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Aula 6 Teorias raciais e interpretacoes sobre o Brasil[1]

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Aula 6 - Teorias raciais e interpretações sobre o Brasil 
Introdução
Em fins do século XIX e início do século XX, teóricos como Sílvio Romero, Nina Rodrigues e Euclides da Cunha, estudaram a sociedade brasileira e construíram um discurso que possibilitou o surgimento de teorias raciais científicas que desvalorizavam/inferiorizavam negros e mestiços. Pretende-se com essa aula conhecer as teorias raciais do século XIX, bem como refletir sobre o contexto histórico no qual elas foram elaboradas para, por fim, elaborar uma análise crítica a respeito do “mito das três raças”.
Moema de Vitor Meirelles
A tela ao lado foi pintada por Vitor Meirelles, em 1866 ― momento no qual havia um importante debate sobre a construção da Identidade Nacional Brasileira. À época, o Império do Brasil era uma das poucas sociedades americanas que ainda dependia da mão de obra escrava (em sua maior parte de africanos e seus descendentes) para a manutenção da produção agroexportadora do café.
O uso dos braços escravos ainda se fazia sentir em diferentes aspectos da sociedade, inclusive nos primeiros pelotões que compuseram o exército brasileiro no confronto bélico que mudaria os rumos da história do Império: a Guerra do Paraguai (1864-1870). Esse também foi um período de intenso debate sobre a identidade brasileira.   
Os primeiros institutos históricos e geográficos estavam sendo abertos no Império do Brasil, que precisava construir a história e escolher a memória que iria guardar, e o herói que iria representá-las.
O movimento indianista foi, assim, uma das peculiaridades do Romantismo no Brasil. Na falta do cavaleiro medieval, coube ao índio (aldeado e civilizado) cumprir o papel de “bom moço” da história brasileira, mostrando ao mundo que o Brasil não só tinha um herói, como tinha um herói tipicamente brasileiro, e, por isso mesmo, autêntico.  
Tal movimento trouxe para o cenário intelectual da época importantes debates sobre a questão indígena na história brasileira, embora a figura vencedora pouco se assemelhasse aos rebeldes Aimberê e Canindé. Foi ainda a fonte inspiradora para autores magistrais da literatura brasileira, como José de Alencar e Gonçalves Dias e pintores como Vitor Meirelles.
No entanto, ao consagrar o índio domesticado como símbolo do Brasil, o indianismo elegia uma determinada memória que, por sua vez, deixava de lado grande parcela da população brasileira, que passava a ser vista, biologicamente, como inferior. 
Um dos grandes desafios em trabalhar com o estudo das relações raciais no Brasil é que tal temática acompanhou as primeiras tentativas de construção da identidade brasileira independente e soberana. 
Até a produção das primeiras análises da década de 1930, praticamente todas as obras que se propunham examinar a sociedade ou a história brasileira esbarravam no problema da raça. Na realidade, como demonstrou cuidadosamente Lilia Schwarcz (SCHWARCZ: 1993), o conceito raça foi peça fundamental das ciências sociais no Brasil e no mundo.
O primeiro estudioso a usar o termo raça no discurso científico foi George Cuvier, no início do século XIX. Como bem lembra Lilia Schwarcz, neste momento a visão Iluminista de humanidade ― que pressupunha certa unidade e, consequentemente, uma possível igualdade entre os homens ― aproximava a ideia de raça aos debates sobre cidadania.
Essa contradição entre a definição científica de raça e os ideais igualitários herdados da Revolução Francesa acabou reacendendo os debates sobre a origem, ou origens da humanidade. O principal embate se dava entre monogenistas e poligenistas. 
Enquanto os primeiros consideravam que todo homem tinha a mesma origem e que as diferenças entre eles era resultado de uma maior ou menor proximidade do Éden (teoria difundida pela Igreja Cristã), os poligenistas, baseados em recentes estudos de cunho biológico, acreditavam na existência de diversos núcleos de produção correspondentes aos diferentes grupos humanos.
