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Aula 01 Comunicação Social p/ Analista CNMP (Comunicação Social) Professores: Paulo Guimarães, Paolla Marletti 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1!()!21! AULA 01: Teorias da Comunicação I SUMÁRIO PÁGINA 1. Introdução 1 2. A História da Comunicação 3 3. A Escola de Chicago 9 4. Mass Communication Research 12 5. Teoria da Persuasão 16 6. Teoria dos Efeitos Limitados 20 7. Teoria Funcionalista 21 8. Teoria Crítica 30 9. Resumo do Concurseiro 35 10. Questões Comentadas 39 11. Questões sem comentários 52 1. INTRODUÇÃO Hoje daremos início ao estudo das Teorias da Comunicação. Podemos dizer que esse assunto é um dos “queridinhos” dos concurso que exigem a Comunicação. Esse é um dos assuntos de comunicação favoritos das bancas. Por isso, teremos bastante questões nesta aula e na próxima para treinarmos o conteúdo desde já, ok? Comecemos com alguns conceitos gerais... Teoria é um conjunto de regras ou leis, mais ou menos sistematizados, aplicado a uma área específica. Os “nossos” estudiosos procuraram definir o funcionamento e os efeitos do fenômeno da Comunicação Social em seus aspectos tecnológicos, sociais, econômicos, políticos e cognitivos. Todas as teorias se desenvolvem na tentativa de explicar como os meios de comunicação influenciam ou o porquê de sua influência 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!3!()!21! no comportamento das pessoas. Esse conhecimento é importante, não só porque é amplamente cobrado pelos concursos, mas também porque nos ajuda a entender a influência da mídia na sociedade. Não “estranhe” se nessas aulas sobre as Teorias da Comunicação (esta e a próxima) você sentir um subjetivismo maior do que em outras aulas... É assim mesmo. Apesar de esse assunto ser abordado de forma objetiva nas provas, para entender cada linha de pensamento, teremos que discorrer sobre cenários históricos, teorias de outras matérias e abstrair algumas ideias. É diferente da abordagem de outras aulas. O estudo da Comunicação nas organizações, por exemplo, é mais objetivo, direto e prático. Também é importante dizer que é difícil orientar nossos estudos sobre uma linha contínua do tempo. Os estudos se desenvolveram em locais diferentes e sob óticas diversas, ao mesmo tempo. Uma teoria se sobrepõe à outra, sendo difícil traçar um cronograma linear dos acontecimentos. O que você precisa entender mesmo é: em que contexto cada uma delas se desenvolveu. Uma teoria foi superando a outra (ou, pelo menos, tentou!). De acordo com o contexto histórico e os recursos da época, elas se apropriaram da influência dos meios de comunicação de massa no comportamento coletivo, principalmente na esfera política. 2. A HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO Para conseguirmos detalhar cada teoria, vamos entender a COMUNICAÇÃO. A comunicação surgiu com a primeira comunidade humana. Comunicar é um ato intrínseco ao ser humano. Antes mesmo de adquirir a fala, o homem pré-histórico já se comunicava por signos não verbais, (gestos e desenhos). No entanto, foi com os relatos orais que a coisa ficou mais intensa e eficaz. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4!()!21! Sendo assim, Felipe Pena em seu livro sobre as Teorias da Comunicação destaca os relatos orais como a primeira grande mídia da humanidade. Quando o homem fala, fatores sinestésicos acontecem tanto na emissão quanto na recepção. Ao ouvir alguém em uma praça pública, por exemplo, não estamos só usando a audição. Estamos vendo seus gestos, usando o tato para procurar um apoio, sentir o vento, sentindo cheiros... Todos esses componentes influenciam a mensagem. Pena (2012) postula que “o homem se comunica para aliviar a dor e o temor da própria ignorância.” O homem teria medo do desconhecido. Sua obsessão por dominar a natureza, ter previsões seguras que o afastem do desconhecido, fez com que a humanidade “inventasse” a ciência e determinasse leis que dessem “estabilidade” aos fenômenos naturais. A comunicação entra, então, em cena, aliviando essa angústia