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Análise biomecânica da marcha humana

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Análise biomecânica da marcha humana 
 
Natan de Oliveira Pantoja
1
 
natan_fit@hotmail.com 
Dayana Priscila Maia Mejia
2
 
Pós-Graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual – 
Faculdade Ávila 
Resumo 
Este trabalho tem por objetivo geral proferir uma análise biomecânica da Marcha humana, 
fundamentada na prática cotidiana e o papel fundamental que os músculos, a locomoção e os 
exercícios físicos exercem na saúde do ser humano, além de especificamente identificar as 
alterações cinético-funcionais de órgãos e sistemas do corpo humano durante a prática da 
marcha; analisar a utilização da marcha como tratamento fisioterapêutico; e, verificar as 
vantagens físicas a partir da prática cotidiana desta atividade física, justamente no momento em 
que as atividades físicas ganham enorme importância, pois o exercício regular proporciona uma 
modificação da composição do corpo - há um aumento da proporção de tecido muscular em 
relação ao tecido adiposo (gordura). Neste sentido, o problema central deste trabalho se 
concentra quais os benefícios da marcha humana como tratamento fisioterapêutico a partir de 
uma análise biomecânica. Para isso se fez necessário utilizar, na concepção do trabalho 
conceitos de biomecânica, tratamentos, movimentos e patologias, além da questão da marcha em 
si. Justifica-se pela enorme importância que a análise dos exercícios de locomoção, proporciona 
ao ser humano comum qualidade de vida. A metodologia utilizada no trabalho foi a da pesquisa 
bibliográfica em função de a literatura fornecer todos os elementos balizadores para consecução 
final deste. 
Palavras-Chave: Marcha humana; Biomecânica; fisioterapia. 
 
1.Introdução 
O esporte de competição está buscando, com muita ênfase o trabalho do fisioterapeuta. É uma 
conseqüência do atual nível de conscientização do atleta profissional, que enfim, começou a 
entender que uma correta e responsável assistência à sua saúde, têm relação direta com a 
longevidade da sua própria atividade. Da mesma forma que o esporte de competição está 
buscando na fisioterapia uma aliada para o alto rendimento, cada vez mais pessoas estão 
buscando qualidade de vida, com destaque para as atividades físicas. Os benefícios fisiológicos e 
psicológicos do exercício são atribuídos aos fenômenos de adaptação dos tecidos e órgãos 
submetidos a estímulos freqüentes de esforço físico. Muitos destes benefícios estão bem, 
documentados na literatura científica e podem ser obtidos por qualquer pessoa que se exercite de 
forma apropriada, independente da idade. 
O exercício regular proporciona uma modificação da composição do corpo - há um aumento da 
proporção de tecido muscular em relação ao tecido adiposo (gordura). As células, percebendo os 
estímulos regulares dos exercícios, passam a economizar e depositar mais cálcio nos ossos e 
proteína nos músculos e a utilizar e gastar mais as gorduras como fonte de energia, mesmo 
 
1
 O autor é fisioterapeuta formado pela Universidade do Norte - UNINORTE e pós-graduando em Traumatologia e 
Ortopedia com ênfase em Terapia Manual. 
2
 Professora Orientadora, fisioterapeuta especialista em metodologia do ensino superior, mestranda em bioética e 
direito em saúde. 
 2 
estando em repouso. Esta adaptação, mais visível que as outras, é o que leva muita gente a iniciar 
uma atividade esportiva, mas é grande ainda a parcela que desiste em poucas semanas. 
Determinar e combater as causas desta desistência precoce tem sido objeto de estudo de vários 
pesquisadores. Uma importante causa da não aderência ou abandono de um programa de 
exercícios é a tentativa de acompanhar praticantes já avançados, levando à frustração e 
desmotivação. 
É com humildade e persistência que o iniciante vai sendo promovido às fases mais avançadas do 
treinamento físico. Muitos dos que dizem detestar fazer exercício provavelmente não tiveram 
uma experiência gratificante logo nas primeiras sessões e o exercício se transformou em uma 
experiência negativa, quase como uma sessão de tortura física. Seguindo corretamente as 
orientações dos profissionais da área, você terá resultados no tempo certo. 
Desta forma, este artigo tem por objetivo geral proferir uma análise biomecânica da Marcha 
humana, fundamentada na prática cotidiana e o papel fundamental que os músculos, a locomoção 
e os exercícios físicos exercem na saúde do ser humano. 
Como objetivos específicos, identificar as alterações cinético-funcionais de órgãos e sistemas do 
corpo humano durante a prática da marcha; analisar a utilização da marcha como tratamento 
fisioterápico; e, verificar as vantagens físicas a partir da prática cotidiana desta atividade física. 
Assim, esta pesquisa se justificou pela extrema necessidade de verificar a questão da utilização 
dos pressupostos da marcha humana a partir de uma análise biomecânica, como sintoma de uma 
dinâmica educacional estruturada, na qual todos os indivíduos encontram-se envolvidos. 
Nos âmbitos acadêmico, social, científico e pessoal, a pesquisa se justificou no fato do 
conhecimento está em pleno estado de desenvolvimento e aprimoramento na sociedade moderna, 
e isso implica a possibilidade de se encontrar, na prática, atitudes desvinculadas dos últimos 
achados científicos. Assim, a pesquisa é fundamental para o desenvolvimento do conhecimento 
do aluno, sendo um dos alicerces da universidade, indispensável para a qualificação crítica do 
corpo docente e discente. 
A forma de investigação utilizada foi à análise de conteúdo bibliográfico, que segundo Moraes 
(1994) é um conjunto de técnicas e instrumentos utilizados para interpretar dados pesquisados no 
âmbito da literatura. Esta metodologia de pesquisa, de acordo com o mesmo autor, tem por 
finalidade compreender profunda e criticamente os significados das comunicações, em seus 
conteúdos expressos e latentes. 
Desta forma, o trabalho está dividido em três partes, além desta parte introdutória e da parte 
conclusiva. Na primeira trata-se do referencial teórico Na segunda parte trata-se da trajetória 
metodológica e, por fim, na terceira, do contexto da pesquisa a respeito da biomecânica da 
marcha humana. 
 
