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Unidade 13 – Funções Trigonométricas Notas de aula 13 Introdução Abordamos nesta unidade as funções trigonométricas. Essas funções são utilizadas no estudo de fenômenos periódicos, abrangendo diversos movimentos, tais como, por exemplo, a revolução dos planetas ao redor do Sol, o vaivém de um pêndulo e a propagação de ondas. No Cálculo, vários métodos de integração dependem de funções trigonométricas e de suas propriedades. Iniciamos com uma revisão de trigonometria. Apesar de ser matéria estudada no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, é comum que o estudante dela se esqueça, sobretudo se não a usa com certa freqüência. A seguir, fazemos um estudo das funções trigonométricas que aparecem em uma calculadora: seno, cosseno e tangente. Terminamos esta unidade com a derivação dessas funções. 13.1 Revisão A palavra trigonometria traz dois termos: trígono que indica figura de três ângulos e metria que significa medida. Assim, a trigonometria trata da medida de figuras de três ângulos e tem sua origem em uma parte do estudo de triângulos. É por isso que as primeiras definições de funções trigonométricas foram dadas em termos de triângulos. As funções trigonométricas são definidas também a partir do círculo de raio unitário, definição que as torna periódicas, ou com repetições. O fato de serem periódicas torna as funções trigonométricas apropriadas para a descrição de fenômenos periódicos, como, por exemplo, a pressão sanguínea, uma corrente alternada, o nível da água em uma maré e a posição das moléculas do ar transmitindo sons. 13.1.1 Radianos A unidade mais comum para medir ângulos é o grau, definida a partir do ângulo reto: 01 ângulo reto 90 graus 90= = . Entretanto, quando a trigonometria é usada para representar oscilações, os ângulos costumam ser medidos em radianos; o radiano é a unidade-padrão para medida de ângulos no Cálculo. Conforme você poderá verificar, as fórmulas do Cálculo ficam muito mais elegantes quando se usam radianos ao invés de graus. Um radiano é o ângulo que, tendo seu vértice no centro de um círculo, subentende um arco cujo comprimento é igual ao comprimento do raio desse círculo. Figura 13.1 Na figura 13.1 (a) está representado um círculo unitário; é um círculo cujo raio mede uma unidade. Neste círculo, se “desentortarmos” um arco de 1 radiano, obteremos um segmento cujo comprimento é 1 raio. A Figura 13.1 (b) traz também um círculo unitário; podemos observar, nesta figura, que a medida de um ângulo em radianos é orientada: é positiva quando tomada no sentido anti-horário e é negativa se considerada no sentido horário. Além disso, é possível constatar que o comprimento de um arco é sempre positivo. Em geral, conforme mostrado na Figura 13.2, o número de radianos de um ângulo central α em um círculo de raio r é definido como sendo a razão entre o comprimento l do arco subentendido e o comprimento do raio: =α l r . De modo equivalente, podemos dizer que um ângulo central α subentende um arco cujo comprimento é α vezes o comprimento do raio r, ou seja, = αl r . Figura 13.2 Como o círculo de raio r tem comprimento 2c rpi= , um ângulo central completo de 0360 é equivalente a 2 2pi pi=r radianos r . A partir dessa igualdade, podemos escrever: 02 360radianospi = , 0180radianospi = , 090 2 radianospi = , 0 01801 57, 296radiano pi = ≅ , 01 0,0175 180 radianospi= ≅ . No Cálculo, é usual omitir a palavra radiano quando se utilizam medidas em radianos e escrever, por exemplo, 090 2 pi = , 060 3 pi = , 045 4 pi = e 030 6 pi = . 