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CONCRETO CONVENCIONAL X CONCRETO COM FIBRAS DE AÇO

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Universidade Tiradentes
Curso de Bacharelado em Engenharia Civil 
CONCRETO CONVENCIONAL X CONCRETO COM FIBRAS DE AÇO
ALUNOS: Bryan Kevin Moura Santos
 Davi Pacheco Franco
 Fellipe Matheus Barros de Souza
 Juliana Lima de Rezende
 Marcos Paulo Francisco dos Santos
 Marcus Vinicius Campos dos Santos Souza
 Matheus Silva Alves
 Octávio Lima Rolemberg Mendonça
 Pablo Aragão de Carvalho
 Raimundo Nunes Góis Júnior
Aracaju - Sergipe
Junho de 2015
Thiago Augustus Remacre Munareto Lima
RELATÓRIO TÉCNICO DE PESQUISA
CONCRETO CONVENCIONAL X CONCRETO COM FIBRAS DE AÇO
Relatório de Projeto de Pesquisa apresentado ao Professor Dr. Thiago Augustus Remacre Munareto Lima da disciplina Práticas de Engenharia Civil II do Curso de Bacharelado em Engenharia Civil da Universidade Tiradentes – Campus Farolândia como parte do processo avaliativo da referida disciplina. 
Aracaju – Sergipe
Junho de 2015
RESUMO
Neste trabalho, o objetivo da equipe foi mostrar a diferença entre um concreto convencional e um concreto com fibras de aço, pois a partir dessa diferença poderemos saber qual é o melhor concreto para se utilizar em algumas partes da obra, como laje, vigas, . Para demonstrar essa diferença, foi preciso fazer alguns testes (Slump Test e teste de rompimento), também foi preciso escolher o traço do concreto e anotar alguns valores que lhe foram atribuídos. O esperado é que o concreto com fibras de aço tenha uma resistência maior do que o concreto convencional, pois as fibras de aço fazem com que o concreto tenha melhor tração e compressão, obtendo assim uma maior resistência. Para a realização deste trabalho foram feitos 12 corpos de prova, 6 foram feitos no dia 28/03 e outros 6 foram feitos no dia 01/04. Os 12 corpos de prova foram feitos do mesmo modo, com o mesmo traço e o mesmo jeito de preparo. Apesar de terem sido feitos do mesmo jeito, os corpos de prova realizados no dia 01/04 ficaram menos escuros, ou seja, tiveram um menor índice de porosidade. Foi feito 2 corpos de prova apenas com concreto, 2 corpos de prova com as fibras de aço na vertical, 2 corpos de prova com as fibras de aço na parte inferior do cilindro, 2 corpos de prova na parte mediana do cilindro, 2 corpos de prova na parte superior do cilindro e 2 corpos de prova com as barras de aço na parte inferior, mediana e superior do cilindro. Todos os integrantes do grupo contribuíram para o preparo da pesquisa e apesar do erro cometido, é esperado que o trabalho apresente bons resultados.
Palavras-chave: concreto, corpos de prova, fibras de aço.
SUMÁRIO
1.0 Introdução	6
1.1 - Objetivos Específicos de Pesquisa	7
1.2 - Organização do Relatório Técnico de Pesquisa	8
2.0 Revisões Bibliográfica	8
2.1 – Apanhado Geral sobre a pesquisa	8
2.2 - As propriedades do Concreto	9
2.3 - As propriedades da Fibra ou Aditivos Empregados	10
3.0 – Metodologia de Pesquisa	11
3.1 – Dosagem do Concreto	11
3.2 – Tipo de Fibra ou Aditivos Empregados	13
3.3 – Processo de Mistura das Fibras ou Aditivos ao Concreto Fresco	13
3.4 – Processo de Moldagem dos Corpos de Prova	14
3.5 – Processo de Cura dos Corpos de Prova	14
3.6 – Descrição dos Ensaios Mecânicos para Rompimento do Corpo de Prova	14
4.0 Resultados Preliminares	15
4.1 – Atividades Desenvolvidas	15
4.2– Resultados Obtidos e Esperados	16
5. Discussão dos Resultados Obtidos	17
6. Conhecimentos Adquiridos	18
7. Considerações Finais	19
8. Referências Bibliográficas	20
LISTA DE FIGURAS
Figura 1-	7
Figura 2-	15
Figura 3-	16
INTRODUÇÃO
 Este presente trabalho tem como propósito mostra as diferenças presentes no concreto convencional e no concreto reforçado com fibras (CRF) de aço. Também chamado concreto estrutural, como o próprio nome já diz, é o material utilizado para sustentar estruturas. Tem esse nome (“armado”), pois apresenta em sua composição interna armações feitas com barras de aço, que são necessárias para atender à deficiência do concreto em resistir a esforços de tração, e tem como melhor propriedade, a resistência à compressão. É encontrado basicamente em vigas e lajes, por exemplo.