 
 
2.Revisão da literatura 
 
2.1 A marcha humana 
O andar é uma das principais habilidades do indivíduo e, apesar de sua complexidade, este se 
caracteriza por movimentos suaves, regulares e repetitivos, com surpreendente eficiência do 
ponto de vista neuro-músculo-esquelético (VAUGHAN et al, 2006). 
Greve (2009, p. 33) observa que: 
A marcha humana é o mecanismo capaz de promover o deslocamento do corpo entre 
dois pontos de maneira segura e eficiente. A marcha sofre variações individuais de 
 3 
acordo com fatores neurológicos, antropométricos e psicológicos que, acabam por 
produzir resultados positivos e negativos. 
O autor se refere ademais à questão da marcha humana como um mecanismo natural do ser 
humano quando anda, quando se desloca e, que esse movimento provoca resultados sejam eles 
positivos ou negativos, a partir do modo de se efetivar tal movimento. É importante destacar que 
os aspectos positivos e negativos estão relacionados à postura do ato de marchar (andar) e, que 
desta postura os benefícios e malefícios do ato. Para Rose (2000 et. al., p. 56): 
Durante o ciclo da marcha, a ação muscular integrada, envolvendo tanto os membros 
superiores quanto os membros inferiores, transmite tensões cíclicas ao osso. Tensões de 
várias imensidades e direções são aplicadas, e todos esses esforços fazem parte do 
desenvolvimento do corpo humano, uma vez que evitam atrofias musculares e ósseas, e 
promovem sua manutenção. O ser humano,em média, dá um milhão de passos por ano. 
Como se pode observar na citação acima, a marcha é um elemento de desenvolvimento do corpo 
humano e, através dele são decorrentes vários outros aspectos e, a ela não há praticamente 
nenhuma contra-indicação, caminhar melhora a condição cardiorrespiratória, ajuda na perda ou 
manutenção do peso corporal, fortalece vários grupos musculares como quadríceps, flexores do 
quadril, abdome, glúteos, panturrilhas entre outros. Também fortalece e melhoram o trabalho de 
vários sistemas do corpo como o digestivo, o imunológico, o nervoso, o músculo esquelético, o 
cardiovascular, e o sistema respiratório. Para Greve (2009, p. 34): 
Marchar propicia o bem-estar físico e emocional, estimula a circulação sangüínea e 
facilita o transporte de oxigênio, reduz e muito o risco de doenças cardíacas, Diabetes, 
Osteoporose, baixa a taxa de colesterol (ruim), baixa a pressão sangüínea e combate à 
depressão e o estresse, entre muitos outros benefícios. O ritmo e a intensidade 
determinam os benefícios que serão obtidos. Mas é preciso fazer uma avaliação física - 
incluindo um teste ergoespirométrico, para conhecer o nível de condicionamento físico 
e, assim, trabalhar de maneira segura e eficiente. 
À medida que os sistemas do corpo forem estudados com mais profundidade, se pode perceber 
como eles funcionam para manter a saúde, protegê-lo contra doenças e permitir a reprodução da 
espécie. No momento, consideram-se como dois sistemas do corpo - os sistemas tegumentar e 
esquelético que cooperam entre si. Vaughan et al (2006, p. 23): diz. 
O sistema tegumentar (pele, pêlos e unhas) protege todos os sistemas do corpo, 
incluindo o sistema ósseo, por meio da função de barreira entre o ambiente externo e os 
tecidos e os órgãos internos. A pele (cútis) também está envolvida na produção de 
vitamina D, a qual o corpo necessita para a utilização apropriada de cálcio. (O cálcio é o 
mineral necessário para o crescimento e o desenvolvimento dos ossos.) O sistema 
esquelético, por sua vez, fornece sustentação para o sistema tegumentar. O sistema 
esquelético pode ser definido como todos os ossos do corpo, suas cartilagens associadas 
e articulações. Sua função é sustentar, proteger o corpo, auxiliar nos movimentos 
corporais, alojar células que produzem as células sanguíneas e, armazenar minerais. O 
sistema muscular refere-se especificamente ao tecido muscular esquelético, em geral 
fixado a ossos (outros tecidos musculares são o liso e o cardíaco). Sua função é de 
participar na execução de movimentos, mantendo a postura e produzindo calor. 
O movimento humano nas chamadas ciências dos esportes ou educação física, tem recebido 
sempre uma interpretação baseada nas analises das ciências naturais, ou seja, tem sido 
interpretado como um fenômeno físico e pode ser reconhecido e esclarecido de forma muito 
simples e objetiva, independente inclusive, do próprio ser humano que realiza. A biomecânica é, 
neste sentido, uma das maiores responsáveis por esta compreensão/interpretação no movimento 
humano para o esporte. Para ela o movimento humano nada mais é de que o deslocamento do 
corpo ou de parte deste em um tempo e espaço determinado. 
Segundo Lewin (2007), os movimentos do corpo se relacionam estreitamente com a dialética do 
desejo que começa a se enunciar desse modo. Por isso, diferenciamos puramente motor (ligado 
 4 
ao organismo) do motor subjetivado (função postural-motora, ligada e intricada com o desejo do 
outro). 
Ao ser inscrito pelo desejo do outro, o corpo humano diz. Ele diz em suas posturas, em suas 
atitudes corporais, em seus gestos e em seus movimentos; por isso não se trata de uma meia ação 
motora, e sim de um ato de desejas. Nessa fase, o corpo começa a ser constituído em significantes 
e tudo o que lhe diz respeito está regido e incluído em uma cadeia simbólica (LEWIN, 2007). Ou 
seja, reconhecer-se como corpo só é possível porque os outros também têm um corpo. O corpo 
ocupa, desse modo, uma posição de referencia e diferença gera marcas que são lidas a posterior e 
que influenciarão o desenvolvimento motor a prática esportiva. 
Durante o processo de aprendizagem de qualquer atividade que envolva habilidade motora, 
passamos por estágios em que ocorrem diversas mudanças. Entre elas, nas exigências no processo 
da atenção. Estas mudanças não decide o momento em que estamos sendo expostas pela primeira 
vez a atividade e não temos a menor idéia do fazer, até o momento em que já conseguimos 
realizar a atividade sem nenhum esforço cognitivo (SCHMIDT, 2002, p. 67). 
Após longos processos e muitas atividades de esquema corporal, a tão famosa coordenação 
motora surge padronizando os movimentos compostas, muito mais complexos do que os 
originais. 
Mas o que se destaca é a seqüência de movimentos automatizados, de modo que estar prestando 
sem que o indivíduo tenha que estar prestando a atenção a sua realização. Assim, o movimento 
humano só se concretiza por meio do corpo do homem. Esse movimento integra uma totalidade e 
não somente o ato motor, mas toda a ação humana que vai desde a expressão até o gesto 
mecânico. 
Não é apenas o corpo que entra em movimento, mas é o homem todo que age e se movimenta. 
Neste sentido a Educação Física deve associar à emoção, a consciência, a busca do prazer, 
fazendo o aluno sentiu-se bem com o seu corpo no tempo e no espaço. 
 
