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Aula 01 - Introdução e MAD dos fungos

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Amanda Lofeu Cury 
Micologia - Medicina 
15 de julho de 2014 
Introdução à Micologia 
Estudo dos Fungos 
♦ ️Características dos Fungos 
- Ubíquos 
- Ecossitemas: sapróbios, simbiontes ou parasitas 
- Eucariontes 
- Unicelulares ou pluricelulares 
- Parede celular de quitina 
- Membrana plasmática: ergosterol 
- Imóveis (alguns possuem esporos móveis) 
- Reprodução assexuada ou sexuada 
- Nutrição por absorção 
- Mesófilos: 5º à 37ºC 
- Metabolismo: aeróbios, microaerófilos, fermentadores obrigatórios, anaeróbios facultativos ou obrigatórios. 
(Todos os fungos patogênicos são aeróbios) 
- pH ótimo: 6,5 
Nota: Estruturas celulares próprias dos fungos 
	 Lomossoma: invaginações da membrana plasmática, com varias funções associadas não comprovadas 
como: secreção da parede celular, atua na síntese do glicogênio.. No entanto, alguns micologistas o julgam como 
um artefato, de técnica de preparo da lâmina. 
	 Corpo de woronin: presentes em certos tipos de fungos e estão associadas tipicamente aos poros septais. 
♦ ️Morfologia Fúngica 
	 Podem ser filamentosos, leveduriformes ou dimórficos (assume as duas formas separadamente, de acordo 
com o ambiente) 
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	 🔺 Leveduriformes (unicelulares): compostos por células ovaladas que se reproduzem assexuada por 
brotamento. 
	 🔺 Filamentosos (puricelulares): São os bolores. Compostos por hifas: filamentos microscópios (células 
cilíndricas) dos fungos pluricelulares, tubo microscópio rico em quitina no interior no qual se aloja a massa 
citoplasmática que contém os núcleos. O conjunto de hifas é denominado micélio. 
Nota: Fungos pluricelulares macroscópios - Não formam tecidos verdadeiros. O cogumelo que conhecemos, 
corresponde ao micélio aério. 
	 	 O reconhecimento dos fungos pluricelulares é feito pela estrutura de reprodução. Dessa maneira, 
o Micélio poderá ser classificado em duas categorias: 
• Vegetativo (rasteiro): fica sob ou dentro do meio de cultura, realizando a função de fixar o fungo e absorver 
• Reprodutor: é aério, que produz as estruturas reprodutivas e esporos 
	 As Hifas também podem se apresentar de duas maneiras, visualizada no microscópio: 
• Cenocíticas: Hifas que não possuem septo Ex: Zygomycetes 
• Septadas: Quando essas hifas são divididas em unidades celulares unicelulares. Os septos possuem poros que 
fazem com que o citoplasma das células se comuniquem. 
	 Quanto à coloração, as hifas podem ser classificadas com demáceas (coloração natural amarromzadas) 
ou hialinas (coloração azuladas). 
	 🔺 Dimórficos: no ambiente encontra-se na condição filamentosa, e quando submetido à temperatura 
corporal, encontra-se na forma leveduriforme. São os fungos capazes de causar infecções sistêmicas clássicas. 
Meio de cultivo: Sabourad - rico em glicose, possui antibiótico para evitar o crescimento de bactérias. Pode se 
fazer em placas, tubos ou garrafas. 
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♦ ️Macromorfologia 
	 As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por microorganismos unicelulares que 
cumprem as funções vegetativas e reprodutivas. 
	 As colônias filamentosas são algodonosas, aveludadas ou pulverulentas. O corpo do fungo é composto de 
longos filamentos de células conectadas, as hifas. 
♦ ️Reprodução Assexuada 
	 Pode ocorrer com, ou sem, formação de estruturas diferenciadas. 
	 🔺 Sem formação de estruturas diferenciadas: 
• Leveduriformes: Brotamento - A célula parental forma um broto na sua superfície externa, blastoconídeos. Á 
medida que essa célula filha se desenvolve, o núcleo da célula parental se divide e um dos núcleos migra para 
esse broto, que se separa da célula parental. 
	 Algumas leveduras produzem brotos que não se separam e formam uma pequena cadeia de células 
denominadas pseudo-hifa ou pseudo-micélio. 