do desconhecimento. Com a disseminação de informações sobre o outro e sobre o mundo, o homem acredita que pode administrar sua vida de forma mais estável e coerente, sentindo-se um pouco mais seguro para enfrentar o cotidiano de seu meio ambiente. É por meio da comunicação que as sociedades constroem as representações sobre si próprias. A própria dinâmica da vida em sociedade depende do exercício constante do ato comunicativo. Foi começando a ver o tamanho dessa importância que os sociólogos, psicólogos, historiadores, administradores e vários outros “ólogos” e “ores” tentaram entender e sistematizar esses processos. Para José Marques de Melo, decano dos professores de comunicação no Brasil, a teoria da comunicação “compreende o estudo científico dos elementos que integram o processo comunicativo.” Para o professor, a pesquisa em comunicação remonta à Antiguidade grega, mais especificamente ao século III. As teorias teriam passado, desde então, por quatro fases na evolução histórica: 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5!()!21! I. Fase dos Sofistas: na Grécia antiga, os sofistas focaram na comunicação interpessoal na perspectiva de persuasão dirigida às massas, em recintos sociais ou em praças públicas. Caracterizando os estudos sobre a retórica. II. Fase dos Enciclopedistas: Os franceses do século XVIII aprofundaram discussões sobre linguística e educação e iniciaram o estudo da comunicação coletiva, apesar de restringi-la às mensagens de natureza literária. III. Fase dos Filósofos Sociais: Fase iniciada a partir do século XIX e que se caracteriza por uma série de estudos sobre os meios de comunicação coletiva e seus efeitos. IV. Fase dos Cientistas Sociais: Enquanto nos períodos anteriores os estudos sobre os fenômenos de comunicação realizavam-se em moldes especulativos, sem metodologia rígida, a partir de 1930 passam a utilizar instrumentos matemáticos e estatísticos, incorporando a técnica da observação desenvolvida pelas ciências sociais. Atualmente, estaríamos entrando na quinta fase, a Fase da Pesquisa Integrada, em que o trabalho isolado de alguns especialistas está sendo substituído pelo trabalho conjunto de equipes multidimensionais, reunindo cientistas da comunicação e das outras áreas do conhecimento. No desenrolar dessa história, temos vários modelos sendo desenvolvidos em vários locais (como já falamos). A fim de focar nas provas de concurso público, precisaremos selecionar e priorizar algumas – seria impossível exaurir em nosso curso todas as teorias e modelos. Para ver outras teorias e aprofundar o assunto sugiro o livro 1000 Perguntas Sobre Teoria da Comunicação, organizado por Felipe Pena [mas cuidado com esse aprofundamento, ok? Nãová cavando tanto, pois nem é necessário e temos pouco tempo e muitos outros assuntos para fixar e aprender até a prova ;) ]. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!6!()!21! Agora um pouco mais de contexto histórico antes de estudar a primeira teoria relevante para concursos... Um marco interessante na racionalização dos estudos de comunicação foi a Revolução Industrial e os fenômenos que ela acarretou: especialização e divisão do trabalho, o liberalismo, o trabalho industrial dentro das fábricas, evolução tecnológica e o êxodo rural. As comunidades urbanas passaram a ser mais significativas (socialmente e economicamente) do que as rurais para a construção dos significados compartilhados pelos indivíduos. Foi a partir desse momento (meados do século XVIII), com essa nova configuração social que surge a preocupação com a gestão das multidões humanas e o estudo da sociologia passa a adotar a perspectiva da sociedade como ORGANISMO, ou seja, conjunto de órgãos em que cada um tem uma função determinada. A partir da reconfiguração social promovida após a Revolução Industrial percebe-se que a comunicação interfere na organização do trabalho coletivo no interior da fábrica e na estruturação dos espaços econômicos. Nas duas últimas décadas do século XIX apresenta-se a problemática da sociedade de massa e, por consequência, dos meios de difusão de massa. Para fazer melhor uso da Comunicação nessa nova sociedade e dar um direcionamento a esse processo, surge a necessidade de criar dispositivos de controle estatístico dos fluxos. A psicologia das multidões de Gustave Le Bon ganha espaço em meio a debates sobre a natureza política de uma opinião pública liberada das coerções à liberdade de imprensa e reunião. Surge uma visão manipulatória da sociedade, extrapolando a psicologia 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!2!