2.2 Biomecânica 
Estudar o copo humano é uma das principais características da ciência há muito tempo. Conhecer 
suas principais funções, suas principais reações e ações têm sido uma preocupação constante do 
próprio ser humano ao longo da história da humanidade e, a partir dessa preocupação foi criando 
uma série de disciplinas especificas para cada parte que lhe interessava ou que descobria. Assim é 
a biomecânica. 
Para Teixeira & Mota (2010, p. 1) a biomecânica é: “um dos métodos para estudar a maneira 
como os seres vivos (principalmente o ser humano) se adaptam às leis da mecânica quando 
realizando movimentos voluntários”. Os mesmos autores citam alguns conceitos de outros 
autores para embasar os seus estudos, como segue: 
Para Donskoy & Zatsiorsky (1988) a Biomecânica é a ciência das leis do movimento 
mecânico nos sistemas vivos e pode ser também definida como a aplicação da Mecânica 
a organismos vivos e tecidos biológicos. Nigg (1995) define Biomecânica como sendo a 
ciência que examina as forças que atuam externa e internamente numa estrutura 
biológica e o efeito produzido por essas forças e Hatze apud Nigg (1995) afirma que ela 
é a ciência que estuda estruturas e funções dos sistemas biológicos usando o 
conhecimento e os métodos da Mecânica. 
Assim, diante dos conceitos informados por Teixeira & Mota (2010) a Biomecânica aplica os 
conceitos da mecânica para estudar os movimentos dos seres vivos essencialmente o ser humano 
e tem por características alguns elementos citados por Teixeira & e Mota (2010, p. 1-2): 
funcionamento de músculos, tendões, ligamentos, cartilagens e ossos; cargas e sobrecargas de 
estruturas específicas; e, fatores que influenciam a performance. Como o Centro de Gravidade 
 5 
que minimiza o total de deslocamento do centro de gravidade do corpo em relação à linha de 
progressão é o maior mecanismo para deduzir o esforço muscular da marcha e , 
consequentemente, conservar energia. 
A eficiência na realização de qualquer atividade é a razão entre o trabalho executado e o gasto de 
energia. Durante a marcha, a preservação da estabilidade no apoio, pela restrição seletiva da 
queda do peso do corpo e pelo avanço do membro em balanço à medida que o corpo progride ao 
longo da distância desejada, constitui o trabalho realizado. A quantidade de esforço muscular 
necessárionessas ações determina o custo energético. Em termos de física, a palavra trabalho 
indica movimento controlado, isto é, quilogramas-metro de deslocamento. Fisiologicamente, 
existem dois outros conceitos. A intensidade do esforço muscular como porcentagem da sua 
capacidade indica a capacidade de realizar a tarefa. A quantidade de energia exigida pela ação 
muscular indica a resistência do indivíduo. 
Desta forma, então a biomecânica tem como vetor/objeto o estudo do corpo humano e dos 
movimentos, sendo usado no plano esportivo em relação a leis e princípios físico-mecânico. No 
caso, do esporte por exemplos, os princípios e postulados da biomecânica têm sido aplicados para 
a concepção de equipamentos e instrumentos que facilitam a prática do esporte e melhoria de 
resultado. 
No caso da prática do esporte, são evidentes os exemplos da utilização da biomecânica em muitos 
esportes, para atletas com problemas de deficiência, os denominados paraolímpicos. No caso dos 
esportes para atletas tradicionais, os efeitos dos princípios da biomecânica estão diretamente 
relacionados a desempenho destes em diversas competições. 
Segundo Paranhos (2008, p. 76): 
Os resultados da aplicação dos princípios da biomecânica no esporte mundial são muito 
evidentes. Usain Boit, o mito jamaicano dos 100 metros rasos do atletismo, é um caso de 
melhoria de performance a partir da biomecânica, já que possuía uma conhecida 
deficiência: sua reação a largada era considerada ruim, ou seja reagia muito tarde e, em 
função de sua reação seus movimentos eram prejudicados, apesar de sempre conseguir 
vencer. Então lhe foi aplicado os princípios da biomecânica e o atleta melhorou muito. O 
mesmo aconteceu como Michel Phelps, o mito americano da natação, que se utilizou os 
princípios da biomecânica para melhorar seu desempenho, através da melhoria de seus 
movimentos durante o ato de nadar. 
Como se pode observar, o esporte é o destino final da biomecânica, já que através da aplicação de 
seus princípios de pode melhorar muito o desempenho de atletas. O vôlei brasileiro, tem um 
Centro de Treinamento em Saquarema no Rio de Janeiro com um laboratório de biomecânica que 
tem por objetivo corrigir uma série de defeitos posturais de atletas quando estão praticando a 
modalidade. Muitos tenistas também têm usado estes princípios, sempre com o claro objetivo de 
corrigir erros de seus movimentos posturais e melhorarem seus desempenhos esportivos. 
Também é importante destacar que como todas as ciências a Biomecânica ganhou subdivisões e, 
segundo Teixeira e Mota (2010, p. 2): 
O progresso da Biomecânica como disciplina científica que estuda funções dos seres 
vivos tornou-se, ao longo dos últimos três séculos, muito amplo e disso resultaram 
múltiplas divisões didáticas e delimitação de território de especialidades científicas, tais 
como Biomecânica do Movimento Humano; Biomecânica Clínica e de Reabilitação; 
Biomecânica de Tecidos e Biomateriais; Biomecânica Músculo-esquelética; e, Métodos 
e Técnicas de Pesquisa em Biomecânica. 
Essas subdivisões têm por objetivo separar aspectos específicos da biomecânica, não sob o 
aspecto didático formal, mas fundamentalmente em relação à utilização de princípios mais 
técnicos para determinadas áreas. Teixeira e Mota (2010, p 2) apresentam um quadro que resume 
especificamente cada área de atuação da biomecânica: 
 6 
 
Fonte: Teixeira e Mota (2010, p. 3) 
Quadro 1. Tópicos de estudo em Biomecânica 
 
Amândio et al (2009, p. 6-7) na mesma linha dos autores supracitados, considera que a 
biomecânica é uma ciência multidisciplinar: 
Através da biomecânica e de suas áreas de conhecimento correlatas podemos analisar as causas e 
fenômenos do movimento. Para que possamos entender melhor a complexidade do movimento 
humano e explicarmos suas causas, é necessário que outros aspectos da análise multidisciplinar 
sejam também considerados. A biomecânica é encarada como uma ciência multidisciplinar, 
levando-se em consideração cada disciplina que compõe esse espectro, que investiga o 
movimento humano e de outros seres vivos. Além da biomecânica fazem parte desse campo de 
estudo e de pesquisa outras importantes disciplinas como a antropometria, a neurofisiologia, a 
fisiologia geral, a bioquímica, o ensino do movimento, a psicologia, a física (mecânica), a 
matemática, a eletrônica - instrumentação e processamento de sinais, etc.. Outro aspecto a ser 
discutido é sobre os limites ou fronteiras entre as disciplinas científicas e neste sentido 
observamos ser uma prática de alguma forma artificial, pois na realidade sempre existem 
domínios de sobreposição. Este dilema é típico de todas as ciências e ainda pertence à estrutura 
dinâmica de progresso no conhecimento científico onde sempre se busca, a partir da 
sobreposição, um novo aspecto e ou explicações de fenômenos a partir de problemas 
interdisciplinares. 
Desta forma, a biomecânica é uma ciência, Biomecânica é uma disciplina entre as ciências 
derivadas das ciências naturais, que se ocupa com análises físicas de sistemas biológicos, 
conseqüentemente, análises físicas de movimentos do corpo humano, com suas diversas 
ramificações em busca não só da melhoria da performance esportiva, mas acima de tudo para a 
correta postura das pessoas no ato de andar, no sentido da saúde. 
 7 
 
3 Metodologia 
A pesquisa teve caráter bibliográfico, sendo realizada em livros e material eletrônico disponível 
na rede mundial de computadores. 
A pesquisa de âmbito bibliográfico referenda as opiniões do autor em relação ao trabalho de 
outros autores considerados como referência no assunto. 
Como abordagem nas diversas etapas da pesquisa, foi utilizado o método indutivo, ou seja, a 
aproximação dos fenômenos ocorreu numa conexão ascendente das conotações às leis e teorias, 
abrangendo a pesquisa bibliográfica. 
 
