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Direito de Família
 A família é a base da sociedade, vez que a partir dela os indivíduos delimitam as regras de convívio interno que irão aplicar no âmbito familiar. Desta forma, o Direito de Família tem encontrado a cada dia novos rumos devido à interferência do Estado na esfera privada ao regular regras e impor sanções face ao descumprimento delas na vida familiar.
 A finalidade primordial do Direito de Família está na garantia da dignidade da pessoa humana.
Assim, pode-se dizer que família é o conjunto de duas ou mais pessoas vinculadas por relações específicas, que podem ser conjugalidade, ascendência e descendência, fraternidade
Não mais, necessariamente, define-se apenas em função de fatores biológicos, mas também pelos vínculos de afeição.
A Constituição Federal admite, expressamente, três formas de família:
a) a casamentária – decorrente do casamento;
b) a decorrente da união estável;
c) a monoparental – formada por qualquer dos pais e sua prole.
 Conceito de Família:
Atualmente, podemos afirmar que o conceito de família é socioafetivo (porque somente se explica e é entendido à luz do princípio da afetividade), eudemonista (pois, como decorrência da sua função social, visa a realizar o projeto de felicidade de cada um dos seus integrantes) e anaparental (podendo ser composta, inclusive, por elementos que não guardem, tecnicamente vínculo parental entre si)
 É ente despersonalizado, cuja definição é ditada pelo vinculo de afetividade que une as pessoas, não cabendo ao Estado definir, mas, tão-somente, reconhecer esses núcleos (típicos ou não).
Casamento:
Para Washington de Barros Monteiro, casamento é “em face de todo o nosso direito, como união permanente do homem e da mulher, de acordo com a lei, a fim de reproduzirem, de se ajudarem mutuamente e de criarem seus filhos”.
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
O casamento tem como característica principal a sua gratuidade, pois o Estado tem como papel incentivar as uniões pelo casamento. Desta forma, a habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada.
 Natureza Jurídica
 A doutrina apresenta duas doutrinas a respeito da natureza jurídica do casamento:
a) publicista – sustenta que o casamento é instituto jurídico de direito público (seria, nessa linha, um ato administrativo);
b) privatista – sustenta que o casamento é instituto jurídico de direito privado, subdividindo-se nas seguintes correntes:
a) não-contratualista;
b) contratualista.
Os não-contratualistas lançam mão de inúmeros e diferenciados argumentos para atacar a natureza contratual do casamento: seria um acordo, um negócio complexo (dada a participação do juiz), um ato-condição (Duguit) etc. (Orlando Gomes, Direito de Família, Forense).
Seguindo vertente do pensamento de BEVILAQUA, seria um “contrato especial de direito de família”, (Pablo Stolze, Novo Curso de Direito Civil, Saraiva)
O reconhecimento da sua natureza contratual (negocial) decorreria do seu núcleo: o consentimento
Pressupostos de Existência do Casamento
Tradicionalmente, a “diversidade de sexos” sempre fora apontada como pressuposto existencial do casamento.
Sucede que, nos dias de hoje, notamos uma mitigação neste particular, mormente após o pronunciamento do STF na ADI 4277 e na ADPF 132, que passou a reconhecer a união homoafetiva como forma de família.
Consolidadas tais mudanças, os requisitos existenciais do casamento passariam a ser:
a) consentimento;
b) celebração por autoridade materialmente competente.
Sobre a celebração por autoridade, note-se que o Código Civil acolheu a teoria do funcionário de fato (teoria da aparência):
Art. 1.554. Subsiste o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a competência exigida na lei, exercer publicamente as funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade, tiver registrado o ato no Registro Civil.
2.3 - Casamento Civil e Religioso
 O casamento religioso tem validade civil, conforme estabelecido no art. 1.515 do Código Civil.
Art. 1515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.
Esta disposição está prevista no art. 226, § 2º da Constituição Federal.
 O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente. O registro também poderá ser feito por qualquer interessado. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação.
Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil.
Capacidade para o casamento
O homem e mulher com 16 anos de idade podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade.
