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Aula 01 Teorias Da Comunicação

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Aula 01
Comunicação Social p/ Analista CNMP (Comunicação Social)
Professores: Paulo Guimarães, Paolla Marletti
81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz
Comunicação para CNMP 
Teoria e exercícios comentados 
Profa. Paolla Marletti – Aula 01 
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AULA 01: Teorias da Comunicação I 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Introdução 1 
2. A História da Comunicação 3 
3. A Escola de Chicago 9 
4. Mass Communication Research 12 
5. Teoria da Persuasão 16 
6. Teoria dos Efeitos Limitados 20 
7. Teoria Funcionalista 21 
8. Teoria Crítica 30 
9. Resumo do Concurseiro 35 
10. Questões Comentadas 39 
11. Questões sem comentários 52 
 
1. INTRODUÇÃO 
Hoje daremos início ao estudo das Teorias da Comunicação. 
Podemos dizer que esse assunto é um dos “queridinhos” dos concurso que 
exigem a Comunicação. Esse é um dos assuntos de comunicação favoritos 
das bancas. Por isso, teremos bastante questões nesta aula e na próxima 
para treinarmos o conteúdo desde já, ok? 
Comecemos com alguns conceitos gerais... 
 
Teoria é um conjunto de regras ou leis, mais ou menos 
sistematizados, aplicado a uma área específica. Os “nossos” estudiosos 
procuraram definir o funcionamento e os efeitos do fenômeno da 
Comunicação Social em seus aspectos tecnológicos, sociais, econômicos, 
políticos e cognitivos. 
Todas as teorias se desenvolvem na tentativa de explicar 
como os meios de comunicação influenciam ou o porquê de sua influência 
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Comunicação para CNMP 
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no comportamento das pessoas. Esse conhecimento é importante, não só 
porque é amplamente cobrado pelos concursos, mas também porque nos 
ajuda a entender a influência da mídia na sociedade. 
Não “estranhe” se nessas aulas sobre as Teorias da 
Comunicação (esta e a próxima) você sentir um subjetivismo maior do 
que em outras aulas... É assim mesmo. Apesar de esse assunto ser 
abordado de forma objetiva nas provas, para entender cada linha de 
pensamento, teremos que discorrer sobre cenários históricos, teorias de 
outras matérias e abstrair algumas ideias. É diferente da abordagem de 
outras aulas. O estudo da Comunicação nas organizações, por exemplo, é 
mais objetivo, direto e prático. 
Também é importante dizer que é difícil orientar nossos 
estudos sobre uma linha contínua do tempo. Os estudos se 
desenvolveram em locais diferentes e sob óticas diversas, ao mesmo 
tempo. Uma teoria se sobrepõe à outra, sendo difícil traçar um 
cronograma linear dos acontecimentos. O que você precisa entender 
mesmo é: em que contexto cada uma delas se desenvolveu. 
Uma teoria foi superando a outra (ou, pelo menos, tentou!). 
De acordo com o contexto histórico e os recursos da época, elas se 
apropriaram da influência dos meios de comunicação de massa no 
comportamento coletivo, principalmente na esfera política. 
 
 
2. A HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO 
 
Para conseguirmos detalhar cada teoria, vamos entender a 
COMUNICAÇÃO. 
A comunicação surgiu com a primeira comunidade humana. 
Comunicar é um ato intrínseco ao ser humano. Antes mesmo de adquirir a 
fala, o homem pré-histórico já se comunicava por signos não verbais, 
(gestos e desenhos). No entanto, foi com os relatos orais que a coisa ficou 
mais intensa e eficaz. 
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Sendo assim, Felipe Pena em seu livro sobre as Teorias da 
Comunicação destaca os relatos orais como a primeira grande mídia 
da humanidade. 
Quando o homem fala, fatores sinestésicos acontecem tanto 
na emissão quanto na recepção. Ao ouvir alguém em uma praça pública, 
por exemplo, não estamos só usando a audição. Estamos vendo seus 
gestos, usando o tato para procurar um apoio, sentir o vento, sentindo 
cheiros... Todos esses componentes influenciam a mensagem. 
Pena (2012) postula que “o homem se comunica para aliviar a 
dor e o temor da própria ignorância.” O homem teria medo do 
desconhecido. Sua obsessão por dominar a natureza, ter previsões 
seguras que o afastem do desconhecido, fez com que a humanidade 
“inventasse” a ciência e determinasse leis que dessem “estabilidade” aos 
fenômenos naturais. 
A comunicação entra, então, em cena, aliviando essa angústia 
do desconhecimento. Com a disseminação de informações sobre o outro e 
sobre o mundo, o homem acredita que pode administrar sua vida de 
forma mais estável e coerente, sentindo-se um pouco mais seguro para 
enfrentar o cotidiano de seu meio ambiente. 
É por meio da comunicação que as sociedades constroem as 
representações sobre si próprias. A própria dinâmica da vida em 
sociedade depende do exercício constante do ato comunicativo. 
Foi começando a ver o tamanho dessa importância que os 
sociólogos, psicólogos, historiadores, administradores e vários outros 
“ólogos” e “ores” tentaram entender e sistematizar esses processos. Para 
José Marques de Melo, decano dos professores de comunicação no Brasil, 
a teoria da comunicação “compreende o estudo científico dos 
elementos que integram o processo comunicativo.” 
Para o professor, a pesquisa em comunicação remonta à 
Antiguidade grega, mais especificamente ao século III. As teorias teriam 
passado, desde então, por quatro fases na evolução histórica: 
 
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I. Fase dos Sofistas: na Grécia antiga, os sofistas focaram na 
comunicação interpessoal na perspectiva de persuasão dirigida às 
massas, em recintos sociais ou em praças públicas. Caracterizando os 
estudos sobre a retórica. 
II. Fase dos Enciclopedistas: Os franceses do século XVIII 
aprofundaram discussões sobre linguística e educação e iniciaram o 
estudo da comunicação coletiva, apesar de restringi-la às mensagens 
de natureza literária. 
III. Fase dos Filósofos Sociais: Fase iniciada a partir do século XIX e 
que se caracteriza por uma série de estudos sobre os meios de 
comunicação coletiva e seus efeitos. 
IV. Fase dos Cientistas Sociais: Enquanto nos períodos anteriores os 
estudos sobre os fenômenos de comunicação realizavam-se em moldes 
especulativos, sem metodologia rígida, a partir de 1930 passam a utilizar 
instrumentos matemáticos e estatísticos, incorporando a técnica 
da observação desenvolvida pelas ciências sociais. 
 
Atualmente, estaríamos entrando na quinta fase, a Fase da 
Pesquisa Integrada, em que o trabalho isolado de alguns especialistas 
está sendo substituído pelo trabalho conjunto de equipes 
multidimensionais, reunindo cientistas da comunicação e das outras áreas 
do conhecimento. 
No desenrolar dessa história, temos vários modelos sendo 
desenvolvidos em vários locais (como já falamos). A fim de focar nas 
provas de concurso público, precisaremos selecionar e priorizar algumas – 
seria impossível exaurir em nosso curso todas as teorias e modelos. Para 
ver outras teorias e aprofundar o assunto sugiro o livro 1000 Perguntas 
Sobre Teoria da Comunicação, organizado por Felipe Pena [mas cuidado 
com esse aprofundamento, ok? Nãová cavando tanto, pois nem é 
necessário e temos pouco tempo e muitos outros assuntos para fixar e 
aprender até a prova ;) ]. 
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Agora um pouco mais de contexto histórico antes de estudar a 
primeira teoria relevante para concursos... 
Um marco interessante na racionalização dos estudos de 
comunicação foi a Revolução Industrial e os fenômenos que ela acarretou: 
especialização e divisão do trabalho, o liberalismo, o trabalho industrial 
dentro das fábricas, evolução tecnológica e o êxodo rural. 
As comunidades urbanas passaram a ser mais significativas 
(socialmente e economicamente) do que as rurais para a construção dos 
significados compartilhados pelos indivíduos. 
Foi a partir desse momento (meados do século XVIII), com 
essa nova configuração social que surge a preocupação com a gestão 
das multidões humanas e o estudo da sociologia passa a adotar a 
perspectiva da sociedade como ORGANISMO, ou seja, conjunto de órgãos 
em que cada um tem uma função determinada. 
 
A partir da reconfiguração social promovida após a Revolução Industrial 
percebe-se que a comunicação interfere na organização do trabalho 
coletivo no interior da fábrica e na estruturação dos espaços 
econômicos. 
 