O concreto é um material composto, constituído por cimento, água, agregado miúdo (areia) e agregado graúdo (pedra ou brita), e ar. Pode também conter adições (cinza volante, pozolanas, sílica ativa, etc.) e aditivos químicos com a finalidade de melhorar ou modificar suas propriedades básicas. Esquematicamente pode-se indicar que a pasta é o cimento misturado com a água, a argamassa é a pasta misturada com a areia, e o concreto é a argamassa misturada com a pedra ou brita, também chamado concreto simples (concreto sem armaduras) (BASTOS, 2006).
 O concreto convencional é utilizado na maioria das obras civis deve ser lançado nas formas por método convencional (carrinhos de mão, gericas, gruas, etc.). Ele possui consistência seca e a sua resistência varia de 5,0 em 5,0 MPa, a partir de 10,0 até 40,0 MPa. É aplicado em obras civis, industriais e em peças pré-moldadas. As vantagens são: aumento da durabilidade e qualidade final da obra, redução dos custos da obra e redução no tempo de execução (CRUZ, 2010). 
O concreto simples apresenta um comportamento frágil e uma baixa capacidade de deformação antes da ruptura quando submetido a esforços de tração. Uma vez fissurado, o concreto perde completamente a capacidade de resistir aos esforços de tração e, por essa razão, surgiram alternativas tecnológicas como o CRF, onde estas limitações são compensadas pelos reforços de barras de aço. Quando se é adicionado fibras nesse concreto convencional ele passa a ter uma melhora nas suas propriedades, uma delas é a capacidade de resistir a tensões de tração bem elevadas. O papel das fibras descontínuas, distribuídas aleatoriamente, é o de atravessar as fissuras, que se formam no concreto, seja quando sob a ação de cargas externas ou quando sujeito a mudanças na temperatura ou na umidade do meio ambiente. As fibras provocam certa ductilidade após a fissuração (THOMAZ, 2009). 
De um modo geral, as fibras: não afetam muito a resistência à tração axial, embora, têm um grande efeito na resistência à tração na flexão. Têm pouco efeito na resistência à torção ou na resistência ao cisalhamento; Têm pouca influência na resistência à abrasão; São muito eficientes na melhoria das propriedades dinâmicas do concreto; Aumentam a resistência à fadiga do concreto; Melhoram as propriedades do concreto sob a ação de cargas de impacto. Existem, no entanto, outros modos, provavelmente mais baratos (madeira compensada plastificada) de aumentar a resistência do concreto. A real contribuição das fibras é de aumentar a ductilidade do concreto, podendo esticar-se sem se romper.
Figura 1: Resistência do concreto com diferentes valores de fibras
Objetivos Específicos da Pesquisa
Realizar testes práticos de corpos de prova do concreto convencional e do concreto com fibras de aço; 
Observar a sua resistência e o seu desempenho quando submetidos a testes de tração e compressão;
 Observar a diferença entre os corpos de prova na sua estrutura física e no modo como foram desenvolvidos, como por exemplo, a posição da barra de aço em sua composição e até mesmo a ausência da dela e definir qual é o melhor corpo de prova que será usado em uma determinada construção.