4. Resultados e discussões 
Amândio et. al.(2009, p. 10-23) apresentam os principais métodos de análise biomecânicas, 
dentre eles se destaca: 
- A CINEMETRIA que consiste de um conjunto de métodos que busca medir os parâmetros 
cinemáticos do movimento, isto é, posição, orientação, velocidade e aceleração utilizadas para: 
(a) medidas de tempo, utilizando-se de cronômetros para a base de tempo, (b) medidas de 
ângulos, utilizando-se de goniômetro para a determinação da posição de segmentos com origem 
em eixos articulares, (c) Medidas de aceleração, utilizando-se de acelerômetros que são 
transdutores designados a quantificar a quantidade de movimento pela posição de uma massa em 
deslocamento. 
- A DINAMOMETRIA engloba todos os tipos de medidas de força (e pressão). As forças 
mensuráveis são as forças externas, transmitidas entre o corpo e o ambiente. De particular 
interesse são as forças de reação do solo transmitidas na fase de apoio em atividades quase-
estáticas ou dinâmicas. Juntamente com a constante peso corporal, essas forças de reação do solo 
são, geralmente, a causa de qualquer alteração do movimento do centro de gravidade. 
- A ANTROPOMETRIA que se preocupa em determinar características e propriedades do 
aparelho locomotor como as dimensões das formas geométricas de segmentos, distribuição de 
massa, braços de alavanca, posições articulares, etc., definindo então, um modelo antropométrico, 
contendo parâmetros necessários para a construção de um modelo biomecânico da estrutura 
analisada. Algumas das variáveis que podem ser calculadas, como: (a) propriedades do 
biomaterial - resistência dos componentes do aparelho locomotor, elasticidade, deformação e 
limite de ruptura; (b) cinéticas - momento de inércia de segmentos corporais; c) centro de rotação 
articular, origem e inserção muscular, comprimento e área de secçãotransversa muscular, braços 
de alavanca da musculatura. 
- A ELETROMIOGRAFIA que se caracteriza pelo registro das atividades elétricas associadas às 
contrações musculares. Diferentemente dos métodos acima mencionados, que determinam 
propriedades mecânicas, a eletromiografia indica o estímulo neural para o sistema muscular. 
Como um parâmetro de controle, a eletromiografia é muito importante para a modelagem do 
sistema dinâmico neuro-músculo-esquelético. O resultado básico é o padrão temporal dos 
diferentes grupos musculares sinérgicos ativos no movimento observado. 
Assim, no caso da marcha humana é importante considerar os aspectos das articulações que são 
sustentadas pelos músculos. Segundo Souza (2005, p. 57): 
A unidade estrutural de um músculo é uma célula ou fibra muscular. A unidade 
funcional constituída de um neurônio motor e as fibras musculares que ele controla, é 
chamada unidade motora. O número de fibras musculares em uma unidade motora varia 
de uma a várias centenas, mas usualmente elas são cerca de 100. O número de fibras 
varia de acordo com o tamanho e a função do músculo. Grandes unidades motoras, onde 
um neurônio supre várias centenas de fibras musculares, são encontradas em grandes 
 8 
músculos do tronco e da coxa, enquanto nos pequenos músculos do globo ocular e da 
mão, onde movimentos de precisão são necessários, as unidades motoras contêm apenas 
umas poucas fibras musculares. Quando um impulso nervoso atinge o neurônio motor na 
medula espinal, outro impulso nervoso é iniciado, o que faz todas as fibras musculares 
supridas por aquela unidade motora se contraírem simultaneamente. Assim, os 
movimentos, quando da marcha, resultam de um crescente número de unidades motoras 
sendo postas em ação, enquanto os músculos antagonistas são relaxados. Durante a 
manutenção de uma dada posição ou postura, os músculos envolvidos estão em um 
estado de contração reflexa. O tônus é o estado de excitabilidade do sistema nervoso que 
controla ou influencia os músculos esqueléticos. 
Para Greve (2009, p. 56): 
A manutenção do tônus depende dos impulsos que chegam ao encéfalo e à medula 
espinal, a partir das terminações sensitivas nos músculos, tendões e articulações. Durante 
os movimentos do corpo, os músculos principais são ativos. Estes músculos, chamados 
agonistas ou motores primários (g. agon, luta), contraem-se ativamente para produzir o 
movimento desejado. Um músculo que se opõe à ação de um agonista é chamado 
antagonista. À medida que um agonista se contrai, o antagonista progressivamente 
relaxa; esta coordenação produz um movimento suave. Os antagonistas também são 
ativados no final de um movimento brusco para proteger as articulações de lesões (por 
exemplo, as articulações do quadril, do joelho e do tornozelo). Quando um agonista 
cruza mais de uma articulação, certos músculos evitam o movimento da articulação 
interposta. 
Estes tipos de músculos são chamados sinergistas (g. syn, junto, + ergon, trabalho). Assim, os 
sinergistas complementam a ação dos agonistas. 
Outros músculos, chamados fixadores, firmam as partes proximais de um membro (como o 
antebraço) enquanto os movimentos estão ocorrendo nas partes distais (como a mão). O mesmo 
músculo pode agir como um agonista, antagonista, sinergista ou fixador sob diferentes condições. 
A especificidade técnica implica no conhecimento de um ângulo exato que proporcione a 
rendição da ação dos músculos possibilitando um ataque direto à articulação desejada. 
Então em uma análise biomecânica percebe-se que as superfícies articulares são formadas pelas 
faces superiores e inferiores dos corpos das vértebras. Nessas faces observa-se uma depressão 
que é atenuada por uma lâmina cartilaginosa, originando os discos intervertebrais, que as unem, 
sendo reforçados pelos ligamentos longitudinais anteriores e posteriores. Souza (2005, p. 67) diz 
que: 
Em uma análise biomecânica da marcha humana, percebe-se claramente que o músculo 
anterior tem ligação muito frouxa com o disco enquanto que o posterior é aderido à 
superfície do mesmo, é mais delgado na região lombar que na demais. A espessura do 
disco intervertebral é maior na parte anterior das porções cervicais e lombar, onde a 
coluna vertebral descreve uma curva de convexidade anterior. Assume uma função 
importante para a coluna vertebral, transmissão de carga de um corpo vertebral a outro, 
paradoxalmente transmite e restringe o movimento das articulações intersomáticas. 
Funcionam também como absorvedores de choques. Este fenômeno acontece desde a 
segunda vértebra cervical até o sacro. Os discos vertebrais são formados por duas 
porções: uma periférica fibrosa (anel fibroso) e outra central mole e gelatinosa (núcleo 
pulposo). O anel fibroso é composto por diversas camadas concêntricas ou lamelas de 
fibras colágenas e cartilagem fibrosa. O núcleo pulposo é uma substância gelatinosa 
compreendendo quarenta a sessenta por cento dos discos, contento oitenta e oito por 
cento de água, formado por uma substância fundamental mucopolissacarídea. A 
articulação lombar são as pequenas estruturas que compõem entre os processos 
articulares e possuem cápsulas articulares, estruturas intra-articulares, facetas articulares. 
As cápsulas articulares apresentam-se à margem dorsal, superior e inferior de cada articulação 
apofisária. As fibras colágenas seguem em direção transversal de um processo articular a outro. 
 9 
A cápsula fibrosa em seu nível anterior é substituída pelo ligamento amarelo, posteriormente é 
reforçada pelas fibras profundas do multifídeo. Na porção superior e inferior, a cápsula é frouxa e 
forma bolsas subcapsulares contendo gordura. 
Assim as estruturas articulares são as estruturas meniscóides intra-articulares e são de três tipos: 
1) Meniscóides Fibroadiposos - uma falha nesta estrutura pode ser considerado como causa de 
um bloqueio agudo da coluna. Observa-se num paciente uma postura adotada a posição fletida, 
uma vez que isto reduz a tensão sobre a articulação. 
2) Coxins Adiposos - encontrada nas extremidades superior e inferior da articulação, tanto os 
meniscóides fibroadiposos quanto coxim adiposo. 
3) A Orla do Tecido Conectivo - é um espessamento cuneiforme da superfície interna da cápsula, 
preenche os espaços deixados pelas margens dobradas das cartilagens articulares, favorecendo o 
aumento da área de contato das facetas articulares. 
A articulação apofisária lombar é formada pelas articulações das facetas inferiores de uma 
vértebra lombar com os superiores da vértebra subjacente. A posição das facetas na região lombar 
difere desde a forma à direção e amplitude de movimento em um segmento móvel. 
A localização dessas articulações interfere na prevenção de luxação anterior e do deslocamento 
rotacional à articulação intervertebral. 
Nas articulações, no plano frontal, as facetas articulares planas são menos aptas à rotação axial. 
A articulação, no plano sagital, pode se opuser à rotação, entretanto, ao deslocamento anterior 
estas articulações são menos aptas à rotação. Nas articulações com facetas articulares curvas, a 
extremidade Antero-medial da faceta superior está voltada para trás, e se opõe ao se deslocar para 
frente. 
Articulações em forma de "C" apresentam uma maior área de superfície e oferecem maior 
resistência ao deslocar para frente do que as articulações em forma de "J". Ambas as articulações 
("C" ou "J") se opõem eficazmente à rotação. Cápsula articular: as cápsulas articulares são 
ligadas às margens das facetas articulares, são delgadas e frouxas, permite movimento no plano 
sagital. 
Obviamente, que em uma queda mal sucedida ou até em um atropelamento de automóvel, as 
fraturas são iminentes, mas nãoé algo pensado e meticulosamente aplicado dentro de um fator 
técnico, mas classificado como uma fatalidade. 
Objetivar uma técnica utilizando seus recursos de conhecimento científico sobre articulações 
implica em, antes de tudo, conhecer o seu funcionamento. 
O movimento das articulações depende, essencialmente da forma das superfícies que entram em 
contato e dos meios de união que podem limitá-lo. Na dependência destes fatores as articulações 
podem realizar movimentos de um, dois ou três eixos. 
Este é o critério adotado para classificá-las funcionalmente. Quando uma articulação realiza 
movimentos apenas em torno de um eixo, diz-se que é monoaxial ou que possui um só grau de 
liberdade; será biaxial a que os realiza em torno de dois eixos (2 graus de liberdade); e triaxial se 
eles forem realizados em torno de três eixos (3 graus de liberdade). Assim as articulações que só 
permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são monoaxiais; aquelas que realizam 
extensão, flexão, adução e abdução, como a rádio-cárpica (art. do punho), são biaxiais; 
finalmente as que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a rotação, são 
ditas triaxiais, cujos exemplos típicos são as articulações do ombro e do quadril, como se pode 
observar nas figuras a seguir: 
 