Nas duas últimas décadas do século XIX apresenta-se a 
problemática da sociedade de massa e, por consequência, dos meios 
de difusão de massa. Para fazer melhor uso da Comunicação nessa 
nova sociedade e dar um direcionamento a esse processo, surge a 
necessidade de criar dispositivos de controle estatístico dos 
fluxos. 
A psicologia das multidões de Gustave Le Bon ganha 
espaço em meio a debates sobre a natureza política de uma opinião 
pública liberada das coerções à liberdade de imprensa e reunião. Surge 
uma visão manipulatória da sociedade, extrapolando a psicologia 
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individual. Segundo essa ideia, toda multidão tem os CONDUTORES 
que sugerem ideias e acabam levando os CONDUZIDOS. 
Ortega e Gasset, em A Rebelião das Massas, unem-se a Le 
Bon e abordam algumas questões sobre os ESTUDOS DAS MASSAS E 
DAS MULTIDÕES, que devem ser salientadas para nós: 
 
Massa é a simples justaposição ou reunião de indivíduos de 
diferentes procedências, uma aglutinação; 
Os indivíduos que formam a Massa quase não interagem ou não 
interagem entre si, e, portanto, não se influenciam; 
A Massa é formada de indivíduos iguais (atomizados), é homogênea 
! As diferenças individuais não são relevantes, ela nivela a todos; 
Os indivíduos que compõem a Massa não compartilham as próprias 
expectativas; 
Numa Comunidade, ao contrário do que acontece nas Massas, há laços de 
fraternidade quase inexoráveis (similares aos clãs familiares e às 
aldeias...) ! Se analisarmos bem essa questão, podemos afirmar que 
nesse sentido a massa é frágil. 
Símbolos universais representam a cultura dominante ! a Massa está 
exposta a esses símbolos e fica unida por um mesmo conjunto de 
mensagens. 
 
A partir da segunda metade do século XX, também ganha 
espaço os estudos do magistrado Gabriel Tarde que afirma ter acabado a 
Era das Massas dando espaço à Era dos Públicos. Para os estudiosos 
dessa linha teórica, a “massa” surge por meio de contato psíquico, quase 
como um contágio, em que uma ideia é sugerida e automaticamente (sem 
pensar muito) obtém ampla adesão. Já quando tratamos de públicos, a 
coisa fica mais física, pois, para Tarde, os públicos (diferentemente das 
massas) progridem com a sociabilidade. 
Como sociólogo, Tarde observou que o desenvolvimento da 
imprensa amplia o universo do público e que essa expansão seria 
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impossível sem a coexistência de três grandes invenções: a tipografia, o 
telégrafo e o caminho de ferro (trilhos). Para ele, as multidões ou massas 
ultrapassadas estão condenadas a serem substituídas pelos públicos, na 
medida em que não promovem a ação discursiva. Valoriza-se assim, o 
público que se situa num estágio evolutivo superior. 
É nesse contexto (consciência de massa X consciência de 
público) que ocorrem análises sobre o efeito das comunicações na I 
Guerra Mundial. Os governos e envolvidos perceberam o poder da 
comunicação como ferramenta e procuraram entendê-la para manipulá-la 
melhor. 
 
Durante a I Guerra Mundial a propaganda passou a ser usada como 
estratégia de guerra. Percebeu-se que as sociedades industriais não 
têm noção de unidade em torno de algo que os faça parte de uma 
totalidade, patriotismo. Os governos sentiram a necessidade de criar um 
vínculo entre o cidadão e a pátria. 
 
Era preciso que os governos totalitários, para obterem adesão 
popular, instigassem o ódio contra o inimigo e injetassem ânimo para que 
a população sobrepujasse as privações proveniente da guerra. Começou-
se a perceber que a propaganda (num sentido menos mercadológico e 
mais ideológico de “propagação da ideia”), pelos meios de massa, 
cumpria esse papel “agregador”. 
 
A popularização das tecnologias midiáticas e seu uso massivo 
nessas experiências totalitárias na Europa impulsionaram o estudo 
sistemático da Comunicação. Destacamos a ênfase que teve o uso do 
rádio (primeiro veículo de comunicação de massa) no período entre-
guerras pelos governos totalitários. Começa-se, então, a estudar o papel 
e o efeito social desse meio. 
 
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Muitos cientistas foram contratados pelos exércitos, 
principalmente o americano, como parte da preparação para a II Guerra 
Mundial. Carl Hovland é um bom exemplo dessas contratações (falaremos 
dele mais adiante). 
Durante as décadas de 1920 e 1930, esses estudos 
começaram a ocupar a mente de um grupo norte-americano de 
estudiosos, denominados de a ESCOLA DE CHICAGO. Sob a ótica 
pragmatista, esses pensadores já vinham estudando as dinâmicas sociais 
e perceberam a comunicação como poderosa ferramenta na construção 
desse conhecimento. 
Na década seguinte (1940), uma outra vertente, denominada 
MASS COMUNICATION RESEARCH, decide aprofundar-se numa 
pesquisa voltada para os meios de comunicação de massa baseada no 
paradigma behaviorista. 
 
O BEHAVIORISMO acredita que o indivíduo pode ser “condicionado” por 
meio de repetição ou ampla exposição a ter uma resposta determinada e 
condicionado a um estímulo específico. Isso seria o famoso: estímulo-
resposta; investigados pelo ciência de Análise do Comportamento. 
 
Vamos entender melhor como esses estudiosos procederam e 
a que conclusões chegaram. 
 
3. A ESCOLA DE CHICAGO 
 
O início da construção desse grupo da comunicação remonta à 
década de 1910, quando professores e pesquisadores da Universidade de 
Chicago (nos Estados Unidos) decidiram aprofundar seus estudos em 
sociologia urbana, respaldadosem bases empíricas. A supremacia desse 
grupo, que ficou conhecido como a Escola de Chicago, durou até as 
vésperas da Segunda Guerra Mundial. 
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Essa linha da sociologia enxerga a cidade como um 
laboratório social. É a partir daí que Robert Ezra Park procura entender 
a função assimiladora dos jornais. Park e seu colega E. W. Burgess 
identificam sua problemática num conceito desenvolvido por Ernest 
Haeckel em 1859: a ecologia humana. Esse biólogo alemão a define 
como a ciência das relações do organismo com o ambiente, 
compreendendo todas as condições de existência. 
Park e Burgess apresentam seu programa como uma tentativa 
de sistematizar o esquema teórico da ecologia vegetal e animal traçando 
um paralelo com o estudo das comunidades humanas. Eles avaliam as 
relações que promovem ou não o equilíbrio social. 
A linha de pensamento desses estudiosos está em sintonia 
com a vertente americana do pragmatismo e baseia-se na metodologia 
etnográfica (estudo dos bairros, observação ativa e análise das histórias 
de vida) para estudar as interações sociais. 
Um dos principais expoentes do pragmatismo, que assumiu 
relevância para a Escola de Chicago, é George Mead, o qual baseou sua 
Teoria Comunicacional na psicologia social. Ele falava que a formação 
da mente só acontece quando o indivíduo consegue refletir sobre si 
mesmo, quando passamos a ser o objetos de nossa própria reflexão. Ele 
se aprofunda na relação entre o indivíduo e a sociedade. 
O pragmatismo influenciou, especialmente, Charles Horton 
Cooley. Ele analisa a tensão sociedade-indivíduo para avaliar os efeitos da 
nova “ordem moral”, que foi gerada pelas concentrações urbanas e 
industriais, e os novos “meios de organização”, que são dispositivos da 
Comunicação. 
A ordem social não se manteria sem que os indivíduos fossem 
capazes de interpretar o ambiente em que vivem, para que pudessem 
responder de forma prática (pragmática) aos estímulos que recebem em 
suas interações. 
Esses pensadores falam que, se há comunicação, é em razão 
das diversidades individuais, mas essas são submetidas a forças 
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sociais que tentam homogeneizar essas características. Observamos a 
importância que esses teóricos dão para o estudo da Comunicação. Eles 
dizem que para entender a sociedade é preciso estudar os processos de 
interação entre os seres humanos. 
Vejamos como esse assunto já foi cobrado em concursos... 
 
1. FCC - 2011 - TRT/MT - Analista Judiciário – Jornalista 
Mead e Park, entre outros, desenvolveram a tese de que a sociedade não 
pode ser estudada fora dos processos de interação entre as pessoas, é 
constituída simbolicamente pela comunicação. A vida social não se 
mantém por conta de nenhuma dinâmica interna ou requisito sistêmico, 
mas sim pelo fato dos seres humanos serem capazes de interpretar seu 
contexto vital e responder praticamente aos estímulos de que são 
destinatários. (As teorias da Comunicação, Rüdiger, Francisco. 1.ed. 
2010) 
Essa tese foi desenvolvida 
 
a) pela Escola de Chicago. 
b) por Lasswel e Dovifat com paradigmas funcionalistas. 
c) pela Escola de Frankfurt. 
d) por Bakhtin e Schaff com paradigas materialistas. 
e) pela Escola de Toronto. 
 