Organização do Relatório de Técnico de Pesquisa 
Este relatório foi organizado em sete capítulos. No primeiro, faz-se uma introdução a este trabalho demonstrando os objetivos buscados e como o relatório procederá, enquanto o capítulo dois retrata a origem de pesquisa de algumas informações mostrando suas devidas revisões bibliográficas além de abordar um apanhado geral da pesquisa, e mais informações pertinentes as propriedades do concreto. O terceiro capítulo trata de suametodologia de pesquisa e a forma como foi feita seguido as formas apropriadas, o quarto capítulo fala dos resultados obtidos através de seus experimentos e tentativas. O quinto capítulo comenta sobre os resultados obtidos, uma discussão sobre o mesmo. O capítulo seis fala dos conhecimentos adquiridos ao longo da elaboração do relatório. O capítulo sete fala das conclusões finais adquiridas e das referências bibliográficas das fontes nos quais foram feitos pesquisas no objetivo de enriquecer o relatório. Alguns apêndices e anexos foram também incluídos, a fim de melhor ilustrar os trabalhos aqui descritos.
2.0 REVISÕES BIBLIOGRÁFICAS
2.1 Apanhado Geral sobre a Pesquisa 
Para execução do trabalho, foram feitos dois grupos com 6  moldes de corpos de prova em cada um. Colocando neles barras de aço em uma localização específica para cada molde diferente e deixando apenas um como concreto puro. Com o objetivo de verificar a capacidade real de resistência de cada molde, e a diferença que vai acontecer com o acréscimo das barras de aço tanto na horizontal, como na vertical. A barra de aço deve ser colocado na posição correta para que resista ao esforço de tração onde ele atua. Por exemplo, em uma viga apoiada com carregamento de cima para baixo, ela tende a curvar-se para baixo (embarrigar) e é nas fibras inferiores que vai ocorrer a tração. Portanto a barra de aço deve ficar na parte de baixo da viga para combater a tração ali existente. Já uma viga engastada ou com apoios intermediários (viga contínua), a tração ocorre na parte de cima do engaste e dos apoios intermediários e, portanto, o aço deve ser colocado em cima. Além disso, quando a seção de concreto não é suficiente para resistir a todo o esforço de compressão, o aço pode ser adicionado também a esta zona de compressão para ajudar o concreto a resistir a compressão.
2.2As Propriedades do Concreto
O concreto é uma rocha artificial formada por uma mistura de agregados graúdos, miúdo e material ligante, podendo ter ainda aditivos químicos e minerais. Os agregados são normalmente classificados por origem, tamanho, forma e textura. O material aglomerante normalmente usado no concreto estrutural é o Cimento Portland misturado com água potável. Esta mistura inicia uma reação química cujo resultado é a formação do "Gel", o principal agente ligante, o qual é especificado pelo site “Comunidade da Construção”, como: um processo de hidratação. Que durante o mesmo, cada grão do cimento desdobra-se em inúmeras partículas, formando um sólido poroso denominado gel de silicato de cálcio hidratado. Apesar de saber que o concreto tem origem através de uma mistura de agregados, precisa-se conhecer também uma série de fatores do próprio concreto, tais como: as propriedades dos seus materiais constituintes, a dosagem da mistura e a execução da concretagem. Se algum desses itens não for realizado adequadamente, há uma grande probabilidade de ocorrência de problemas na estrutura (SHEHATA, 2005).
Contudo, devemos ressaltar também que o concreto deve ser analisado em duas condições; Concreto fresco, aquele assim considerado até o momento em que tem início a pega do aglomerante (período inicial de solidificação da pasta) e Concreto endurecido, o material que se obtém pela mistura dos componentes, após o fim da pega do aglomerante (pasta se solidifica completamente (resistência-anos)). A partir das propriedades do concreto, pode-se entrar em estudo uma nova subdivisão, aquela que envolve as propriedades do “concreto fresco”, assim como a Trabalhabilidade, Tempo de trabalhabilidade, Tempo de pega, Coesão. No espaço de tempo que o concreto permanece plástico, as características de maior importância são: consistência, coesão e homogeneidade. E as propriedades do “concreto endurecido”, basicamente, devem apresentar resistência mecânica e durabilidade compatíveis com as condições do projeto e ao ambiente ao qual a estrutura fica exposta (EFFTING, 2014).