A vertente poligenista possibilitou, ainda no século XIX, o fortalecimento de disciplinas baseadas no discurso científico. Veja alguns exemplos desse movimento:
• Antropologia criminal - que considerava a criminalidade algo genético; 
• Frenologia e antropometria - que calculavam a capacidade humana de acordo com o estudo do tamanho do cérebro de indivíduos dos diferentes grupos humanos; 
• Craniologia – estudo do crânio. 
Nomes de cientistas como Andrés Ratzius, Cesare Lombroso e Paul Broca ficaram conhecidos na época, graças à ampla divulgação de seus estudos. Entretanto, o debate tomou novo fôlego com a publicação do livro A Origem das Espécies de Charles Darwin, em 1859. 
A partir de então, o termo raça sofreu duas significativas alterações. De um lado, a ideia de raça ultrapassou o campo da biologia, estendendo-se às discussões culturais e políticas. Por outro, o termo passou a imprimir a noção de evolução às duas correntes científico-filosóficas que discutiam a origem do homem (monogenismo e poligenismo) que, na tentativa de defender suas teses, desvirtuaram ou “adaptaram” as teorias darwinistas da maneira que lhes foi mais conveniente.
Lembrando que esse era um momento no qual grande parte dos dogmas da Igreja Católica estava sendo questionada pelo discurso científico ― que se afirmava, cada vez mais, como sinônimo da verdade ―, não é de estranhar que os poligenistas tenham “saído na frente” de seus rivais no que diz respeito ao uso das teorias de Darwin. A sociologia evolutiva de Spencer, a história determinista de Buckle e até mesmo o sentimento imperialista europeu eram provas disso.
Os poligenistas passaram a tratar a espécie humana como o gênero humano; a diversidade cultural passou a ser entendida como diferença entre espécies. O homem fora dividido e hierarquizado, e, quanto mais longe uma “espécie” se mantivesse da outra, melhor para todos. 
Tudo estaria relativamente bem resolvido se os poligenistas não tivessem que responder as seguintes perguntas: o que fazer, então, com os grupos miscigenados? Como adequar a miscigenação à evolução das raças humanas? 
A maior parte dos estudiosos e cientistas europeus e estadunidenses ― como Broca, Gobineau e Le Bon ― consideravam a miscigenação um erro, uma quebra das leis naturais, uma subversão do sistema. Os inúmeros impasses causados pela publicação de Charles Darwin e a formulações de novas perguntas sobre a evolução da humanidade criaram a necessidade de novos sistemas explicativos.
Uma das disciplinas gestadas neste momento foi a antropologia cultural (também conhecida como etnologia social ou evolucionismo social), que restituía a ideia de uma origem comum do Homem, ao passo em que entendia as diferenças sociais como etapas de um mesmo processo evolutivo.   
Junto com a antropologia cultural, duas perspectivas de cunho determinista também foram criadas nesse momento: 
A primeira delas, a escola determinista geográfica de Ratzel e Buckle, afirmava que o desenvolvimento ou não de uma nação estava totalmente condicionada pelo meio físico;
A segunda, mais conhecida como “darwinismo social” ou “teoria das raças”, considerava a miscigenação algo negativo, na medida em que pensava ser impossível a transmissão de características adquiridas; em outros termos, as raças seriam imutáveis.  
A segunda, mais conhecida como “darwinismo social” ou “teoria das raças”, considerava a miscigenação algo negativo, na medida em que pensava ser impossível a transmissão de características adquiridas; em outros termos, as raças seriam imutáveis.  
Tais escolas acreditavam na existência de três raças bem distantes, o que invalidava a mestiçagem. O mundo dividido culturalmente seria consequência da divisão de raças. Se isso não bastasse, as escolas deterministas também defendiam a hierarquização das raças, ou seja, a superioridade de uma delas. Dessa escola saíram homens que ficaram famosos e exerceram forte influência sobre intelectuais brasileiros, dentre eles Le Bon, Renan, Taine e o conde de Goubineau.As premissas da escola determinista, principalmente a que defendia a existência da superioridade de uma das raças, serviram de base para um movimento existente até hoje: a Eugenia. Tal ciência partia do pressuposto que o progresso só seria possível em sociedades puras (sem miscigenação), e que apenas uma raça (a ariana) estava fadada à perfectibilidade; sendo assim, a mestiçagem era vista como algo irracional, contra todas as “leis naturais”.
A eugenia vinha de encontro aos interesses políticos da Europa e dos Estados Unidos. Os europeus acreditavam que compunham um grupo humano puro, livre de hibridização, muito mais perto da perfeição e, justamente por isso, seriam responsáveis pela civilização dos demais grupos ― argumento que justificou e legitimou tanto a colonização americana como o “Imperialismo Europeu” e o sentimento do fardo do homem branco. 
Tais escolas acreditavam na existência de três raças bem distantes, o que invalidava a mestiçagem. O mundo dividido culturalmente seria consequência da divisão de raças. Se isso não bastasse, as escolas deterministas também defendiam a hierarquização das raças, ou seja, a superioridade de uma delas. Dessa escola saíram homens que ficaram famosos e exerceram forte influência sobre intelectuais brasileiros, dentre eles Le Bon, Renan, Taine e o conde de Goubineau.
As premissas da escola determinista, principalmente a que defendia a existência da superioridade de uma das raças, serviram de base para um movimento existente até hoje: a Eugenia. Tal ciência partia do pressuposto que o progresso só seria possível em sociedades puras (sem miscigenação), e que apenas uma raça (a ariana) estava fadada à perfectibilidade; sendo assim, a mestiçagem era vista como algo irracional, contra todas as “leis naturais”.
A eugenia vinha de encontro aos interesses políticos da Europa e dos Estados Unidos. Os europeus acreditavam que compunham um grupo humano puro, livre de hibridização, muito mais perto da perfeição e, justamente por isso, seriam responsáveis pela civilização dos demais grupos ― argumento que justificou e legitimou tanto a colonização americana como o “Imperialismo Europeu” e o sentimento do fardo do homem branco. 
Já os estadunidenses, mesmo tendo sido colonizados pela Grã-Bretanha, comprovaram seu desenvolvimento, principalmente por terem evitado a miscigenação entre o branco dominador e o negro escravizado; por isso, também estavam fadados ao progresso e à civilização.
Independentemente de certa tradição mazomba do Brasil ― que, vale ressaltar, até 1822 era uma colônia portuguesa ― foi impossível evitar as repercussões da afirmação da ciência como chave explicadora do mundo e da humanidade.
Já os estadunidenses, mesmo tendo sido colonizados pela Grã-Bretanha, comprovaram seu desenvolvimento, principalmente por terem evitado a miscigenação entre o branco dominador e o negro escravizado; por isso, também estavam fadados ao progresso e à civilização.
Independentemente de certa tradição mazomba do Brasil ― que, vale ressaltar, até 1822 era uma colônia portuguesa ― foi impossível evitar as repercussões da afirmação da ciência como chave explicadora do mundo e da humanidade.
Na realidade, a vitória do discurso científico caminhou a pari passu com a construção de uma identidade nacional brasileira. A primeira ideia de Brasil (entendido como uma unidade nacional soberana e desvinculada politicamente de Portugal) foi construída com os primeiros museus, institutos históricos e geográficos, faculdades de direito e de medicina em terra brasilis. Durante o século XIX, nacionalismo e ciência fundiam-se e confundiam-se.
Todavia, a importação desse sistema explicativo científico trazia no seu bojo ― conforme visto acima ― uma questão deveras espinhosa para a elite intelectual brasileira: o problema da mestiçagem. A constatação (por parte dos cientistas) da existência de hierarquia entre as raças humanas não era algo tão estranho a uma sociedade que escravizava, sem muitos conflitos morais ou religiosos, os elementos indígenas e negros da sociedade. Na realidade, a ideia da supremacia branca frente às demais raças ou “espécies” humanas parecia corroborar a realidade brasileira de então. 