O gabarito para essa questão é a letra A. Trataremos dos 
assuntos relevantes das outras alternativas mais à frente... O que você 
precisa registrar dessa questão é o entendimento teórico que a banca 
requereu. No entanto, observe que, sabendo os principais autores, você 
conseguiria responder a questão sem grandes dificuldades. 
Vamos às teorias! 
 
 
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4. MASS COMMUNICATION RESEARCH 
 
Também conhecida como TEORIA HIPODÉRMICA ou 
TEORIA DA AGULHA HIPODÉRMICA, TEORIA DOS EFEITOS 
ILIMITADOS, TEORIA DA BALA MÁGICA. 
Essa foi uma vertente dos pesquisadores da Escola de Chicago 
que, durante o período entre-guerras (1920-1930), aprofundou o estudo 
dos efeitos dos mass media (meios de comunicação em massa). 
Esses estudiosos se apropriaram dos conceitos de massa e do 
paradigma behaviorista para entender esses efeitos. Podemos dizer que 
foi uma linha de pesquisa que irrompeu em meio ao paradigma científico 
e empirista do período entre-guerras. 
 
Quando se viu que a propaganda disseminada pelo rádio (uma mídia de 
massa) foi capaz de unir nações inteiras em torno de um ideal comum, 
passou-se a crer que a mídia seria capaz de “conduzir” as pessoas 
em qualquer direção (ideologicamente falando) pelo comunicador 
(entenda-se “comunicador” como o profissional das mass media, o 
detentor da mensagem). 
 
Já conseguimos ver como o behaviorismo se encaixa nesses 
estudos: o indivíduo responde automaticamente a um estímulo 
midiático. Eis a ideia da Bala Mágica: a propaganda, como uma bala de 
arma de fogo, atinge a todos, magicamente, de forma igual. [Lembrem-se 
que eles discutiam ideias bastante belicosas!] 
Perceba o que fala Wright Mills sobre esses estudos: “cada 
elemento do público é pessoal e diretamente atingido pela mensagem” e 
“cada indivíduo é um átomo isolado que reage isoladamente às ordens e 
às sugestões dos meios.” O indivíduo ficaria perdido na massa e suas 
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únicas referencias simbólicas são as mensagens dos meios de 
comunicação. Para eles, só isso uniria a massa! 
Segundo as premissas behavioristas, a mensagem midiática 
(estímulo) penetra a mente do indivíduo sem resistência. Daí 
colheu-se a ideia da Agulha Hipodérmica. Que é uma agulha [agulha 
mesmo, da medicina] que penetra a camada cutânea mais facilmente do 
que outras. 
Existe, então, uma preocupação em definir como se dá a 
manipulação das massas. 
 
Segundo a Teoria da Agulha Hipodérmica, uma vez absorvida 
individualmente, a mensagem é disseminada indistintamente na massa. 
Sendo o conceito de massa considerado como “um magma indistinto de 
sujeitos atômicos”. 
 
Essa ideia favorece a pesquisa em torno de cálculos 
estatísticos e técnicas de mensuração de efeitos da comunicação 
utilizados por institutos de pesquisa de mercado e agências de publicidade 
até hoje. 
Um grande destaque dessas pesquisas foi o cientista político 
norte-americano Harold Dwight Lasswell. Veja como ele trata a 
propaganda: “um instrumento mais novo e sutil tem de caldear milhares e 
até milhões de seres humanos em uma massa amalgamada de ódio, 
vontade e esperança. (...) O nome desse novo malho e bigorna de 
solidariedade social é propaganda.” 
Apesar de ter contribuído para a construção da Teoria 
Hipodérmica, Laswell começou a perceber falhas em sua concepção, e 
acabou sendo um dos responsáveis pela superação dessa corrente. 
As correntes sociológicas vigentesna época postulavam que a 
natureza humana era relativamente uniforme e a teoria da Bala Mágica 
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está de acordo com esse pensamento. No entanto, não demorou muito 
para que fossem notadas brechas nesse entendimento. 
As críticas a essa teoria eram basicamente sobre seu teor 
extremamente simplista, pois não considera o papel das diferentes 
ordens sociais. A comunicação, segundo esse grupo, não procura 
entender os grupos de identificação. 
 
4.1. Modelo de Lasswell 
 
Munido dos conceitos hipodérmicos e procurando reparar suas 
falhas, Lasswell montou seu próprio modelo para explicar como se dá o 
fluxo comunicacional, também conhecido como Análise de Conteúdo. 
O que Lasswell percebeu é que cada mensagem produz 
sensações diferentes. Ele procura entender esse fluxo respondendo as 
seguintes perguntas: 
 
 
 
 
Esse modelo ficou conhecido como o Modelo dos Cinco 
“Q”s. Pelas conclusões de Laswell, a mídia afeta o público com seu 
conteúdo e suas reações dependem de identificação desse com a 
mensagem, seus anseios e expectativas. 
Ele começa a usar o conceito de público, que, como vimos 
antes, é essencialmente diferente do de massa. 
Esse modelo acabou organizando o conhecimento gerado pelo 
Mass Communication Research, ao postular que cada variável define um 
setor de pesquisa. Respectivamente: 
 
;.∃/<!
=∗>!,!
?.≅<!!
Α/!?.∃!
+(−(Β<!
Χ!?.∃/<!
∆,/!?.∃!
∃Ε∃∗&,<!
;.∃/<!
=∗>!,!
?.≅<!!
Α/!?.∃!
+(−(Β<!
Χ!?.∃/<!
∆,/!?.∃!
∃Ε∃∗&,<!
ΑΦΓΗΗΙϑ! ∆ΙΚΛΑΜ=Ι! ΦΑΓΙ! ΧΝ=ΓΟΚ∆ΓΧ! ΑΠΑΓΛΙΗ!
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Desse modo, o receptor deixa de ser um sujeito abstrato 
(sujeito atômico, como é tratado anteriormente) e passa a ser também 
objeto de análise. 
Vamos ver como as bancas têm cobrado esse assunto: 
 
2. FCC - 2007 - MPU - Analista de Documentação - Comunicação 
Social. "Quem?, Diz o quê?, Em que canal?, Para quem?, Com que 
efeito?". Trata-se de um modelo comunicativo muito conhecido, sendo um 
dos primeiros esquemas apresentados nos estudos das teorias da 
comunicação. Pode ser definido como: 
a) Teoria Matemática da Comunicação. 
b) Modelo de Paul Lazarsfeld. 
c) Modelo de Lasswell. 
d) Modelo Shannon e Weaver. 
e) Teoria de Marcuse e Horkheimer. 
 
Essa questão é considerada fácil. Não deixa dúvidas de que é 
o Modelo de Lasswell (letra C). Essa facilidade toda, não é tão comum em 
concursos... 
A banca pode jogar com a ordem do relacionamento entre as 
linhas de pesquisa e as variáveis, colocar nomes alternativos para eles. 
Portanto, atenção! Esse é um assunto fácil e você não pode perder 
questões! Voltemos às nossas teorias... 
 
Ao criar seu modelo, Laswell observou que a Teoria 
Hipodérmica ignorava o contexto em que ocorria o processo da 
comunicação. Podemos dizer também que, ao romper com o modelo 
behaviorista, Laswell se insere na corrente Funcionalista dos estudos da 
comunicação. 
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Veremos mais à frente com detalhes os estudos dessa 
vertente, mas, resumidamente, podemos dizer que eles procuram definir 
a problemática do mass media a partir do ponto de vista do 
funcionamento da sociedade. Ela aponta a função social da comunicação 
na sociedade. 
Pronto! A partir das análises do conteúdo e dos efeitos, outras 
teorias foram criadas. Vamos estudá-las a seguir... 
 
 
5. TEORIA DA PERSUASÃO 
 
Também conhecida como TEORIA EMPÍRICO-
EXPERIMENTAL. Cronologicamente, ela acontece em paralelo com a 
próxima teoria que estudaremos a TEORIA EMPÍRICA DE CAMPO. 
Ela se dá a partir do real advento da II Guerra Mundial e 
perdura até o pós-Guerra, durante a Guerra Fria. 
Lasswell ainda contribuiu para o desenvolvimento dessa 
corrente, assim como Carl Hovland. [Lembre-se que é difícil encaixar os 
estudos das teorias de forma linear numa linha do tempo... Pois elas se 
sobrepõem em tempo e seus autores, tentando entender essa matérias, 
acabam trabalhando em diferentes linhas, às vezes ao mesmo tempo.] 
 
Segundo a Teoria da Persuasão, o indivíduo tende a se interessar por 
informações que estejam inseridas no seu ambiente sociocultural e 
político, com as quais ele já concorde. O foco passa a ser a mensagem 
e o destinatário. 
 