A recente utilização de novos aditivos minerais e químicos está possibilitando a produção de concretos trabalháveis com propriedades mecânicas mais elevadas (concreto de alta resistência CAR), boa durabilidade (concreto de alto desempenho CAD) e comportamento sob carregamento diferenciado dos concretos comuns. Com estes concretos surgiram também, novas pesquisas, novos procedimentos e limites para dimensionamento e novos conceitos estruturais: edifícios com pilares tendo diferentes resistências ao longo da altura, edifícios com pisos de concreto leve e pilares e paredes de concreto de massa específica normal e alta resistência, pontes com vãos de concretos de diferentes resistências e massas específicas, pontes flutuantes, etc. Os concretos de alta resistência (CAR) e de alto desempenho (CAD) apresentam inúmeras vantagens quando comparados com o concreto convencional (SHEHATA, 2005).
No próximo futuro, a tendência é a de se usar cada vez mais estes tipos de concreto, visando possibilitar o projeto de estruturas esbeltas, econômicas e duráveis. Estes concretos, ainda pouco usados no Brasil, nos últimos dez anos tem tido suas utilizações bastante ampliada em outros países, particularmente em edifícios altos, pontes, pavimentos, elementos pré-fabricados, estruturas "offshore", túneis, estacas, silos, reatores nucleares, estruturas em geral expostas a ambientes agressivos e recuperação de estruturas. O concreto de alta resistência e de alto desempenho são considerados os "concretos do futuro" e vários países estão investindo maciçamente em pesquisa nesta área. No Brasil, embora a grande maioria das estruturas seja de concreto, a utilização do concreto de alta resistência tem sido muito restrita. Isto se deve principalmente à falta de conhecimento da comunidade técnica sobre as inúmeras vantagens que a utilização deste material apresenta, sobre a produção desse concreto especial e sobre o seu comportamento estrutural (SHEHATA, 2005).
2.3As Propriedades da Fibra ou Aditivos Empregados
Os primeiros estudos teóricos sobre o uso de fibras como reforço de concretos ocorreram na década de 60 (ROMUALD, BATSON, 1963, ROMUALD, MANDEL, 1964) e trataram primordialmente do comportamento de concretos reforçados com fibras de aço que, desde então, têm atraído mais pesquisar que qualquer outro tipo de fibra. A adição de fibras de aço ao concreto traz uma série de benefícios ao material. Resultados experimentais obtidos por SHAH e RANGAN (1971), MAGAT e AZARI (1984), FLANELLA e NAANAN (1985) indicam um aumento na resistência à compressão que varia de 0 a 25%. BENTUR e MINDESS (1990) acrescentam que a presença desta fibra torna o material mais resistente à abrasão (é quando há atrito no concreto e ele acaba sofrendo um desgaste superficial), erosão (processo de desgaste que ocorre lentamente) e cavitação (formação de cavidades por efeito de uma redução da pressão total).
Segundo Quinta (2006), as fibras de aço devem preferencialmente ter resistência à tração maior que 1.000 MPa. As fibras coladas em pentes facilitam o processo de mistura e homogeneização do concreto. Sua função é reforçar o concreto desempenhando o mesmo papel da armadura tradicional. Uma das vantagens do reforço proporcionado pelas fibras é o fato de estas se distribuírem aleatoriamente no concreto, reforçando a seção em todas as direções. 