• Filamentosos: Septação de hifa - As hifas crescem por alongamento das extremidades. Dessa maneira, uma 
hifa septada pode se alongar originando uma nova hifa. 
Nota: Crescimento Vegetativo - Os fungos possuem um alongamento da hifa sempre nas extremidades, o que 
confere a lesão um aspecto arredondado. Por esse mesmo motivo, ao realizar um raspado de uma lesão, é 
necessário que essa coleta seja feito nos bordos. O centro possui hifas sem conteúdo citoplasmático. 
	 🔺 Com formação de estruturas diferenciadas: 
• Esporos sexuais: Formados pelas hifas, quando germinam, tornam-se clone do indivíduo parental. 
	 - Conidiósporo ou conídio: produzidos em cadeia na extremidade de um conidióforo 
	 - Artrósporo ou artroconídios: resultam da fragmentação de uma hifa septada 
	 - Blastoconídeos: formado a partir de brotos de uma célula parental 
	 - Clasmidiósporo: formado por um arredondamento e alargamento do interior de um segmento de hifa 
	 - Esporangiósporo: formado dentro dos esporângios na hifa reprodutiva 
	 
	 Resumidamente, pode ocorrer por formação de conídeos (esporos exógenos) ou por formação de 
esporangiósporos (esporos endógenos). 
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	 Os conídios são esporos assexuados formado por células conidiogênicas (esterígmas e fiálides). Estas por 
sua vez, são formadas e sustentadas por hifas reprodutivas, os conidióforos. 
	 A hifa vegetativa forma o esporangióforo que possui em sua extremidade o esporângio com vários 
esporangiósporos em seu interior. 
	 
♦ ️Reprodução Sexuada 
	 Pode ocorrer de duas maneiras: homotálica (quando ocorre na mesma hifa que tem células positivas e 
negativas); ou heterotálicas (ocorre em hifas de micélios diferentes). 
	 Na verdade, não ocorre união de gametas, e sim junção de núcleos (cariogamia). 
	 Consiste de três fases: 
(1) Plasmogamia: Fusão dos citoplasmas. Um núcleo haplóide de uma célula doadora penetra no citoplasma da 
célula receptora 
(2) Cariogamia: Fusão dos núcleos, formando um zigoto diplóide. 
(3) Meiose: Redução do núcleo diplóide para haplóide (esporos sexuais) 
	 Os esporos resultantes receberam o nome de acordo com a classe a que pertencem (Zygomycetes, 
Ascomycetes ou Basidiomycetes). 
• Zigomycetes: Hifas asseptadas, reprodução sexuada com a formação do zigósporo. Reprodução assexuada pela 
formação do esporangiósporo. 
• Ascomycetes: Incluem fungos com hifas septadas e algumas leveduras. Seus esporos assexuais são normalmente 
os conídeos. Ascósporos são esporos sexuados que se originam da fusão do núcleo de duas células em uma 
estrutura em forma de saco, denominada asco. 
• Brasidiomycetes: Fungos de hifas septadas que produzem cogumelos. Esses fungos produzem esporos 
proveniente da reprodução sexuada exógena, os brasidiósporos. 
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Nota: Fungos Mitospóricos - antigo Deuteromycetes ou "fungo imperfeito", não existe ou não é conhecida a fase 
sexuada. Ex: Sporothrix schenckii 
♦ ️Importância dos fungos 
	 🔺 Benefícios: 
- Micorrizas: associacao entre fungos e raízes de plantas 
- Líquens: associação entre fungos e algos 
- Criação de antibióticos, como a penicilina 
- Alimentação (cogumelos), e utilizado no preparo de queijos, pão, cerveja.. 
- Produção de bebidas (cerveja, vinhos..) 
- Decomposição da matéria orgânica 
	 🔺 Malefícios: 
- Deterioração dos alimentos 
- Interesse agrícola 
- Alergias 
- Biodeterioração 
- Síndrome dos edifícios doentes 
- Micoses em animais e plantas 
- Micotoxicose e micotoxinas 
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Nota: Micotoxinas - São substâncias tóxicas produzidas pelos fungos. Pode atuar de maneira endógena ou 
exógena. 
• Exógena: promove uma intoxicação denominada Micotoxicose. Quando a micotoxina é produzida e liberada 
para o meio externo, substrato (alimento), que poderá ser
ingerido pelo homem ou outros animais. 