O conceito de público passa a ser ainda melhor trabalhado, 
pois a massa é dividida em grupos de interesse e não em indivíduos 
isolados. A mensagem deve ser adequada para diferentes grupos. 
Para esses teóricos, o êxito dos meios está na persuasão, 
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que por sua vez está ligada à eficácia dos meios, a qual está ligada à 
análise dos destinatários e do perfil da audiência. Eles trabalham no 
entendimento de que é possível obter efeitos relevantes se as 
mensagens forem adequadamente estruturadas. 
Para persuadir, o comunicador deve levar em consideração os 
fatores pessoais ativados pelo destinatário ao interpretar a mensagem. A 
mensagem, por outro lado, é dotada de características particulares de 
estímulo, que interagem de maneira diferente de acordo com os traços 
específicos da personalidade do destinatário. 
Em comum com a Teoria Hipodérmica, a ABORDAGEM DA 
PERSUASÃO (como também é conhecida esta teoria) estabelece uma 
estrutura lógica, até certo ponto mecanicista, baseada no behaviorismo. 
No entanto, distancia-se do antigo paradigma ao definir filtros psicológicos 
individuais no processo de comunicar. 
Ocorre nessa abordagem uma revisão do processo 
comunicativo. Percebe-se, então, que o processo de “causa ! efeito” 
passa a ser intermediado pelos processos psicológicos intervenientes 
relativos à audiência e à mensagem. 
Esses processos intervenientes foram apontados por Hyman e 
Sheatsley, ao tentarem entender porque as campanhas de informações 
podem falhar. 
Os fatores que intervêm no sistema “estímulo-resposta”, 
segundo essa teoria, podem ser divididos em dois grandes grupos 
“audiência” e “mensagem”. 
Sendo assim dizemos que os fatores que estão ligados à 
AUDIÊNCIA são: 
 
Interesse em obter a 
informação 
Indivíduos que já foram expostos ao assunto 
terão maior interesse por ela e, por 
consequência, demonstrarão maior motivação 
para aprofundar-se sobre ele. 
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Exposição seletiva Os receptores tendem expor a si mesmos às 
informações que estão em conformidade com 
as suas atitudes, mas tendem a evitar 
conteúdos que não correspondem às suas 
predisposições. 
Percepção seletiva O processo perceptivo envolve tambéma 
interpretação dos estímulos. Os receptores 
tendem a alterar os significados das mensagens 
para adequá-los aos aspectos de seu 
entendimento. Decodificação aberrante é o 
fenômeno quando um membro da audiência se 
furta a penetrar no assunto alegando que “não 
compreende”, ou quando ele aceita apenas 
parcialmente a mensagem. 
Memorização seletiva A audiência tende a memoriza mais os 
argumentos com os quais concorda, mas com o 
passar do tempo e do aumento da exposição à 
mensagem, essa possibilidade aumenta. 
 
Enquanto, os fatores ligados à MENSAGEM (tenha em mente 
que uma mensagem é formada por argumentos) são: 
 
Credibilidade do comunicador – Credibilidade da fonte. Mensagens 
com os mesmos argumentos, mas provenientes de fontes opostas são 
absorvidas de modo diferente. Esta influência é percebida na 
interpretação imediata, muito mais do que de longo prazo. 
Integralidade da argumentação. 
Explicitação das conclusões. 
Ordem da argumentação – Uma argumentação tem sempre implícitos 
aspectos positivos e negativos. Então se levanta a questão sobre quais 
devem aparecer primeiro e quais devem ser deixados para o final... 
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Sobre essa última ideia, da ordem da argumentação, foram 
definidos efeitos de acordo com a posição dos argumentos. São eles: 
 
! Efeito Primacy – Em que se coloca o argumento de maior 
ênfase no começo. 
! Efeito Recency – Coloca-se o argumento de maior ênfase no 
final. 
3. UFPR - 2010 - UFPR - Jornalista 
Considere se fatores abaixo constituem características psicológicas da 
audiência, segundo os parâmetros da teoria empírico-experimental, 
identificando-os como verdadeiros (V) ou falsos (F). 
( ) O interesse em obter informações. 
( ) A exposição seletiva. 
( ) A exposição casual aos meios de massa. 
( ) A interpretação seletiva e memorização também seletiva. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para 
baixo. 
 a) F - V - V - F. 
 b) V - F - V - F. 
 c) F - F - F - V. 
 d) V - V - F - V. 
 e) F - V - F - V. 
 
Vimos que, segundo os estudiosos da Teoria da Persuasão, a 
única premissa que não caracteriza a audiência é a 3a. Por “exposição 
casual” entendemos que não seria necessária uma insistência do meio 
para divulgar a mensagem. Aprendemos, no entanto, que a memorização 
seletiva pode abrir brechas para a penetração de uma mensagem exposta 
muitas vezes. A alternativa correta é a letra D. 
De todas as teorias, essa é uma que é pouco abordada nos 
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certames. Mas não podemos deixar de tê-la em mente, até para entender 
melhor o processo de construção moderno da comunicação. 
 
6. TEORIA DOS EFEITOS LIMITADOS 
 
Também conhecida como TEORIA EMPÍRICA DE CAMPO. A 
nomenclatura “Efeitos Limitados” serviu para contradizer a Teoria 
Hipodérmica, que também era conhecida por Teoria dos Efeitos Ilimitados. 
Nesse sentido, ambas teorias tratam do poder da mídia: uma o define 
como limitado e a outra, antagonicamente, como ilimitado. 
Como falei anteriormente, o período histórico em que esta 
teoria surgiu é o mesmo da Teoria da Persuasão (Segunda Guerra Mundial 
e Guerra Fria). 
Segundo essa escola, a mídia cumpre um papel limitado 
no jogo de influência das relações numa comunidade. O mass media 
seria apenas mais um instrumento de persuasão, pois é apenas uma 
parte do todo na vida social. 
Outras forças sociais que integram esse todo seriam as 
esferas da igreja, política, da escola, familiar, entre outras. 
Em relação à Teoria da Persuasão, a Teoria dos Efeitos 
Limitados também abandona a relação direta de causa e efeito entre a 
mensagem e o comportamento do indivíduo e enfatiza a influência mais 
geral das relações sociais. 
Também entende que a eficácia do mass media passa pelos 
filtros individuais, porém, esses filtros teriam teor muito mais 
sociológico do que psicológico. [Eis a diferença básica de sua “irmã” a 
Teoria da Persuasão]. 
Esse grupo estudou em duas frentes: 
• Primeira corrente: estudou a composição diferenciada dos públicos e 
dos seus modelos de consumo da comunicação de massa. 
• Segunda corrente: pesquisou sobre a mediação social que caracteriza 
o consumo. 
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A palavra chave da Teoria dos Efeitos Limitados é influência. 
Lazarsfeld propõe que o público é capaz de fazer suas próprias escolhas. 
É, no entanto, influenciado por diferentes forças sociais, sendo a 
comunicação uma delas. 
 
Um grande norteador nos estudos sobre consumo dos mass 
media [entenda que “consumir um meio” é absorver as ideias difundidas 
por ele] foi Paul Lazarfeld. Para ele, esse consumo se dá de acordo com 
as características de cada público. 
Segundo esse estudioso, existem três processos diferentes 
para se saber o que um programa significa para o público. São eles: 
1. Análise de conteúdo [de novo!]; 
2. Características dos ouvintes; 
3. Estudos sobre as satisfações. 
No processo comunicacional existe uma relação indireta de 
influência e formação de opinião. Muitos fatores (forças sociais) 
interferem nesse sentido. O resultado da eficácia desse processo não 
pode ser atribuído a indivíduos isoladamente, mas à rede de 
interações que une a comunidade. 
Através dessas análises, Lazarsfeld concluiu que o meio 
seleciona o público e só depois exerce a influência sobre ele. A esses 
movimentos ele chamou respectivamente de Efeito Pré-Seletivo e 
Efeito Posterior. 
 
6.1. Two Step Flow. 
Lazarsfeld, Berelson e Gaudet percebem uma comunicação em 
dois níveis, duas etapas, em que o foco inicial é promover a adesão de 
Líderes de Opinião, também chamados de Formadores de opinião. 
Esses seriam pessoas de destaque na comunidade, que contribuem 
diretamente na construção da opinião pública. 
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Você consegue perceber a ênfase na rede de relacionamento 
pré-existente na comunidade? 
Os formadores de opinião, uma vez captados pela ideia, 
passam a influenciar o público. A eficácia da notícia/informação e seus 
efeitos dependem da credibilidade do comunicador que tem o poder de 
sensibilizar os seus receptores distribuídos em pequenos grupos. 
Sobre a dinâmica dos formadores de opinião, Lazarsfeld 
vislumbrou três efeitos: 
• Efeito de ativação: Transforma tendências potenciais em 
opiniões efetivas. 
• Efeito reforço: preserva as decisões já tomadas, evitando 
mudanças de atitude. 
• Efeito de conversão: uma nova opinião “do zero”. Esse efeito 
tem o poder mais limitado, já que as pessoas mais expostas e 
atentas (portanto, mais propícias a aderirem a uma ideia) já têm 
opiniões formadas. E podemos dizer ainda que os indivíduos que 
são mais indecisos, estão menosexpostos, portanto, menos 
dispostos a aderirem a uma nova ideia. 
 