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
 Até a celebração do casamento pode essa autorização ser por eles cancelada. Entretanto, se os pais não derem autorização, esta, poderá ser suprimida pelo juiz. Artigo 1.5189 e 1.519
Existem duas hipóteses em que os menores podem se casar sem ter atingido a idade núbil, quais sejam:
- para evitar imposição do cumprimento de pena criminal, artigo 1.517
- em caso de gravidez e artigo 1.520.
Na solenidade, os nubentes devem declarar expressamente que recebem um ao outro. Se qualquer dos noivos titubear ou vacilar, o celebrante deverá suspender o ato.
Impedimentos Dirimentes
São impedimentos legais relacionados a aspectos objetivos da celebração do matrimônio.
Não podem casar:
I – Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II – Os afins em linha reta (incesto);
III – O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV – Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau, inclusive;
V – O adotado com o filho do adotante;
VI – As pessoas casadas;
VII – O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra seu consorte
 Os impedimentos podem ser opostos até o momento do casamento por qualquer pessoa capaz. Podemos destacar ainda como impedimento dirimente a incompetência da autoridade celebrante. Neste caso, a autoridade civil competente é o juiz de paz ou juiz de casamentos.
Impedimentos Impedientes ou Causas Suspensivas
São circunstâncias que podem suspender a realização de um casamento.
De acordo com o artigo 1.523 do Código Civil, não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
 Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser argüidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneosou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins.
 Nestes casos o casamento não será nulo, nem anulável, mas apenas irregular. E aqueles que contraírem um casamento irregular sofrem uma sanção econômica.
 Somente poderão se casar pelo regime da separação de bens (parcial).
 As causas de suspensão do casamento têm como objetivo proteger a quem pode ser prejudicado com o casamento:
 - Os herdeiros do cônjuge vivo;
 - Os protegidos pela tutela ou curatela;
 - O ex-cônjuge;
 - Para evitar confusão de sangue.
Consequências:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
Sanção: A separação de bens.
Art. 1.489. A lei confere hipoteca:
I - aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior;
Essa hipoteca é realizada independente da vontade das partes, e será feita quando levantada a partilha. Tal cláusula não incide se não houver deixado filhos ou não deixou bens.
Hoje em dia é utilizado o inventário negativo para a prova de que não existem bens.
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
Sanção: Separação de bens.
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
Antes de 2003, a partilha era feita no divórcio, por isso a existência deste inciso.
 Agora, a partilha é separada do divórcio. Podem divorciar-se, mas para casarem de novo, somente fazendo a partilha.
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
O tutor e o curador cuidam dos bens do incapaz e prestam contas ao Juiz temporariamente. Enquanto não julgadas as contas, aquele que viveu sob a tutela ou curatela não poderá se casar com parente do tutor ou curador.
Se o casamento for realizado, a consequência será o regime obrigatório da separação de bens.
Como essas não são causas de ordem pública, mas existem para evitar prejuízos para determinadas pessoas, elas podem se casar, se provarem que não há prejuízo.
Da mesma forma que tais causas não impedem o casamento, também não impedem a união estável, sendo que a lei não prevê sanções econômicas neste caso.
 Celebração do casamento
O casamento será celebrado no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes que se mostrarem habilitados com a certidão. A solenidade será realizada na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes. Entretanto, deverão ser quatro testemunhas se algum contraente não souber ler ou escrever.
Deveres do casamento:
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
§ 2o O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por parte de instituições privadas ou públicas.
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
 Prova do casamento
O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro. Entretanto, justificada a falta ou a perda do registro admite-se qualquer outra espécie de prova.
O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum. Entretanto, poderá ser contestado mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.
Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.
Quando a prova da celebração do casamento resultar de processo judicial, o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá todos os efeitos civis desde a data do casamento.
É nulo o casamento contraído:
I- pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil;
II - por infringência de impedimento.
O casamento será anulável nas seguintes hipóteses:
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
A anulação do casamento dos menores de 16 anos poderá ser requerida pelo próprio cônjuge menor, por seus representantes legais ou por seus ascendentes.
O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
IV - a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.
Casamento Putativo
Trata-se de casamento nulo ou anulável, contraído de boa-fé por um ou ambos os cônjuges, cujos efeitos jurídicos são preservados, por conta da aplicação da teoria da aparência.
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por um ou ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
§ 1o Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e aos filhos aproveitarão.
§ 2o Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos filhos aproveitarão.
Formas Especiais de Casamento
São formas especiais de casamento: casamento por procuração (art. 1542), casamento “in articulo mortis” (iminente risco de vida ou in articulo mortis ou nuncupativo– 1540), casamento em caso de moléstia grave (art. 1534).
Eficácia do Casamento
 Eficácia é a aptidão que o ato apresenta para produzir efeitos jurídicos.
 Três são as ordens de efeitos gerados pelo casamento: sociais, pessoais e patrimoniais.
 O principal efeito do casamento é o social e consiste na criação da família.
 O casamento gera novo estado civil para os cônjuges. Como o nome identifica a pessoa na sociedade, a lei permite a mudança daquele, de modo a evidenciar a mudança de estado civil.
 O Código Civil permite a qualquer dos nubentes a mudança de nome, não havendo qualquer imposição neste sentido. Assim, a mudança de nome é mera faculdade jurídica, sendo proibido a um cônjuge exigir do outro a adoção de seu sobrenome.
 A lei possibilita que qualquer dos cônjuges se socorra do Juiz, a fim de dirimir eventuaisimpasses.
 O Código Civil obriga marido e mulher a concorrerem para o sustento da família e para a educação dos filhos com seus bens e rendimentos de forma proporcional a estes.
Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial.
O casamento impõe aos cônjuges dever de coabitação no mesmo domicílio.
No entanto, três são os motivos que permitem a ausência do lar conjugal:
-encargos públicos,
exercício da profissão e
interesses particulares relevantes.
A chefia da sociedade conjugal pertence a ambos os cônjuges, que zelarão pelo interesse do casal e dos filhos.
Todavia, em situações excepcionais, taxativamente previstas, será a chefia da sociedade conjugal exercida exclusivamente por um deles, sem a necessidade de suprimento judicial, como nos seguintes casos: cônjuge em lugar remoto e não sabido, encarcerado por mais de 180 dias, interditado judicialmente e privado, episodicamente, de consciência, em virtude de enfermidade ou acidente.
Nulidade e Anulabilidade do casamento
A invalidade do casamento, por sua vez, pode derivar de sua nulidade ou anulabilidade. A única diferença de direito substancial entre as hipóteses é a possibilidade de convalidação.
O casamento anulável se convalida pelo decurso do tempo, enquanto o nulo não se convalida jamais.
Assim, desde quando celebrado é como se o casamento não tivesse existido. Entre marido e mulher, o mínimo resquício de que um dia eles foram casados se apaga por completo. Na invalidação, ficam ressalvados apenas os direitos de terceiros de boa-fé e os resultantes de sentença transitada em julgado.
Em outros termos, o art. 1.563 do CC (“a sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebração, sem prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de sentença transitada em julgado”) aplica-se a qualquer caso de invalidação do casamento, apesar de se referir apenas ao nulo.
Tanto a declaração de nulidade como a decretação da anulação do casamento possuem efeitos iguais.
A invalidação por nulidade pode ser pedida por qualquer pessoa interessada e pelo Ministério público. Artigo 1.549 do CC.
A invalidação por anulabilidade só pode ser pedida pelos legitimados específicos e dentro do prazo decadencial. Artigos 1.552, 1.555 e 1.559 do CC.
A nulidade e a anulação do casamento dissolvem o vínculo.
 Dissolução da sociedade e do vínculo conjugal
A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II – pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
 Importante: A EC 66 veio dar uma nova redação ao artigo 226, § 6° da Constituição Federal, suprimindo o requisito da prévia separação judicial por mais de 1 ano ou comprovada separação de fato por mais de 2 anos para o divórcio.
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º - O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º - O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
§ 7º - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
§ 8º - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
CASAMENTO – dissolução
Dissolução da sociedade e do vínculo conjugal
A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II – pela nulidade ou anulação do casamento
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
O casamento gera a sociedade conjugal e o vínculo matrimonial. Uma vez que não há mais tutela constitucional da separação judicial (EC 66/10), a finalidade e utilidade da dissolução da sociedade conjugal perde sua finalidade, vez que é absorvida pela dissolução do vínculo matrimonial.
Assim, as hipóteses elencadas no artigo 1.571 do Código Civil, que dispõe sobre a dissolução da sociedade conjugal, excluindo-se a separação judicial, as outras hipóteses – morte, invalidação e divórcio, dissolvem o casamento (vínculo matrimonial) e por consequência a sociedade conjugal.
1 - Morte de um dos cônjuges
A morte do cônjuge, como causa terminativa da sociedade conjugal e de dissolução do vínculo matrimonial, é a real. O cônjuge supérstite é autorizado a contrair novas núpcias, respeitado
 Uma vez declarada judicialmente a morte presumida do ausente, permite-se a habilitação do viúvo a novo casamento.
A morte presumida do ausente (art. 1.571, § 1º, segunda parte), e que se configura “nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva” (art. 6º, segunda parte).
Porém, o cônjuge do ausente não precisa aguardar o prazo de mais de 10 anos (prazo para a abertura da sucessão definitiva, quando declarado ausente) podendo antes pleitear o divórcio direto, requerendo a citação do ausente por edital.
Se, no entanto, preenchidos os requisitos para a abertura da sucessão definitiva, e assim configurada a morte presumida do ausente, dissolvido está o vínculo matrimonial pela lei. Neste caso, poderá obter declaração judicial nesse sentido e habilitar-se a novo casamento.
Nulidade ou Anulabilidade do Casamento
A nulidade ou a anulação do casamento rompem o vínculo matrimonial, extinguindo a sociedade conjugal e permitindo que os cônjuges se casem novamente. As causas de nulidade e de anulabilidade do casamento já foram elencadas.
Separação Judicial
Antes da ação de divórcio, pode ser intentada a separação judicial de corpos, normalmente com pleito de medida liminar.
Trata-se de medida cautelar destinada a formalizar a inexistência de culpa do consorte que deixou o lar e que não quer correr o risco de ser considerado o culpado pela separação — para não perder o direito aos alimentos compatíveis com sua condição social ou ao uso do nome de casado.
A separação de corpos preserva tais interesses. Não sendo essa a situação, dispensa-se a ação cautelar porque, o fim da coabitação não importa necessariamente o abandono do lar.
Com a promulgação da EC n. 66/2010, eliminou-se a separação judicial ou de fato durante certo lapso de tempo como condições do divórcio. Assim ficam os efeitos:
1) a emenda suprimiu a vigência dos dispositivos do Código Civil que dispunham sobre a separação e se tornaram incompatíveis com a nova redação do § 6º do art. 226 da Constituição. Deste modo, não vigoram mais, desde julho de 2010, em razão da superveniente incompatibilidade com norma hierarquicamente superior, o inciso III do art. 1.571 e os arts. 1.572 a 1.576 e 1.578 a 1.580 do Código Civil.
2) há disposições legais compatíveis com a inovação introduzida pela emenda e que se referem aos separados, disciplinando certos direitos ou relações. Estas normas permanecem em vigor como transitórias, aplicadas enquanto houver pessoas no estado civil de separados que não se divorciaram.
3) continuam a vigorar os dispositivos legais que falam da antiga figura da separação e que não sejam incompatíveis com a nova redação do § 6º do art. 226 da Constituição, mas não possuem aplicabilidade em razão da EC n. 66/2010.
Em relação a estes, cabe, se for o caso, aplicar-se à hipótese do divórcio.
Divórcio
O divórcio é o meio de dissolução do casamento válidoenquanto vivos osdois cônjuges.
Se não há filhos menores ou incapazes, os cônjuges podem se divorciar a qualquer tempo por mera declaração de vontade formalizada por escritura pública.
No caso de divórcio litigioso, não é necessário verificar nenhum motivo objetivo, bastando a mera vontade de um dos cônjuges de não continuar casado. 
A pessoa divorciada readquire o direito de se casar novamente. Se tiver sido feita a partilha dos bens no divórcio, poderá adotar, nas novas núpcias, qualquer regime.
Fica, porém, obrigada a contraí-las no regime de separação absoluta, enquanto não tiver sido feita a partilha dos bens do casamento dissolvido (CC, art. 1.523, III).
Quanto à espécie, o divórcio pode ser amigável ou litigioso.
Quanto à forma, pode ser judicial ou extrajudicial.
Divórcio Amigável - Os cônjuges concordam que não é mais o caso de continuarem casados. É preciso estar de comum acordo sobre o fim do relacionamento, bem como sobre filhos e nome.
Imprescindível que os dois concordem totalmente sobre a guarda dos filhos menores e a mudança, ou não, do nome de casado. Em relação a partilha dos bens, pode-se deixar para momento posterior, vez não ser indispensável para o divórcio amigável.
A partilha dos bens pode ser feita extrajudicialmente (por instrumento privado ou escritura pública, a depender da espécie de bem). Não chegando a acordo, qualquer um deles pode propor a ação judicial de partilha.
Assim, pode ser feito por escritura pública (se não houver filhos menores ou incapazes), ou por sentença judicial.
Não é necessário o transcurso de qualquer prazo mínimo do casamento.
Divórcio Litigioso – Ocorre quando um dos cônjuges não quer terminar o casamento, ou não há acordo sobre guarda dos filhos, nome de casado e bens.
Não é necessário culpa.
Porém, se for o caso, existem três sanções impostas ao cônjuge considerado culpado.
1 – Condenação nas verbas sucumbenciais – honorários advocatícios do outro cônjuge e custas judiciais.
2 – Se o cônjuge considerado culpado tiver adotado o sobrenome do outro, não poderá mais usá-lo, a menos que prove grande dano a imagem.
3 – O cônjuge ‘culpado’, se não dispuser de recursos para se manter, terá direito a alimentos mínimos, indispensáveis a sua subsistência.
Porém, tendo ambos os cônjuges renda suficiente para manter uma vida, não terá diferença de quem foi a culpa, vez que tal sanção não será aplicada.
A forma pode ser extrajudicial ou judicial
Extrajudicial – é uma forma de divórcio amigável, feito mediante escritura pública, no caso de não existirem filhos menores ou incapazes; estarem os cônjuges assistidos por advogado (ainda que em comum – CPC, art. 1.124-A).
Divórcio Judicial - pode ser proposto a pedido dos cônjuges (se amigável), de um deles somente (se litigioso), ou do curador, ascendente ou irmão do cônjuge incapaz (CC, art. 1.582).
 Sendo obrigatório o divórcio judicial, ou tendo os interessados optado por esta via, o juiz, se considerar que o acordo de separação não preserva suficientemente os interesses dos filhos menores ou de um dos cônjuges, pode denegar a homologação.
Assim, pode indeferir a homologação, em sentença fundamentada, para que se possa alterar o acordo e que assim, seja homologado.
No divórcio judicial amigável, não pode o juiz alterar o conteúdo do acordo a que chegaram os cônjuges. Ou simplesmente o homologa ou denega a homologação, explicitando por que tem determinadas cláusulas por indevidas.
Importante saber:
O que é princípio da intervenção mínima do Direito de Família?
Cuida-se da regra, segundo a qual o Estado não poderia intervir coercitivamente no âmbito familiar, pondo em risco o projeto de felicidade de seus membros. Nesta linha de raciocínio, a obrigatoriedade do planejamento familiar, com a imposição de sanções, por exemplo, poderia traduzir afronta a esta princípio.
O que é função social da família?
Assim como outros importantes institutos em Direito Civil foram funcionalizados, a exemplo do contrato e da propriedade, a família, em uma perspectiva constitucional, também o foi.
Superado, pois, o paradigma clássico da “estabilidade do casamento a todo custo”, entende-se que, hoje, em respeito à dignidade humana, a família tem o papel e a função (social) de propiciar o bem-estar e permitir a busca da felicidade dos seus membros integrantes.
Só assim consistirá, efetivamente, em base da sociedade, consoante o mandamento constitucional.

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