()!21! individual. Segundo essa ideia, toda multidão tem os CONDUTORES que sugerem ideias e acabam levando os CONDUZIDOS. Ortega e Gasset, em A Rebelião das Massas, unem-se a Le Bon e abordam algumas questões sobre os ESTUDOS DAS MASSAS E DAS MULTIDÕES, que devem ser salientadas para nós: Massa é a simples justaposição ou reunião de indivíduos de diferentes procedências, uma aglutinação; Os indivíduos que formam a Massa quase não interagem ou não interagem entre si, e, portanto, não se influenciam; A Massa é formada de indivíduos iguais (atomizados), é homogênea ! As diferenças individuais não são relevantes, ela nivela a todos; Os indivíduos que compõem a Massa não compartilham as próprias expectativas; Numa Comunidade, ao contrário do que acontece nas Massas, há laços de fraternidade quase inexoráveis (similares aos clãs familiares e às aldeias...) ! Se analisarmos bem essa questão, podemos afirmar que nesse sentido a massa é frágil. Símbolos universais representam a cultura dominante ! a Massa está exposta a esses símbolos e fica unida por um mesmo conjunto de mensagens. A partir da segunda metade do século XX, também ganha espaço os estudos do magistrado Gabriel Tarde que afirma ter acabado a Era das Massas dando espaço à Era dos Públicos. Para os estudiosos dessa linha teórica, a “massa” surge por meio de contato psíquico, quase como um contágio, em que uma ideia é sugerida e automaticamente (sem pensar muito) obtém ampla adesão. Já quando tratamos de públicos, a coisa fica mais física, pois, para Tarde, os públicos (diferentemente das massas) progridem com a sociabilidade. Como sociólogo, Tarde observou que o desenvolvimento da imprensa amplia o universo do público e que essa expansão seria 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!7!()!21! impossível sem a coexistência de três grandes invenções: a tipografia, o telégrafo e o caminho de ferro (trilhos). Para ele, as multidões ou massas ultrapassadas estão condenadas a serem substituídas pelos públicos, na medida em que não promovem a ação discursiva. Valoriza-se assim, o público que se situa num estágio evolutivo superior. É nesse contexto (consciência de massa X consciência de público) que ocorrem análises sobre o efeito das comunicações na I Guerra Mundial. Os governos e envolvidos perceberam o poder da comunicação como ferramenta e procuraram entendê-la para manipulá-la melhor. Durante a I Guerra Mundial a propaganda passou a ser usada como estratégia de guerra. Percebeu-se que as sociedades industriais não têm noção de unidade em torno de algo que os faça parte de uma totalidade, patriotismo. Os governos sentiram a necessidade de criar um vínculo entre o cidadão e a pátria. Era preciso que os governos totalitários, para obterem adesão popular, instigassem o ódio contra o inimigo e injetassem ânimo para que a população sobrepujasse as privações proveniente da guerra. Começou- se a perceber que a propaganda (num sentido menos mercadológico e mais ideológico de “propagação da ideia”), pelos meios de massa, cumpria esse papel “agregador”. A popularização das tecnologias midiáticas e seu uso massivo nessas experiências totalitárias na Europa impulsionaram o estudo sistemático da Comunicação. Destacamos a ênfase que teve o uso do rádio (primeiro veículo de comunicação de massa) no período entre- guerras pelos governos totalitários. Começa-se, então, a estudar o papel e o efeito social desse meio. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!8!