Podemos traçar algumas premissas sobre a Teoria Empírica 
de Campo e do Two Step Flow: 
 
As pessoas que pertençam a um mesmo grupo tendem a possuir 
opiniões parecidas sobre determinados assuntos. 
Primeiro a informação chega a pessoas de destaque e que inspiram 
confiança e através delas chegariam a todo o público. 
No que diz respeito a assuntos diferentes, INFLUENCIADOS e INFLUENTES 
podem trocar de papéis, porque o Líder de Opinião é legitimado pela 
audiência por fazer a ponte entre o meio (detentor da mensagem) e a 
audiência. 
 
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No que diz respeito à presença desse assunto nos concursos 
públicos, podemos dizer que o Two Step Flow tem uma representação 
significativa. Observe as seguintes questões: 
 
4. CESPE - 2011 - CORREIOS - Analista - Relações Públicas 
Ante o vertiginoso crescimento de redes sociais, a hipótese do two-step 
flow (fluxo da comunicação em dois passos) tornou-se irrelevante na 
atualidade. 
 
Basta-nos juntar um pouco de conhecimento sobre a 
comunicação digital, sua análise crítica e o que já estudamos sobre essa 
hipótese para resolver essa questão. 
Será que hoje em dia, com as redes sociais, os Líderes de 
Opinião perderam espaço no processo comunicacional? É claro que não! 
As redes sociais trabalham em prol desse movimento, ajudando a 
identificação desses personagens de destaque na sociedade e ainda dá a 
um ambiente maior (virtual) de interação e influência, sendo cada vez 
mais crucial para a eficácia da comunicação. O gabarito é, portanto, 
ERRADO! 
 
5. CESPE - 2010 - MPU - Analista - Comunicação Social 
A teoria do two steps flow, assim denominada por dividir o fluxo da 
comunicação em dois tempos, defende a hipótese de que os efeitos da 
comunicação de massa são mais eficientes do que as interações que se 
realizam no âmbito interpessoal, em que os emissores exercem influência 
sobre os receptores. 
 
É exatamente o contrário! Os emissores não exercem 
influência direta sobre os receptores, pois através das interações 
interpessoais são eleitos os formadores de opinião. Esses fazem a ponte 
entre os emissores e os receptores. Gabarito: ERRADO! 
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Pronto! Fixou esse conhecimento? Prossigamos para a 
próxima teoria! 
 
 
7. TEORIA FUNCIONALISTA 
 
O Funcionalismo é o estudo das funções e suas consequências. 
Uma função social é a contribuição de um fenômeno a um sistema maior 
do que ele mesmo. Esse é o mesmo conceito que usamos quando dizemos 
que algo “cumpriu sua função social” ou que “tem uma função social 
de...”. 
As instituições, portanto, devem satisfazer necessidades 
sociais maiores do que elas mesmas, especialmente a solidariedade social. 
Durkheim também chama de analogia orgânica o fenômeno 
no qual as instituições sociais são funcionalmente integradas para 
promover a estabilidade do sistema e que uma mudança em uma 
instituição irá precipitar uma mudança em outras instituições. 
Nesse sentido, quando uma mesma função pode ser 
suprida por mais de um componente de um sistema, isso é chamado 
de alternativa funcional (também chamada de equivalente funcional ou 
substituto funcional). 
Mais recentemente, o funcionalista Talcott Parsons aponta que 
a sociedade e a respectiva cultura formam um sistema integrado 
de funções. 
O Funcionalismo foi umas das primeiras teorias antropológicas 
do século XX, até o movimentos sociais de 60, ele também é a visão 
sociológica mais aceita. A partir daí começa a receber críticas. 
É dito que o ele não sustenta modelos capazes de 
promoverem mudanças sociais significativas. Dizem ainda que há 
contradições e conflitos em suas teorias. 
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Críticos usam um argumento epistemológico dizendo que o 
funcionalismo descreve as instituições sociais por meio, apenas, de seus 
efeitos e não explica a causa deles. 
Os estudiosos da Escola de Frankfurt, sustentando a teoria 
Crítica também fazem crítica ao funcionalismo. Mas isso veremos mais a 
diante... 
Mais especificamente no âmbito da comunicação, podemos dizer 
que o Funcionalismo buscou analisar as funções sociais exercidas 
pela mídia, muito mais do que os seus efeitos. 
O comportamento do indivíduo é deixado um pouco de lado 
para ser analisado sob a ótica do consumo de calores e modelos 
comunitários. 
Lasswell também contribuiu para essa escola, assim como 
Merton, Mills, Max Webber, Wright e muitos outros. Os paradigmas 
sociológicos do Funcionalismo foram bem aceitos até a década de 1960. 
O equilíbrio e a estabilidade do sistema montado pela 
sociedade e sua cultura, são fruto das relações funcionais dos 
indivíduos. 
 
O termo chave da Teoria Funcionalista é função social. A principal 
ideia desenvolvida por esses teóricos é a de Cultura de Massa. Eles 
percebem que a comunicação se baseia numa cultura comum em 
um grupo social para se promover e propagar as suas mensagens. 
 
Mais à frente, os teóricos críticos entraram em oposição a esse 
conceito e criaram o de Indústria Cultural. 
Segundo esses estudos, todo sistema social enfrenta quatro 
problemas fundamentais, que também são chamados de imperativos 
funcionais. São eles: 
1. A manutenção do modelo e o controle das tensões. 
2. A adaptação ao ambiente. 
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3. A perseguição do objetivo. 
4. A integração. 
 
A lógica que permeia os fenômenos sociais é formada por 
relações de funcionalidade que pretendem sanar esses imperativos 
funcionais. 
Com destaque para o imperativo da manutenção do modelo, 
portanto, do esquema de valores de um grupo social, podemos dizer que 
a comunicação social, sendo um subsistema, é funcional, pois 
desempenha, parcialmente, a tarefa de realçar e reforçar os modelos 
de comportamento existentes no sistema social. 
A pergunta deixa de ser “o que os mass media fazem nas 
pessoas?” para responder “o que é que as pessoas fazem com os mass 
media?” 
Em 1959, Wright apresenta um ensaio no qual pretende 
descrever, em termos funcionais, as complexas ligações entre os mass 
media, a sociedade e o indivíduo. Vamos entender algumas: 
 
MEIO E SOCIEDADE: 
" Alerta os cidadãos sobre os perigos e as ameaças. 
" Fornece instrumentos para o exercício de determinadas atividades, 
como as trocas econômicas. 
 
MEIO E INDIVÍDUO 
" Atribuição de posição social e prestígio para as pessoas que são 
objeto de atenção dos meios de massa. 
" O prestígio é reforçado por serem considerados cidadãos bem 
informados. 
" As normas sociais são reforçadas, pelo seu caráter ético, 
confirmando as normas sociais e denunciando os desvios para a 
opinião pública.81105304191
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Melvin De Fleur salientou a função que destaca a resiliência 
dos mass media em face dos ataques que podem sofrer. 
O caráter livre da circulação das ideias no fluxo informativo 
pode acabar ameaçando a estrutura fundamental da própria sociedade. A 
exposição exacerbada das mensagens pode provocar a disfunção 
narcotizante. 
 
Ao sofrer a disfunção disfunção narcotizante, a consciência do 
indivíduo, diante de uma exposição exagerada à mensagem, permanece 
inalterada. Ele entraria num estágio de letargia e conformismo que o 
paralisa quanto à ação social. 
 
Agora vamos retomar Laswell... 
Segundo ele, as funções dos sistemas de comunicação 
são: 
1. Vigilância, ao denunciar o que ameaça ou afeta os valores de 
uma sociedade; 
2. Coesão, ao estabelecer relações entre os membros de um grupo 
social para produzir uma resposta ao meio; 
3. Transmissão da herança social, ao difundir/propagar ideias. 
 Percebe-se que esse meios de massa são eficazes apenas 
quando satisfazem as necessidades dos receptores. Tanto o 
emissor, quanto o receptor são agente ativos. 
 
