. 18, §4o). Requisitos: (a) Lei estadual (b) Lei Complementar Federal estabelecendo o período em que pode ocorrer (c) Divulgação de Estudos de Viabilidade Municipal apresentados e publicados (d) Plebiscito (todos os afetados participarão) DICA 39 (Poder Legislativo) IMUNIDADE DOS PARLAMENTARES: A Constituição estabelece normas destinadas aos Parlamentares para proteção da função por eles exercida. Fala-se em IMUNIDADES materiais e formais. DICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL Professor Marcílio Ferreira (insta: @marciliosff) “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Prof. Marcílio Ferreira / Insta: @marciliosff / E-mail: contato@marcilioferreira.com 1. IMUNIDADES MATERIAIS: Diz respeito ao DIREITO MATERIAL, ou seja, à impossibilidade de ser imputada RESPONSABILIDADE civilou penal ao deputado pelas suas manifestações. Art. 53, CF: Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. ATENÇÃO: Os vereadores só possuem imunidade na circunscrição (município) onde atuam e não possuem imunidade formal. 2. IMUNIDADES FORMAIS: Diz respeito ao DIREITO PROCESSUAL, ou seja, à impossibilidade de ser denunciado. No caso dos deputados, essa responsabilidade não é absoluta. *Conferir §2, 3, 4 e 5 do art. 53 da CF: § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. § 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. § 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. § 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. DICA 40 (Poder Legislativo) PODERES DA CPI: As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) possuem apenas a finalidade de INVESTIGAR fatos (poderes típicos de autoridade judicial), não podendo punir. As suas conclusões devem ser encaminhadas aos órgãos de controle, como o Ministério Público. Quais os poderes da CPI? PODE (a) convocar autoridades, sob pena de crime de responsabilidade; (b) quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico; NÃO PODE (a) interceptação telefônica; (b) decretar indisponibilidade de bens. Não pode mandar prender (salvo em flagrante); (c) determinar medidas processuais de garantia, tais como: sequestro e indisponibilidade de bens (Informativo 158 do STF); (d) impedir que pessoa deixe o País; (e) decretar prisão preventiva; (f) tomar decisões imotivadas (Informativo 162 do STF). DICA 41 (Poder Legislativo) TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO: O TCU é um órgão auxiliar do Legislativo, mas é autônomo em relação a esse. CUIDADO: O TCU não julga contas do Chefe do Poder Executivo, mas sim o Congresso Nacional. O TCU apenas emite PARECER. A mesma sistemática se aplica no âmbito Estadual e Municipal. DICA 42 (Poder Legislativo) ESPÉCIES DE DELEGAÇÃO - LEI DELEGADA: A Lei Delegada é prevista na Constituição Federal, porém existem duas espécies de delegação constitucionalmente previstas: Delegação típica Congresso delega ao Chefe do Executivo, sem necessidade de retorno para análise Delegação atípica Congresso delega ao Chefe do Executivo, mas volta ao Congresso para análise, em votação única, vedada qualquer emenda (CF, art. 68, §3o). DICA 43 (Poder Legislativo) INEXISTÊNCIA DE HIERARQUIA ENTRE L.O. E L.C.: O STF entende que não há hierarquia entre L.O. e L.C., mas sim mera divisão de competências pela CF/88. Assim, pode uma L.O. revogar o dispositivo de uma L.C., caso este não seja de competência exclusiva de uma L.C. ATENÇÃO: A diferença entre LO e LC está no quórum de aprovação. A LO é aprovada por maioria simples (maioria dos presentes), enquanto que a LC é aprovada por maioria absoluta (maioria dos membros). Entretanto, NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE LO E LC. DICA 44 (Poder legislativo) PRERROGATIVA DE FORO E PERDA DO MANDATO: Se um parlamentar possui foro especial (ex: deve ser julgado no STF), a perda do mandato reflete no julgamento de processos em curso? Ex: Um parlamentar foi denunciado no STF pelo cometimento de um crime, porém, no curso do processo, renunciou ou perdeu o mandato. Qual a consequência? DICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL Professor Marcílio Ferreira (insta: @marciliosff) “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Prof. Marcílio Ferreira / Insta: @marciliosff / E-mail: contato@marcilioferreira.com A perda do mandato reflete na perda da prerrogativa de foro, exceto: (a) quando ja ́ iniciado o julgamento; (b) quando houver claro intuito de fraudar a compete ̂ncia da Corte. DICA 45 (Processo