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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL CONTROLE AMBIENTAL Aula 8: Tratamento de efluentes Profa.: Míriam Cristina Santos Amaral Setembro/2013 Introdução Tratamento de efluentes •Legislação cada vez mais restritiva; •Diversidade de efluentes; •Aumento do custo da água. Problemática •Redução do consumo de água; •Reúso de água; •Tratamento mais eficiente; •Tratamento segregado. Tendência Introdução Legislação Legislação Nacional Legislação Estadual Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011. Deliberação Normativa COPAM nº 10, de 16 de dezembro de 1986. Sistemas de tratamento de efluentes Conjunto de operações arranjadas para alcançar o grau de tratamento desejado; Maior eficiência Menor custo. A seleção das operações é baseada: Características do efluente; Qualidade final do efluente desejado; Proximidades de áreas de estocagem; Topografia e condições do local, espaço disponível, requerimentos hidráulicos. Sistemas de tratamento de efluentes Tratamento de efluentes •Peneiramento, •Mistura, •Floculação, •Sedimentação, •Flotação, •Filtração e •Transferência gasosa Físicos •Lagoas, •Lodos ativados, •Reatores anaeróbios, •Filtros biológicos, •Biorreatores a membrana Químicos •Precipitação, •Oxidação, • Adsorção. Biológicos Sistemas de tratamento de efluentes Poluentes x tipo de tratamento Sólidos suspensos Peneiramento, trituração, filtro de areia, filtração, flotação, coagulação/floculação, decantação Orgânicos Processos biológicos (reatores aeróbios, anaeróbios, bioreator a membrana), químicos (oxidação) e físicos (absorção e adsorção) Inorgânicos Biológicos (remoção de nitrogênio e fósforo), precipitação, coagulação/ floculação, adsorção, troca iônica, osmose inversa. Patogênicos Cloração, cloreto de Bromo, Ozonização Radiação UV Gradeamento O gradeamento objetiva a remoção de sólidos grosseiros e são constituídos de barras de ferro ou aço paralelas, posicionadas transversalmente no canal de chegada dos efluentes na estação de tratamento, perpendiculares ou inclinadas, dependendo do dispositivo de remoção do material retido. As grades devem permitir o escoamento dos efluentes sem produzir grandes perdas de carga. Gradeamento Características Tipo Espaçamento (cm) Grade grosseira 4 - 10 Grade média 2 - 4 Grade fina 1 - 2 Largura: 4 mm a 10 mm Comprimento: 25 mm a 75 mm Dimensão das barras Limpeza manual: 45° ou 60° Limpeza mecanizada: 70° a 90° Inclinação das barras Decantação Objetivo: Remoção de sólidos em suspensão por deposição Tipos: Discreta: não há interação entre as partículas, que conservam as suas propriedades durante todo o processo. Floculante: há aglomeração das partículas, por isso as suas propriedades mudam (caso dos decantadores primários). Zonal: as partículas formam um manto, com uma interface distinta com a fase líquida (caso dos decantadores secundários - lodos ativadas ou da coagulação com alumina - lodos químicos). Decantação Exemplos: Caixa de areia Objetivo: Remoção de areia através de sedimentação, sem que haja remoção conjunta de sólidos orgânicos Características das partículas a serem removidas (“Areia”) Diâmetro efetivo: 0,2 mm a 0,4 mm Massa Específica: 2.650 kg/m3 Velocidade de sedimentação: 2,0 cm/s Coagulação/Floculação Coagulação Processos de desestabilização onde se neutralizam as forças elétricas superficiais e se anulam as forças repulsivas. Floculação Processo de aglomeração dos colóides “descarregados” até a formação de flocos que sedimentam a uma velocidade adequada. Coagulação/Floculação Insumos necessários Coagulantes (sulfato de alumínio, sulfato férrico, cloreto férrico) Compostos capazes de produzir hidróxidos gelatinosos insolúveis e englobar as impurezas. Alcalinizantes (hidróxido de cálcio, óxido de cálcio hidróxido de sódio) Capazes de conferir a alcalinidade necessária à coagulação Coadjuvantes (sílica ativa, polieletrólitos) Capazes de formar partículas ou flocos mais densos. Coagulação/Floculação Processo Adição de produtos químicos Coagulação – agitação vigorosa Floculação – agitação lenta Decantação Flotação Remoção de sólidos não sedimentáveis. Efluente líquido a ser tratado passa por câmara pressurizada onde há injeção de gás (normalmente ar) que é dissolvido na câmara de despressurização (tanque aberto). O gás é liberado, formando bolhas que arrastam as partículas não sedimentáveis. Filtração Definição: Processo de separação sólido-líquido utilizado para promover a remoção de material particulado presente na fase líquida. Tipos de filtração: Filtração em membranas Filtração em meio