7.1. Hipótese dos Usos e Gratificações. 
Katz, Gurevitch e Hass perceberam cinco classes de 
necessidades que os mass media podem satisfazer. São elas as 
necessidades: 
1. Cognitivas: sede de adquirir e reforçar conhecimentos e compreendê-
los. 
2. Afetivas e Estéticas. 
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3. De Integração a nível social: valorização dos contatos interpessoais. 
4. De Integração a nível da personalidade: promoção da segurança 
individual e estabilidade emotiva. 
5. De evasão: tensões e conflitos devem ser sanados. 
 
Essa hipótese entende a audiência como ativa. Ela relaciona a 
escolha do mass media com a satisfação da necessidade. Mas os meios 
não estão isolados na sociedade como única fonte de satisfação dessas 
necessidades. 
Os destinatários fornecem dados que definem os objetivos dos 
meios. Os juízos sobre o valor cultural das comunicações de massa não 
devem ser relevantes. 
A Hipótese dos Usos e Satisfações transfere para o contexto 
comunicativo o efeito do conteúdo da mensagem. Baseado na estrutura 
das necessidades do indivíduo (as cinco classes), a atividade seletiva e 
interpretativa do destinatário passa a ser uma parte estável e essencial no 
processo comunicativo. 
É o receptor quem estabelece se haverá ou não um fluxo 
comunicacional de fato. 
 
6. CESPE - 2013 - SERPRO - Analista – Comunicação Social 
A articulação das partes constitutivas da sociedade em face de eventual 
ameaça e a vigilância sobre o meio social são funções que a comunicação 
social desempenha dentro da ótica funcionalista dos estudos em teoria da 
comunicação. 
 
É exatamente sobre isso que tratam os paradigmas da teoria 
funcionalista! Como se dá a articulação/interação das partes que 
constituem a sociedade e uma das funções do meio é vigiar e alertar a 
sociedade de ameaças. Gabarito: CORRETO. 
 
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7. CESPE - 2010 - DPU - Técnico em Comunicação Social - 
Publicidade e Propaganda 
De acordo com a teoria funcionalista, os meios de comunicação, além de 
promoverem pessoas e grupos, reforçarem normas de conduta e 
contribuírem para o equilíbrio social, também podem submeter os 
indivíduos, quando expostos a uma grande quantidade de informações, a 
um estado de letargia e conformismo que paralisa a ação social. Este 
fenômeno é denominado 
a) percepção seletiva, em que o indivíduo filtra apenas informações de 
interesse privado. 
b) disfunção midiática, em que o indivíduo perde o controle sobre o seu 
contato com a mídia. 
c) disfunção narcotizante, em que a consciência social do indivíduo 
permanece inalterada. 
d) função narcotizante, cujo objetivo do Estado é manter o indivíduo 
paralisado de maneira a não agir socialmente. 
e) função antimidiática, em que o excesso de informação exclui o 
indivíduo do contato com a mídia. 
 
A questão trata daquele estágio letárgico a que ficam 
submetidos os indivíduos quando expostos a informações em excesso: 
disfunção narcotizante. A consciência do indivíduo fica paralisada, 
portanto, inalterada diante da comunicação em massa. 
O gabarito é a letra C. 
 
O conhecimento da Teoria Funcionalista é de suma 
importância para fazermos nossa prova com segurança, pois é um 
assunto recorrente nos certames. Ao final da aula incluirei mais questões 
para você fixar melhor esse assunto, ok? 
Última teoria [por hoje], aí vamos nós... 
 
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8. TEORIA CRÍTICA 
 
Os teóricos dessa linha, diferente dos que temos estudado até 
agora, são provenientes da Escola de Frankfurt na Alemanha. Assim 
como na Escola de Chicago, trata-se de um grupo de pesquisadores e 
cientistas, mas desta vez são da Universidade de Frankfurt, e sua sede 
era o Instituto para Pesquisas Sociais. 
Os estudos desse grupo têm início com o ensaio-manifesto de 
Max Horkheimer (1937) intitulado “Teoria Tradicional e Teoria Crítica”. 
Horkheimer é um dos grandes expoentes desse grupo de linha militante e 
partidária. Mais à frente ele é substituído por Adorno. 
A doutrina marxista orientava o pensamento crítico e o 
modelo adotado se baseava na união do materialismo marxista com a 
psicanálise, criada por Freud. 
Por terem essa linha marxista de análise, os pesquisadores 
críticos Max Horkheimer e Theodor Adorno entre outros são obrigados a 
fugir da Alemanha para os Estados Unidos. A maioria desses estudiosos é 
de origem judia e encontram-se subjugados pelo nazismo. Eles têm, 
portanto, como meta criar organizações e uma sociedade livres de 
qualquer tipo de dominação. 
Na América os estudiosos observam e criticam o surgimento 
do que os funcionalistas chamam de Cultura de Massa ou Cultura 
Popular. Eles contestam o conceito dizendo que os funcionalistas 
camuflaram o termo para que parecesse ter bases sócias e as origens na 
própria massa. 
A ferramenta filosófica de que fazem uso para entender a 
sociedade é a dialética. Literalmente, dialética quer dizer “caminho das 
ideias” e usa como método a contraposição de ideias para entender a 
construção delas. 
Eles não ficavam satisfeitos em colher dados sociais através 
de pesquisas, consideradas por eles até aquele momento, superficiais. O 
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que esse grupo pretende é uma investigação mais analítica dos 
fenômenos, traçando a relação com as forças sociais que os provocam. 
Para eles, a mudança do status quo só seriapossível se 
entendêssemos a comunidade como um todo. O estudo da sociedade por 
meio da setorização acabaria promovendo a manutenção das normas, e 
não uma mudança. 
A dialética se dá no sentido de entender os fenômenos 
estruturais da sociedade (como a formação do capitalismo e a 
industrialização, por exemplo), fazendo uma crítica à economia política, 
buscando na divisão de classes os elementos para explicar a concepção do 
contexto social (como o desemprego, o terrorismo, o militarismo, etc.) 
Partindo desse pressuposto, as ciências sociais que "reduzem" 
seus estudos à coleta e classificação de dados (como acontece na 
pesquisa norte-americana) não permitiram a si próprias obterem a 
verdade, porque estariam ignorando as intervenções que constantemente 
ocorrem no contexto social. 
As “teorias” (capitalismo, behaviorismo, industrialização e 
qualquer outra) passam a ser lugar de autocrítica em prol do 
esclarecimento e da visualização das ações de dominação social, com o 
objetivo de impedir a reprodução constante desta dominação. 
Os teóricos críticos veem a produção midiática como um 
produto da era capitalista. Eles destrincham a natureza industrial das 
informações contidas em obras de arte como filmes e músicas: seus 
temas, símbolos e formatos. 
Os estudiosos da teoria crítica percebem que o conteúdo das 
obras é obtido por mecanismos de repetição e produção em massa, que 
tornam a arte adequada para produção e consumo em larga escala. Essa 
produção é orientada em função de sua possibilidade de consumo no 
mercado. 
 
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Para a Teoria Crítica, a mídia padroniza a arte e a iguala como a 
qualquer produto industrial. O aspecto essencialmente artístico é perdido, 
o imaginário popular é reduzido a clichês. A esse movimento deu-se o 
nome de Indústria Cultural. 
 
Segundo eles, o indivíduo consome os produtos da mídia de 
forma passiva. A obra "pensa" pelo espectador. Os produtos dessa 
Indústria paralisam a imaginação e a espontaneidade. 
Esses alemães confrontam a tese dos funcionalistas e a ideia 
da Cultura de Massa. Para eles, essa nomenclatura funcionalista é 
tendenciosa ao fazer parecer que a cultura é de fato gerada pela 
população. E para eles o que acontece é que os indivíduos não participam 
da formatação da cultura. 
A teoria crítica fornece um comportamento crítico nos 
confrontos com a ciência e a cultura, apresentando uma proposta política 
de reorganização da sociedade, de modo a superar o que eles chamavam 
de "crise da razão" (nova crítica ao Funcionalismo). 
Pensadores como Adorno (Crítico) e Lazarsfeld (Funcionalista) 
chegaram a desenvolver uma abordagem conjunta, buscando aproximar 
os conceitos do funcionalismo com o da teoria crítica. Entretanto, a 
proposição de indústria cultural e de cultura de massa estavam distantes 
demais. 
A crítica posterior que se fez à essa escola foi quanto à sua 
incapacidade de buscar resoluções viáveis dos problemas que eles 
mesmos apresentaram. 
 
8. CESPE - 2011 - CORREIOS - Analista - Jornalismo 
A teoria crítica oriunda da Escola de Frankfurt é responsável pela criação 
do conceito de indústria cultural. Na concepção dos integrantes dessa 
escola, é inadequado considerar que a massa é capaz de produzir cultura 
como uma prática social. 
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Como vimos, os teóricos críticos realmente não consideram, 
no mundo capitalista, que a massa produza a cultura, ela apenas a 
consome. Os meios de massa são os provedores da cultura e a 
reproduzem de forma sistemática transformando-a em produto. Questão 
CORRETA! 
 