legislativo) VEDAC ̧ÃO MATERIAL À EDIÇÃO DE MEDIDA PROVISÓRIA: Existem matérias em que é vedada a edição de medidas provisórias. Essas limitações são chamadas de limitações materiais à medida provisória. § 1o É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos poli ́ticos, partidos poli ́ticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organizac ̧ão do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3o; II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III – reservada a lei complementar; IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. DICA 46 (Processo legislativo) PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE: “A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa” (CF, art. 60, §5º e 62, §10) ATENÇÃO: tal princípio é absoluto (não há exceção) para EC e MP, mas não para LO, pois pode haver reapresentação caso haja maioria absoluta de qualquer das casas (CF, art. 67). DICA 47 (Processo legislativo) TEORIA DA DUPLA REFORMA (dupla revisa ̃o): Trata- se de uma teoria que permite, em um primeiro momento, retirar da Constituição a proibição de abolição das cláusulas pétreas para, logo em seguida, retirar os direitos propriamente ditos. Essa hipótese não é aceita no Brasil!. DICA 48 (Poder Executivo) RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Está muito na moda a responsabilidade do Presidente da República, portanto é necessário conhecer bem o art. 86 da CF, que trata do assunto: Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. § 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções: I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. § 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. § 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão. § 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. DICA 49 (Poder Executivo) PRINCI ́PIO DA LEGALIDADE E PODER REGULAMENTAR: O Poder Pu ́blico na ̃o pode criar direitos e obrigac ̧ões, se na ̃o mediante lei (princípio da legalidade, conforme art. 5, II e 37, caput, da CF). Os Decretos na ̃o podem inovar no ordenamento jurídico (decreto auto ̂nomo), mas apenas podem dar execução a uma lei existente (decreto executivo). Decretos executivos Art. 84, IV, da CF Amplamente admitidos, apenas dão execução a uma lei já existente,sem inovar (Não podem ser objeto de ADI) Decretos autoônomos Não existe como regra. Exceção: art. 84, VI, da CF. Viola o princípio da legalidade e a CF diretamente. (Podem ser objeto de ADI) DICA 50 (Partidos Políticos) FIDELIDADE PARTIDÁRIA: O Congresso Nacional é dividido entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, que adotam sistemas diferentes de votação. Na eleição para a Câmara dos Deputados, os votos vão para os partidos políticos (sistema proporcional). Na eleição para o Senado Federal, os votos vão para os candidatos (sistema majoritário). ATENÇÃO: Segundo entendimento do STF, a regra de fidelidade partidária se aplica apenas à Câmara dos Deputados, uma vez que o mandato pertence ao partido político (sistema majoritário). Logo, o Senador poderá trocar de partido político sem perder o cargo. DICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL Professor Marcílio Ferreira (insta: @marciliosff) “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Prof. Marcílio Ferreira / Insta: @marciliosff / E-mail: contato@marcilioferreira.com DICA 51 (Direitos políticos) PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL: “A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência” (CF, art. 16) DICA 52 (Direitos políticos) VERTICALIZAÇÃO DAS COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS: Tratava-se da exige ̂ncia formulada pelo TSE no sentido de que coligações ajustadas para determinado cargo (ex: Presidente da República) não poderiam formar outras coligações, com partidos diversos, para outros cargos (ex: Governador). Tal exige ̂ncia foi afastada expressamente no art. 17, §1o (EC 52/06). Assim, atualmente, não há obrigatoriedade de verticalização das coligações partidárias. DICA 53 (Direitos políticos) CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA X PASSIVA: A capacidade eleitoral se diferencia em ativa (possibilidade de votar) e passiva (capacidade de ser votado/eleito). 1. Capacidade eleitoral ativa: Obrigatória para: maiores de dezoito anos Facultativa para: os analfabetos; os maiores de setenta anos; e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. CUIDADO! Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os conscritos. 