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FÍSICO-QUÍMICA I – AULA PRÁTICA 10 Prof. Dr. Jairo Tronto EXPERIMENTO: ÍNDICE DE REFRAÇÃO 1. OBJETIVOS 01. Calcular a refração molar dos grupos metileno (CH2) e hidroxila (OH). 02. Construir a curva-padrão do índice de refração, em função da concentração de um componente em uma mistura binária. 2. TEORIA O índice de refração é uma propriedade físico-química, associada à densidade de líquidos, empregada comumente em laboratórios de análise e de pesquisa. Quando um raio de luz monocromática passa de um meio transparente para outro ele é refratado. A razão n dos senos dos ângulos de incidência e de refração em relação a normal de superfície é constante, sob um dado conjunto de condições, e igual à razão das velocidades da luz dois meios: 𝑛 = 𝑠𝑒𝑛 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝑟 = 𝜈1 𝜈2 Esta equação representa a Lei de Snell e n é o índice de refração do meio (2) em relação ao meio (1). O ângulo (r), de refração, aumenta com o acréscimo do ângulo (i), de incidência, e atinge o seu valor máximo, ângulo crítico, quando o raio de luz incidente tende à horizontalidade, isto é, quando (i) tende a noventa graus (Figura 1). De modo a tornar n uma constante característica de cada substância 𝜈1 refere-se a velocidade da luz no vácuo, e, como esta velocidade é máxima, o índice de refração é sempre maior do que 1,0. Figura 1: Representação esquemática da refração sofrida por um feixe de luz passando entre substâncias de diferentes densidades. Usualmente, o ar é escolhido como meio de referência e para se obter o valor real do índice de refração da substância, deve-se multiplicar o seu índice de refração em relação ao ar por 1,0003, que é a relação V1/V2 (velocidade da luz no vácuo sobre a velocidade da luz no ar) para λD = 589 nm, luz amarela (linha D do sódio) a 1,0 atm e 20oC. Normal Vel. (1) (i) Meio 1 _______________________________ (r) Meio 2 Vel. (2) O índice de refração depende da temperatura, da pressão, da natureza da substância e do comprimento de onda da luz. Tratando-se de uma solução, o índice de refração depende também de sua concentração. Consequentemente, o índice de refração é usado para identificar substâncias puras e para determinar a concentração de soluções. A refração específica r, ou refratividade de uma substância, para um determinado comprimento de onda em uma dada temperatura, é obtida pela equação de Lorenz-Lorentz: 𝑟 = ( 𝑛2 − 1 𝑛2 + 2 ) 1 𝜌 em que é a densidade da substância (depende da temperatura, mas, praticamente, independente da pressão, no caso dos líquidos). Seu valor multiplicado pela massa molar (M) da substância é a refração molar: 𝑅𝑀 = ( 𝑛2 − 1 𝑛2 + 2 ) 𝑀 𝜌 A refração molar de uma substância é, aproximadamente igual à soma das refrações molares dos grupos, átomos ou grupos específicos de átomos nela existentes. A relação molar é, portanto, uma propriedade aditiva, intensiva e constitutiva, com dimensões de volume molar expressa em cm3mol-1 por conveniência. De forma similar, tem-se que o índice de refração de uma solução é função da densidade da solução em uma dada temperatura, e a densidade, por sua vez, é função da proporção dos componentes na solução (concentração). Portanto, para se determinar a concentração de um componente em uma solução líquida, através do índice de refração, elabora-se um gráfico do índice de refração em função da concentração de um dos componentes em várias soluções padronizadas em uma data temperatura, isto é elabora-se uma curva referencial, curva padrão. 3. APARELHAGEM E SUBSTÂNCIAS Refratômetro de Abbe Etanol Conta-gotas Metanol Tubos de ensaio 1 – Butanol n – hexano Acetona Clorofórmio Água 4. PARTE EXPERIMENTAL 01 – Abrir o porta-amostra do refratômetro. Colocar algumas gotas de metanol na superfície horizontal, sem nela encostar o conta-gotas. Fechar o porta-amostra rapidamente para evitar a evaporação do líquido. 02 – Procurar a posição do sistema do prisma em que a linha de separação luz sombra fique bem nítida e exatamente no cruzamento das linhas do retículo da ocular. 03 – Ler e anotar o índice de refração. 04 – Abrir o porta-amostra e limpá-lo com um chumaço de algodão embebido em etanol comercial e, em seguida, com um chumaço seco. 05 – Obter os índices de refração para o metanol, etanol, 1 – butanol, das misturas de acetona- clorofórmio e da mistura-problema. Utilização dos Dados Com os valores dos índices de refração dos álcoois e do n-hexano, e com suas densidades à temperatura em que foram feitas as medidas, calculam-se as refrações específica e molar de cada uma das substâncias. Resultados a apresentar 01 – Cálculo da refração molar dos álcoois e do n-hexano. 02 – Tabelas 1 e 2 preenchidas. 03 – Gráfico índice refração versus concentração das misturas acetona-clorofórmio e a concentração da solução-problema. 04 – Análise dos resultados. Tabela 1: Substância M (g mol-1) 𝜌 (g cm-3) n RM (cm 3 mol-1) Metanol Etanol 1 - Butanol n - Hexano Tabela 2: Fração molar xacetona n 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Raymond Chang. Química Geral - Conceitos Essenciais. 4ª ed. Editora McGraw Hill. 2007. ISBN: 858680498-3. 2 - Peter Atkins. Físico-Química - Fundamentos. 3ª ed. Editora LTC. 2003. ISBN: 9788521613831. 3- Clotilde Otília Barbosa de Miranda-Pinto; Edward de Souza. Manual de Trabalhos Práticos de Físico-Química. 1ª Ed. Editora UFMG. 2006. ISBN: 85-7041-466-8.
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