As fibras de aço são produzidas através de elementos trefilados (elementos que possuem fios, vergalhões e cabos), cortados e comercializados em diversas espessuras e comprimentos, dispersando-se nas misturas frescas de concreto (ACI, 1996). Estas são as mais utilizadas na adição aos concretos visando um incremento na sua resistência à tração, tenacidade (material resistente) e durabilidade, sendo empregadas principalmente em pistas de aeroportos, pavimentos industriais e rodovias (PERUZZI, 2007). A norma brasileira que estabelece as especificações para as fibras de aço para concreto é a NBR 15530 (ABNT, 2007). Ela estabelece parâmetros de classificação para as fibras de aço de baixo teor de carbono e definem os requisitosmínimos de forma geométrica, tolerâncias dimensionais, defeitos de fabricação, resistência à tração e dobramento. Através destas referências existe uma possibilidade maior de os produtos inseridos no mercado tenham potencial para desenvolver um desempenho adequado nos concretos reforçados com fibras de aço. Porém é importante frisar que a norma apenas estabelece condições para um comportamento mínimo das fibras no concreto, pois o desempenho do compósito depende de outros fatores como consumo de fibras e a resistência da matriz (FIGUEIREDO et al, 2008).
Na pesquisa realizada por Garcez (2005), as fibras de aço provocaram um leve incremento na resistência à compressão dos compósitos (material que possui pelo menos dois componentes) , quando utilizados teores elevados e fibras longas, tendo em vista que as fibras impedem que o concreto rompa prematuramente por perda de monoliticidade (Característica de uma massa de material contínuo, sem separações.); a resistência à tração por compressão diametral foi afetada mais positivamente, com o uso de agregados maiores e elevados teores de fibras segundo a autora, possivelmente devido à maior resistência à deformação e à tenacidade dos compósitos. A resistência ao impacto e a tenacidade, foram incrementados de forma mais significativa ainda. No entanto, é importante ressaltar que: O objetivo da adição de fibras ao concreto não é alterar a resistência à compressão do mesmo. Vários estudos já foram feitos sobre a adição de fibras ao concreto onde a resistência à compressão era avaliada de maneira secundária e, como apontou Armelin (1992), não há um consenso entre os resultados. Alguns trabalhos apontam uma redução nos valores obtidos para a resistência à compressão como uma consequência da má compactação obtida com o material. No entanto, como as fibras atuam como ponte de transferência de tensões pelas fissuras, sejam elas produzidas por esforços de tração ou cisalhamento (tensões de corte) como ocorre no ensaio de compressão, o concreto também apresentará maior consumo energético após a fissuração do material (FIGUEIREDO, 2000).
METODOLOGIA DE PESQUISA
Essa pesquisa baseia-se em experimentos qualitativos e práticos, a fim de demonstrar as qualidades do emprego da fibra (aço) ao concreto. Através dos experimentos em laboratório, analisou-se desde a dosagem dos materiais utilizados e o tipo de fibra utilizado, ao modo de colocação das fibras, moldagem e processo de cura dos corpos de prova. Demostrando em uma escala reduzida o quanto o concreto pode ser alterado, suas qualificações e pontos negativos para serem empregados em uma obra. 
 Dosagem do Concreto
A dosagem do concreto foi feita seguindo a seguinte proporção, 1 balde de cimento, 3 baldes de areia e 4 baldes de brita, tudo isso junto a 8 litros de agua. Sendo que esse traço foi escolhido de forma aleatória. O cimento usado na construção dos corpos de prova foi o CP II 32 (Classe A). Foram utilizados 6,97kg de cimento e assim um fator de agua/cimento de 1,148L/Kg. A ideia inicial era a utilização do traço 1:2:4, fazendo com que a resistência esperada fosse de 21MPa, valores retirados da tabela abaixo, durante o experimento o traço passou a ser 1:3:4, como visto acima, o que fez com que o fator a/c tivesse um valor alto, o que acabou influenciando nos resultados de resistência obtidos. O traço utilizado é mais frequente para construção de colunas, baldrames e vigas médias.
Tabela1: Tabela de traços que são usados em construções civis
Tipo de Fibra ou Aditivos Empregados
As fibras utilizadas nesse experimento foram as barras de aço CA-50 com diâmetro de 6.3mm. O cimento utilizado foi o CPII – Z – 32 peta, e a brita foi a zero, variando de 4,8mm a 9,5mm. Não houve o acréscimo de aditivos.