 10 
 
Fonte: Teixeira e Mota (2010, p. 6) 
Figura 1: Articulações visão biomecânica 
 
Assim, a marcha humana pode ser usada como tratamento fisioterápico, desde que prática com 
cautela embasada em posturas e procedimentos corretos por meio do uso de recursos 
coadjuvantes no sentido da recuperação funcional a partir da formatação de um diagnóstico 
básico que facilite a sua utilização. 
 
2.2 Articulações que envolvem a marcha 
Sem praticamente nenhuma contra-indicação, caminhar melhora a condição cardiorrespiratória, 
ajuda na perda ou manutenção do peso corporal, fortalece vários grupos musculares como 
quadríceps, flexores do quadril, abdome, glúteos, panturrilhas entre outros. Também fortalece e 
melhoram o trabalho de vários sistemas do corpo como o digestivo, o imunológico, o nervoso, o 
músculo esquelético, o cardiovascular, e o sistema respiratório. 
Para Soares (2005, p. 33): 
Marchar propicia o bem-estar físico e emocional, estimula a circulação sangüínea e 
facilita o transporte de oxigênio, reduz e muito o risco de doenças cardíacas, Diabetes, 
Osteoporose, baixa a taxa de colesterol (ruim), baixa a pressão sangüínea e combate à 
depressão e o estresse, entre muitos outros benefícios. 
 11 
O ritmo e a intensidade determinam os benefícios que serão obtidos. Mas é preciso fazer uma 
avaliação física - incluindo um teste ergoespirométrico, para conhecer o nível de 
condicionamento físico e, assim, trabalhar de maneira segura e eficiente. 
Gomes (2006, p. 43) infere: 
À medida que os sistemas do corpo forem estudados com mais profundidade, se pode 
perceber como eles funcionam para manter a saúde, protegê-lo contra doenças e permitir 
a reprodução da espécie. No momento, consideram-se como dois sistemas do corpo - os 
sistemas tegumentar e esquelético que cooperam entre si. 
O sistema tegumentar (pele, pêlos e unhas) protege todos os sistemas do corpo, incluindo o 
sistema ósseo, por meio da função de barreira entre o ambiente externo e os tecidos e os órgãos 
internos. 
A pele (cútis) também está envolvida na produção de vitamina D, a qual o corpo necessita para a 
utilização apropriada de cálcio. (O cálcio é o mineral necessário para o crescimento e o 
desenvolvimento dos ossos.) O sistema esquelético, por sua vez, fornece sustentação para o 
sistema tegumentar. 
O sistema esquelético pode ser definido como todos os ossos do corpo, suas cartilagens 
associadas e articulações. Sua função é sustentar, proteger o corpo, auxiliar nos movimentos 
corporais, alojar células que produzem as células sanguíneas e, armazenar minerais. O sistema 
muscular refere-se especificamente ao tecido muscular esquelético, em geral fixado a ossos 
(outros tecidos musculares são o liso e o cardíaco). Sua função é de participar na execução de 
movimentos, mantendo a postura e produzindo calor. 
No caso das articulações, estas são sustentadas pelos músculos. A unidade estrutural de um 
músculo é uma célula ou fibra muscular. A unidade funcional constituída de um neurônio motor e 
as fibras musculares que ele controla, é chamada unidade motora. 
O número de fibras musculares em uma unidade motora varia de uma a várias centenas, mas 
usualmente elas são cerca de 100. O número de fibras varia de acordo com o tamanho e a função 
do músculo. 
Segundo Campos (2003, p. 37): 
Grandes unidades motoras, onde um neurônio supre várias centenas de fibras 
musculares, são encontradas em grandes músculos do tronco e da coxa, enquanto nos 
pequenos músculos do globo ocular e da mão, onde movimentos de precisão são 
necessários, as unidades motoras contêm apenas umas poucas fibras musculares. Quando 
um impulso nervoso atinge o neurônio motor na medula espinal, outro impulso nervoso 
é iniciado, o que faz todas as fibras musculares supridas por aquela unidade motora se 
contraírem simultaneamente. 
Assim, os movimentos, quando da marcha, resultam de um crescente número de unidades 
motoras sendo postas em ação, enquanto os músculos antagonistas são relaxados. Durante a 
manutenção de uma dada posição ou postura, os músculos envolvidos estão em um estado de 
contração reflexa. O tônus é o estado de excitabilidade do sistema nervoso que controla ou 
influencia os músculos esqueléticos. 
A manutenção do tônus depende dos impulsos que chegam ao encéfalo e à medula espinal, a 
partir das terminações sensitivas nos músculos, tendões e articulações. Durante os movimentos 
do corpo, os músculos principais são ativos. Estes músculos, chamados agonistas ou motores 
primários (g. agon, luta), contraem-se ativamente para produzir o movimento desejado. Um 
músculo que se opõe à ação de um agonista é chamado antagonista. 
À medida que um agonista se contrai, o antagonista progressivamente relaxa; esta coordenação 
produz um movimento suave. 
Silva (2005, p. 56) diz: 
 12 
Os antagonistas também são ativados no final de um movimento brusco para proteger as 
articulações de lesões (por exemplo, as articulações do quadril, do joelho e do 
tornozelo). Quando um agonista cruza mais de uma articulação, certos músculos evitam 
o movimento da articulação interposta. Estes tipos de músculos são chamados sinergistas 
(g. syn, junto, + ergon, trabalho). Assim, os sinergistas complementam a ação dos 
agonistas. Outros músculos, chamados fixadores, firmam as partes proximais de um 
membro (como o antebraço) enquanto os movimentos estão ocorrendo nas partes distais 
(como a mão). O mesmo músculo pode agir como um agonista, antagonista, sinergista 
ou fixador sob diferentes condições. 
A especificidade técnica implica no conhecimento de um ângulo exato que proporcione a 
rendição da ação dos músculos possibilitando um ataque direto à articulação desejada. Para 
Torres (2004, p. 62: 
As superfícies articulares são formadas pelas faces superiores e inferiores dos corpos das 
vértebras. Nessas faces observa-se uma depressão que é atenuada por uma lâmina 
cartilaginosa, originando os discos intervertebrais, que as unem, sendo reforçados pelos 
ligamentos longitudinais anteriores e posteriores. O anterior tem ligação muito frouxa 
com o disco enquanto que o posterior é aderido à superfície do mesmo, é mais delgado 
na região lombar que na demais. A espessura do disco intervertebral é maior na parte 
anterior das porções cervicais e lombar, onde a coluna vertebral descreve uma curva de 
convexidade anterior. Assume uma função importante para a colunavertebral, 
transmissão de carga de um corpo vertebral a outro, paradoxalmente transmite e 
restringe o movimento das articulações intersomáticas.Funcionam também como 
absorvedores de choques. Este fenômeno acontece desde a segunda vértebra cervical até 
o sacro. 
Vitório (2003, p. 164) observa: 
As estruturas articulares são as estruturas meniscóides intra-articulares e são de três 
tipos: 
1) Meniscóides Fibroadiposos - uma falha nesta estrutura pode ser considerado como 
causa de um bloqueio agudo da coluna. Observa-se num paciente uma postura adotada a 
posição fletida, uma vez que isto reduz a tensão sobre a articulação. 
2) Coxins Adiposos - encontrada nas extremidades superior e inferior da articulação, 
tanto os meniscóides fibroadiposos quanto coxim adiposo. 
3) A Orla do Tecido Conectivo - é um espessamento cuneiforme da superfície interna da 
cápsula, preenche os espaços deixados pelas margens dobradas das cartilagens 
articulares, favorecendo o aumento da área de contato das facetas articulares. 
Para Magalhães (2008, p. 32) 
A articulação apofisária lombar é formada pelas articulações das facetas inferiores de 
uma vértebra lombar com os superiores da vértebra subjacente. A posição das facetas na 
região lombar difere desde a forma à direção e amplitude de movimento em um 
segmento móvel. 
Segato (2000, p. 71) diz que “obviamente, que em uma queda mal sucedida ou até em um 
atropelamento de automóvel, as fraturas são iminentes, mas não é algo pensado e 
meticulosamente aplicado dentro de um fator técnico, mas classificado como uma fatalidade”. 
Para Pádua (2006, p 127) a articulação é a junção de dois ou mais ossos. Elas podem ser 
classificadas em: 
Sinartroses ou Fibrosas: As articulações fibrosas incluem todas as articulações nas quais 
os ossos são mantidos por tecido conjuntivo fibroso também conhecido como ligamento 
sutural. Há dois tipos principais de articulações fibrosas: 
Suturas e Sindesmoses - Dependendo em parte do comprimento das fibras de tecido 
conjuntivo que mantém os ossos unidos; 
Suturas - Nas suturas as extremidades dos ossos têm interdigitações ou sulcos, que os 
mantêm íntima e firmemente unidos. 
Conseqüentemente, as fibras de conexão são muito curtas preenchendo uma pequena fenda entre 
os ossos. Este tipo de articulação é encontrado somente entre os ossos planos do crânio. Na 
 13 
maturidade, as fibras da sutura começam a ser substituídas completamente, os de ambos os lados 
da sutura tornam-se firmemente unidos, fundidos. Esta condição é chamada de sinosteose. 
Thomás Filho (2000, p. 31): 
Termos morfológicos: Serrátil; Denticulada; Escamosa; Limbosa; Plana; Esquindilese. 
Sindesmoses - Nestas suturas o tecido interposto é também o conjuntivo fibroso, mas 
não ocorre nos ossos do crânio. Na verdade, a Nomenclatura Anatômica só registra dois 
exemplos: sindesmose tíbio-fibular e sindesmose radio-ulnar. 
Gonfoses - Também chamada de articulação em cavilha, é uma articulação fibrosa 
especializada restrita à fixação dos dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e 
maxilas. O colágeno do periodonto une o cemento dentário com o osso alveolar. 
Anfiartrose ou Cartilaginosa - Nas articulações cartilaginosas os ossos são unidos por 
cartilagem pelo fato de pequenos movimentos serem possíveis nestas articulações. 
Sincondroses - Os ossos de uma articulação do tipo sincondrose estão unidos por uma 
cartilagem hialina. Muitas sincondroses são articulações temporárias, com a cartilagem 
sendo substituída por osso com o passar do tempo (isso ocorre em ossos longos e entre 
alguns ossos do crânio). As articulações entre as dez primeiras costelas e as cartilagens 
costais são sincondroses permanentes. 
Sincondroses cranianas: Esfeno-etmoidal; Esfeno-petrosa; Intra-occipital anterior; Intra-
occipital posterior; Sincondroses pós-cranianas; Epifisiodiafisárias; Epifisiocorporal; 
Intra-epifisária; Múltipla; Esternais; Manúbrio-esternal; Xifoesternal; Sacrais. 
Sínfises - As superfícies articulares dos ossos unidos por sínfises estão cobertos por uma 
camada de cartilagem hialina. Entre os ossos da articulação há um disco 
fibrocartilaginoso é característica distintiva da sínfise. Esses discos por serem 
compressíveis permitem que a sínfise absorva impactos. A articulação entre os ossos 
púbicos e a articulação entre os corpos vertebrais são exemplos de sínfises. Durante o 
desenvolvimento as duas metades da mandíbula estão unidas por uma sínfise mediana, 
mas essa articulação torna-se completamente ossificada na idade adulta. As sínfises: 
- manúbrio-esternal; intervertebrais; sacrais; púbica; do mento. 
Diartrose ou Sinovial - Neste tipo de articulação, as faces articulares do ossos não estão 
em continuidade. Elas estão cobertas por uma cartilagem hialina especializada e o 
contato está restrito a esta cartilagem. O contato é facilitado por um líquido viscoso, o 
líquido sinovial. Essas articulações são revestidas por uma cápsula fibrosa. 
Cápsula Articular - É uma membrana conjuntiva que envolve a juntura sinovial como 
um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa (externa) e a 
membrana sinovial (interna). A primeira é mais resistente e pode estar reforçada, em 
alguns pontos por feixes também fibrosos, que constituem os ligamentos capsulares, 
destinados a aumentar sua resistência. 
Discos e meniscos - Em várias junturas sinoviais, interpostas as superfícies articulares, 
encontram-se formações fibrocartilagíneas, os discos e meniscos intra-articulares, de 
função discutida: serviriam a melhor adaptação das superfícies que se articulam 
(tornando-as congruentes) ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, 
agindo como amortecedores. Meniscos, com sua característica forma de meia lua são 
encontrados na art. do joelho. Exemplo de disco intra-articular encontramos nas arts. 
esternoclavicular e ATM. 
O movimento das articulações depende, essencialmente da forma das superfícies que entram em 
contato e dos meios de união que podem limitá-lo. Na dependência destes fatores as articulações 
podem realizar movimentos de um, dois ou três eixos. 
Este é o critério adotado para classificá-las funcionalmente. Quando uma articulação realiza 
movimentos apenas em torno de um eixo, diz-se que é monoaxial ou que possui um só grau de 
liberdade; será biaxial a que os realiza em torno de dois eixos (2 graus de liberdade); e triaxial se 
eles forem realizados em torno de três eixos (3 graus de liberdade). Assim as articulações que só 
permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são monoaxiais; aquelas que realizam 
extensão, flexão, adução e abdução, como a rádio-cárpica (art. do punho), são biaxiais; 
 14 
finalmente as que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a rotação, são 
ditas triaxiais, cujos exemplos típicos são as articulações do ombro e do quadril.Desta forma, são 
vantagens terapêuticas da marcha humana: reduz o risco de doença coronária e ataque cardíaco; 
baixa a pressão sanguínea (tensão arterial); reduz o colesterol; reduz a gordura corporal e ajuda a 
controlar o peso; diminui o risco de cancro do cólon; reduz o risco de diabetes tipo II (não 
insulinodependente); melhora a saúde dos ossos e articulações, ajudando a combater a 
osteoporose e a osteoartrite; aumenta a força, a flexibilidade e a coordenação, reduzindo o risco 
de quedas; melhora o bem-estar e a qualidade de vida; menor probabilidade de quedas e de sofrer 
lesões como a fratura da anca porque os ossos são mais fortes; menor probabilidade de ter lesões, 
porque as articulações têm maior amplitude de movimento, os músculos são mais fortes e os 
ligamentos e tendões são mais flexíveis; maior capacidade para controlar o peso corporal;tendência a dormir melhor; e menos tendência para a depressão e a ansiedade. 
 