Geralmente produzida por fungos microscópios. 
• Endógena: promove uma intoxicação denominada Micetismo. Quando a micotoxina está localizada no 
interior do micélio de fungo. Há necessidade de ingerir o fungo, parte dele ou extrato, parai que ocorra a 
intoxicação. Geralmente produzidas por fungos macroscópios. 
	 As micotoxinas pode apresentar diferentes toxicidades 
	 - Aguda: resultando em danos aos rins ou fígado 
	 - Crônica: resultando em câncer de fígado 
	 - Mutagênica: causando danos ao DNA 
	 - Teratogênica: causando câncer em crianças por nascer 
	 A gravidade da intoxicação por micotoxinas pode ser agravada por fatores como: deficiência da 
vitamina A, privação calórica, alcolismo, vulnerabilidade às doenças microbianas 
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Mecanismos de Defesa e Agressão 
em Infecções Fúngicas 
♦ ️Infecções fúngicas 
	 Associadas á condições especificas de imunidade, como por exemplo: 
- Meningite criptococica » AIDS 
- Candidíase disseminada » Neutropenia 
- Aspergilose » Transplante de medula óssea 
	 Caso o indivíduo esteja saudável, pensar em doenças de pele, mucosas.. Por exemplo: 
- Coccidioides 
- Histoplasma » infecções por esse pode se confundir com raiva, comum em pessoas que habitaram cavernas, 
casas abandonadas 
- Sporothrix 
Nota: Uma simples intervenção médica, como o uso de catéter, pode atuar como fator de risco para candidíase 
disseminada. 
♦ ️Relação Fungo-Hospedeiro 
• Barreiras físicas e químicas (temperatura, lisozima, hormônios, pele, muco e cílios..) 
• Infecção heterogênea: quando um fungo ambiental entra no oorganismo por inalação ou inoculação 
• Infecção endógena: quando há um fungo da própria microbiota atinge a corrente sangüínea atuando como 
agente patogênico 
Resposta de células T aos fungos 
	 Se tratando de fungos, esses serão reconhecidos principalmente por receptores de leptina, e tool like. 
- TH1: Imumanidade de base celular. Ativa macrófagos, produzindo interferon gama » Uma possível vacina 
para infecções sistêmicas deveria atuar estimulando esse tipo de resposta. 
- TH2: induz produção de anticorpos, relacionado principalmente à alergias (IgE). No entanto, esse não ativa 
macrófagos. É uma resposta antagônica ao TH1, ou seja, atua inibindo-a quando uma é ativada, a outra é 
reprimida » é deletério, faz uma inflamação extensa, mas não exclui o fungo 
- TH17: Imunidade de submucosa. Mantém microbiota de submucosa, ativa migração de neutrófilo e ativa a 
célula epitelial à produzir IL-17 e IL-22, que faz com que as células que revestem a mucosas produzam 
defencinas (antimicrobianos) » Uma possível vacinas para infecções de mucosa poderia atuar estimulando esse 
tipo de resposta. 
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- Treg: modula a resposta imune através da liberação de citocinas inflamatórias. » Essas citocinas produzidas 
poderão ser pró ou anti-inflamatórias, tal fato irá depender de diversos fatos (espécie fúngica, receptor ativado, 
célula, PAMP) 
Nota: Porque não se faz vacina para fungos? Não ha como prever como será a RI ao fungo pois, por exemplo, 
um fungo dimórfico poderá se apresentar filamentoso ou leveduriforme. Dessa maneira, esse fungo poderá estar 
na forma de conídeos, hifas, leveduras, o que irá mudar os PAMPS da superfície. 
	 O mesmo PAMP pode ser reconhecido por diferentes receptores na imunidade inata, interagindo de 
maneira sinérgica ou antagônica. Logo, devido a essa grande variedade de formas, que podem ser reconhecido 
por diferentes receptores da imunidade inata, o resultado final (resposta TH1, TH2, TH17..) irá depender de 
diversos aspectos. 
♦ ️Patogenia dos Fungos 
Fatores patógenos + Fatores do hospedeiro + Fatores ambientais 
• Fatores patógeno: fatores de virulência, tipo de resposta » adaptação ao ambiente, penetração, colonização e 
evasão da resposta imune » lesões = micose 
• Fatores do hospedeiro: status imune, sexo, raça, comportamento 
• Fatores ambientais: habitat do hospedeiro, área em que reside 
Fatores de Virulência Fúngica 
	 🔺 Termotolerância: fungos capazes de tolerar a temperatura corpórea do hospedeiro. 