()!21! Muitos cientistas foram contratados pelos exércitos, principalmente o americano, como parte da preparação para a II Guerra Mundial. Carl Hovland é um bom exemplo dessas contratações (falaremos dele mais adiante). Durante as décadas de 1920 e 1930, esses estudos começaram a ocupar a mente de um grupo norte-americano de estudiosos, denominados de a ESCOLA DE CHICAGO. Sob a ótica pragmatista, esses pensadores já vinham estudando as dinâmicas sociais e perceberam a comunicação como poderosa ferramenta na construção desse conhecimento. Na década seguinte (1940), uma outra vertente, denominada MASS COMUNICATION RESEARCH, decide aprofundar-se numa pesquisa voltada para os meios de comunicação de massa baseada no paradigma behaviorista. O BEHAVIORISMO acredita que o indivíduo pode ser “condicionado” por meio de repetição ou ampla exposição a ter uma resposta determinada e condicionado a um estímulo específico. Isso seria o famoso: estímulo- resposta; investigados pelo ciência de Análise do Comportamento. Vamos entender melhor como esses estudiosos procederam e a que conclusões chegaram. 3. A ESCOLA DE CHICAGO O início da construção desse grupo da comunicação remonta à década de 1910, quando professores e pesquisadores da Universidade de Chicago (nos Estados Unidos) decidiram aprofundar seus estudos em sociologia urbana, respaldadosem bases empíricas. A supremacia desse grupo, que ficou conhecido como a Escola de Chicago, durou até as vésperas da Segunda Guerra Mundial. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!9!()!21! Essa linha da sociologia enxerga a cidade como um laboratório social. É a partir daí que Robert Ezra Park procura entender a função assimiladora dos jornais. Park e seu colega E. W. Burgess identificam sua problemática num conceito desenvolvido por Ernest Haeckel em 1859: a ecologia humana. Esse biólogo alemão a define como a ciência das relações do organismo com o ambiente, compreendendo todas as condições de existência. Park e Burgess apresentam seu programa como uma tentativa de sistematizar o esquema teórico da ecologia vegetal e animal traçando um paralelo com o estudo das comunidades humanas. Eles avaliam as relações que promovem ou não o equilíbrio social. A linha de pensamento desses estudiosos está em sintonia com a vertente americana do pragmatismo e baseia-se na metodologia etnográfica (estudo dos bairros, observação ativa e análise das histórias de vida) para estudar as interações sociais. Um dos principais expoentes do pragmatismo, que assumiu relevância para a Escola de Chicago, é George Mead, o qual baseou sua Teoria Comunicacional na psicologia social. Ele falava que a formação da mente só acontece quando o indivíduo consegue refletir sobre si mesmo, quando passamos a ser o objetos de nossa própria reflexão. Ele se aprofunda na relação entre o indivíduo e a sociedade. O pragmatismo influenciou, especialmente, Charles Horton Cooley. Ele analisa a tensão sociedade-indivíduo para avaliar os efeitos da nova “ordem moral”, que foi gerada pelas concentrações urbanas e industriais, e os novos “meios de organização”, que são dispositivos da Comunicação. A ordem social não se manteria sem que os indivíduos fossem capazes de interpretar o ambiente em que vivem, para que pudessem responder de forma prática (pragmática) aos estímulos que recebem em suas interações. Esses pensadores falam que, se há comunicação, é em razão das diversidades individuais, mas essas são submetidas a forças 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1:!()!21! sociais que tentam homogeneizar essas características. Observamos a importância que esses teóricos dão para o estudo da Comunicação. Eles dizem que para entender a sociedade é preciso estudar os processos de interação entre os seres humanos. Vejamos como esse assunto já foi cobrado em concursos... 1. FCC - 2011 - TRT/MT - Analista Judiciário – Jornalista Mead e Park, entre outros, desenvolveram a tese de que a sociedade não pode ser estudada fora dos processos de interação entre as pessoas, é constituída simbolicamente pela comunicação. A vida social não se mantém por conta de nenhuma dinâmica interna ou requisito sistêmico, mas sim pelo fato dos seres humanos serem capazes de interpretar seu contexto vital e responder praticamente aos estímulos de que são destinatários. (As teorias da Comunicação, Rüdiger, Francisco. 