Entretanto, a massa de mulatos, cafuzos, caboclos, pardos e cabras, lembravam, a todo o momento, que o Brasil era uma nação majoritariamente mestiça ― o que inviabilizava que o país galgasse o estágio supremo da civilização. Como outras localidades da América Latina, o Brasil tornou-se uma espécie de laboratório vivo, onde cientistas procuraram comprovar na prática o que compuseram, e onde “ilustrados” brasileiros buscaram desesperadamente uma unidade, uma homogeneidade para definir o povo brasileiro. 
Importantes cientistas como Thomas Buckle, Arthur de Gobineau e Louis Agassiz analisaram o fenômeno da mestiçagem brasileira, tendo inclusive visitado o país. Infelizmente, suas conclusões sobre o futuro do Brasil não eram muito esperançosas. De tal modo, aceitar, copiar e reproduzir essas teorias iria interromper um projeto de construção nacional brasileira que mal tinha começado. Os homens de ciência do Brasil tiveram que achar uma resposta original, adaptando essas teorias, utilizando o que combinava e descartando o que era problemático para a construção de um argumento racial no país (SCHWARCZ: 1993, 37).
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Os embates científicos se agravaram quando o Brasil proclamou a abolição da escravidão. Até então, o problema parecia ter sido parcialmente resolvido: os indígenas, em uma espécie de recompensa por sua dizimação, foram eternizados pelos românticos brasileiros como símbolo de pureza nacional; os negros (grande parte deles) pagavam com a escravidão a sua ligação direta com o continente africano. 
Ainda que os Abolicionistas defendessem a liberdade dos negros escravizados, nem todos estavam certos quanto à igualdade de direitos que defendiam, tendo em vista o contexto racialista em que viviam.
Porém, quando as discussões sobre raça e mestiçagem passaram a fazer parte da agenda dos assuntos ligados à cidadania brasileira, a simples importação de análises científicas feitas por europeus e estadunidenses deixou de ser suficiente.
Os embates científicos se agravaram quando o Brasil proclamou a abolição da escravidão. Até então, o problema parecia ter sido parcialmente resolvido: os indígenas, em uma espécie de recompensa por sua dizimação, foram eternizados pelos românticos brasileiros como símbolo de pureza nacional; os negros (grande parte deles) pagavam com a escravidão a sua ligação direta com o continente africano. 
Ainda que os Abolicionistas defendessem a liberdade dos negros escravizados, nem todos estavam certos quanto à igualdade de direitos que defendiam, tendo em vista o contexto racialista em que viviam.
Porém, quando as discussões sobre raça e mestiçagem passaram a fazer parte da agenda dos assuntos ligados à cidadania brasileira, a simples importação de análises científicas feitas por europeus e estadunidenses deixou de ser suficiente.
Fonte da Imagem: 
Os embates científicos se agravaram quando o Brasil proclamou a abolição da escravidão. Até então, o problema parecia ter sido parcialmente resolvido: os indígenas, em uma espécie de recompensa por sua dizimação, foram eternizados pelos românticos brasileiros como símbolo de pureza nacional; os negros (grande parte deles) pagavam com a escravidão a sua ligação direta com o continente africano. 
Ainda que os Abolicionistas defendessem a liberdade dos negros escravizados, nem todos estavam certos quanto à igualdade de direitos que defendiam, tendo em vista o contexto racialista em que viviam.
Porém, quando as discussões sobre raça e mestiçagem passaram a fazer parte da agenda dos assuntos ligados à cidadania brasileira, a simples importação de análises científicas feitas por europeus e estadunidenses deixou de ser suficiente.�
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Enquanto nação que se forjava no seio da Liberdade, da Igualdade e da República, o Brasil precisava construir suas própriasteorias.  
Neste momento, marcado pela a abolição da escravidão, a proclamação da República, a entrada em um novo século e a necessidade de criar uma unidade nacional, o termo raça, sobretudo a raça negra, se torna um problema para os intelectuais brasileiros. Como bem formulado por Renato Ortiz, tais homens se viam diante do seguinte dilema; “como tratar a identidade nacional diante da disparidade racial?” (ORTIZ: 1985, p.20).  
