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Unidade 02 Direito das Sucessões (1)

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Direito das Sucessões
Unidade 02
Unidade II. A herança e a sua administração. Indivisibilidade dos direitos sucessórios. Responsabilidade dos herdeiros. Cessão de direitos hereditários. Abertura do inventário e a figura do inventariante. Administração provisória da herança.
Exceções à regra geral de transmissão das relações jurídicas patrimoniais
1ª – Direito autoral – Lei n. 9.610/98, art. 41. - O direito autoral a parte patrimonial se transmite pelo prazo de 70 anos. O prazo começará no dia 1º de janeiro do ano seguinte a morte do autor. Após esse prazo cairá em domínio público.
	No caso de co-autoria o prazo começará a correr após a morte do último autor vivo. O prazo também começará no dia 1º de janeiro do ano seguinte a morte do autor.
2ª – Usufruto, uso e habitação – (1.412, CC) – Constituem relações jurídicas patrimoniais. Direitos reais da coisa alheia. São relações jurídicas vitalícias.
3º - Enfiteuse – (692, III, CC/16) - ultratividade da norma no Direito Civil. A enfiteuse é regulada pelo CC de 16. Não pode mais ser criada uma enfiteuse, mas as já criadas continuam sendo reguladas pelo CC 16.
Enfiteuse (do grego emphúteusis, eós "enxerto, implantação", através do latim tardio emphyteusis,is, "enfiteuse, arrendamento enfitêutico") ou arrendamento enfitêutico é um instituto jurídico originário do Direito Romano[].
A enfiteuse deriva diretamente do arrendamento por prazo longo ou perpétuo de terras públicas a particulares, mediante a obrigação, por parte do adquirente (enfiteuta), de manter em bom estado o imóvel e efetuar o pagamento de uma pensão ou foro anual (vectigal), certo e invariável, em numerário ou espécie, ao senhorio direto (proprietário). Este, através de um ato jurídico, inter vivos ou de última vontade, atribui ao enfiteuta, em caráter perpétuo, o domínio útil e o pleno gozo do bem.
Até 10 de janeiro de 2003 (fim da vigência do Código Civil de 1916), a enfiteuse era considerada um direito real, no entanto, com o início da vigência do CC/02, em 11 de janeiro de 2003, a enfiteuse saiu do rol de direitos reais, que são previstos no art. 1225 do Novo Código Civil�.
	Nesse caso, se a pessoa falecer e deixar herdeiros a enfiteuse se transmite, mas se o falecido não deixou herdeiros a enfiteuse acaba, não se transmite ao Estado.
4º - Alvará judicial – Lei n. 6.858/80 – Alvará = Autorização = Procedimento de jurisdição voluntária.
	São requisitos para alvará: a) inexistência de bens a partilhar; b) resíduos pecuniários no limite de 500 OTNs – tesouro nacional – entre R$20.000,00 e R$25.000,00.
	Exemplos: saldo de salário, FGTS, conta corrente ou poupança.
	Competência da Vara de Sucessões. Em muitos estados da federação o alvará é isento de tributos.
 1. Indivisibilidade dos direitos sucessórios – Até a partilha, o direito dos coerdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio (CC, art. 1.791, parágrafo único). Por isso, o coerdeiro pode alienar ou ceder apenas sua quota ideal, ou seja, o direito à sucessão aberta. É ineficaz a cessão, pelo coerdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente (art. 1.793,§2º).
1.1. O direito à sucessão aberta e o direito à herança constituem bens imóveis por determinação legal – (art. 80, inciso II, do CC/2002). Isso ocorre mesmo se a herança for composta apenas por bens móveis, caso de dinheiro e veículos. A imobilidade da herança é imposta por lei, por uma ficção da norma jurídica.