Processo de mistura das Fibras ou Aditivos ao Concreto Fresco
As fibras foram introduzidas manualmente ao concreto nos 12 corpos de prova. Primeiramente foram feitos 6 corpos de prova, um com concreto puro, outro com três barras horizontais ao fundo, um com três barras horizontais ao meio, outro com três barras horizontais em cima, um com barras horizontais nos três seguimentos e outro com 3 barras verticais. Após um período de tempo foi feito outro molde de concreto seguindo o mesmo traço e repetiu-se o procedimento. 
Processo de Moldagem dos Corpos de Prova
Baseou-se no seguinte processo: Acrescentam-se as barras em seu devido local, após isso se adiciona concreto de forma moderada e a cada porção são dadas 15 socadas com um bastão e uma vibrada até que os moldes estejam completos. O processo descrito a pouco se refere ao teste de “Slump” utilizado para verificar a consistência do concreto produzido.
Processo de Curados Corpos de Prova
Os corpos após moldados permanecem no molde por 24 horas e após isso são colocados em um local úmido, no nosso caso, esse local úmido foi em um tanque cheio de água.
Descrição dos Ensaios Mecânicos para Rompimento do Corpo de Prova
Após a retirada dos corpos de prova do local úmido (tanque de água), percebeu-se uma porosidade e umidade acentuada nos mesmos. Isso devido ao alto volume de água utilizado no processo de formação do concreto utilizado. Os corpos de provas foram organizados da seguinte forma: 1º com concreto puro; 2º com três barras horizontais ao fundo; 3º com três barras horizontais ao meio, 4º com três barras horizontais em cima, 5º com barras horizontais nos três seguimentos e o 6º outro com 3 barras verticais. Depois de serem retirados do tanque de água, os moldes de concreto tiveram as suas superfícies “alisadas”, após esse aperfeiçoamento dos corpos de prova, os moldes passaram pelo teste de compressão e o resultado esperado foi abaixo do desejado, pois devido ao elevado acréscimo de água, os nossos moldes de concreto ficaram muito porosos.
RESULTADOS PRELIMINARES 
Atividades Desenvolvidas
Para o desenvolvimento das atividades práticas, foram separados dois grupos com seis corpos de prova cada para serem testadas suas resistências com as barras de aço já citadas. O primeiro grupo, feito no dia 28.03.2015, teve um processo de cura de 48h – por ter sido feito no Sábado e o laboratório não era aberto no Domingo, apenas sendo colocado em local úmido na Segunda-Feira - em temperatura ambiente. O segundo grupo, feito no dia 01.04.2015, teve um processo de cura de 24h, sendo colocado em local úmido no dia seguinte. 
Ambos os grupos tiveram a mesma disposição de distribuição e colocação das barras de aço, sendo estas as distribuições: primeiro corpo de prova, sem nenhuma barra de aço; segundo corpo de prova, com as barras de aço colocadas horizontalmente na parte inferior; terceiro corpo de prova, barras colocadas horizontalmente no meio do corpo; quarto corpo de prova, barras colocadas horizontalmente na parte superior do corpo; quinto corpo de provo; barras de aço colocadas horizontalmente em todo o corpo de prova; sexto corpo de prova, três barras de aço colocadas verticalmente.
 Figura 2: seis corpos de prova em processo de cura
Ambos os grupos tiveram, também, o mesmo traço na produção do concreto – 1:3:4, respectivamente para cimento, areia e brita. Com colocação de 8L de água e 6.97kg de cimento em cada grupo, tem-se um fator água/cimento de 1.148 L/Kg. Após a colocação na betoneira e realizado o processo de mistura dos componentes, foram realizados os testes de abatimento do concreto (Slump Test) para testar e verificar sua consistência. Uma determinada massa de concreto, retirada da amostra é colocada em uma forma tronco-cônica vazada em ambos os lados. A amostra é colocada em três camadas iguais de concreto, golpeadas 25 vezes cada. Após isso, o molde é retirado lentamente e verticalmente. A diferença da altura do molde e altura do concreto depois de assentado foi de 16cm para o primeiro grupo de corpo de provas e 14 cm para o segundo grupo. Esse tipo de concreto, baseado no resultado do Slump Test, poderia ser utilizado na composição de camadas de proteção,envelopamento de tubos, enchimentos de camadas, base de blocos, lastros, contra pisos, etc.