1.ed. 2010) Essa tese foi desenvolvida a) pela Escola de Chicago. b) por Lasswel e Dovifat com paradigmas funcionalistas. c) pela Escola de Frankfurt. d) por Bakhtin e Schaff com paradigas materialistas. e) pela Escola de Toronto. O gabarito para essa questão é a letra A. Trataremos dos assuntos relevantes das outras alternativas mais à frente... O que você precisa registrar dessa questão é o entendimento teórico que a banca requereu. No entanto, observe que, sabendo os principais autores, você conseguiria responder a questão sem grandes dificuldades. Vamos às teorias! 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!11!()!21! 4. MASS COMMUNICATION RESEARCH Também conhecida como TEORIA HIPODÉRMICA ou TEORIA DA AGULHA HIPODÉRMICA, TEORIA DOS EFEITOS ILIMITADOS, TEORIA DA BALA MÁGICA. Essa foi uma vertente dos pesquisadores da Escola de Chicago que, durante o período entre-guerras (1920-1930), aprofundou o estudo dos efeitos dos mass media (meios de comunicação em massa). Esses estudiosos se apropriaram dos conceitos de massa e do paradigma behaviorista para entender esses efeitos. Podemos dizer que foi uma linha de pesquisa que irrompeu em meio ao paradigma científico e empirista do período entre-guerras. Quando se viu que a propaganda disseminada pelo rádio (uma mídia de massa) foi capaz de unir nações inteiras em torno de um ideal comum, passou-se a crer que a mídia seria capaz de “conduzir” as pessoas em qualquer direção (ideologicamente falando) pelo comunicador (entenda-se “comunicador” como o profissional das mass media, o detentor da mensagem). Já conseguimos ver como o behaviorismo se encaixa nesses estudos: o indivíduo responde automaticamente a um estímulo midiático. Eis a ideia da Bala Mágica: a propaganda, como uma bala de arma de fogo, atinge a todos, magicamente, de forma igual. [Lembrem-se que eles discutiam ideias bastante belicosas!] Perceba o que fala Wright Mills sobre esses estudos: “cada elemento do público é pessoal e diretamente atingido pela mensagem” e “cada indivíduo é um átomo isolado que reage isoladamente às ordens e às sugestões dos meios.” O indivíduo ficaria perdido na massa e suas 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!13!()!21! únicas referencias simbólicas são as mensagens dos meios de comunicação. Para eles, só isso uniria a massa! Segundo as premissas behavioristas, a mensagem midiática (estímulo) penetra a mente do indivíduo sem resistência. Daí colheu-se a ideia da Agulha Hipodérmica. Que é uma agulha [agulha mesmo, da medicina] que penetra a camada cutânea mais facilmente do que outras. Existe, então, uma preocupação em definir como se dá a manipulação das massas. Segundo a Teoria da Agulha Hipodérmica, uma vez absorvida individualmente, a mensagem é disseminada indistintamente na massa. Sendo o conceito de massa considerado como “um magma indistinto de sujeitos atômicos”. Essa ideia favorece a pesquisa em torno de cálculos estatísticos e técnicas de mensuração de efeitos da comunicação utilizados por institutos de pesquisa de mercado e agências de publicidade até hoje. Um grande destaque dessas pesquisas foi o cientista político norte-americano Harold Dwight Lasswell. Veja como ele trata a propaganda: “um instrumento mais novo e sutil tem de caldear milhares e até milhões de seres humanos em uma massa amalgamada de ódio, vontade e esperança. (...) O nome desse novo malho e bigorna de solidariedade social é propaganda.” Apesar de ter contribuído para a construção da Teoria Hipodérmica, Laswell começou a perceber falhas em sua concepção, e acabou sendo um dos responsáveis pela superação dessa corrente. As correntes sociológicas vigentesna época postulavam que a natureza humana era relativamente uniforme e a teoria da Bala Mágica 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!14!