9. CESPE – 2011 – CORREIOS – Analista – Publicidade e 
Propaganda 
A perspectiva pragmática e positivista norte-americana corrobora as 
concepções da teoria crítica. 
 
O pragmatismo foi realmente uma teoria amplamente aceita 
nos Estados Unidos, assim como o positivismo, mas a Teoria Crítica foi 
fundada pela Escola de Frankfurt na Alemanha. Como vimos o 
pragmatismo influenciou a Escola de Chicago. Questão: ERRADA 
 
A Teoria Crítica e suas nuances, principalmente o conceito de 
Indústria Cultural são assuntos bem explorados pelas bancas. Procure tê-
lo bem fixado. 
Um outro grande estudioso da Comunicação, que foi Jürgen 
Habermans, ele tanto foi influenciado como criticou os autores críticos que 
vieram antes dele. 
Em sua primeira grande obra (em 1962), ele tratou sobre a 
esfera pública da burguesia, falando que ela havia sido substituída 
pelos mass media, pela administração tecnocrata e pela despolitização da 
sociedade. 
Mais na frente, Habermans criticou a cientização da política. 
Segundo ele, esse fenômeno permite que, nas sociedades modernas, a 
racionalidade técnica e científica opere como ideologia. 
Habermans apontou três formas de conhecimento científico: 
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• Empírico-analítico: que estaria preocupado com o 
estabelecimento de relações de causa e efeito e com a busca pelo 
controle da natureza. 
• Hermenêutico: que derivaria da necessidade intrínseca do ser 
humano de se comunicar. 
• Crítico e emancipatório: que vai mais além do que os outros dois 
pontos. Colocando a ciência em favor da racionalidade. 
 
Para Habermans, apenas situações ideiais de discurso, onde 
todas as partes se envolvem se forma igualitária (sem restrições ou 
distorções), é que haveria oportunidade para a verdadeira racionalidade. 
Seria necessário o livre diálogo, aberto e sem interrupções, 
[Isso é quase impossível de conseguir, concorda?] para que a ciência 
social crítica se desenvolvesse plenamente em seu caráter emancipatório. 
As ações são coordenadas pela comunicação. A base comum a 
todas as formas de comunidade na humanidade é a racionalidade 
comunicativa, que permite a compreensão coletiva e a resolução de 
conflitos. 
Apenas a Teoria Crítica é capaz de expor as contradições 
econômicas e sociais e as distorções da racionalidade inerentes às 
sociedades capitalistas. A própria crise do capitalismo não trás 
necessariamente o desaparecimento das sociedades capitalistas. 
 
 
 
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9. RESUMO DO CONCURSEIRO 
 
A partir da reconfiguração social promovida após a Revolução Industrial 
percebe-se que a comunicação interfere na organização do trabalho 
coletivo no interior da fábrica e na estruturação dos espaços 
econômicos. 
 
ESTUDOS DAS MASSAS E DAS MULTIDÕES 
 
Massa é a simples justaposição ou reunião de indivíduos de 
diferentes procedências, uma aglutinação; 
Os indivíduos que formam a Massa quase não interagem ou não 
interagem, e, portanto, não se influenciam; 
A Massa é formada de indivíduos iguais (atomizados), é homogênea 
! As diferenças individuais não sãorelevantes, ela nivela a todos; 
Os indivíduos que compõem a Massa não compartilham as próprias 
expectativas; 
Numa Comunidade, ao contrário do que acontece nas Massas, há laços de 
fraternidade quase inexoráveis (similares aos clãs familiares e às 
aldeias...) ! Se analisarmos bem essa questão, podemos afirmar que 
nesse sentido a massa é frágil. 
Símbolos universais representam a cultura dominante ! a Massa está 
exposta a esses símbolos e fica unida por um mesmo conjunto de 
mensagens. 
 
Durante a I Guerra Mundial a propaganda passou a ser usada como 
estratégia de guerra. Percebeu-se que as sociedades industriais não 
têm noção de unidade em tordo de algo que os faça parte de uma 
totalidade, patriotismo. Os governos sentiram a necessidade de criar um 
vínculo entre o cidadão e a pátria. 
 
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A popularização das tecnologias midiáticas e seu uso massivo 
nessas experiências totalitárias na Europa impulsionaram o estudo 
sistemático da Comunicação. Destacamos a ênfase que teve o uso do 
rádio (primeiro veículo de comunicação de massa) no período entre-
guerras pelos governos totalitários. Começa-se, então, a estudar o papel 
e o efeito social desse meio. 
 
O BEHAVIORISMO acredita que o indivíduo pode ser “condicionado” por 
meio de repetição ou ampla exposição a ter uma resposta determinada e 
condicionado a um estímulo específico. Seria o famoso: estímulo-
resposta; investigadas pelo método da ciência de Análise do 
Comportamento. 
 
Quando se viu que a propaganda disseminada pelo rádio foi capaz de unir 
nações inteiras em torno de um ideal comum, passou-se a crer que a 
mídia seria capaz de “conduzir” as pessoas em qualquer direção 
(ideologicamente falando) pelo comunicador (entenda-se 
“comunicador” como o profissional das mass media, o detentor da 
mensagem). 
 
Segundo a Teoria da Agulha Hipodérmica, uma vez absorvida 
individualmente, a mensagem é disseminada indistintamente na massa. 
Sendo o conceito de massa considerado como “um magma indistinto de 
sujeitos atômicos”. 
 
 
 
 
 
 
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Modelo dos Cinco “Q”s/Análise de Conteúdo/Modelo de Laswell 
 
 
 
Segundo a Teoria da Persuasão, o indivíduo tende a se interessar por 
informações que estejam inseridas no seu ambiente sociocultural e 
político, com as quais ele já concorde. O foco passa a ser a mensagem 
e o destinatário. 
 
A palavra chave da Teoria dos Efeitos Limitados é influência. 
Lazarsfeld propõe que o público é capaz de fazer suas próprias escolhas. 
É, no entanto, influenciado por diferentes forças sociais, sendo a 
comunicação uma delas. 
 
Teoria Empírica de Campo e Two Step Flow: 
 
As pessoas que pertençam a um mesmo grupo tendem a possuir 
opiniões parecidas sobre determinados assuntos. 
Primeiro a informação chega a pessoas de destaque e que inspiram 
confiança e através delas chegariam a todo o público. 
No que diz respeito a assuntos diferentes, INFLUENCIADOS e INFLUENTES 
podem trocar de papéis, porque o Líder de Opinião é legitimado pela 
audiência por fazer a ponte entre o meio (detentor da mensagem) e a 
audiência. 
 
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Α/!?.∃!
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∆,/!?.∃!
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ΑΦΓΗΗΙϑ! ∆ΙΚΛΑΜ=Ι! ΦΑΓΙ! ΧΝ=ΓΟΚ∆ΓΧ! ΑΠΑΓΛΙΗ!
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Teoria e exercícios comentados 
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O termo chave da Teoria Funcionalista é função social. A principal 
ideia desenvolvida por esses teóricos é a de Cultura de Massa. Eles 
percebem que a comunicação se baseia numa cultura comum em 
um grupo social para se promover e propagar as suas mensagens. 
 
Ao sofrer a disfunção disfunção narcotizante, a consciência do 
indivíduo, diante de uma exposição exagerada à mensagem, permanece 
inalterada. Ele entraria num estágio de letargia e conformismo que o 
paralisa quanto à ação social. 
 
Funções dos sistemas de comunicação (segundo Laswell): 
 
1. Vigilância; 
2. Coesão; 
3. Transmissão da herançaa social. 
 
Para a Teoria Crítica, a mídia padroniza a arte e a iguala como a 
qualquer produto industrial. O aspecto essencialmente artístico é perdido, 
o imaginário popular é reduzido a clichês. A esse movimento deu-se o 
nome de Indústria Cultural. 
 
É isso, pessoal! Acabamos a primeira parte das teorias da 
comunicação, na próxima aula avançaremos com mais teorias 
“superadas” e veremos outas mais modernas. Vamos agora fazer 
exercício (primeiro estará disponível uma lista de exercícios com o 
gabarito comentado, em seguida, a mesma lista junto com os exercícios 
que respondemos durante a aula, mas sem os comentários). São 30 
questões para fixar, lembrar e aprofundar algumas coisas. Qualquer 
dúvida, nos falamos no fórum. 
Abraço e bons estudos. 
Paolla Marletti 
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Teoria e exercícios comentados 
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10. QUESTÕES COMENTADAS 
 
10. SERPRO – Analista Comunicação Social – 2013 – Cespe. A 
articulação das partes constitutivas da sociedade em face de eventual 
ameaça e a vigilância sobre o meio social são funções que a comunicação 
social desempenha dentro da ótica funcionalista dos estudos em teoria da 
comunicação. 
 