Figura 3: Slump Test
Resultados Obtidos e Esperados
Colocou-se o primeiro grupo imergido na água por 48 horas, com isso é esperado que esses fatores acabem influenciando na resistência dos corpos de prova do concreto, visto que, o convencional é deixar por 24h . Já o segundo grupo foi retirado da água no tempo previsto, que é de 24 horas, ocasionando uma maior eficiência na resistência do concreto e espera-se chegar ao valor próximo desejado. 
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
Como já foi mencionado, o grupo 1 de corpos de prova obteve um processo de cura durante um período de 48h antes de ser imergido na água, onde o correto seria em um período de 24h. Por estas razões, quando os corpos foram retirados das respectivas formas, pôde-se observar que, o concreto apresentava várias porosidades na sua estrutura. Por razões destas porosidades, quando os corpos de prova do grupo 1 forem retirados do processo de cura em água, poderá observar-se que as massas destes concretos estarão maiores do que o esperado, por causa da entrada de água nessas porosidades durante o processo de imersão. Por este acréscimo de massa devido a entrada de água nas porosidades, espera-se que isto diminua as resistências obtidas desses corpos nos testes mecânicos. Já os corpos do grupo 2, obtiveram o processo de cura inicial padrão (24h), antes das suas imersões em água, sendo assim, espera-se que os testes de resistência dos mesmos estejam dentro do calculado.
Já no segundo grupo de corpos de prova, como os integrantes já tinham os cálculos do traço do concreto e do fator água cimento, todos os materiais foram adicionados ao mesmo tempo, e após isso, misturados na betoneira, fazendo assim com que o teste do Slump desse um ótimo resultado, já que, quanto menos úmido o concreto, maior a sua resistência. 
Segue abaixo nas tabelas, os valores que foram encontrados durante o teste de rompimento dos corpos de prova do grupo 1 e 2. A resistência do corpo de prova foi calculado através da fórmula: (C/A):10, onde A = 5² x Pi. A: área do corpo de prova, C: compressão.
	Corpo de Prova
	Compressão (Kgf)
	Resistência (MPa)
	1
	5400
	6,8
	2
	6200
	7,9
	3
	4200
	5,4
	4
	7200
	9,2
	5
	6000
	7,3
	6
	5200
	6,6
Tabela 1: Resultados de compressão e da resistência dos corpos de prova do grupo 1
	Corpo de Prova
	Compressão (Kgf)
	Resistência (MPa)
	1
	4800
	5,9
	2
	6400
	8,2
	3
	6200
	7,9
	4
	4400
	5,6
	5
	3400
	4,3
	6
	7600
	9,7
Tabela 2: Resultados de compressão e da resistência dos corpos de prova do grupo 2
Com estes resultados, pode-se perceber que os valores apresentaram-se bastante variados, onde o corpo de prova que apresentou o maior valor de resistência foi o corpo 6 do grupo 2 (9,7 MPa). Mesmo assim, os valores em geral estão muito abaixo do esperado, onde o traço obtido pelos integrantes do experimento, com o fator água cimento inicialmente pedido por este traço (já que o fator água cimento foi alterado pelos integrantes) era de 21 MPa (PECMAQ, 2002). E foi justamente esse aumento considerável do fator água cimento que reduziu drasticamente os valores da resistência, visto que uma quantidade grande de água na composição do concreto influenciará na presença de várias porosidades, fazendo assim a resistência diminuírem os seus valores.
CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS
Foi visto em prática que a consistência  é  um dos principais fatores que influenciam na trabalhabilidade do concreto. Cabe ressaltar este assunto, pois muito se confunde entre consistência e trabalhabilidade. O termo consistência está relacionado a características inerentes ao próprio concreto e está mais relacionado com a mobilidade da massa e a coesão entre seus componentes. Conforme modificamos o grau de umidade que determina a consistência, alteramos também suas características de plasticidade e permitimos a maior ou menor deformação do concreto perante aos esforços. Um dos métodos mais utilizados para determinar a consistência é o ensaio de abatimento do concreto, também conhecido como Slump test. Neste ensaio, colocamos uma massa de concreto dentro de uma forma tronco-cônica, em três camadas igualmente adensadas, cada uma com 15 golpes. Retiramos o molde lentamente, levantando-o verticalmente e medimos a diferença entre a altura do molde e a altura da massa de concreto depois de assentada. A trabalhabilidade depende, além da consistência do concreto, de características da obra e dos métodos adotados para o transporte, lançamento e adensamento do concreto.
Como exemplo, podemos dizer que um concreto com Slump de 100 mm foi excelente e de fácil trabalhabilidade quando aplicado em um determinado piso. Este mesmo concreto, aplicado em um pilar densamente armado, foi um tremendo desastre, ou seja, a consistência era a mesma (100 mm), mas ficou impossível de se trabalhar. O que costuma ocorrer na obra, nestes momentos de difícil aplicação é do encarregado pela concretagem solicitar para colocar água no concreto, alterando as características do mesmo. A relação entre água e cimento é essencial para a resistência do concreto e não pode ser quebrada. Não dá para remediar sem correr riscos. O correto é sempre fazer ou comprar um concreto de acordo com as características das peças e com os equipamentos de aplicação disponíveis.  As Concreteiras têm sempre profissionais capacitados a indicar o tipo de Slump apropriado para cada situação. Além disso, foi visto também em prática que a composição dos testes com fibras em diferentes tipos de posições aumenta a resistência e a depender da posição colocada facilita o trabalho e ainda mais a resistência em determinada situação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A intenção inicial dos integrantes deste experimento acadêmico era apresentar um concreto de alta resistência (no mínimo, um Fck de 20 MPa), porém, devido a um erro (excesso de água) no processo de execução o nosso concreto ficou com uma resistência muito baixa, apresentando um concreto com um Fck de 10 MPa. Como já foi citado anteriormente, o concreto apresentou resultados muito abaixo do esperado, podendo assim, concluir que o mesmo, apesar da sua grande quantidade de cimento no seu traço, pode ser considerado como um concreto magro (concreto com função de preenchimento ou proteção mecânica, com baixo consumo de cimento e sem função estrutural). É utilizado frequentemente na composição de camadas de proteção, envelopamento de tubos, enchimentos de camadas, base de blocos, lastros, contra-pisos, etc. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT - ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15530 – Fibras de aço para concreto - Especificação– Rio de Janeiro, 2007.
BASTOS, Paulo. Fundamentos de Concreto Armado. Unesp, 2006. Disponível em: <http://wwwp.feb.unesp.br/pbastos/concreto1/FUNDAMENTOS.pdf>. Acesso em: 03 jun. 2015, 15:16:31.
BENTUR, A.; MINDESS, S. Fibre Reinforced Cementitious Composities. New York: Elsevier Science Publishers, 1990.
Comunidade da Construção. Concreto - Relação Água/Cimento. Associação Brasileira de Cimento Portland, 2007. Disponível em: <http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/upload/ativos/75/anexo/2relac.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2015, 14:15:35.
Comunidade da Construção. Estrutura do Concreto. Disponível em: <http://www.comunidadedaconstrucao.com.br/sistemas-construtivos/3/concretagem conceitos/execução/57/concretagem-conceitos.html>. Acesso em: 10 abr. 2015, 18:15:48.
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DE ALMEIDA, Luiz. Concreto. Fec, Unicamp. Disponível em: <http://www.fec.unicamp.br/~almeida/au405/Concreto.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2015, 18:09:36. 
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