5 Conclusão 
A biomecânica é a ciência que estuda os movimentos humanos a partir da aplicação dos 
princípios e ações da ciência físico-mecânica. Sua evolução tem provocando enormes 
possibilidades de melhoria da saúde das pessoas e, principalmente tem aumentado bastante a 
performance de esportivas, fazendo com que o talento esteja cada vez mais capacitado. 
Assim, este artigo teve como objetivo geral proferir uma análise biomecânica da Marcha humana, 
fundamentada na prática cotidiana e o papel fundamental que os músculos, a locomoção e os 
exercícios físicos exercem na saúde do ser humano, o que foi apresentado quando na exposição 
dos resultados foi proferido o que acontece com os músculos e as articulações durante a marcha 
humana. 
Como objetivos específicos, procurou identificar as alterações cinético-funcionais de órgãos e 
sistemas do corpo humano durante a prática da marcha; analisar a utilização da marcha como 
tratamento fisioterápico; e, verificar as vantagens físicas a partir da prática cotidiana desta 
atividade física. 
No primeiro caso foi apresentado o funcionamento dos órgãos e do corpo humano durante a 
marcha humana e suas ramificações, fluxos e refluxos. No segundo objetivo específico procurou-
se demonstrar que o tratamento fisioterápico pode usar a marcha humana como medicina física e 
reabilitação na: prescrição e adequação de órteses e próteses; prescrição e adequação de 
auxiliares de locomoção; e bloqueios neuromusculares e outras intervenções locais e sistêmicas. 
No terceiro objetivo específico se procurou demonstrar as vantagens do uso da marcha humana. 
Assim, o conhecimento biomecânico da marcha humana é de fundamental importância para o 
fisioterapeuta como forma de implantar seus princípios do tratamento de pessoas por meio da 
marcha humana, pois, a utilização do conhecimento da biomecânica pode facilitar bastante a 
aplicação de muitos elementos desta importância ciência para a melhoria da vida das pessoas. 
 
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