Neste contexto, três intelectuais brasileiros se destacaram no quadro das ciências sociais do país: Silvio Romero, Nina Rodrigues e Euclides da Cunha. Homens das ciências, esses intelectuais se incumbiram da árdua missão de pensar e, principalmente, de colocar o Brasil no caminho da civilização. �
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As obras desses intelectuais são de tamanha riqueza e complexidade que seria praticamente impossível esgotar suas análises e seus desdobramentos. Todavia, no caso específico deste, é importante ressaltar que a mestiçagem, de forma geral, e o elemento negro, em particular, foram os pontos cruciais na interpretação desses cientistas e, consequentemente, na formação de uma determinada ideia de Brasil. 
Mesmo partindo de lugares diferentes (o direito, a medicina e o jornalismo), Silvio Romero, Nina Rodrigues e Euclides da Cunha identificaram a diversidade racial ― principalmente a forte presença negra no país ― como o entrave para que as palavras ordem e progresso, estampadas a bandeira do Brasil República, de fato se transformassem em prática social. 
Na realidade, respondendo ao debate racialista internacional, os três autores viam a fusão das três raças como o elemento causador da desigualdade e do atraso brasileiro. Tal perspectiva serviu ainda como base para a formulação de políticas que procuravam viabilizar o desenvolvimento no Brasil: o branqueamento foi a principal delas. �
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Atividades
1 - Em fins do século XIX e início do século XX, teóricos como Sílvio Romero, Nina Rodrigues e Euclides da Cunha, estudaram a sociedade brasileira e construíram um discurso que possibilitou o surgimento de teorias raciais científicas que desvalorizavam/inferiorizavam negros e mestiços. Qual foi a forma de pensamento existente que fundamentou tais teorias?
O Relativismo
O Funcionalismo
O Idealismo 
O Iluminismo
x O Evolucionismo �
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2 - A respeito das teorias citadas na questão anterior, podemos afirmar que: 
x Herdeiras do Evolucionismo, essas teorias raciais definiram, no Brasil, uma identidade nacional pautada na superioridade branca, legitimaram o passado escravista recente, e explicaram a não inserção política e social de determinados grupos, mesmo após a proclamação da República.
Herdeiras do Evolucionismo, essas teorias foram logo descartadas pela dificuldade em comprová-las.
Herdeiras do Evolucionismo, essas teorias, no Brasil, vigoraram apenas entre o grupo citado, pois não foi possível disseminá-la em amplos setores da sociedade. 
Herdeiras do Relativismo, essas teorias serviram como base para explicar a colonização brasileira.
Herdeiras do Iluminismo, essas teorias explicaram a diversidade étnica e cultural do Brasil.�
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3 - Sobre a formação da identidade brasileira podemos afirmar que: 
Índios, negros e brancos desempenharam um papel semelhante, pois a relação entre as três etnias se deu de forma pacífica. 
Sem negar a contribuição cultural de brancos e negros, a cultura indígena prevaleceu sobre ambas, porque os índios, enquanto nativos, tinham um conhecimento maior da terra. 
Sem negar a contribuição cultural de negros e índios, o português, por ser o colonizador, impôs sua cultura sobre as duas outras etnias, eliminando qualquer traço das mesmas. 
Sem negar que diferentes culturas deram origem ao brasileiro é, entretanto, necessário perceber que as relações entre esses diferentes povos não foi pacífica. Conflitos, hierarquizações, desigualdades, injustiças e discriminações ocorreram.
X A junção das três culturas originou um povo mestiço e orgulhoso do fato das relações entre os três povos terem acontecido de forma pacífica, sem conflitos, hierarquizações, desigualdades, injustiças e discriminações.�
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conteúdo
Analisou as teorias raciais do século XIX e início do século XX;
Aprendeu o contexto histórico no qual elas foram elaboradas;
Analisou as interpretações feitas pelos intelectuais brasileiros da época.�
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Estudia más
Pesquise na internet sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto;
Converse com seu professor online, em caso de dúvidas, utilizando os recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.  �
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