1.2. Outorga conjugal – Para a cessão dos direitos hereditários, faz-se necessária a outorga conjugal – classificada em uxória, da esposa, e marital, do marido – quando o cedente é casado pelos regimes da comunhão universal de bens, comunhão parcial de bens, separação legal ou obrigatória de bens e participação final nos aquestos. No último caso, é preciso também lembrar que o pacto antenupcial pode dispensar a necessidade da outorga para cessão onerosa de bens (art. 1.656 do CC). Somente no regime da separação convencional, entre aqueles regimes que estão elencados na legislação é que a cessão dispensa a outorga ao cônjuge, diante da presença de uma separação absoluta, em que nenhum bem adquirido durante a união se comunicará entre os cônjuges. 
2. Preferência do coerdeiro – É ineficaz a cessão pelo coerdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente. Exemplo: se um herdeiro vender um imóvel inteiro que compõe a herança, isoladamente, tal alienação é ineficaz.
	Por opção do legislador a alienação não é nula ou anulável, mas apenas não gera efeitos. A opção pela ineficácia se deu pelo fato de ser a alienação a non domino – alienação por quem não é dono -, ineficaz pela codificação privada vigente, o que é equiparado ao preceito em estudo. A tradição não aliena a propriedade se feita por quem não seja proprietário, ou seja, não produz efeitos (CC, art. 1.268, caput).
	A solução da ineficácia se justifica pelo fato de ser possível a concordância posterior dos demais herdeiros a fazer com que a cessão de direitos hereditários passe a gerar efeitos plenamente.
	O coerdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária a pessoa estranha à sucessão, se outro coerdeiro a quiser tanto por tanto, ou seja, em igualdade de condições (CC, art. 1.794).
	Se o coerdeiro for preterido em tal direito, poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho (CC, art. 1.795) = Ação de adjudicação.
	A ação de adjudicação está sujeita ao prazo decadencial de 180 dias, a contar da transmissão do bem. O prazo deve ser contado da ciência da realização da alienação e não da alienação em si. 
3. Cessão de direitos hereditários – O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o coerdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública (CC, art. 1.793, caput). Cessão de direitos hereditários, gratuita ou onerosa, consiste na transferência que o herdeiro, legítimo ou testamentário, faz a outrem de todo o quinhão ou de parte dele, que lhe compete após a abertura da sucessão.
3.1. Autorização judicial – Pode ocorrer de ser necessária a venda, por precisão ou interesse dos herdeiros, para custeio do inventário, para evitar perecimento do bem, para permitir a divisão, se o bem é indivisível e ninguém quer adjudicá-lo, e ele não cabe na quota de nenhum. Nesses casos, a alienação é possível mas há exigência de autorização judicial, ou seja, do juiz da sucessão como diz a lei; do juiz que estiver responsável pelo processamento do inventário (CC, art. 1.793, §3º)
4. Responsabilidade dos herdeiros – O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança (CC, art. 1.792). Em nosso direito, a aceitação da herança é sempre, por lei, a benefício do inventário. Incumbe, porém, ao herdeiro a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demonstrando o valor dos bens herdados.
4.1. Obrigações do falecido que se transmitem aos herdeiros – Nos contratos impessoais, a obrigação do falecido transmite-se aos herdeiros. É o caso, por exemplo, da empreitada, como regra (CC, art. 626). Segundo o STJ o ônus que é transmitido aos herdeiros vai até os limites da herança. Pode ser citados, em complemento, os negócios de transmissão onerosa de bens corpóreos, caso da compra e venda e do respectivo contrato preliminar.
4.2. Obrigações do falecido que não se transmitem aos herdeiros – Nos contratos pessoais ou personalíssimos (intuitu personae), a obrigação do falecido não se transmite aos herdeiros. Exemplo: a prestação de serviços, que termina com a morte de qualquer das partes (CC, art. 607).
5. Do prazo para abertura do inventário e para o seu enceramento – 
	Segundo o art. 1.796 do CC o prazo para abertura do inventário é de 30 dias a contar da abertura da sucessão.