13.1.2 – Comprimento de arco e área de um setor circular. É bastante útil saber calcular o comprimento do arco de um círculo e também a media da área de um setor circular. Para esses cálculos, fica melhor usar radianos, conforme indicado a seguir. Figura 13.3 Se um círculo, como o da Figura 13.3, tem raio r e o setor tem um ângulo radianosθ , podemos escrever a seguinte igualdade: θ= =comprimento do arco s r . De modo semelhante, a área A de um setor circular cujo ângulo central é θ é dada pela fórmula 1 2 =A rs . Usando a igualdade θ=s r , podemos escrever: 21 2 A r θ= . Observe que, quando se tem 2θ pi= , essa fórmula nos dá 2 21 2 2 A r A rpi pi= ⋅ ⇒ = , medida da área do círculo de raio r. Com essa observação, fica fácil provar que a área do setor circular é 21 2 A r θ= ; basta usar o fato de que a área do setor circular está para a área do círculo assim como o arco de comprimento s está para o comprimento da circunferência: 2 1 2 2 A s A rs r rpi pi = ⇒ = . Para se lembrar dessa fórmula, pode-se pensar no setor circular como se fosse um triângulo de base s e altura r. 13.2 – O seno e o co-seno. As duas funções trigonométricas básicas, o seno e o co-seno, são definidas usando-se um círculo de raio unitário com centro na origem do plano cartesiano. A equação desse círculo é 2 2 1x y+ = . É comum referir-se a esse círculo como o círculo trigonométrico e falar das funções trigonométricas como sendo funções circulares. Em um círculo trigonométrico, como o exibido na Figura 13.4, consideremos um arco de comprimento t, tomado sobre o círculo, partindo do ponto (1,0)A = até um ponto ( , )P x y= . À medida que P percorre o círculo no sentido anti-horário, o arco t assume valores reais positivos; quando P percorre o círculo no sentido horário, o arco t assume valores reais negativos. Como o raio do círculo trigonométrico é a unidade de medida, t é o comprimento do arco e também a medida, em radianos, do ângulo central correspondente. Além disso, todo arco aqui considerado começa em A e termina em P; de forma semelhante, todo ângulo central tem lado inicial OA uuur e lado terminal OP uuur . Figura 13.4 Desse modo, cada número real t determina uma única posição OP uuur e, portanto, um único ponto ( , )P x y= . Postas essas condições, o seno e o co-seno de t são definidos por y sen t= e x cos t= . Nessa definição, assume-se que as funções trigonométricas são sempre consideradas em radianos, a não ser que haja indicação em contrário. Observando que a equação do círculo unitário é 2 2x y 1+ = , temos de imediato a relação fundamental da trigonometria: 2 2cos t sen t 1+ = . Podemos perceber também que, à medida que t aumenta e P se desloca ao redor do círculo, os valores de sen t e cos t oscilam entre 1 e 1− , e vão se repetindo toda vez que P passa por pontos pelos quais já passou. As afirmativas anteriores evidenciam que 1 sen t 1− ≤ ≤ e também que 1 cos t 1− ≤ ≤ . Podemos observar, ainda, que os sinais algébricos do seno e do co-seno dependem do quadrante em que está o ponto P. Além disso, é claro que os números t e t 2pi+ determinam um mesmo ponto P e, portanto, sen t sen (t 2 )pi= + e cos t cos (t 2 )pi= + . Assim, podemos concluir que os valores de sen t e cos t se repetem quando t aumenta ou diminui de 2pi ; essa propriedade