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Unidade 06 Direito das Sucessões

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Direito das Sucessões
Unidade 06
Unidade VI- Sucessão testamentária. Testamento. Conceito. Características. Natureza jurídica. Espécies. Capacidade de testar. Hipóteses de incapacidade. Impugnação da validade do testamento. Formas ordinárias de testamento. Testamento público. Conceito, requisitos e formalidades. Testamento cerrado. Conceito, requisitos e formalidades. Testamento particular. Conceito, requisitos e formalidades. Codicilos. Conceito, objeto, espécies e execução. Testamentos especiais. Testamento marítimo, aeronáutico, militar e vital. Conceitos e requisitos.
1 - Do conceito de testamento e seu conteúdo. Das dificuldades práticas de sua elaboração no Brasil.
	A palavra testamento vem de testatiomentis, que significa a atestação da vontade, a confirmação daquilo que está na mente do autor da herança.
	Segundo Flávio Tartuce o testamento é um negócio jurídico unilateral, personalíssimo e revogável pelo qual o testador faz disposições de caráter patrimonial ou extrapatrimonial, para depois de sua morte. Trata-se do ato sucessório de exercício da autonomia privada por excelência.
	Por meio de um testamento é possível constituir uma fundação, nos termos do Art. 62 do CC, ou instituir Bem de Família Convencional, conforme a dicção do art. 1.711 do CC. Também é possível que o testamento reconheça um filho havido fora do casamento, sendo tal ato absolutamente irrevogável, mesmo sendo admitida a revogabilidade do testamento (1.610,CC).
	No Brasil, não há o costume de se elaborarem testamentos por vários fatores. Como leciona Paulo Lobo, “na tradição de alguns povos, o testamento é a forma de sucessão preferencial, o que não ocorre no Brasil”.
	De início, como primeiro fator do afastamento testamentário, cite-se a falta de patrimônio para dispor, o que atinge muitos dos brasileiros, ainda na atualidade, mesmo com a melhora do nível econômico no brasileiro médio. O que testar, se não há nada de relevante que pode ser objeto do conteúdo testamentário?
	Como segundo aspecto, há aquele tão conhecido medo da morte, o que faz com que as pessoas fujam dos mecanismos de planejamento sucessório. Assim, por exemplo, não se encontra arraigado em nossos costumes o hábito de adquirir, por antecipação o lugar destinado ao nosso túmulo ou sepultura, bem como não temos, de modo mais amplamente difundido, o hábito de contratar seguro de vida, assim como, ainda não praticamos em escala significativa, a doação de órgãos para serem utilizados após a morte. Parece que essas atitudes, no dito popular, “atraem o azar”.
	O terceiro aspecto que pode ser citado é a existência de custos e formalidades para a elaboração do testamento, mormente se realizada a opção pela modalidade pública, perante o Tabelionato de Notas, mais certa e segura.
	Como último fator a ser destacado, muitos não fazem testamentos por pensarem que a ordem de vocação hereditária prevista em lei é justa e correta, premissa que não é mais verdadeira.
2 – Das principais características do testamento
a) O testamento é um negócio jurídico – manifestação de vontade, com conteúdo lícito, que visa a regulamentar o interesse do envolvido, com uma finalidade específica.
b) O testamento constituí um negócio jurídico unilateral, pois tem aperfeiçoamento com uma única manifestação de vontade. 
c) O testamento é negócio jurídico gratuito ou benévolo, pois não existe vantagem para o autor da herança, ou seja, não há o sacrifício bilateral que identifica os negócios jurídicos onerosos.
d) Trata-se de um negócio mortis causa, uma vez que somente produz efeitos após a morte do testador. Antes da morte, o testamento é ato ineficaz, o que não prejudica a sua validade, como regra.
e) Constitui um negócio formal, pois a norma jurídica contém todas as formalidades necessárias à sua validade.
f) O testamento é ato revogável (1.858, CC), pois o testador pode revogá-lo ou modificá-lo a qualquer momento. Em contrapartida, é importante rememorar que o reconhecimento de filhos é sempre irrevogável.
g) O testamento é ato personalíssimo por excelência (intuitu personae), porque ninguém poderá testar conjuntamente em um mesmo instrumento ou por procuração.
3 – Regras fundamentais a respeito do testamento no Código Civil de 2002 e a capacidade de testar. O prazo para invalidar o testamento. Hipóteses de invalidade testamentária.
	O Art. 1.857 do CC versa que “toda pessoa capaz pode dispor, por testamento, da totalidade dos seus bens, ou de parte deles, para depois da sua morte”.
	Além dos incapazes não podem testar os que, no ato de fazê-lo não tiverem pleno discernimento (1.860, CC).
	Maria Helena Diniz cita como impedidos para testar os menores de dezesseis anos e os desprovidos de discernimento, por estarem impedidos de emitir vontade livre, caso das pessoas com mal de Alzheimer, com sonambulismo, com embriaguez completa e os surdos-mudos que não puderem exprimir vontade, por não terem recebido a educação apropriada. A doutrinadora afirma ainda que a idade avançada, falência, analfabetismo, surdez, cegueira e enfermidade grave não inibem o individuo de testar, pois já se decidiu que a “incapacidade mental do testador não pode ser deduzida de sua saúde física”.
	O pródigo pode testar pois, conforme Carlos Roberto Gonçalves “a simples manifestação da sua última vontade não lhe poderá acarretar nenhum prejuízo, pois não estará dilapidando o seu patrimônio, uma vez que as disposições testamentárias hão de vigorar somente depois de sua morte”.
	Ressalta-se que a incapacidade superveniente do testador, manifestada após a sua elaboração, não invalida o testamento (1.861, CC). Isso porque, quanto ao plano de validade, deve ser analisada a realidade existente quando da constituição ou celebração do negócio. Além disso, pelo mesmo comando, o testamento do incapaz não se valida com a superveniência da capacidade. Nesse último caso, será necessário fazer outro testamento para que a disposição de última vontade tenha eficácia.
	PERGUNTA – “A” elabora um testamento no ano de 2005, quando era hígida a sua vontade, sendo a pessoa plenamente capaz. Um ano depois a pessoa começa a apresentar uma enfermidade grave, que lhe retira totalmente o discernimento para a vida privada. Segue um processo de interdição, com laudo médico indicativo do problema e sentença transitada em julgado no ano de 2013. O testamento é válido? Sim, pois, em 2005, a vontade do testador era plena, sem qualquer problema que a acometesse.
	Assevera o art. 1.859 do CC que extingue-se em cinco anos o direito de impugnar a validade do testamento, contando o prazo da data do seu registro.
	Para a maioria da doutrina o prazo se refere a nulidade relativa e absoluta.
	Para Flávio Tartuce, o prazo é para nulidade relativa. Quanto a nulidade absoluta, entende o autor que a demanda não deve se sujeitar a qualquer lapso temporal extintivo pela notória existência de matéria de ordem pública. Ex: testamento em que foi falsificada a assinatura do testador e do tabelião.
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