granular Filtração Filtração em meio granular Filtração Filtração em membranas Microfiltração Ultrafiltração Nanofiltração Osmose inversa Tratamento biológico Reprodução dos processos naturais que ocorrem nos corpos d’água. Diferencial: inserção de tecnologias para otimizar o processo e promover condições controladas. Ocorrem num volume limitado: Reator. Influenciados pelo transporte hidráulico dos materiais e pelas reações no reator. Remoção de matéria orgânica, nitrogênio e fósforo Tratamento biológico Tratabilidade biológica de efluentes Biodegradabilidade; Tratabilidade; Concentração de matéria orgânica; Disponibilidade de nutrientes; Toxicidade. Tratamento biológico Mecanismo aeróbio Mecanismo anaeróbio Matéria Orgânica + Bactérias + O2 Bactérias + H2O + CO2 Bactérias + CO2 + CH4 Matéria Orgânica + Bactérias Tratamento biológico Parâmetros de processos Concentração de oxigênio; Concentração de biomassa; Nutrientes; Tempo de detenção hidráulica; pH; Biodegradabilidade do substrato.Lagoas facultativas Lagoas facultativas Lagoas facultativas Lagoa anaeróbia: decomposição parcial da MO (50 a 60%) alivia a carga da lagoa facultativa Economia de área: 2/3 da área requerida para a lagoa facultativa Lagoa anaeróbia – possibilidade de maus odores Lagoas aeradas facultativas Inserção mecânica de Oxigênio; Degradação mais rápida da matéria orgânica; Menor tempo de detenção hidráulica (TDH) na unidade; Menor volume. Lagoas aeradas de mistura completa Maior contato biomassa – matéria orgânica maior eficiência de degradação: menor volume da lagoa Maior produção de lodo Necessidade de remoção contínua ou periódica do lodo Lagoas anaeróbia, facultativa e de maturação Elevada eficiência na remoção de patógenos; Razoável eficiência na remoção de nutrientes; Elevados requisitos de áreas Lodos ativados Lodos ativados convencional tanque de aeração decantador secundário lodo secundário linha de recirculação tanque de aeração lodo secundário linha de recirculação decantador primário Lodos ativados Lodos ativados – aeração prolongada tanque de aeração lodo secundário linha de recirculação Lagoas anaeróbia, facultativa e de maturação Filtro biológico percolador Filtro biológico percolador de baixa carga MO é estabilizada por bactérias que crescem aderidas a um meio suporte Esgoto é aplicado na superfície do filtro Aeração natural Filtro biológico percolador de alta carga Melhor resistência a variações de carga que filtros de baixa carga. Filtro biológico percolador Filtro biológico percolador Meio Suporte UASB UASB Os biodiscos rodam a baixa velocidade, sendo 40% da sua área submersa no efluente. MO é estabilizada por bactérias que crescem aderidas a no disco. Biodisco Biodisco Biorreator com membranas Biorreator com membranas Biorreator com membranas Planas Tubulares Fibra oca Membranas e módulos Biodisco Adsorção Mecanismo de adsorção A + B A.B Em que: A = adsorvato, B = adsorvente , A.B = composto adsorvido Adsorção Tipos de adsorção: Adsorção física ou fisiosorção; Adsorção química ou quimiosorção. Forças químicas envolvidas: Ligações de Hidrogênio; Interações Dipolo-Dipolo; Forças de London ou Van der Waals. Adsorção Carvão ativado: Elevada área superficial; Elevada capacidade na remoção de íons metálicos e matéria orgânica (corantes orgânicos, agrotóxicos, cobre, cromo, cádmio, chumbo...) Ocorrência significativa de grupos funcionais superficiais. Adsorção Carvão ativado: Elevada área superficial; Elevada capacidade na remoção de íons metálicos e matéria orgânica (corantes orgânicos, agrotóxicos, cobre, cromo, cádmio, chumbo...) Ocorrência significativa de grupos funcionais superficiais. Processos Oxidativos Altamente reativos; Têm a capacidade de destruição total de muitos poluentes orgânicos; Não depende da biodegradabilidade do efluente. Processos Oxidativos Os processos oxidativos avançados (POA) são processos que envolvem a geração de radicais hidroxila ( . OH); O peróxido de hidrogênio é um oxidante eficiente, seguro e de custo acessível; Adição de ativadores: sais de ferro; ozônio ; luz ultravioleta; dióxido de titânio (TiO2); óxido de zinco (ZnO). Precipitação Remoção principalmente de inorgânicos. Ex.: metais pesados, fósforo, nitrogênio dentre outros poluentes. Reação Separação Precipitação Remoção de fósforo Reação com FeCl3: Fe3+ + PO43- FePO4 Reação com Ca(OH)2: 3Ca2+ + 2PO43- Ca3(PO4)2 Reação com Al2SO4: Al3+ + PO43- AlPO4 Remoção de nitrogênio Processos físicos Processos químicos Stripping Precipitação química Processos biológicos Nitrificação/ Desnitrifição
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