Buscar

Desenvolvimento Histórico do Direito Penal Brasileiro

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
Direito Penal I
Aula 04
Prof. Carlos Mazza
*/28
OBJETIVOS DA AULA
Conhecer o desenvolvimento histórico do Direito Penal brasileiro;
Identificar as diversas leis que, ao longo da história do país, constituíram os Códigos Penais vigentes.
*/28
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Histórico do DP brasileiro
3. CONCLUSÃO
*/28
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Histórico do DP brasileiro
3. CONCLUSÃO
*/28
 Antes da colonização do Brasil
 Tribos - diferentes estágios de evolução
 Direito costumeiro:
 A vingança privada e o talião.
 José Henrique Pierangelli: “dado o seu primarismo, as práticas punitivas das tribos selvagens que habitavam o nosso país em nenhum momento influíram na nossa legislação”.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 AS ORDENAÇÕES FILIPINAS - 1603
 No Brasil Colonial:
 Ordenações Afonsinas (até 1512) 
 Ordenações Manuelinas (até 1569)
 Código de D. Sebastião (até 1603). 
 Ordenações Filipinas - o Direito Penal dos tempos medievais (1830).
 Justiça penal - arbítrio dos comandantes das expedições exploradoras que se dirigiam ao litoral do novo continente.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 Com a ocupação da colônia – Capitanias Hereditárias - carta branca do governo português para processar e julgar inapelavelmente
 A pena de morte de forma violenta e arbitrária bem como outras não menos desumanas. 
 Seguiram-se, à época, as Ordenações Filipinas, herança da junção das Casas Reais espanhola e portuguesa. 
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 Livro V das Ordenações do Rei Filipe II - o primeiro Código Penal a viger na nova terra. 
 Perdurou de 1603 até 1830.
Fundamentava-se largamente nos preceitos religiosos. 
 O crime era confundido com o pecado e com a ofensa moral.
 Punia-se severamente os hereges, apóstatas, feiticeiros e benzedores.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 As penas severas e cruéis - açoites, degredo, mutilação, queimaduras etc.
 Infundir o temor pelo castigo. 
 Larga cominação da pena de morte pela forca, com torturas, pelo fogo etc., comuns as penas infamantes, o confisco e os galés. 
 “Morte para sempre” - corpo do condenado ficava suspenso até a putrefação total e o recolhimento.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 Penas desproporcionadas à falta praticada. 
 Eram desiguais e perversas. 
 Joaquim José da Silva Xavier:
“E assim, numa manhã de sábado, 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu em procissão as ruas engalanadas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e onde fora armado o patíbulo. 
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
Executado e esquartejado, com seu sangue lavrou-se a certidão de que estava cumprida a sentença, e foi declarada infame sua memória. 
Sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, os restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: 
Cebolas, Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz, antiga Carijós, lugares onde fizera seus discursos revolucionários, arrasaram a casa em que morava e declararam infames os seus descendentes”.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
O CÓDIGO CRIMINAL DO IMPÉRIO - 1830
Proclamada a independência - a Constituição de 1824 - uma nova legislação penal 
 16 de dezembro de 1830, D. Pedro I, o Código Criminal do Império.
De índole liberal, inspirava-se na doutrina utilitária de Betham, bem como no Código francês de 1810 e o Napolitano de 1819. 
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 Esboço de individualização da pena;
 Atenuantes e agravantes;
 Julgamento especial para os menores de 14 anos; 
 Pena de morte pela forca, só aceita após acalorados debates - prática de crimes pelos escravos; 
 a Igreja = Estado - diversas figuras delituosas, representando ofensas à religião estatal.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 Inegáveis qualidades:
 indeterminação relativa da pena,
 previsão da menoridade como atenuante, 
 a indenização do dano “ex delicto”. 
 Defeitos comuns à época:
 não definia a culpa, aludindo apenas ao dolo, 
 havia desigualdade no tratamento das pessoas - os escravos.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
CÓDIGO PENAL DA REPÚBLICA - 1890
Com a República, em 11 de outubro de 1890 - o Código Criminal da República
 alvo de duras críticas pelas falhas que apresentava - pressa.
 A Constituição de 1891 aboliu a pena de morte, a de galés e a de banimento judicial.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 O CPR de 1890 contemplou: 
 prisão; 
 banimento (pena temporária); 
 interdição (suspensão dos direitos políticos etc.); 
 suspensão e perda de emprego público e multa. 
 Orientação clássica – apesar de ter postulados positivistas - críticas.
 Avanço - pena de morte;
 regime penitenciário de caráter correcional.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
A CONSOLIDAÇÃO DE PIRAGIBE - 1932.
Costumava-se dizer: “com o Código de 1890 nasceu a necessidade de modificá-lo”.
 Várias leis para remendá-lo - em grande número - enorme confusão e incerteza na aplicação.
 Desemb. Vicente Piragibe – reuniu-as em quatro livros e quatrocentos e dez artigos – situação precária.
 Dec. nº 22.213/32 - Consolidação das Leis Penais de Piragibe - 1940. 
 