indica que as funções sen t e cos t são periódicas de período 2pi . A palavra seno vem do termo latino sinus que significa seio, sino, sinuosidade, ondulação. Por essa razão, o seno é, sem dúvida, a função mais bonita da Matemática. Em co-seno, assim como em co-tangente e co-secante, o prefixo co vem de complemento; assim, co-seno, cotangente e co-secante são, respectivamente, o seno, a tangente e a secante do complemento: cos x sen x 2 pi = − , cossec x = sec x 2 pi − e cotg x = tg x 2 pi − . As outras funções trigonométricas – tangente, co-tangente, secante e co-secante – são definidaspor y sen t tg t x cos t = = , x cos t cotg t = y sen t = , 1 1 sec t x cos t = = , 1 1 cosec t = y sen t = Quando 0 t 2 pi < < , ou seja, quando t for a medida de um ângulo agudo, temos as seguintes interpretações do seno, co-seno e tangente, no triângulo retângulo: cateto oposto b sen t hipotenusa a = = cateto adjacente c cos t hipotenusa a = = cateto oposto b tg t cateto adjacente c= = Figura 13.5 Como os dois ângulos agudos de um triângulo retângulo são complementares, ou seja, têm medidas t e t 2 pi − , respectivamente, podemos também escrever: sen t cos t 2 pi − = , cos t sen t 2 pi − = e tg t cotg t 2 pi − = Das igualdades observadas no triângulo retângulo (Figura 13.5), obtemos as fórmulas equivalentes b a sen t= , c a cos t= e b c tg t= , que são usadas em muitas aplicações na Física e na Geometria. Nesse caso, o domínio da variável t é restrito ao intervalo 0 t 2 pi < < . Para os estudos desenvolvidos no Cálculo, o domínio da variável t é o conjunto dos reais e as definições obtidas a partir do círculo trigonométrico são as preferidas. 13.2.1 – O gráfico da função seno Na Figura 13.6 está o gráfico da função f (t) sen t.= Podemos observar que o seno é uma função ímpar, ou seja, ( )sen t sen t− = − . Seu valor máximo é 1 e seu valor mínimo é 1− , pois são os valores máximo e mínimo de y no círculo trigonométrico. Assim, a imagem da função seno é o intervalo [ ]1, 1− ; é usual dizer que a função seno oscila entre -1 e 1, tendo uma oscilação igual a 2. Depois do ponto P dar uma volta completa t a b c em torno do círculo, os valores do seno começam a se repetir; isso faz com que a função seno seja periódica. Figura 13.6 13.2.2 – O gráfico da função co-seno Na figura 13.7 está o gráfico da função g(t) cost.= Podemos observar que o co-seno é uma função par, ou seja, cos( ) cost t− = . Assim como acontece com o seno, o valor máximo do co-seno é 1 e seu valor mínimo é 1− , pois são os valores máximo e mínimo de x no círculo trigonométrico. Assim, a imagem da função co-seno é o intervalo [ ]1, 1− ; é usual dizer que a função co-seno oscila entre -1 e 1, tendo uma oscilação igual a 2. Depois do ponto P dar uma volta completa em torno do círculo os valores do co- seno começam a se repetir; isso faz com que a função co-seno seja periódica. Assim como para o seno, a amplitude da função co-seno é 1 e o período é 2pi . Figura 13.7 13.2.3 Amplitude e período de uma oscilação Em problemas de Física, são muito usados os termos amplitude e período de uma oscilação. A amplitude de uma oscilação é metade da distância entre os valores máximo e mínimo. Assim, tanto a amplitude da função seno quanto da função co-seno é 1. O período de uma oscilação é o tempo necessário para que a oscilação complete um ciclo. O período da função seno é 2pi porque este é o valor de t no momento em que P completa uma volta em torno do círculo; pela mesma razão, o período da função co- seno também é 2pi . Para descrever períodos e amplitudes quaisquer, usamos funções da forma f (t) Asen Bt= e g(t) A cos Bt= Nessas fórmulas, A é a amplitude e 2 B pi é o período. 13.2.4 Diferença de fase A Figura 13.8 apresenta os gráficos do seno e do co-seno. Figura 13.8 Ao observar essa figura, podemos ver que os gráficos do seno e do co-seno têm exatamente a mesma forma, só que deslocados horizontalmente. Como o gráfico do seno é o gráfico do co-seno transladado de 2 pi unidades para a direita, temos: sen t cos t 2 pi = − Essa igualdade indica que o seno de qualquer número é igual ao co-seno do número que está 2 pi unidades à direita na reta real. De modo análogo, o gráfico do co-seno é o gráfico do seno transladado de 2 pi unidades para a esquerda, o que nos permite escrever: cos t sen t 2 pi = + Essa igualdade indica que o co-seno de qualquer número é igual ao seno do número que, na reta real, está 2 pi unidades à esquerda. Em problemas práticos, é usual dizer que a diferença de fase entre seno e co-seno é 2 pi . Para representar diferenças de fase arbitrárias, deslocamos horizontalmente o gráfico por valores adequados de amplitude e período, substituindo t por t h− ou t h+ . Exemplo 1 Primeiramente, esboce o gráfico de cada uma das funções. A seguir, determine a amplitude e o período destas funções. a) y 4sen 3t= b) ty 5cos 2 = − c) y 1 2sen t= + Solução a) A figura 13.9 mostra o gráfico da função y 4sen 3t= . Figura Figura 13.9 A amplitude de y 4sen 3t= é 4 porque o fator 4 expande as oscilações de 4− a 4. O período é 2 3 pi porque quando t varia de 2 3 pi , a quantidade 3t varia de 2pi . b) A Figura 13.10 mostra o gráfico da função ty 5cos 2 = − . Figura 13.10 A amplitude de ty 5cos 2 = − é 5, uma vez que o fator -5 expande as oscilações de 5− a 5. O período é 4pi porque quando t varia de 4pi , a quantidade t 2 varia de 2pi e, assim, a função co-seno realiza um ciclo completo. c) A Figura 13.11 mostra o gráfico da função y 1 2sen t= + . Figura 13.11 O 1 que aparece na função y 1 2sen t= + desloca o gráfico de y 2sen t= em uma unidade para cima. Como y 2sen t= tem amplitude 2 e período 2pi , o gráfico da função y 1 2sen t= + sobe até 3 e desce até 1− , tendo período 2pi . Desse modo, a função y 1 2sen t= + tem amplitude 2 e período 2pi . Exemplo 2 As funções representadas nos gráficos a seguir (Figura 13.12) descrevem oscilações. Determine uma possível fórmula para cada uma dessas funções. Figura 13.12 Solução a) A função correspondente à letra (a) pode ser um função seno de amplitude 3 e, assim, ter equação g(t) 3sen Bt= . Além disso, esta função realiza um ciclo completo entre t 0= e t 12pi= ; então, quando t varia de 12pi , a quantidade Bt varia de 2pi . Portanto, devemos ter: 1B 12 2 B 6 pi pi⋅ = ⇒ = . Com isso, uma possível fórmula para esta função é tg(t) 3sen 6 = . b) A função correspondente à letra (b) parece ser uma função co-seno de amplitude 2 e com interseção vertical 2− , tendo como possível equação f (t) 2cos Bt= − . De acordo com o gráfico, esta função realiza um ciclo completo entre t 0= e t 4= ; isso indica que, quando t varia de 4, a quantidade Bt varia de 2pi . Assim, podemos escrever: B 4 2 B 2 pi pi⋅ = ⇒ = . Concluímos, pois, que uma possível fórmula para esta função é f (t) 2cos t 2 pi = − . c) A função da letra (c) é parecida com a função da letra (a), deslocada de pi unidades para a direita. Para fazer essa translação, basta substituir t por t pi− na fórmula da função g; com isso, uma possível fórmula desta função é th(t) 3sen 6 pi− = . 