	 Acredita-se que mesmo pequenas diferenças na tolerância à temperatura podem influenciar o potencial 
patogênico de um fungo assim como a forma da doença apresentada pelo hospedeiro. 
	 🔺 Dimorfismo: muda de forma (filamentoso para levedura) de acordo com alterações da temperatura 
e/ou nutrientes » Importância: confere termotolerância e promovem alterações dos PUMPS (moléculas de 
superfície) gerando alteração antigênica para sobreviver ➡ ️ resposta imune 
	 A hifa possui maior capacidade de penetração, além de passar a produzir enzimas que degradam a 
matriz alvo 
Excessão: Dimorfismo Invertido - Conversão de levedura em filamentoso. Ocorre na cândida, não depende de 
temperatura mas sim de alterações como radiação e quimioterapia. 
Nota: Biofilme como um determinante de virulência - resistência as drogas antigúngicas, evasão do sistema 
imune.. Sua formação é dependente das condições ambientais. 
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	 🔺 Componentes da parede celular: Sob forma de micélio, possui o Beta-Glucana, uma molécula 
altamente imunogênica. No entanto, quando no corpo humano, sob forma de levedura, converte essa molécula 
para Alfa-Glucana, um antígeno que não é facilmente reconhecido pela resposta inata (promove rigidez e 
resistência fagocitária). O receptor leptina-1 não consegue reconhecer essa molécula na levedura. ▶ ️ Escape da 
Resposta Imunológica 
Nota: Produção de quitina como fator de virulência - Com o fim evitar a resposta imunológica, o fungo 
aumenta a produção de quitina na parede celular, tornando-se mais imunogênicos e promovendo inibição do 
reconhecimento dos receptores da imunidade inata, evitando a ativação de macrófagos, neutrófilos.. 
	 Tal situação também ocorre quando esses são expostos à antifúngicos. 
	 🔺 Cápsula fúngica: Características distinta dos Cryptococcus neoformans 
	 Polissacarídeos que formam a cápsula, GXM e GalXM possuem diversas funçoes: 
- Repulsão eletrostática: promovem a repulsão dos fagócitos, evitando que neutrófilos cheguem perto do fungo. 
- Ativa via de complemento: Esse fungo libera também pedaços da cápsula formando uma "cortina de fumaça", 
escapando da opsonização quando em contato com o C3b. 
- Inibição da migração de polimorfonucleares:mimpedem que os neutrofilos saem da corrente sanguínea, 
soltando a exoleptina (molécula de adesão) 
- Apoptose de Linfócitos e morte de APC: Esses componentes polissacarídios da cápsula, vão induzir a morte 
tanto da APC (presente em macrófago ou células dendríticas) quanto do linfócito, por apoptose. Isso ocorre 
fazendo a expressão dessas moléculas que induzem a apoptose. 
	 🔺 Melanina: formada a partir da polimerização de compostos fenólicos e indólicos, ocorre 
melanização, que é a deposição desse complexo na superfície celular. Tem potencial antimicrobiano, de 
antidegradação. Essa substância protege contra peptídeos microbicidas gerados por fagócitos. 
	 🔺 Interações com receptores hormonais: Observado quando ocorre maior proporção da manifestação 
desse fungo em homens do que em mulheres. Noss paracocos, por exemplo, o estradiol inibe o dimorfismo, ou 
seja, a conversão do conídio em levedura. Isso acontece pois o estradiol se liga a receptores citosólicos do fungo, 
o que impede o dimorfismo, fazendo com que o conídio se transforme em hifa e seja degradado. 
	 Na cândida, ocorre o contrário. O estradiol estimula na levedura a formação do tubo germinativo com 
produção de hifa, que é a forma parasitária. Tal fato faz com que essa seja mais frequente em mulheres do que 
o homem. 
	 🔺 Produção
de enzimas tóxicas: Fosfolipases, proteinases, catalases, queratinases, lipases, elastases, por 
exemplo. Podem afetar a nutrição, aderência, invasão tecidual e evasão imune. Algumas enzimas, por exemplo, 
degradam moléculas importantes como fibronectinas, colágenos e imunoglobulinas.
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