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
O CÓDIGO PENAL DE 1940
 Promulgado em 07/12/1940, passou a vigorar em 1º/01/1942;
 Para que se pudesse melhor conhecê-lo e para coincidir sua vigência - Código de Processo Penal.
 DL nº 2.848/40 - projeto de Alcântara Machado - comissão revisora composta de Nelson Hungria, Vieira Braga, Marcélio de Queiroz e Roberto Lira.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 Legislação eclética, sem compromisso com qualquer das escolas ou correntes penais. 
 Conciliava os postulados das Escolas Clássicas e Positiva.
O que de melhor havia nas legislações modernas de orientação liberal - códigos italiano e suíço.
Magalhães Noronha “é o Código obra harmônica: soube valer-se das mais modernas ideias doutrinárias”.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
O CÓDIGO PENAL DE 1969
 Várias tentativas - mudança do CP.
 Em 1963 – ministro Nelson Hungria, apresentou anteprojeto de sua autoria. 
 Submetido a várias comissões revisoras - Decreto-Lei nº 1004/1969.
 A vigência foi adiada sucessivamente.
 Críticas exacerbadas - modificado substancialmente - Lei nº 6.016/1973.
 Foi revogado - Lei nº 6.578/1978.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
ALTERAÇÃO NA PARTE GERAL - 1984
 Em 1980, o Ministro da Justiça incumbiu uma comissão de notáveis da reforma do Código em vigor.
 Presidida por Francisco de Assis Toledo e constituída por Francisco Serrano Neves, Miguel Reale Junior, Renê Ariel Dotti, Ricardo Antunes Andreucci, Rogério Lauria Tucci e Helio Fonseca.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 O trabalho apoiado:
 no princípio do nullum crimen sine culpa;
 na ideia de reformulação do elenco tradicional das penas. 
 Alemanha – primeiro a parte geral.
 Em 1981, foi publicado o anteprojeto, para receber sugestões.
 Promulgada a Lei nº 7.209/1984 - alterou substancialmente a parte geral.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 Principais inovações: 
 Reformulação do instituto do erro - distinção entre erro de tipo e erro de proibição - excludentes da culpabilidade; 
 Crimes qualificados pelo resultado para excluir-se a responsabilidade objetiva; 
 Reformulação do capítulo referente ao concurso de agentes para resolver o problema do desvio subjetivo entre os participantes do crime; 
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 Extinção da divisão entre penas principais e acessórias e a criação das penas alternativas (restritivas de direito) - crimes de menor gravidade; 
 Criação da multa reparatória; 
 Substituição do sistema duplo-binário (pena e/ou medida de segurança) pelo sistema vicariante (pena ou medida de segurança) e a exclusão da presunção de periculosidade. 
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
 Em trabalho de revisão, excluiu-se do anteprojeto a multa “reparatória”
 O anteprojeto foi aprovado sem qualquer modificação
de vulto, para viger seis meses após a publicação. 
 A nova Lei de Execução Penal (nº 7.210, de 11 de julho de 1984). 
 É lei específica para regular a execução das penas e das medidas de segurança - Direito de Execução Penal.
HISTÓRICO DO DP BRASILEIRO
*/28
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Histórico do DP brasileiro
3. CONCLUSÃO
*/28
Para saber mais:
1. BUENO, Paulo Amador Thomaz Alves da Cunha. Direito Penal: Parte Geral. Barueri – SP: Manole, 2012. – [Coleção Sucesso Concursos Públicos e OAB].
2. BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 19ª ed. vol. 1, p. 35 a 60 - São Paulo: Saraiva, 2013.
3. JESUS, Damásio E. de, Direito Penal. 34ª ed. vol. 1, p. 8 a 9 - São Paulo: Saraiva, 2013.
4. MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de Direito Penal. 28ª ed. vol. 1, p. 07 a 26 - São Paulo: Atlas, 2012.
5. TELES, Ney Moura. Direito Penal. 2ª ed. vol. 1, p. 19 a 34 - São Paulo: Atlas, 2006.
BIBLIOGRAFIA
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais