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Aula 00 2018

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Aula 00 – LINDB 
Curso: Direito Civil p/ Tribunais Regionais do 
Trabalho– cargo AJAJ 
Professores: Wangney Ilco e Dicler Forestieri 
Curso de Direito Civil p/ TRTs (AJAJ) 
Teoria e Questões comentadas 
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri – Aula 00 
 
 
 
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri 2 de 88 
www.exponencialconcursos.com.br 
 
Prezados alunos e alunas, 
Sejam bem-vindos ao nosso curso de: 
Direito Civil para os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) 
Analista Judiciário-Área Judiciária (AJAJ). 
 
Este é um curso REGULAR que se destina ao cargo de Analista 
Judiciário-área judiciária de todos os TRTs do país. Ou seja, tem o objetivo de 
preparação antecipada e de qualidade para esses certames na disciplina 
de Direito Civil. 
Para tanto, fizemos uma análise detalhada dos editais relativos a esses 
certames. O resultado dessa análise é o presente curso, contendo os assuntos 
básicos e frequentes cobrados principalmente pela FCC, a banca que costuma 
realizar os referidos concursos. A CESPE também já realizou alguns concursos 
para os TRTs. Assim, como forma de nos prepararmos com qualidade para os 
mais diversos tipos de questões, comentaremos no decorrer do curso questões 
de bancas diversificadas. E, ao final do curso, teremos uma aula somente 
com questões comentadas dos TRTs, beleza? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
Curso de Direito Civil p/ TRTs (AJAJ) 
Teoria e Questões comentadas 
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri – Aula 00 
 
 
 
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri 3 de 88 
www.exponencialconcursos.com.br 
Sumário 
Apresentação dos professores ............................................................. 4 
Informações sobre o curso .................................................................. 5 
1-Conteúdo e cronograma das aulas ...................................................... 5 
2-Históricos das provas do TRT .............................................................. 5 
3-Metodologia utilizada ......................................................................... 6 
4-Legislação aplicável ........................................................................... 7 
5-Análise do Edital ............................................................................... 7 
6-Suporte ........................................................................................... 7 
1- Considerações Iniciais ................................................................. 8 
1.1- Leis naturais x leis jurídicas........................................................ 8 
1.2- Direito Objetivo x Direito Subjetivo ............................................. 8 
1.3- Fontes do Direito .................................................................... 10 
1.4- Norma jurídica: Lei em sentido amplo x Lei sentido estrito ........... 10 
1.5- Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro ....................... 12 
2- Vigência e Eficácia da Norma ..................................................... 15 
3- Revogação da Norma ................................................................. 22 
4- Conflito de Normas no Tempo ................................................... 28 
5- Preenchimento da Lacuna Jurídica ............................................ 31 
6- Princípio da Obrigatoriedade ..................................................... 35 
7- Conflitos de Norma no Espaço ................................................... 35 
8- Critérios de Hermenêutica Jurídica ............................................ 37 
9- Estatuto de Direito Internacional Privado ................................. 39 
10- Questões Propostas ................................................................... 47 
11- Gabarito .................................................................................... 62 
12- Questões propostas comentadas ............................................... 63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Direito Civil p/ TRTs (AJAJ) 
Teoria e Questões comentadas 
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri – Aula 00 
 
 
 
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri 4 de 88 
www.exponencialconcursos.com.br 
Apresentação dos professores 
Me chamo Wangney Ilco. Sou ex-aluno do Colégio Naval (ingresso em 
1997) e Escola Naval (ingresso em 2000). Bacharel em Ciências Navais pela 
Escola Naval com especialidade em Sistemas (2004). Após alguns anos como 
Oficial da Marinha, decidi deixar a vida militar e ingressei nesta doce vida de 
“concurseiro”. O foco era a área fiscal, mais especificamente o fisco do Estado 
do Rio de Janeiro. Nos dois primeiros certames (2008) não fui feliz, por 
absoluta perda de foco e por problemas pessoais. Porém, já no ano seguinte, 
após alguns meses sem estudar, retornei com muita força já com edital na 
praça. Fiz alguns ajustes. Foram 45 dias de dedicação total e foco máximo. 
Resumos, gráficos, esquemas, mapas-mentais foram utilizados para aproveitar 
o tempo com a máxima eficiência. E deu certo! Obtive a tão sonhada 
aprovação: Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio de Janeiro. Cargo 
que exerço atualmente! Desde então, final de 2009, me tornei Professor de 
Direito Empresarial e Direito Civil tendo lecionado em alguns dos principais 
cursos preparatórios do país, dentre eles o Exponencial Concursos (meus 
cursos de empresarial). No momento, estou cursando Direito na 
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. 
Me chamo Dicler Forestieri Ferreira, atualmente ministro aulas 
presenciais e a distância de Direito Civil, Direito Penal e Legislação Tributária 
Municipal em diversos cursos do Brasil e ocupo o cargo de Auditor-Fiscal 
Tributário do Município de São Paulo (ISS-SP). Fui aprovado em SP no 
concurso de 2006 e entrei em exercício no ano 2007. Antes deste concurso 
também exerci o cargo de Auditor-Fiscal de Tributos do Estado da Paraíba 
(ICMS-PB – concurso em 2006) e fui oficial da Marinha do Brasil durante doze 
anos e meio; além de ter sido aprovado em 6o lugar para o concurso de 
Auditor-Fiscal de Tributos do Estado do Rio Grande do Sul (ICMS-RS - 2006). 
Após algum tempo somente dando aulas, retomei os estudos e recentemente 
fui aprovado em 16º lugar no TCE-AM em 2015 (Auditor-Substituto de 
Conselheiro) e em 2º lugar no TCM-RJ em 2016 (Conselheiro Substituto), 
cargo que exerço atualmente. Por ter sido aprovado em alguns excelentes 
concursos, creio ter condições de lhe dizer qual a melhor forma para conseguir 
tal sucesso. Entretanto, nem só de glórias é feita a vida de um concurseiro, 
pois também fiquei reprovado em outros onze concursos. Ou seja, creio que 
também sei o que não deve ser feito para ser reprovado. Além de ter escrito 
dois livros de Direito Penal, sou coautor de dois livros de questões comentadas 
de Direito Civil, um da banca CESPE/UnB e outro da Fundação Carlos Chagas. 
 
Curso de Direito Civil p/ TRTs (AJAJ) 
Teoria e Questões comentadas 
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri – Aula 00 
 
 
 
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri 5 de 88 
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Informações sobre o curso 
 
1-Conteúdo e cronograma das aulas 
 
Aula Conteúdo 
00 
Lei. Eficácia da lei. Aplicação da lei no tempo e no espaço. 
Interpretação da lei. Lei de Introdução às normas do Direito 
Brasileiro. 
01 
Das Pessoas Naturais: Da Personalidade e Da Capacidade. Dos 
Direitos da Personalidade. Das pessoas jurídicas. Domicílio Civil. 
02 Bens 
03 
Dos Fatos Jurídicos: Dos negócios jurídicos; Dos atos jurídicos 
lícitos. 
04 Prescrição e decadência. 
05 Dos Direitos das Obrigações (parte1) 
06 Dos Direitos das Obrigações (parte 2) 
07 Da Responsabilidade Civil. Dos Atos Ilícitos. 
08 Dos Contratos: Das Disposições Gerais. 
09 Contratos em espécies. 
Extra Questões Comentadas dos TRTs. 
*Confira o cronograma com as datas de disponibilização das aulas no 
site do Exponencial. 
 
2-Históricos das provas do TRT 
 
Pois bem, sem perder o nosso foco (TRTs), vejamos os assuntos que foram 
cobrados nas seguintes provas: 
Curso de Direito Civil p/ TRTs (AJAJ) 
Teoria e Questões comentadas 
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Assunto TRT-8ªPA 
CESPE 2016 
TRT-23ªMT 
FCC 2016 
TRT-9ªPR 
FCC 2015 
TRT-2ªSP 
FCC 2014 
Domicílio e bens 1 
Direito das obrigações 2 
LINDB 1 1 1 
Dos contratos em geral 
Ausência 
Direitos de personalidade 1 1 
Contratos em espécies 1 1 1 
Pessoa Jurídica 1 
Responsabilidade Civil 1 1 1 
Atos e negócios jurídicos 1 
Precrição e Decadência 1 1 
Direito das coisas 1 
Direitos das sucessões 1 
 
 Certamente já ouvimos dizer que Direito Civil é “um mundo”, certo? E é 
mesmo! Os examinadores costumam cobrar os mais diversos assuntos nas 
provas. Veja acima! Por isso, é preciso estudar com antecedência. Não 
espere sair o edital para “correr atrás”! Saiba que muitos e muitos já estão 
estudando Direito Civil há muito tempo. Beleza? 
 
3-Metodologia utilizada 
Abrangeremos de modo aprofundado os aspectos mais relevantes de 
cada tópico do conteúdo exigido, evitando-se, porém, discussões doutrinárias 
desnecessárias. Para otimizar seu aprendizado, nosso curso será 
ESQUEMATIZADO assim: 
 
Curso de Direito Civil p/ TRTs (AJAJ) 
Teoria e Questões comentadas 
Profs. Wangney Ilco e Dicler Forestieri – Aula 00 
 
 
 
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 Acreditamos que essa composição seja importante para o 
aprofundamento, tendo como propósito uma preparação completa e integral, 
visando um excelente desempenho em prova. 
Além de abordar a teoria, comentaremos cerca de 400 questões. 
Todas as questões inseridas nas aulas serão devidamente comentadas, de 
modo a não deixar dúvidas. Desse modo, este curso será completo. Ele foi 
elaborado visando ser sua única fonte de estudos de Direito Civil. 
 
4-Legislação aplicável 
A base do nosso curso será o Código Civil (Lei 10.406 de 10 de janeiro 
de 2002), a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei 
4.657 de 4 de setembro de 1942), a Jurisprudência dos Tribunais Superiores 
sobre Direito Civil e a melhor doutrina nacional. 
 
5-Análise do Edital 
Há algum tempo, as questões de Direito Civil limitavam-se a cobrar a 
letra da lei. Com isso, bastava que os alunos decorassem os artigos mais 
cobrados para conseguir uma boa pontuação. 
Entretanto, a característica da decoreba sofreu diversas mudanças e, 
atualmente, as questões costumam cobrar a aplicação dos conceitos em 
pequenos casos práticos apresentados. Analisando o conteúdo do seu edital, 
tenha certeza que conseguiremos lhe passar o conteúdo necessário para uma 
excelente prova. 
 
6-Suporte 
Nosso estudo não se limita apenas à apresentação das aulas ao longo 
do curso. É natural surgirem dúvidas. Por isso, estarei sempre à disposição 
para responder aos seus questionamentos através do fórum de cada aula. 
Todos têm dúvidas! Errar é comum quando se está tentando aprender. 
O que não pode acontecer é você guardar sua dúvida ao invés de expor a sua 
dificuldade. 
No mais, esperamos contar com a presença de vocês neste curso de 
maneira otimista e compromissada, para que possamos caminhar juntos, de 
mãos dadas, rumo à aprovação. Tenho certeza que com ESFORÇO, 
DISCIPLINA e ORGANIZAÇÃO chegaremos lá. Força na remada! 
 
 
 
 
Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder 
andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito. 
(Martin Luther King Jr.) 
 
Curso de Direito Civil p/ TRTs (AJAJ) 
Teoria e Questões comentadas 
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1- Considerações Iniciais 
Inicialmente, devemos fazer uma introdução que abrange não somente 
o Direito Civil, mas todo o Direito. São assuntos que costumamos ver no início 
da faculdade de Direito. É verdade que são assuntos pouco cobrados em 
prova, de forma isolada. E, em relação a nossa área, isso não é diferente. 
Porém, é uma introdução necessária sim para o bom andamento do curso e 
também porque alguns termos que veremos a seguir podem ser usados em 
questões de outros assuntos, ok? Então, vamos seguir! 
 
1.1- Leis naturais x leis jurídicas 
Vamos começar nosso trabalho com o estudo da lei. Inicialmente, é 
interessante perceber que quando falamos em lei, estamos nos referindo ao 
conjunto de normas e regras jurídicas, e não às leis naturais. Mas, qual é a 
diferença entre as leis naturais e as leis jurídicas? 
 
As leis naturais são decorrentes da própria ação da natureza, na qual 
reina o chamado princípio da causalidade. Isso significa que cada causa produz 
determinado efeito, e isso independe de ação humana. Podemos citar, como 
exemplo, a lei da gravidade. 
As leis jurídicas, por sua vez, são convenções que disciplinam regras 
de conduta, que funcionam como diretivas para ação. Nesse caso, podemos 
citar o princípio da imputabilidade, pois quando um indivíduo pratica uma 
conduta prevista em lei como crime ou contravenção, a ele deve ser imputada 
determinada consequência prevista em lei. 
No nosso estudo, quando nos referirmos à lei, estaremos tratando das 
leis jurídicas. 
 
1.2- Direito Objetivo x Direito Subjetivo 
 Outra diferenciação que precisamos fazer é com relação ao Direito 
objetivo e o Direito Subjetivo. Vejamos: 
Aula 00 – Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro-LINDB. 
≠ 
Curso de Direito Civil p/ TRTs (AJAJ) 
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Portanto, o Direito objetivo e o Direito subjetivo estão intimamente 
ligados, representando conceitos distintos. Ressalta-se que há uma corrente 
doutrinária que considera que o Direito subjetivo é a faculdade de agir do 
indivíduo conforme os seus interesses. Mas há outra corrente que entende que 
essa faculdade de agir não é o Direito subjetivo em si, mas está contido nele, 
pois a faculdade de agir seria algo inerente ao ser humano e, portanto, estaria 
inserido no campo natural. A faculdade humana, por esta corrente, seria 
anterior ao Direito. Beleza? 
1. (ESPP/Juiz do Trabalho-TRT-9ªR/2012) Considerando 
a teoria do Direito Civil acerca das locuções "direito objetivo" e "direito 
subjetivo", assinale a alternativa incorreta: 
a) O direito subjetivo associa-se à noção de "facultas agendi". 
b) Visto como um conjunto de normas que a todos se dirige e a todos vincula, 
temos o "direito subjetivo". 
c) Direito subjetivo é a prerrogativa de invocação da norma jurídica, pelo 
titular, na defesa do seu interesse. 
d) Visto sob o ângulo subjetivo, o direito é o interesse juridicamente tutelado 
(Ihering). 
e) 0 direito objetivo refere-se a um conjunto de regras que impõem à conduta 
humana certa direção ou limite. Ele descreve condutas obrigatórias e 
comina sanções pelo comportamento diverso dessa descrição 
Comentários 
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Letra “b” incorreta. Na verdade, o conceito expresso na letra “b” qualifica o 
Direito objetivo e não o subjetivo. As demais alternativas estão perfeitamente 
corretas, representando os conceitos e características do Direito objetivo e do 
Direito subjetivo. 
 
1.3- Fontes do Direito 
 As Fontes do Direito representam a origem, bem como o meio de 
expressão das normas jurídicas. Podemos observar duas formas de classificar 
as Fontes do Direito: 
 
 Nas fontes formais, a lei é a principal delas, enquanto as demais são 
consideradas fontes acessórias. A outra classificação prevista é a seguinte: 
 
1.4- Norma jurídica: Lei em sentido amplo x Lei sentido estrito 
As normas jurídicas estão na base de um ordenamento jurídico. Elas 
estabelecem as regras de conduta e comportamento da sociedade, sendo uma 
imposição do Estado, o qual possui a responsabilidade de aplicar as 
penalidades prevista quando infringidas. Reflete também os preceitos, os 
mandamentos e os valores do ordenamento jurídico. 
Em algumas ocasiões, a norma jurídica é utilizada como sinônimo de lei. 
Assim sendo, é importante atentar que a palavra lei (ou norma jurídica) pode 
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ser utilizada em dois sentidos: amplo (“lato sensu”) e estrito (“stricto 
sensu”). 
 
Em sentido amplo (norma jurídica), a palavra lei abrange não 
apenas as leis emanadas pelo Poder Legislativo, mas também outros 
normativos, como por exemplo, os decretos e os regulamentos. Outro 
exemplo, seria o caso da Medida Provisória, que em situações de urgência e 
relevância, é fruto do Poder Executivo e tem força de lei. Embora não seja lei 
em sentido estrito, a medida provisória é lei em sentido amplo. A lei em 
sentido amplo também é conhecida como lei em sentido material, pois 
apesar de não ser uma norma jurídica que seguiu a formalidade legislativa, é 
uma norma em sua essência, em seu conteúdo. 
Em sentido estrito, a lei precisaria ser introduzida no ordenamento 
jurídico somente pelo Poder Legislativo, por meio de atos legislativos formais. 
Por isso, a lei sem sentido estrito também é conhecida como lei em sentido 
formal. 
2. (FCC/Procurador-AL-SP/2010) Em relação às Fontes 
do Direito Objetivo, considere: 
I. Legislação, lato sensu, é modo de formação de normas jurídicas por meio de 
atos competentes. 
II. Lei, no sentido material, designa o conjunto de normas que estabelecem os 
meios judiciais de se fazerem valer direitos e obrigações. 
III. Os costumes são primordiais para o preenchimento de lacunas da lei, pois 
muitos não se opõem à lei, mas disciplinam matérias que a lei não conhece. 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
a) I 
b) I e II. 
c) II. 
d) II e III. 
e) III. 
Comentários 
Letra “d”. 
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I – Incorreta. Esta definição é de legislação (lei) stricto sensu, onde a norma é 
formada por meio dos órgãos competentes (poder legislativo). 
II – Correta. Refere-se à norma jurídica no que tange ao seu conteúdo, 
determinando direitos e obrigações. 
III – Correta. Os costumes são uma das fontes do direito – é uma fonte formal 
ou direta ou imediata. Sendo assim, os costumes são empregados no 
preenchimento das lacunas deixadas pela lei, nos termos do art. 4º da Lei de 
Introdução ao Direito Brasileiro (LINDB): “Art. 4o Quando a lei for omissa, o 
juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios 
gerais de direito”. 
 
1.5- Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
Bem, pessoal, esta aula vai girar em torno da chamada Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei nº 4.657/42), 
cuja sigla que adotaremos é a LINDB, ok? Anteriormente, conhecíamos a 
LINDB como Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), porém a Lei nº 
12.376/10 alterou o Decreto-Lei em sua ementa; mudou-se de LICC para 
LINDB. Pura formalidade! É o que menos importa para a nossa prova. 
Na verdade, apesar da LINDB ser tratada didaticamente como uma 
norma de introdução ao Direito Civil, na prática é uma lei autônoma aplicada 
também aos demais ramos do Direito – daí a razão para a mudança de 
nomenclatura. A LINDB, portanto, deve ser tratada como uma lei que 
regulamenta outras leis e normas, sendo por isso conhecida pela expressão 
lex legum – sobredireito, superdireito, lei das leis, norma sobre as normas. 
Logo, a LINDB possui de início duas características principais: CONJUNTO DE 
NORMAS SOBRE NORMAS e APLICABILIDADE A TODOS OS RAMOS DO 
DIREITO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As principais características da LINDB são: 
- Ser um conjunto de normas sobre normas, pois é 
uma lei que disciplina outras normas jurídicas, 
assinalando-lhes a maneira de aplicação e entendimento, 
sendo chamada de lei das leis (lex legum); 
- Ser aplicável a todos os ramos do direito, não apenas 
ao Direito Civil; e por ultrapassar em muito o âmbito do 
Direito Civil, podemos afirmar que os dispositivos deste 
diploma legal contém normas de sobredireito. 
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Abaixo, podemos observar onde o D. Civil insere-se no Direito: 
 
 
 No mais, dessa forma, a LINDB vai tratar dos seguintes pontos: 
 
 
 
3. (CESPE/Delegado de Polícia-AL/2012) Com base no 
que dispõe a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e 
Direito Civil, julgue os itens subsecutivos. 
A LINDB é considerada uma lex legum, ou seja, uma norma de sobredireito. 
Comentários 
O item está Certo. A LINDB é considerada uma norma de sobredireito, pois é 
um conjunto de normas sobre normas, que atinge não apenas o direito 
privado, mas também o direito público, possuindo aplicação nos diversos 
ramos do direito. 
 
 
Interesses 
do Estado 
 
Relações entre 
particulares 
 
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Sabendo que a lei é o objeto de estudo da LINDB, vale a pena 
enumerarmos as suas características: 
 
Características das LEIS 
Generalidade ou 
Impessoalidade 
A LEI objetiva atingir todas as pessoas que se encontrem na 
mesma situação jurídica. Ela não é personalíssima. Não é 
dirigida especificamente a um indivíduo; mas, à 
coletividade. A exceção é a lei formal ou singular, que se 
aplica apenas a uma pessoa. Exemplo: uma lei criada para 
dar pensão a uma pessoa pública que esteja passando 
dificuldades. A doutrina afirma que é um ato administrativo 
com forma de lei. 
Obrigatoriedade e 
imperatividade 
O descumprimento da lei autoriza a aplicação de uma 
sanção 
Permanência ou 
persistência 
A lei não se esgota em uma única aplicação. 
Autorizante 
Se a lei for violada, o ofendido pode pleitear uma 
indenização por perdas e danos caso tenhasofrido um 
prejuízo em virtude da lei. É aqui que a lei se distingue das 
normas sociais, que, se violadas, não ensejam perdas e 
danos. 
 
Pois bem, segundo sua força obrigatória, as leis podem ser: 
 
1- Lei Cogente ou Injuntiva: é a lei de ordem pública. É a que não pode ser 
modificada pela vontade das partes e, nem mesmo, pelo juiz. São imperativas 
ou proibitivas. 
a) lei cogente imperativa: é a que ordena um certo comportamento. Por 
exemplo, o comerciante não pode escolher para qual cliente vender a 
mercadoria; 
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b) lei cogente proibitiva: é a que veda certo comportamento. Por exemplo, 
o Código Civil proíbe a doação universal, isto é, a doação de todos os bens 
sem que haja reserva do mínimo para sobreviver. 
2- Leis Supletivas ou Permissivas: são as leis dispositivas, isto é, leis que 
protegem interesses particulares. Podem ser modificadas pela vontade das 
partes. É o caso da maioria das leis que disciplinam os contratos, em regra. 
Por fim, a Lei de efeito concreto é a que produz efeitos imediatos. 
Como exemplo temos uma lei que proíbe certa atividade. É a lei que por si só 
já produz o efeito desejado. Tal classificação é importante principalmente no 
que tange ao mandado de segurança. Em regra, não se pode impetrar 
mandado de segurança contra lei em tese, porém, se for lei de efeito concreto, 
cabe mandado de segurança. Também cabe ressaltar que o Supremo Tribunal 
Federal admite o controle de constitucionalidade quando a lei for de efeitos 
concretos. Esta lei de efeito concreto se assemelha aos atos administrativos, 
cujos efeitos são imediatos. 
 
 
2- Vigência e Eficácia da Norma 
O art. 1o, caput, da LINDB consagra o princípio da vigência 
sincrônica: 
 
Portanto, em regra geral, a vigência da lei ocorre após 45 dias 
contados a partir de sua publicação. Esse é o chamado sistema simultâneo 
ou sincrônico, pois determinou um prazo único para a obrigatoriedade da lei 
em todo o país. 
 
 
 
 
 
 
Publicação Vigência 
45 dias 
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Princípio da Vigência Sincrônica: a obrigatoriedade da lei no país é 
simultânea, pois ela entra em vigor a um só tempo em todo o país, ou 
seja, quarenta e cinco dias após sua publicação, não havendo data 
estipulada para sua entrada em vigor. 
 
4. (CESPE/Auxiliar Judiciário/TJ-AC/2012) Com base na 
Lei de Introdução às Normas Brasileiras, julgue os itens a seguir. 
A vigência da norma começa com sua promulgação. 
Comentários 
O item está Errado. Conforme artigo 1° da LINDB, salvo disposição contrária, 
a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de 
oficialmente publicada. Portanto, o prazo é de 45 dias e deve ser contado a 
partir da publicação e não da promulgação da lei. 
 
A vigência é um critério puramente temporal da norma, que vai desde 
o início da sua obrigatoriedade até a perda de sua validade. Nesse aspecto, 
não há que fazer qualquer relação com outra norma. A eficácia refere-se à 
possibilidade de produção concreta de efeitos pela norma. Quando classificada 
(segundo José Afonso da Silva) de acordo com a dependência de outras 
normas, podem ser: 
a) Normas de eficácia plena – quando a eficácia é imediatamente 
concretizada; 
b) Normas de eficácia limitada – quando a eficácia depende de uma 
outra norma; e 
c) Normas de eficácia contida – quando a eficácia pode ser restringida 
por outra norma. 
É possível que a lei seja inválida (não esteja em vigência), mas tenha 
eficácia (produza efeitos). Para exemplificar tal situação vamos viajar para o 
Direito Penal e analisar o art. 3o do Código Penal que trata da aplicação da lei 
penal quando esta for excepcional ou temporária: 
Lei excepcional ou temporária 
Art. 3º do CP - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o 
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
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- Leis temporárias: são aquelas que contêm prazo (dia de início e dia 
do fim) de vigência previsto expressamente em seu corpo. 
- Leis excepcionais: são as que vinculam o prazo de vigência a 
determinadas circunstâncias, como guerra, epidemia, etc. 
 
Esses dois tipos de leis possuem a ultratividade como grande 
característica. Por ultratividade devemos entender a capacidade de uma lei, 
após ser revogada (perder a vigência), continuar regulando fatos ocorridos 
durante o prazo em que esteve em vigor. Ou seja, ocorrendo um crime 
durante a vigência de uma lei excepcional ou temporária, mesmo após a lei 
não mais estar em vigor (falta de vigência), ela deverá ser utilizada no 
julgamento (ter eficácia). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Continuando o estudo do art. 1o da LIDB, temos que: 
Art. 1o da LIDB - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar 
em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente 
publicada. 
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei 
brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de 
oficialmente publicada. 
§ 2o Revogado 
[...]. 
O processo de nascimento de uma lei pode ser apresentado da seguinte 
forma: 
1) Edição; 
2) Processo Legislativo; 
CRIME 
Vigência da lei temporária 
ou excepcional 
Ultra-atividade 
julgamento 
EFICÁCIA 
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3) Sanção do Presidente da República; 
4) Publicação, e; 
5) Vigência. 
 
As fases de edição e do processo legislativo são estudadas pelo Direito 
Constitucional. Aqui começaremos o estudo na fase da sanção. Após a lei ser 
sancionada, deve haver a sua publicação para que as pessoas tomem 
conhecimento do seu conteúdo; e, consequentemente, o diploma legal irá 
adquirir vigência (validade) estando apto a produzir efeitos. Entretanto, o 
nascimento da lei se dá com a promulgação. 
 
PROMULGAÇÃO ≠ PUBLICAÇÃO 
 
Não podemos confundir a promulgação com a publicação, apesar de 
ambas constituírem fases essenciais da eficácia da lei. 
 A promulgação atesta a existência da lei, produzindo dois efeitos 
básicos: 
 a) reconhece os fatos e atos geradores da lei; 
 b) indica que a lei é válida, ou seja, que obedece aos requisitos formais. 
 A promulgação das leis compete ao Presidente da República, conforme 
prevê o art. 66, § 7o da Constituição Federal. Ela deverá ocorrer dentro do 
prazo de 48 horas decorrido da sanção ou da superação do veto. Neste último 
caso, se o Presidente não promulgar a lei, competirá a promulgação ao 
Presidente do Senado Federal, que disporá, igualmente, de 48 horas para 
fazê-lo; se este não o fizer, deverá fazê-lo o Vice-Presidente do Senado, em 
prazo idêntico. 
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Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o 
projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o 
sancionará. 
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas 
pelo Presidente da República, nos casos dos § 3º e § 5º, o 
Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual 
prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo. 
A publicação constitui a forma pela qual se dá ciência da promulgação 
da lei aos seus destinatários. É condição de vigência e eficácia da lei. 
Em resumo: 
 
Denomina-se vacatio legis o período de tempo que se estabelece 
entre a publicação e a entrada em vigor da lei. Neste intervalo de tempo 
a lei não produzirá efeitos, devendo incidir a lei anterior no sistema. 
 
 
Existem três espécies de leis de acordo com o prazo de vacatio legis: 
1) Lei com “vacatio legis” expressa: é a lei de grande repercussão, 
que, de acordo com o artigo 8.º da Lei Complementar nº 95/98, tem 
expressa disposição do período de vacatio legis. Como exemplo, temos a 
expressão contida em lei determinando que a lei "entra em vigor um ano 
depois de publicada". 
Art. 8º da LC 95/98 A vigência da lei será indicada de forma 
expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se 
tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na 
data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão. 
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2) Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em 
consonância com o artigo 1.º da Lei de Introdução ao Código Civil, ou seja, 
no silêncio da lei, entra em vigor no país 45 dias depois de oficialmente 
publicada ou, no estrangeiro, quando admitida, três meses após a 
publicação oficial. 
3) Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena 
repercussão, entra em vigor na data de publicação, devendo esta estar 
expressa ao final do texto legal. 
 Segue esquema gráfico: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Durante o prazo de vacância, a lei nova ainda não produz efeitos, ou 
seja, ainda não tem vigência. Dessa forma, enquanto a lei nova não entrar em 
vigor ela não será obrigatória e os atos praticados de acordo com a lei antiga 
serão plenamente válidos. 
A forma de contagem do prazo de vacatio legis é regulada pelo artigo 
8o, § 1o da Lei Complementar 95/98, incluindo o dia da publicação e o último 
dia na contagem do prazo. 
Art. 8o, § 1o da LC 95/98 - A contagem do prazo para entrada em 
vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a 
inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando 
em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. 
Para exemplificar, se uma lei for publicada no dia 2 de janeiro, 
estabelecendo prazo de quinze dias de vacância, ela entrará em vigor 
em qual dia? 
 
edição sanção publicação vigência 
vacatio legis 
salvo 
disposição 
em contrário 
no país 
(45 dias) 
no estrangeiro 
(3 meses) 
obrigatoriedade 
Incluído na 
contagem do prazo 
de vacatio 
Incluído na 
contagem do prazo 
de vacatio 
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No exemplo apresentado, a contagem do prazo de vacância (vacatio 
legis) inclui o dia 2 de janeiro e vai até o dia 16 de janeiro (15 dias), entrando 
a lei e vigor no dia subsequente (17 de janeiro). Seque quadro: 
Contagem do 
dia do mês 
 2 3 4 5 . . . 16  DIA 17 
3- Contagem 
do vacatio 
 1 2 3 4 . . . 15  vigência no dia seguinte 
 
 
 
O dia da publicação de uma lei está inserido na contagem do prazo de vacatio 
legis. 
5. (FCC/AJAJ/ TRT 6ª Região/2012) Nos Estados 
estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia, 
depois de oficialmente publicada, em: 
a) três meses. 
b) noventa dias. 
c) um mês. 
d) trinta dias. 
e) quarenta e cinco dias. 
Comentários 
Letra “a”. Conforme § 1° do artigo 1° da LINDB, nos Estados, estrangeiros, a 
obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois 
de oficialmente publicada. 
 
Finalizando o estudo do art. 1o da LINDB temos: 
Art. 1o da LIDB – [...]. 
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de 
seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos 
parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. 
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
Se uma lei for publicada com erro substancial acarretando divergência 
de interpretação, então poderemos observar situações distintas por ocasião da 
correção de tal erro, dependendo de qual fase se encontra o processo de 
criação da norma: 
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1) correção antes da publicação: a norma poderá ser corrigida sem 
maiores problemas; 
2) correção no período de “vacatio legis”: a norma poderá ser 
corrigida; no entanto, deverá contar novo período de vacatio legis para o 
texto corrigido; 
3) correção após a entrada em vigor: a norma poderá ser corrigida 
mediante uma nova norma de igual conteúdo. 
Segue esquema gráfico: 
 
 
 
 
 
 
 Na hipótese 2, conforme explica a boa doutrina, haverá um novo prazo 
de vacatio legis, apenas para a parte da lei que foi corrigida. 
 
3- Revogação da Norma 
É a hipótese em que a norma jurídica perde a vigência porque outra 
norma veio modificá-la ou revogá-la. A norma jurídica é permanente e só 
poderá deixar de surtir efeitos se a ela sobrevier outra norma que a revogue. 
O desuso não implica a perda da vigência da norma, e sim, a perda de sua 
efetividade. 
Quando classificada de acordo com a sua extensão, a revogação pode 
ser: 
1) total (ab-rogação): quando toda a lei é revogada; ou 
2) parcial (derrogação): quando apenas parte da lei anterior é 
revogada. 
edição sanção publicação vigência 
vacatio legis obrigatoriedade 
1) correção sem 
maiores 
problemas 
2) novo prazo 
de vacatio legis 3) lei nova 
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Através do art. 2o, caput, da LIDB, o legislador expressou o Princípio 
da Continuidade. 
 
 
Dessa forma, em regra, as leis possuem efeito permanente, isto é, 
vigência por prazo indeterminado, excetuando-se as leis com vigência 
temporária, que possuem data certa para “morrer” (perder a vigência). 
 A lei orçamentária é um clássico exemplo de lei temporária, dessa 
forma, para que ocorra o fim de sua vigência, não é necessária outra lei. Basta 
que transcorra o lapso temporal de um ano. 
Tendo como base legal o art. 2o, § 1o da LINDB, existem duas formas de 
revogação de uma lei antiga por uma lei nova. 
Art. 2o § 1o da LIDB - A lei posterior revoga a anterior quando 
expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou 
quando regule inteiramentea matéria de que tratava a lei 
anterior. 
São elas: 
1) Revogação expressa ou direta: quando a lei indica os dispositivos 
que estão sendo por ela revogados. 
2) Revogação tácita ou indireta: se subdivide em dois tipos. 
- Revogação tácita por incompatibilidade; e 
- Revogação tácita global (quando uma lei nova regula inteiramente 
uma matéria tratada por uma lei anterior). 
 
 
 
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Então, temos: 
 
 
 
6. (CESPE/Analista/Área Advocacia/SERPRO/2013) A 
respeito das normas relativas à aplicação e vigência da lei contidas na Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro, julgue os itens seguintes. 
Considerar-se-á revogada uma lei até então vigente quando uma lei nova, 
aprovada segundo as regras do processo legislativo, passar a regulamentar 
inteiramente a mesma matéria de que tratava a lei anterior, ainda que a lei 
nova não o declare expressamente. 
Comentários 
O item está certo. Quando a lei nova regula inteiramente a matéria de que 
tratava a lei anterior, sem declarar expressamente a revogação, ocorre a 
chamada revogação tácita. Conforme § 1° do artigo 2°, a lei posterior revoga 
a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível 
ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
 
Sobre a revogação expressa ou direta, a LC 107/2001 deu nova redação 
à LC 95/98 que ficou da seguinte forma: 
Art. 9o da LC 95/98 - A cláusula de revogação deverá enumerar, 
expressamente, as leis ou disposições legais revogadas. 
Ou seja, através do dispositivo legal acima, o legislador não deve mais 
se valer daquela vaga expressão “revogam-se as disposições em contrário”. 
Quando uma norma entra em conflito com outra surge a antinomia. A 
antinomia pode ser de dois tipos: real ou aparente. Quando se tratar de uma 
antinomia real a solução é a revogação da norma conflitante. Entretanto, 
quando se tratar de uma antinomia aparente, para a verificação de 
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revogação das normas e solução de tais conflitos, três critérios, listados no 
quadro a seguir, devem ser utilizados: 
CRITÉRIOS PARA A SOLUÇÃO DE UMA ANTINOMIA APARENTE 
1) HIERÁRQUICO (lex superior derrogat legi inferiori): consiste em 
verificar qual das normas é superior, independentemente da data de 
vigência das duas normas (exemplo: um regulamento não poderá revogar 
uma lei ainda que entre em vigor após esta); 
2) ESPECIALIDADE (lex specialis derrogat legi generali): as normas 
gerais não podem revogar ou derrogar preceito ou regra disposta e 
instituída em norma especial, e; 
3) CRONOLÓGICO (lex posterior derrogat legi priori): a norma que entrar 
em vigor posteriormente irá revogar a norma anterior que estava em 
vigor. 
 
 
 
 
Dos três critérios acima, o cronológico é o mais fraco de todos, 
sucumbindo diante dos demais. O critério da especialidade é o intermediário e 
o hierárquico é o mais forte de todos. 
O art. 2o, § 2o da LINDB consagra o princípio da conciliação. 
 
De acordo com tal princípio, se uma lei não contraria outra já existente, 
então eles podem coexistir, não havendo a necessidade de revogação. 
Prevalecem as leis especiais em 
relação às gerais 
Prevalecem as leis de hierarquia 
superior 
Prevalecem as leis novas em 
relação às anteriores 
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Princípio da conciliação: se uma lei não contraria outra já existente, 
então eles podem coexistir, não havendo a necessidade de revogação. 
7. (CESPE/Auditor Federal de Controle 
Externo/TCU/2013) Julgue os itens a seguir, com fundamento na Lei de 
Introdução ao Código Civil Brasileiro e na jurisprudência do Superior Tribunal 
de Justiça (STJ). 
Após cinco anos de vigência de lei especial sobre determinada matéria, foi 
editada nova lei contemplando disposições gerais acerca do mesmo tema. 
Nessa situação, a edição da lei mais recente, a qual estabelece disposições 
gerais, revoga a lei anterior especial. 
 
Comentários 
O item está Errado. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais 
a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior, conforme § 
2° do artigo 2° da LINDB. 
 
Já o art. 2o, § 3o da LINDB dispõe sobre a repristinação. 
Art. 2o, § 3o da LINDB - Salvo disposição em contrário, a lei 
revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a 
vigência. 
Por meio da sua leitura, concluímos que a regra é a não-restauração 
da norma, ou seja, a impossibilidade de uma norma jurídica, uma vez 
revogada, voltar a vigorar no sistema jurídico pela simples revogação de sua 
norma revogadora. O motivo dessa não-restauração de normas é o controle 
do sistema legal para que se saiba exatamente qual norma está em vigor. 
Admite-se, no entanto, a restauração expressa da norma, ou seja, uma 
norma nova que faça tão-somente remissão à norma revogada poderá 
restituir-lhe a vigência, desde que em sua totalidade. 
 
A seguir temos um esquema gráfico sobre a repristinação: 
 
 
 
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Sendo a Lei A revogada pela Lei B e, posteriormente, a Lei B revogada 
pela Lei C, a Lei A irá “ressuscitar”? Ou seja, irá ocorrer a repristinação? 
 Resposta: Caso a Lei C disponha expressamente sobre o “renascimento” 
da Lei A, então é possível a repristinação, caso contrário, a Lei A continua 
“morta”. 
Na hipótese 2, conforme explica a boa doutrina, haverá um novo prazo 
de vacatio legis, apenas para a parte da lei que foi corrigida. 
8. (VUNESP/Auditor Fiscal Tributário 
Municipal/Prefeitura de São José do Rio Preto-SP/2014) A 
repristinação consiste: 
a) no lapso temporal entre a promulgação da lei e sua vigência, não podendo 
ser inferior a 45 (quarenta e cinco) dias. 
b) na supressão de lei ou dispositivo legal, em razão da declaração de 
inconstitucionalidade, por controle concentrado. 
c) na revogação tácita de lei, em virtude de lei posterior com ela incompatível. 
d) no suprimento de omissão da lei pela aplicação da analogia, dos costumes 
e dos princípios gerais de direito. 
e) na restauração da lei revogada por ter a lei revogadora perdido sua 
vigência, sendo admitida apenas quando há expressa disposição legal. 
Comentários 
Letra “e”. A repristinação consiste na restauração da lei revogada por ter a 
lei revogadora perdido sua vigência. Conforme § 3o do artigo 2º da LINDB, 
salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei 
revogadora perdido a vigência. Portanto, somente haverá repristinação, 
quando houver expressa disposição legal. 
 
LEI REVOGADA LEI REVOGADORA 
revogação revogação 
REPRISTINAÇÃO 
(disposição expressa) 
 
A B C 
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4- Conflito de Normas no Tempo 
O direito intertemporal visa solucionar os conflitos entre as novas e as 
velhas normas, entre aquela que acaba de entrar em vigor e a que acaba de 
ser revogada. Isso porque alguns fatos iniciam-se sob a égide de uma lei e só 
se extinguem quando outra nova está em vigor. Para solucionar tais conflitos 
existem dois critérios: 
• disposições transitórias: o próprio legislador no texto normativo 
novo concilia a nova norma com as relações já definidas pela norma 
anterior; 
• princípio da irretroatividade: a lei não deve retroagir para atingir 
fatos e efeitos já consumados sob a lei antiga. 
 Observando os fatos jurídicos e relacionando-os cronologicamente de 
acordo com a produção de efeitos, temos que eles podem ser: 
a) Pretéritos: são os que se constituíram na vigência de uma lei e tem 
seus efeitos produzidos na vigência daquela lei. 
b) Futuros: são os que ainda não foram gerados. 
c) Pendentes: são os que foram constituídos na vigência de uma lei 
anterior e não produziram todos os seus efeitos nela. 
Ex.: Celebrei um contrato de empréstimo no ano passado, no início 
deste ano entrou em vigência uma nova lei e até hoje a coisa emprestada 
está na minha posse. Esse contrato embora constituído na vigência de uma 
lei, ele continua produzindo seus efeitos na vigência da lei revogadora. 
Segundo o Princípio da Irretroatividade, aos fatos pendentes é aplicada 
a lei anterior, porque a lei posterior só se aplica para o futuro. 
 
Analisando o art. 6o da LINDB, percebemos que a lei, em regra, é 
irretroativa, devendo ser expedida para disciplinar fatos futuros. Entretanto, a 
retroatividade da lei pode ocorrer excepcionalmente para fatos pendentes, 
desde que respeite o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
 
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Art. 6º da LINDB - A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, 
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa 
julgada. 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei 
vigente ao tempo em que se efetuou. 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou 
alguém por êle, possa exercer, como aquêles cujo comêço do 
exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida 
inalterável, a arbítrio de outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de 
que já não caiba recurso. 
 A diferença entre o ato jurídico perfeito e o direito adquirido é muito difícil 
de ser estabelecida, mas parte do seguinte conceito básico: 
• Ato Jurídico Perfeito: é o ato que já se consuma segundo a lei de 
seu tempo 
• Direito Adquirido: é direito incorporado ao patrimônio do particular 
 Como exemplo de ato jurídico perfeito, temos o contrato de locação 
celebrado durante a vigência de uma lei que não pode ser alterado somente 
porque a lei mudou; ou seja, é necessário que o prazo do contrato termine. 
 Como exemplo de direito adquirido, temos a pessoa que se aposenta 
e, posteriormente, a lei modifica o prazo de aposentadoria. Tal modificação 
não irá atingir aquele que já está aposentado. 
 Quanto à coisa julgada, trata-se da qualidade conferida à sentença 
judicial contra a qual não cabem mais recursos, tornando-a imutável e 
indiscutível. 
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 Apesar de não ser cabível recurso, a coisa julgada pode ser 
questionada por meio de ação rescisória (não é um recurso), conforme 
prevê o art. 966 do Novo Código de Processo Civil: 
 
Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser 
rescindida quando: 
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, 
concussão ou corrupção do juiz; 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente 
incompetente; 
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento 
da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as 
partes, a fim de fraudar a lei; 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar manifestamente norma jurídica; 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em 
processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação 
rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova 
nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, 
por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. 
 Também é possível vislumbrar o princípio da irretroatividade no art. 5º, 
XXXVI da Constituição Federal. 
Art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada; 
 Em resumo: 
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5- Preenchimento da Lacuna Jurídica 
Segundo o princípio da indeclinabilidade de jurisdição ou da 
jurisdição obrigatória, o juiz é obrigado a decidir, ainda que não exista lei 
disciplinado o caso concreto. Dessa forma, diante da ausência de lei regulando 
uma determinada situação jurídica, faz-se necessário ao magistrado valer-se 
dos mecanismos de integração do ordenamento jurídico indicados pelo 
art. 4o da LINDB: 
 
 
MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO 
Deve ser observada a sequência apresentada, ou seja, primeiro o magistrado 
deve fazer uso da analogia, posteriormente dos costumes e, por último, dos 
princípios gerais de direito. 
 
O
R
D
E
M
 
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Se você está se perguntando sobre a equidade, veja a observação a 
seguir: 
OBSERVAÇÃO SOBRE A EQUIDADE !!!! 
- Apesar do art. 4o da LINDB não mencionar expressamente a equidade, 
alguns doutrinadores entendem que ela pode funcionar como último 
mecanismo para integração do ordenamento jurídico. Ou seja, diante da 
ausência de lei, da inviabilidade da analogia, dos costumes e dos princípios 
gerais de direito, e, prevendo a lei a possibilidade do uso da equidade, o 
magistrado, para fazer valer o princípio da indeclinabilidade de jurisdição pode 
utilizá-la. É o que se depreende do art. 140 do Novo Código de Processo Civil 
(NCPC). 
Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna 
ou obscuridade do ordenamento jurídico. 
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos 
previstos em lei. 
- Entretanto, tome cuidado com questões de prova que mencionam ser a 
equidade uma fonte de integração do ordenamento jurídico expressa na 
LINDB, pois a afirmativa estará errada. 
 
9. (CESPE/TJAA/TJ-SE/2014) No que se refere aos 
dispositivos da Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro e à vigência, 
aplicação, interpretação e integração das leis, julgue o seguinte item. 
Conforme previsão expressa da Lei de Introdução às normas do Direito 
Brasileiro, nas hipóteses de omissão legislativa, serão aplicados a analogia, os 
costumes, a equidade eos princípios gerais de direito. 
Comentários 
O item está Errado. A aplicação da equidade não está expressamente prevista 
na LINDB nas hipóteses de omissão legislativa. Conforme artigo 4o da LINDB, 
quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os 
costumes e os princípios gerais de direito. 
 
ANALOGIA é fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade 
de integração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a 
casos análogos, ante a ausência de normas que regulem o caso 
concretamente apresentado à apreciação jurisdicional (a que se denomina 
anomia – falta de norma). 
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A doutrina costuma distinguir a analogia em legal (legis) ou jurídica (júris). 
Vejamos: 
a) Analogia legal (legis) – aplica-se ao caso omisso uma lei que regula 
caso semelhante; 
b) Analogia jurídica (júris) – aplica-se ao caso omisso um conjunto de 
normas para extrair elementos que possibilitem a aplicabilidade ao 
caso concreto. 
 
ANALOGIA LEGAL  UMA NORMA 
ANALOGIA JURÍDICA  CONJUNTO DE NORMAS 
 
O COSTUME é a repetição da conduta, de maneira constante e 
uniforme, em razão da convicção de sua obrigatoriedade. No Brasil, existe o 
predomínio da lei escrita sobre a norma consuetudinária. 
Os costumes distinguem-se em: 
1) Costume secundum legem - é o que auxilia a esclarecer o conteúdo 
de certos elementos da lei. Ou seja, o próprio texto da lei delega ao 
costume a solução do caso concreto. É amplamente aceito pela 
doutrina. 
Ex.: art. 569, II do CC: “O locatário é obrigado a pagar pontualmente o 
aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume 
do lugar” 
2) Costume contra legem ou negativo – é o que contraria a lei. Provoca 
divergência na doutrina e pode ser de dois tipos: 
o Consuetudo abrogatória – espécie de costume contra legem 
que se caracteriza por ser uma prática contrária às normas 
legais. 
o Desuetudo – espécie de costume contra legem que consiste na 
falta de efetividade da norma legal não revogada formalmente. 
Um exemplo de costume contra legem ocorre no mercado de Barretos 
(Estado de São Paulo), onde os negócios de gado, por mais avultados que 
sejam, celebram-se dentro da maior confiança, verbalmente. 
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Nos termos do art. 227, § único do CC, qualquer que seja o valor do 
negócio jurídico, a prova testemunhal (verbal) é admissível como subsidiária 
ou complementar da prova por escrito. 
Dessa forma, os negócios vultosos (superiores a 10 salários mínimos) 
de gado no mercado de Barretos representam um costume contra legem, pois 
deveriam ser celebrados na forma escrita, em decorrência do grande valor, 
mas são celebrados verbalmente, contrariando a lei. 
3) Costume praeter legem ou integrativo – é o que supre a ausência 
ou lacuna da lei nos casos omissos. É amplamente aceito pela doutrina 
e está citado no art. 4o da LIDB. 
Ex.: o costume de emitir cheque “cheque pré-datado”. Tal conduta não 
possui regulamentação legal. 
São condições para a vigência do costume sua continuidade, 
diuturnidade e obrigatoriedade. 
O costume deriva da longa prática uniforme, constante, pública e geral 
de determinado ato, com a convicção de sua necessidade jurídica. São, pois, 
condições indispensáveis à sua vigência: continuidade, uniformidade, 
diuturnidade (constância na realização do ato, não implicando sanção), 
moralidade e obrigatoriedade. 
CARACTERÍSTICAS 
DOS 
COSTUMES 
 - CONTINUIDADE 
 - DIUTURNIDADE 
 - OBRIGATORIEDADE 
 
 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO são postulados que estão implícita 
ou explicitamente expostos no sistema jurídico, contendo um conjunto de 
regras. Os princípios gerais de Direito são a última salvaguarda do intérprete, 
pois este precisa se socorrer deles para integrar o fato ao sistema. De acordo 
com as lições de Celso Antônio Bandeira de Mello, princípios são vetores de 
interpretação, que, por sua generalidade e amplitude, informam as demais 
regras, constituindo a base de todo o ramo do Direito ao qual se aplica. 
 
 
 
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6- Princípio da Obrigatoriedade 
Ninguém pode deixar de cumprir a lei, conhecendo-a ou não. Esse 
conceito representa o princípio da obrigatoriedade expresso no art. 3º da 
LINDB. 
 
 
 Há quem diga que não se trata de um princípio absoluto, pois entende 
ser uma exceção o art. 8º da Lei de Contravenções Penais. 
Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, 
quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada. 
 
7- Conflitos de Norma no Espaço 
Pela LINDB (arts. 7o a 19), serão solucionados os conflitos decorrentes 
da aplicação espacial de normas, que estão relacionadas à noção de soberania 
dos Estados, por isso, é que a Lei de Introdução é considerada o Estatuto de 
Direito Internacional Público e Privado. 
Toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço 
pelas fronteiras do Estado que a promulgou (territorialidade). Entretanto, 
visando facilitar as relações internacionais, é comum, em algumas situações, 
ser admitida a aplicação de leis estrangeiras dentro do território nacional e de 
leis nacionais dentro do território estrangeiro (extraterritorialidade). 
Desta forma, pelo fato do princípio da territorialidade não ser absoluto, 
fica consagrado no Brasil o Princípio da Territorialidade Temperada, de 
modo que leis e sentenças estrangeiras podem ser aplicadas no Brasil desde 
que observadas as seguintes regras: 
1) Não se aplicam leis, sentenças ou atos estrangeiros no Brasil quando 
ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 
2) Não se cumprirá sentença estrangeira no Brasil sem exequatur 
(cumpra-se), ou seja, a permissão dada pelo STJ para que a sentença 
tenha efeitos, conforme art. 105, I, i da CF. 
 Nos quadros a seguir, apresentaremos exemplos de aplicação da 
territorialidade e da própria extraterritorialidade de acordo com os dispositivos 
da LINDB: 
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TERRITORIALIDADE 
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles 
concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem 
situados. 
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país 
em que se constituírem. 
Art. 11 As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as 
sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se 
constituírem. 
Art. 13 A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei 
que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, 
não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira 
desconheça. 
 
Portanto, percebemos que nos arts. 8º, 9º, 11 e 13 deve-se utilizar a lei 
do país em que se originar a relação jurídica. 
EXTRATERRITORIALIDADE 
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras 
sobre o começoe o fim da personalidade, o nome, a capacidade 
e os direitos de família. 
Art. 10 A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em 
que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja 
a natureza e a situação dos bens. 
Art. 12 É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o 
réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a 
obrigação. 
Art. 17 As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer 
declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando 
ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons 
costumes. 
 Já nos arts. 7º, 10, 12 e 17, é possível a utilização de uma lei diferente 
da original. Tendo o art. 7º como exemplo, no que tange à capacidade, 
mesmo que na Argentina uma pessoa adquira capacidade plena aos 16 anos, 
no Brasil essa pessoa será considerada incapaz, pois aqui a capacidade plena 
só é adquirida aos 18 anos, em regra. 
 
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8- Critérios de Hermenêutica Jurídica 
Hermenêutica jurídica é a ciência, a arte da interpretação da 
linguagem jurídica. Serve para trazer os princípios e as regras que são as 
ferramentas do intérprete. A aplicação, a prática das regras hermenêuticas, é 
chamada exegese. 
Não se deve confundir integração da lei com interpretação da lei. Na 
primeira, a lei não regula determinado fato, ao passo que, na segunda, a lei 
regula, mas não é cristalina e precisa. Quando a lei não permite a exata 
compreensão da ordem, faz-se necessário o seu exercício interpretativo 
buscando alcançar o seu real sentido. 
Veja o esquema gráfico a seguir: 
 
 
INTEGRAÇÃO INTERPRETAÇÃO 
 ≠ 
 
 NÃO HÁ LEI HÁ UMA LEI DÚBIA 
 
 
A teoria científica que trata da arte de interpretar as leis, descobrindo 
seu alcance e seu sentido é a hermenêutica. 
Com base no art. 5o da LINDB, ao utilizar os mecanismos de integração 
para o preenchimento da lacuna jurídica, ou, ao interpretar a lei, o juiz deve 
buscar a estabilidade social desejada. 
Art. 5o da LINDB - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins 
sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 
Dentre as diversas formas de interpretar as leis, destacam-se as 
seguintes listadas nos quadros da página seguinte. 
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9- Estatuto de Direito Internacional Privado 
A partir do art. 7.º, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, 
por alguns denominada de Estatuto de Direito Internacional Privado, versa 
sobre temas como conflitos de jurisdição, critérios para solucionar problemas 
de qualificação, efeitos de atos realizados em outros países, condições de 
estrangeiros e eficácia internacional de posições jurídicas legitimamente 
adquiridas em certo país com possíveis reconhecimento e exercício em outro. 
Tal assunto costuma ser cobrado em provas de concurso pela sua 
literalidade. Sendo assim, iremos reproduzir os artigos em questão e 
apresentaremos alguns esquemas gráficos com breves comentários para 
facilitar a assimilação. 
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as 
regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a 
capacidade e os direitos de família. 
 
O começo e o fim da personalidade (as presunções de morte, o nome, a 
capacidade e os direitos de família, que constituem o estado civil, ou seja, o 
conjunto de qualidades que constituem a individualidade jurídica de uma 
pessoa, terão suas questões resolvidas através do direito domiciliar, de acordo 
com o que determina o art. 7º da LICC. 
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§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei 
brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da 
celebração. 
 Independentemente de quem esteja casando, se a realização do 
matrimônio ocorrer no Brasil, será aplicada a lei brasileira para duas 
situações: 
1. Impedimentos dirimentes: as causas impeditivas do matrimônio estão 
previstas no art. 1.521 do CC. Como exemplo, no Brasil o pai não pode casar 
com a filha, seja qual for a sua nacionalidade. 
2. Formalidades da celebração: o Código Civil estipula diversas regras para 
a celebração, como a fase de “habilitação para o casamento”. Tais regras 
devem ser respeitadas, independentemente da nacionalidade de quem esteja 
casando. 
 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante 
autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os 
nubentes. 
O disposto no art. 7º, § 2º, da LICC, permite que os estrangeiros, ao 
contraírem casamento fora de seu país, possam fazê-lo perante o agente 
consular ou diplomático de seu país, no consulado ou fora dele. 
 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de 
invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. 
 
No caso de os nubentes terem domicílio internacional, a lei do primeiro 
domicílio conjugal estabelecido após o casamento é que prevalecerá para os 
requisitos intrínsecos do ato nupcial e para as causas de sua nulidade, 
absoluta ou relativas, inclusive no que diz respeito aos vícios de 
consentimento. 
 
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§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país 
em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do 
primeiro domicílio conjugal. 
Observar-se-á o direito brasileiro no caso de ter sido aqui estabelecido o 
primeiro domicílio conjugal, se os nubentes tiverem domicílios internacionais 
diferentes; ou o direito estrangeiro, no caso de ambos tiverem, por ocasião do 
ato nupcial, domicílio comum fora do Brasil. 
 
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, 
mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no 
ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a 
adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os 
direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. 
 O § 5º está em consonância com o art. 1639, § 2º do CC que admite 
alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido 
motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões 
invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. 
 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os 
cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 
1 (um) ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de 
separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação 
produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidaspara a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior 
Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá 
reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas 
em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio 
de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos 
legais. 
 
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família 
estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do 
tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. 
De acordo com o critério da unidade domiciliar, no que diz respeito às 
relações pessoais entre os cônjuges, seus direitos e deveres recíprocos, e aos 
direitos e obrigações decorrentes da filiação, aplicar-se-á a lei do domicílio 
familiar, que se estende aos cônjuges e aos filhos menores não emancipados. 
 
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á 
domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se 
encontre. 
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Aquele que não tiver domicílio conhecido, considerar-se-á domiciliado 
no local de sua residência acidental ou naquele em que se encontrar, 
impossibilitando a hipótese de dupla residência. 
 
Art. 8o Para qualificar os bens e regular as relações a eles 
concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. 
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, 
quanto aos bens moveis que ele trouxer ou se destinarem a 
transporte para outros lugares. 
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em 
cuja posse se encontre a coisa apenhada. 
O art. 8º da LINDB apresenta três situações relacionadas aos bens. 
 
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do 
país em que se constituírem. 
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e 
dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as 
peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos 
do ato. 
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no 
lugar em que residir o proponente. 
O art. 9º da LINDB também apresenta três situações, mas relacionadas 
às obrigações. 
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Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do 
país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que 
seja a natureza e a situação dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será 
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos 
brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja 
mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade 
para suceder. 
 Com a sucessão também não é diferente. O art. 10 da LINDB apresenta 
três situações relacionadas. 
 
 
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Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, 
como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em 
que se constituirem. 
§ 1o Não poderão, entretanto ter no Brasil filiais, agências ou 
estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados 
pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. 
§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de 
qualquer natureza, que eles tenham constituido, dirijam ou hajam 
investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens 
imóveis ou susceptiveis de desapropriação. 
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos 
prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos 
agentes consulares. 
 
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for 
o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a 
obrigação. 
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das 
ações relativas a imóveis situados no Brasil. 
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido 
o exequatur e segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as 
diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente, 
observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. 
O art. 12 da LINDB fixa a competência da autoridade judicial brasileira 
nos casos em que o réu, seja ele brasileiro ou estrangeiro, tenha domicílio no 
Brasil, podendo aqui ser intentada qualquer ação que lhes diga respeito. 
O § 1º diz respeito não só às ações reais imobiliárias mas sim a todas 
as ações que tratem de imóveis situados no Brasil e trata-se de norma 
compulsória, na medida que impõe a competência judiciária brasileira para 
processar e julgar ações que versem sobre imóveis situados no território 
brasileiro, competindo a nossa justiça fazer a qualificação do bem e a natureza 
da ação intentada. 
A previsão do § 2º diz respeito ao cumprimento, pela autoridade 
judiciária brasileira, das cartas e comissões rogatórias com a finalidade de 
investigação, e das diligências deprecadas pelas autoridades locais 
competentes, satisfazendo o que lhes foi requerido pela autoridade 
estrangeira. 
 
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se 
pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-
se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira 
desconheça. 
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Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de 
quem a invoca prova do texto e da vigência. 
 
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no 
estrangeiro, que reuna os seguintes requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente; 
b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à 
revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades 
necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; 
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal. (Vide 
art.105, I, i da Constituição Federal). 
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de 
exequatur às cartas rogatórias; 
 Perceba que o art. 105, I da CF/88 alterou a competência para 
homologar sentenças proferidas no estrangeiro do STF para o STJ. 
 
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de 
aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem 
considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. 
 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como 
quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, 
quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons 
costumes. 
 
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades 
consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos 
de Registro Civil e de tabelionato,

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