13.3 – Derivadas do seno e do co-seno Neste item, vamos verificar duas das mais importantes fórmulas da Matemática: d (sen x) cos x dx = e d (cos x) sen x dx = − . Trata-se de mostrar que a derivada de f (x) sen x= é a função f (x) cos x′ = e que, derivando-se a função g(x) cos x= , obtém-se g (x) sen x′ = − . Nessas fórmulas, x é uma variável real como em qualquer função e, sendo medida de ângulo, é sempre entendidacomo medida em radianos. Essas duas fórmulas podem ser deduzidas aplicando-se diretamente a definição de derivada: h 0 f (x h) f (x)f (x) lim h→ + − ′ = No desenvolvimento desse limite, precisamos dos dois limites seguintes: 0 senlim 1 θ→ θ = θ e 0 1 coslim 0 θ→ − θ = θ Em um dos processos para provar o primeiro desses limites, consideram-se dois pontos P e Q sobre um círculo unitário bem como a corda PQ e o arco �PQ que unem esses pontos, conforme mostrado na Figura 13.13. Observamos que podemos considerar somente valores positivos de θ , uma vez que, ao trocarmos θ por −θ , chegamos à mesma razão considerada: sen ( ) sen sen−θ − θ θ= = −θ −θ θ . Figura 13.13 A partir dessas considerações, podemos escrever que a razão entre o comprimento da corda e o comprimento do arco tende a 1 quando os pontos P e Q se aproximam um do outro, ou seja, quando o arco �PQ (ou a corda PQ ) tende a zero: � �comprimento da corda PQ 1 quando PQ 0 comprimento do arco PQ → → Usando a notação da Figura 13.13, podemos escrever: 2sen sen 1 quando 2 0 ou 0 2 θ θ = → θ → θ → θ θ Escrito de outra maneira, temos: 0 senlim 1 θ→ θ = θ . Com esse primeiro limite, podemos calcular o segundo: 2 0 0 0 2 0 0 0 0 1 cos 1 cos 1 cos 1 coslim lim lim 1 cos (1 cos ) sen sen senlim lim(1 cos ) 1 cos sen sen 0lim lim 1 0 1 cos 1 1 θ→ θ→ θ→ θ→ θ→ θ→ θ→ − θ − θ + θ − θ = ⋅ = θ θ + θ θ⋅ + θ θ θ θ = = ⋅ θ ⋅ + θ θ + θ θ θ = ⋅ = ⋅ = θ + θ + Usando esses limites e a definição de derivada, calculamos a derivada da função f (x) sen x= : h 0 sen(x h) sen xf (x) lim h→ + − ′ = Como sen(x h) sen x cos h cos x sen h+ = ⋅ + ⋅ , escrevemos: h 0 h 0 h 0 sen(x h) sen xf (x) lim h sen x cos h cos x sen h sen xlim h sen h 1 cos hlim cos x sen x h h cos x 1 sen x 0 cos x → → → + − ′ = ⋅ + ⋅ − = − = ⋅ − ⋅ = ⋅ − ⋅ = De modo semelhante, podemos calcular a derivada da função g(x) cos x= . h 0 cos (x h) cos xg (x) lim h→ + − ′ = Como cos (x h) cos x cos h sen x sen h+ = ⋅ − ⋅ , escrevemos: h 0 h 0 h 0 cos (x h) cos xg (x) lim h cos x cos h sen x sen h cos xlim h sen h 1 cos hlim sen x cos x h h sen x 1 cos x 0 sen x → → → + − ′ = ⋅ − ⋅ − = − = − ⋅ − ⋅ = − ⋅ − ⋅ = − Usando a regra da cadeia, podemos generalizar essas duas fórmulas: y sen u y cos u u e y cos u y sen u u′ ′ ′ ′= ⇒ = ⋅ = ⇒ = − ⋅ ~ Exemplo 3 Calcule as derivadas de cada uma das seguintes funções: a) y sen 3x y 3cos3x′= ⇒ = b) 3 2y sen x y 3sen x cos x′= ⇒ = ⋅ c) 3 3 2 2 3y cos (4 2x ) y sen (4 2x ) ( 6x ) 6x sen(4 2x )′= − ⇒ = − − ⋅ − = ⋅ − d) cos x cos xy e y sen x e′= ⇒ = − ⋅ e) 1y sen (ln x) y cos (ln x) x ′= ⇒ = ⋅ Exemplo 4 Determine a inclina da curva 1y sen 3x 3 = nos pontos em que seu gráfico atravessa o eixo x. Solução Na Figura 13.14 está o gráfico da função 1y sen 3x 3 = . Figura 13.14 Nos pontos da figura em que essa curva corta o eixo x, temos: 1y sen 3x 0 sen 3x 0 x 