	No antigo CPC, redação que foi dada pela Lei 11.441/07, o prazo para abertura do inventário era de 60 dias a contar do falecimento. Determinava, ainda, o Estatuto Processualque o processo de inventário deve ser encerrado nos 12 meses subsequentes à abertura, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte. Cabe pontuar que no Novo Código de Processo Civil o prazo de 60 dias para a abertura do inventário foi alterado para 2 meses, mantendo-se o que é previsto quanto ao seu encerramento (NCPC, 611).
	Assim, o Código de Processo Civil revogou tacitamente o art. 1.796 do CC.
5.1. Consequencias da não observância do prazo – 
a) Quem estiver na posse e administração do espólio cabe requerer o inventário e a partilha em 2 meses. Se não requerer nesse prazo, qualquer legitimado pode requerer a abertura (NCPC, arts. 615 e 616). Se nenhuma pessoa mencionada nos arts. 615 e 616 requerer a abertura do inventário, o juiz determinará de ofício.
b) Acréscimo nos encargos fiscais. b.1) Em São Paulo, incide multa de 10% sobre o imposto a recolher, além dos juros de mora se o atraso for superior a 180 (cento e oitenta) dias a multa será de 20% sobre o valor do imposto devido. b.2) Em MG, se não ocorrer a abertura do inventário no prazo de 90 (noventa) dias será cobrada multa de 10% sobre o valor do imposto devido. Se o atraso for superior a 120 dias a multa será de 20% sobre o valor do imposto devido. ( Lei estadual 14.941/2003, art.27).
 
6. Administração provisória da herança – Cabe a administração provisória da herança, até o compromisso do inventariante, sucessivamente:
a) ao cônjuge ou companheiro;
b) ao herdeiro que estiver na posse e administração dos bens;
c) testamenteiro;
d) a pessoa de confiança do juiz (CC, arts. 1.796 e 1.797).
Exercícios
1 – (VUNESP - Titular de Serviços de Notas e de Registros – TJMS – 2009) Os direitos hereditários podem ser objeto de cessão, podendo ser realizada por meio de instrumento particular.
2 – (CESPE – Promotor de Justiça Substituto MPE/AM – 2007) Abre-se a sucessão causa mortis com o falecimento do autor da herança. O direito à sucessão aberta é considerado bem imóvel mesmo que o acervo hereditário se constitua exclusivamente de bens móveis, ou de direitos pessoais, ou de ambos. E o direito dos coerdeiros será indivisível, até que se ultime a partilha de bens.
Gabarito:
1 – Falsa (Justo por ser juridicamente qualificado como imóvel, a cessão da herança exigirá escritura pública sob pena de nulidade absoluta por vício de forma. Também por ser imóvel, a exigência da outorga conjugal será necessária, independente de ser o autor da herança único dono do bem.
2 - Verdadeira
Perguntas
1. João e Maria são herdeiros de José. Após a morte de José , João e Maria passaram a administrar os bens deixados de herança. O requerimento de abertura do inventário ocorreu após dois anos da abertura da sucessão. Especifique quais as consequências fiscais para os herdeiros, considerando que o inventário tem foro competente a) em Brasília; b) no Goiás.
2. Adalberto faleceu e deixou viúva Maria e dois filhos: Júnior e Paulo. Adalberto era comerciante e seu filho Júnior trabalhava com ele no comércio. Maria é dentista e Paulo é estudante. Júnior deseja ser o administrador provisório da herança. Explique a posição da doutrina ou da jurisprudência para esse caso e para casos semelhantes.
3. Josie e Carlos eram casados e desejavam ter um filho. Por recomendação médica, procuraram um laboratório para proceder com a fecundação homóloga (quando a fecundação faz uso do sêmen do genitor). Josie e Carlos seguiram a Resolução do Conselho Federal de Medicina e autorizaram o armazenamento do material genético. O casal também autorizou, por escrito, a inseminação artificial homóloga. Acontece que Carlos faleceu em dezembro de 2013. Em 2015, ocorreu a implantação do pré-embrião. Em 2016, nasceu o filho de Josie e Carlos: Carlos Júnior. Explique a discussão doutrinária e/ou jurisprudencial sobre os direitos sucessórios de Carlos Júnior.
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