2. Capacidade eleitoral passiva: Exige-se: I - a nacionalidade brasileira; II - o pleno exercício dos direitos políticos; III - o alistamento eleitoral; IV - o domicílio eleitoral na circunscrição; V - a filiação partidária; VI - a idade mínima de: 35 anos Presidente e Vice-Presidente da República e Senador. 30 anos Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; 21 anos Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz; 18 anos Vereador ATENÇÃO: São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. DICA 54 (Direitos políticos) INELEGIBILIDADE RELATIVA EM RAZA ̃O DO PARENTESCO (inelegibilidade reflexa): CF art. 14, §7º: “São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição” SV 18: “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, na ̃o afasta a inelegibilidade prevista no § 7o do artigo 14 da Constituição Federal”. DICA 55 (Poder Judiciário) GARANTIAS FUNCIONAIS DOS MAGISTRADOS: Os magistrados possuem garantias funcionais, a fim de permitir o livre exercício de suas funções (CF, art. 95). São elas: VITALICIEDADE Após 2 anos, o juiz só poder perder o cargo mediante sentença judicial transitada em julgado. INAMOVIBILIDADE Não podem ser removidos, salvo por motivo de interesse público. IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIO O subsídio dos magistrados não pode ser reduzido, a não ser nas hipóteses constitucionais DICA 56 (Poder Judiciário) COMPOSIÇÃO DO STF: O STF é composto de 11 (onze) ministros, os quais NÃO PRECISAM SER FORMADOS EM DIREITO! Conforme art. 101, caput, os Ministros do STF são escolhidos “escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada”. Eles “pelo serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal” (CF, art. 101, parágrafo único). DICA 57 (Poder Judiciário) QUINTO CONSTITUCIONAL: O quinto constitucional é uma parcela da composição dos Tribunais que é composta obrigatoriamente por membros da advocacia e do Ministério Público. Confira o art. 94 da CF: “Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação DICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL Professor Marcílio Ferreira (insta: @marciliosff) “Sonhar é acordar-se para dentro” (Mário Quintana) Prof. Marcílio Ferreira / Insta: @marciliosff / E-mail: contato@marcilioferreira.com ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.” ATENÇÃO: No âmbito do STJ, não há quinto constitucional, mas sim terço! Veja o art. 104, parágrafo único, II, da CF/88. DICA 58 (Poder Judiciário) RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA: O STF é o tribunal de cúpula do Poder Judiciário, tendo como função a proteção das normas constitucionais. O art. 102, que trata da sua competência, possui 3 (três) incisos, que estabelecem a competência originária (inciso I), a competência recursal para Recurso Ordinário (inciso II) e a competência recursal para Recurso Extraordinário (inciso III). O Recurso Extraordinário serve para levar discussões constitucionais ao STF, porém não é qualquer RE que pode subir ao Supremo. Exige-se o requisito da REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA: “No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.” (CF, art. 102, p. 3). DICA 59 (Poder Judiciário) VEDAÇÕES AOS MAGISTRADOS: Aos magistrados, a CF estabelece algumas vedações, a fim de assegurar o livre exercício de suas funções. Vale a pena conhece-las: Art. 95 [...] Parágrafo único. Aos juízes é vedado: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; III - dedicar-se à atividade político-partidária. IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. ATENÇÃO: As vedações se aplicam aos magistrados, mesmo que estes se encontrem em disponibilidade. DICA 60 (PODER JUDICIÁRIO) EXCEÇÃO AOPRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DE JURISDIÇÃO: Como regra, qualquer lesão ou ameaça a lesão a direito pode ser levada ao Poder Judiciário diretamente, sem necessidade de prévio esgotamento da discussão no âmbito administrativo. No entanto, a Constituição prevê uma exceção para o caso de Justiça Desportiva: CF, Art. 217, § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. ATENÇÃO: Fala-se em outras exceções que não são constitucionais, mas sim legais: (a) Habeas Data: é necessária uma recusa ou omissão da autoridade, conforme Súmula 02- STJ; (b) Reclamação constitucional em face de ato administrativo, conforme art. 7, §1o, da Lei 11.417/2006.
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