0 ou x ou x 3 3 3 pi pi = = ⇒ = ⇒ = = = − A inclinação da curva nesses pontos é o valor da derivada da função nesses pontos. Portanto, temos: y cos3x, y (0) cos0 1, y cos 1, y cos ( ) 1 3 3 pi pi ′ ′ ′ ′= = = = pi = − − = −pi = − 13.4 – A função tangente A função tangente é definida por sen ttg t , para cos t 0 cos t = ≠ . A Figura 13.15 nos mostra que ytg t x = ; isso nos indica que tg t é a inclinação da reta que passa pela origem (0,0) e pelo ponto P (x, y) (cos t, sen t)= = no círculo unitário. Figura 13.15 A função tangente não é definida para cos t 0= , isto é, para (2n 1)t 2 pi+ = ± , como, por exemplo, t 2 pi = ± , 3t 2 pi = ± e 5t 2 pi = ± . Em cada um desses valores de t, o gráfico da tangente tem uma assinto vertical. O gráfico da função tangente y tg t= é dado na Figura 13.16. Figura 13.16 A função y tg t= tem período pi , pois ela se repete a cada pi unidades. Não tem sentido falar de amplitude da função tangente, uma vez que, nas proximidades de cada assíntota vertical, a tangente fica infinitamente grande. De modo geral, na função tangente y A tg Bt= , o período é B pi e não tem sentido falar em amplitude. Na Figura 13.17 está o gráfico da função y 5 tg t= . Observe que o período é pi e não tem sentido falar sobre amplitude. Figura 13.17 – Gráfico da função y 5 tg t= . Na Figura 13.18 está o gráfico da função y 5 tg (2t)= . O período é 2 pi e não tem sentido falar em amplitude. Figura 13.18 – Gráfico da função y 5 tg (2t)= . Na Figura 13.19 está o gráfico da função y 5 tg (t / 2)= . Neste caso, o período é 2pi e não tem sentido falar em amplitude. Figura 13.19 – Gráfico da função y 5 tg (t / 2)= . 13.4.1 – A derivada da função tangente Como sen xtg x cos x = , podemos usar a regra do quociente para achar sua derivada. 2 2 2 2 2 d (tg x) (sen x) cos x (sen x) (cos x) cos x sen x 1 dx cos x cos x cos x ′ ′⋅ − ⋅ + = = = Portanto, a derivada da função y tg x= , para x medido em radianos, é a função 2 1y cos x ′ = . Como 1 sec x cos x = , é usual escrever 2y sec x′ = . Na Figura 13.20 estão os gráficos da função tangente f (x) tg x= e o da derivada 2f (x) sec x′ = . Figura 13.20 13.5 Exercícios resolvidos 1) Determine em quais pontos da curva y sen x cos x, 0 x 2= + ≤ ≤ pi , a reta tangente é horizontal. Solução Nos pontos em que a reta tangente é horizontal, a derivada da função é nula. Assim, devemos ter: sen x 5y cos x sen x 0 1 x ou x cos x 4 4 pi pi ′ = − = ⇒ = ⇒ = = Na Figura 13.21 estão os gráficos da função e das duas tangentes horizontais. Figura 13.21 2) Encontre uma equação da reta que passa pelo ponto (3,5) e determina no primeiro quadrante um triângulo de menor área. Solução A área do triângulo (Ver Figura 13.23), é 1A ab 2 = . Por semelhança de triângulos, temos: b a 5ab 5 a 3 a 3 = ⇒ = − − Assim, a área é 25aA 2(a 3)= − e a derivada é 2 2 5a 30aA (a) 2(a 3) − ′ = − . Figura 13.22 (0,0) (a,0) (0, b) + (3,5) Para A (a) 0′ = , temos a 6= e b 10= , valores que tornam mínima a área do triângulo examinado. A equação da reta que passa pelos pontos (0, 10), (3,5) e (6,0) é: x y 51 ou y x 10 6 10 3 + = = − + 3) Mostre que, de todos os triângulos isósceles com um dado perímetro, aquele de maior área é o eqüilátero. Solução Consideremos o triângulo isósceles da Figura 13.22. O semi-perímetro é = +p l b e a área é =A bh . A função área deve passar por um máximo. No triângulo retângulo de lados l, h e b, e levando em conta que = −b p l ,temos: 2 2 22= − ⇒ = −h l b h pl p Assim, a área é dada por 2( ) 2= − ⋅ −A p l pl p . Derivando, obtemos: 2 2 2( ) 2 ( ) 2 2 ′ = − + + ⋅ − − pA l pl p p l pl p Igualando a derivada a zero, temos: Figura 13.23 2 2 2(2 ) 0 3 − − + − = ⇒ = ppl p p pl l . Portanto, a área é máxima quando o lado l é um terço do perímetro e, assim, o triânguloé eqüilátero. 4) Uma mulher em um ponto A na praia de certo lago circular com raio de 4 km quer chegar no ponto C diametralmente oposto a A, do outro lado do lago no menor tempo possível. Ela pode andar a uma taxa de 8km h e remar um bote a 4 km h . Como ela deve proceder? Solução De acordo com os dados da Figura 13.24, o percurso a ser cumprido pela mulher é �L AB BC= + . Usando a lei dos co- senos no triângulo tem vértices no centro do lago e nos pontos A e B, temos AB 4cos= θ . Por outro lado, �BC 4= θ . Considerando as velocidades dadas, o tempo gasto no percurso L é 4cos 4t 4 8 θ θ = + . Diferenciando em relação a θ , obtemos 1 t ( ) sen 2 ′ θ = − θ + . Assim, o tempo mínimo para cumprir esse percurso ocorre quando l θ h b Figura 13.24 1 sen 2 6 piθ = ⇒ θ = . Portanto, para fazer o percurso no menor tempo possível, a mulher deverá remar numa direção que forme um ângulo de 6 pi radianos com ao diâmetro AC . 5) A função P(t) 4.000 360sen t 180sen t 6 3 pi pi = + + expressa o tamanho de uma manada de corças, sendo t medido em meses a partir de primeiro de abril. O gráfico dessa função está na Figura 13.21. Com base nessas informações, determine: (a) quando a manada assume seu maior valor e de quantas corças é composta neste instante; (b) em que momento a manada assume seu menor valor e qual é este valor; (c) de quanto a manada está crescendo em primeiro de abril. Solução Primeiramente, calculamos a derivada da função P: P (t) 60 cos t 60 cos t 6 3 pi pi ′ = pi + pi A seguir, determinamos os pontos críticos dessa função: 2 P (t) 0 cos t cos t 0 6 3 cos t 2cos t 1 0 6 6 Fazendo y cos t, temos : 6 pi pi ′ = ⇒ + = pi pi ⇒ + − = pi = t Figura 13.21 2 12y y 1 0 y 1 ou y 2 + − = ⇒ = − = Voltando para a variável t, obtemos: cos t 1 t ou t 3 t 6 ou t 18 6 6 6 ou 1 5 cos t t ou t t 2 ou t 10 6 2 6 3 6 3 pi pi pi = − ⇒ = pi = pi ⇒ = = pi pi pi pi pi = ⇒ = = ⇒ = = Considerando os resultados obtidos e a observando o gráfico, podemos concluir: a) O número de indivíduos da manada é máximo para t 2= , ou seja, no primeiro dia de junho. Neste dia, o número de indivíduos é P(2) 4.000 360sen 2 180sen 2 6 3 3 34.000 360 180 4.468 2 2 pi pi = + ⋅ + ⋅ = + ⋅ + ⋅ ≈ Obs.: Pelo gráfico, podemos concluir que esta função é periódica de período 12. Assim, a manada voltará a ter um número máximo de indivíduos em t 14= . b) O número de indivíduos é mínimo para t 10= , ou seja, no primeiro dia do mês fevereiro, dia em que o número de indivíduos era P(10) 4.000 360sen 10 180sen 10 6 3 3 34.000 360 180 3.532 2 2 pi pi = + ⋅ + ⋅ = + ⋅ − + ⋅ − ≈ Obs.: Os pontos t 6 e t 18= = são pontos de inflexão. c) No dia primeiro de abril, t 0= e a taxa de crescimento da manada é: P (0) 60 cos 0 60 cos 0 377 indivíduos por mês. 6 3 pi pi ′ = pi ⋅ + pi ⋅ ≈ 6) Um observador permanece em um ponto P, distante uma unidade de certa pista, conforme indicado na Figura 13.25. Dois corredores iniciam no ponto S da figuram e correm ao longo da pista. Um corredor corre três vezes mais rápido do que o outro. Encontre o valor máximo do ângulo θ de visão do observador entre os corredores. [Sugestão: Maximize tg θ .] Figura 13.25 Solução A partir das anotações feitas na Figura 13.25, podemos escrever: tg ( ) 3xθ + α = e tg xα = . Considerando que tg tg[( ) ]θ = θ + α − α e utilizando a identidade tg a tgb tg (a b) 1 tg a tg b − − = + ⋅ , temos: 2 3x x 2x tg tg[( ) ] 1 3x x 1 3x −θ = θ + α − α = = + ⋅ + Diferenciando essa função tangente, obtemos: 2 2 2 2 2 2 2 d 2 (1 3x ) 3x 2x 2 6x sec dx (1 3x ) (1 3x ) θ ⋅ + − ⋅ −θ⋅ = = + + Observando que 2 2 2sec 1 tg 1 9xθ = + θ = + e trocando θ por x na derivada encontrada, temos: 2 2 2 2 d 2 6x dx (1 3x ) (1 9x ) θ − = + ⋅ + . O valor que anula esta derivada é 2 32 6x 0 x 3 ± − = ⇒ = . Assim, o valor máximo do ângulo entre os corredores, segundo visão do observador, e levando em conta que 2 piθ < , é tal que tg 3x 3θ = = , ou seja, 6 piθ = . P α x 2x 7) Para fazer uma calha com uma folha de metal de 30cm de largura, dobra-se 1 3 de cada um de seus lados para cima, formando-se um ângulo θ com a horizontal (Ver Figura 13.26.). Determine o valor de θ de modo que a capacidade de carregar água da calha seja máxima. Figura 13.26 Solução A capacidade de carregar água será máxima quando a área de uma seção transversal tiver área máxima. Assim, a função a ser maximizada é (B b) hA 2 + ⋅ = . Nessa equação, de acordo com a Figura 13.26, b 10, h 10sen e B 10 20cos= = θ = + θ . Assim, a área da seção transversal da calha é [(10 20cos ) 10] 10senA 100 (sen sen cos ) 2 + θ + ⋅ θ = = ⋅ θ + θ θ Diferenciando a função área, temos: 2 2A ( ) 100 (cos cos sen )′ θ = ⋅ θ + θ − θ Para A ( ) 0′ θ = , temos 2 1 cos 2cos cos 1 0 2 3 cos 1 pi θ = ⇒ θ =θ + θ − = ⇒ θ = − ⇒ θ = pi . Desses dois valores, somente 3 piθ = torna a área da seção transversal máxima e, portanto, faz com que seja máxima a capacidade de carregar da calha. 8) Determine em que posição deve ficar o ponto P, sobre o segmento AB , de modo que o ângulo θ seja máximo (Ver Figura 13.27.). Figura 13.27 Solução Considerando x AP= e 3 x PB− = , podemos escrever sobre os ângulos que têm de vértice em P: xtg 5 α = , 3 x tg 2 −β = , ( )θ = pi − α + β e tg tg ( )θ = − α + β . Com essas igualdades, temos: 2 2 x 3 x 3x 155 2tg tg ( ) tg 3x x 10 3x x1 10 − + −θ = − α + β = − ⇒ θ = − − + − Derivando a função tangente, obtemos: 2 2 2 2 d 15 30x 3x sec dx (10 3x x ) θ − + −θ⋅ = − + Para que tenhamos (x) 0′θ = , devemos impor: 2x 10x 5 0 x 5 2 5 ou x 5 2 5− + = ⇒ = + = − Como x 3< , o valor de x para que θ seja máximo é x AP 5 2 5= = − . 9) A pintura mostrada na Figura 13.28 tem altura h 3m= e está pendurada em uma galeria de arte de forma que o lado de baixo está a uma distância d 1m= acima do olho do observador. A que distância deve ficar o observador para obter a melhor visão? Figura 13.28 Solução Considerando x como a distância do olho do observador à parede em que está pendurada a pintura e sendo θ e α os ângulos no vértice oposto ao quadro, podemos escrever: h d 4 tg ( ) x x +θ + α = = e d 1tg x x α = = . Assim, usando a tangente da diferença de ângulos, temos: 2 2 2 4 1 3 x 3xx xtg tg[( ) ] tg4 1 x x 4 x 41 x x − θ = θ + α − α = ⇒ θ = ⋅ = + ++ ⋅ Derivando a função tangente, obtemos: 2 2 2 2 2 2 2 d 3 (x 4) 2x 3x 3x 12 sec d x (x 4) (x 4) θ ⋅ + − ⋅ − +θ⋅ = = + + . O valor de x que anula esta derivada é 2x 9 0− = 23x 12 0 x 2− = ⇒ = . Assim, o observador deve ficar a 2 metros da parede em que está pendurado o quadro para obter a melhor visão.
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