COMENTÁRIOS: Como vimos na aula, a contribuição de Laswell para a 
Teoria Funcionalista da Comunicação foi a de determinar as funções dos 
sistemas de comunicação. Entre eles estão a vigilância para denunciar 
ameaças e coesão para estabelecer respostas ao meio – articulações 
diante da ameaça. ! Do que trata a questão. 
Outra dessas funções, segundo Laswell, é a de transmissão da 
herança social. 
GABARITO: C 
 
 
11. SERPRO – Analista Comunicação Social – 2013 – Cespe. Nos 
estudos em teoria da comunicação, no que diz respeito ao comportamento 
da massa, existe uma relação necessária entre a quantidade de 
informação disponível na mídia, sobre um assunto de interesse geral, e a 
mobilização da sociedade para se engajar com o tema em evidência. 
 
COMENTÁRIOS: A palavra que quebra a questão é “necessária”. Como 
vimos, na Teoria da Persuasão, a memorização seletiva faz com que o 
passar do tempo e do aumento da exposição à mensagem, a possibilidade 
de absorção aumente. 
No entanto, segundo a Teoria Funcionalista, a exposição 
exagerada às informações pode gerar um estágio letárgico, de 
conformismo que não promove o engajamento social, chamado de 
disfunção narcotizante. 
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GABARITO: E 
 
 
12. SERPRO – Analista Comunicação Social – 2013 – Cespe. Para 
denunciar a produção voltada para o consumo massificado e para evitar a 
confusãoentre cultura de massa e arte popular, a Escola de Frankfurt 
cunhou a expressão indústria cultural. 
 
COMENTÁRIOS: Foi exatamente com esse cunho político que os 
estudiosos da Teoria Crítica, portanto da Escola de Frankfurt, resolveram 
denunciar e desenvolveram a expressão Indústria Cultural. 
GABARITO: C 
 
 
13. TRT/PE – Analista Judiciário – 2012 – FCC. Nas sociedades 
capitalistas avançadas, a população é mobilizada a se engajar nas tarefas 
necessárias à manutenção do sistema econômico e social através do 
consumo estético massificado. As tendências à crise sistêmica e deserção 
individual são combatidas, entre outros meios, através da exploração 
mercantil da cultura e dos processos de formação da consciência. Assim 
sendo, acontece, porém que seu conteúdo libertador se vê freado e, ao 
invés do conhecimento emancipador em relação às várias formas de 
dominação, as comunicações se veem acorrentadas à ordem social 
dominante. (Hohlfeldt, Antonio; Martino, Luiz C.; França, Vera Veiga (org): Teorias da 
Comunicação – Conceitos, Escolas e Tendências. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 133) 
 
Nos estudos da Comunicação, o trecho acima explica, o conceito de 
a) organismos sociais. 
b) semiótica. 
c) indústria cultural. 
d) culturalismo. 
e) hibridismo 
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COMENTÁRIOS: Segundos os teóricos críticos a demanda de reprodução 
capitalista tirou das artes, assim da comunicação, fazendo-as perder a 
característica contestadora, libertadora, e passa a ser usada pela camada 
dominante para alienar a sociedade. 
GABARITO: C 
 
 
14. TRT/MT – Analista Judiciário – 2012 – FCC. Segundo Habermas, 
a) a dualidade do estrutural e as propriedades estruturais dos sistemas 
sociais são ao mesmo tempo o meio e o resultado que se organizam de 
maneira recursiva. 
b) ao trabalho etnometodológico cumpre identificar as operações pelas 
quais as pessoas se dão conta e dão conta do que elas próprias são e do 
que fazem no dia-a-dia no contexto das interações. 
 c) todos vivem temporalidades diferenciadas que remetem a outras 
relações com o saber e outras posições nas redes de relações 
intersubjetivas. 
d) o fato social é resultado da atividade dos atores para conferir sentido a 
sua prática cotidiana. O esquema da comunicação substitui o da ação. 
e) a sociologia crítica deve estudar as redes de interação em uso na 
sociedade, constituída por relações comunicativas. 
 
 
COMENTÁRIOS: Essa questão é complexa e profunda, e seu perfil 
bastante atípico nos certames elaborados pelo Cespe. Mas podemos usá-
la para ir um pouco mais além em nossos estudos... 
A alternativa A atribui à Habermas um pensamento que, na 
verdade, é de Giddens. Sua abordagem, usando a etnometodologia, faz 
parte da Sociologia Interpretativa e compreende a “consciência prática” e 
as metodologias de ação. Para ele haveria uma relação interna, uma 
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dualidade, nas estruturas, que permitiriam os sistemas sociais serem 
meio e resultado, ao mesmo tempo. 
Essa alternativa B estaria certa, caso não tratasse de 
Habermas. A etnometodologia é a sociologia das interações sociais. Ela 
busca, por meio de um paradigma interpretativo, entender as 
implicações das estruturas sociais que permeiam a comunicação. 
Na terceira alternativa, o examinador se referia novamente a 
um paradigma interpretativo, pois ele tem como objeto de estudo as 
relações intersubjetivas. Essas relações dizem respeito a experiências 
cotidianas ordinárias, que tornam possível a interação social, a 
comunicação. 
O fato social é um conceito desenvolvido por Harold Garfinkel 
(fundador da etnometodologia). Com essa ideia ele foi de encontro a seu 
professor, Talcot Parsons. Segundo Parsosns o fato social é uma 
imposição social. O indivíduo apenas o aceita. Já Garfinkel entendia que o 
fato social não é estabelecido com tanta antecedência. Ele é gerado pela 
atividade dos indivíduos para conferir sentido à sua prática cotidiana. 
Habermas trás o conceito para o campo da Sociologia da Ação 
e incrementa esse pensamento ao sugerir que a ação e a interação só 
podem ser analisadas se associadas a uma complexa trama de trocas 
simbólicas e contextos linguísticos. A comunicação seria fruto do modelo 
interativo da esfera pública. 
Habermas postula que só o “sujeito consciente pode ser livre” 
e ele só é consciente através da racionalidade comunicativa. A consciência 
é fundamental para a emancipação. Para ele é função da sociologia crítica 
estudar as redes de interação em uma sociedade constituída por relações 
comunicativas. Deveria haver um debate crítico. 
GABARITO: E 
 
 
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15. CAPES – Comunicação Social (Bacharelado) – 2008 – 
CESGRANRIO. A teoria crítica da comunicação tem por base os princípios 
formulados pelo pensamento 
 a) capitalista. 
 b) marxista. 
 c) cibernético. 
 d) funcionalista. 
 e) darwinista. 
 
COMENTÁRIOS: A Teoria Crítica foi formulada por pesquisadores, em 
maioria, judeus alemães, que buscavam atacar o totalitarismo nazista e 
fascista e o formato e valores da sociedade capitalista. Para isso, a base 
do pensamento desse pessoal era marxista. 
GABARITO: B 
 
 
16. DETRAN/PE – Jornalista – 2010 – FUNCAB. No campo das 
Teorias da Comunicação, a metáfora sobre o "Modelo de Agulha 
Hipodérmica" defendida por Katz e Lazarsfeld sobre os efeitos dos "media" 
no público de massa, se aplica à noção de que a audiência dos meios de 
comunicação de massa age sobre esse público de modo que: 
 
a) os "media" injetam seu conteúdo em toda a sociedade de forma 
heterogênea. 
b) os "media" injetam o conteúdo no cidadão e esse o injeta nos membros 
da sociedade. 
c) os "media" injetam seus conteúdos em cada membro da audiência. 
d) existe uma troca de informação entre os "media" e a audiência. 
e) os "media" injetam conteúdo crítico da audiência em sua programação. 
 
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COMENTÁRIOS: Na letra A, heterogênea é a palavra que quebra a 
alternativa. A letra B se encaixa mais na ideia do Two Step Flow do que 
da Agulha Hipodérmica. 
Nem existe “troca” de informação. O fluxo de informações era 
considerado apenas do meio para a massa. A letra D está, portanto, 
errada. Esse fluxo também não contém conteúdo crítico, letra E: ERRADA. 
Você pode ficar um pouco confuso pois a letra C fala que o 
conteúdo é injetado em cada membro da audiência. Para ter certeza 
nessa resposta, você precisa resgatar o conceito de “Massa” nessa teoria. 
Para eles, massa é: “um magma indistinto de sujeitos atômicos”. A massa 
é indissolúvel, mas é constituída por partes (cada indivíduo) e por isso o 
que atinge a massa, atinge

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