()!21! está de acordo com esse pensamento. No entanto, não demorou muito para que fossem notadas brechas nesse entendimento. As críticas a essa teoria eram basicamente sobre seu teor extremamente simplista, pois não considera o papel das diferentes ordens sociais. A comunicação, segundo esse grupo, não procura entender os grupos de identificação. 4.1. Modelo de Lasswell Munido dos conceitos hipodérmicos e procurando reparar suas falhas, Lasswell montou seu próprio modelo para explicar como se dá o fluxo comunicacional, também conhecido como Análise de Conteúdo. O que Lasswell percebeu é que cada mensagem produz sensações diferentes. Ele procura entender esse fluxo respondendo as seguintes perguntas: Esse modelo ficou conhecido como o Modelo dos Cinco “Q”s. Pelas conclusões de Laswell, a mídia afeta o público com seu conteúdo e suas reações dependem de identificação desse com a mensagem, seus anseios e expectativas. Ele começa a usar o conceito de público, que, como vimos antes, é essencialmente diferente do de massa. Esse modelo acabou organizando o conhecimento gerado pelo Mass Communication Research, ao postular que cada variável define um setor de pesquisa. Respectivamente: ;.∃/<! =∗>!,! ?.≅<!! Α/!?.∃! +(−(Β<! Χ!?.∃/<! ∆,/!?.∃! ∃Ε∃∗&,<! ;.∃/<! =∗>!,! ?.≅<!! Α/!?.∃! +(−(Β<! Χ!?.∃/<! ∆,/!?.∃! ∃Ε∃∗&,<! ΑΦΓΗΗΙϑ! ∆ΙΚΛΑΜ=Ι! ΦΑΓΙ! ΧΝ=ΓΟΚ∆ΓΧ! ΑΠΑΓΛΙΗ! 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!15!()!21! Desse modo, o receptor deixa de ser um sujeito abstrato (sujeito atômico, como é tratado anteriormente) e passa a ser também objeto de análise. Vamos ver como as bancas têm cobrado esse assunto: 2. FCC - 2007 - MPU - Analista de Documentação - Comunicação Social. "Quem?, Diz o quê?, Em que canal?, Para quem?, Com que efeito?". Trata-se de um modelo comunicativo muito conhecido, sendo um dos primeiros esquemas apresentados nos estudos das teorias da comunicação. Pode ser definido como: a) Teoria Matemática da Comunicação. b) Modelo de Paul Lazarsfeld. c) Modelo de Lasswell. d) Modelo Shannon e Weaver. e) Teoria de Marcuse e Horkheimer. Essa questão é considerada fácil. Não deixa dúvidas de que é o Modelo de Lasswell (letra C). Essa facilidade toda, não é tão comum em concursos... A banca pode jogar com a ordem do relacionamento entre as linhas de pesquisa e as variáveis, colocar nomes alternativos para eles. Portanto, atenção! Esse é um assunto fácil e você não pode perder questões! Voltemos às nossas teorias... Ao criar seu modelo, Laswell observou que a Teoria Hipodérmica ignorava o contexto em que ocorria o processo da comunicação. Podemos dizer também que, ao romper com o modelo behaviorista, Laswell se insere na corrente Funcionalista dos estudos da comunicação. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!16!()!21! Veremos mais à frente com detalhes os estudos dessa vertente, mas, resumidamente, podemos dizer que eles procuram definir a problemática do mass media a partir do ponto de vista do funcionamento da sociedade. Ela aponta a função social da comunicação na sociedade. Pronto! A partir das análises do conteúdo e dos efeitos, outras teorias foram criadas. Vamos estudá-las a seguir... 5. TEORIA DA PERSUASÃO Também conhecida como TEORIA EMPÍRICO- EXPERIMENTAL. Cronologicamente, ela acontece em paralelo com a próxima teoria que estudaremos a TEORIA EMPÍRICA DE CAMPO. Ela se dá a partir do real advento da II Guerra Mundial e perdura até o pós-Guerra, durante a Guerra Fria. Lasswell ainda contribuiu para o desenvolvimento dessa corrente, assim como Carl Hovland. [Lembre-se que é difícil encaixar os estudos das teorias de forma linear numa linha do tempo... Pois elas se sobrepõem em tempo e seus autores, tentando entender essa matérias, acabam trabalhando em diferentes linhas, às vezes ao mesmo tempo.] Segundo a Teoria da Persuasão, o indivíduo tende a se interessar por informações que estejam inseridas no seu ambiente sociocultural e político, com as quais ele já concorde. O foco passa a ser a mensagem e o destinatário. O conceito de público passa a ser ainda melhor trabalhado, pois a massa é dividida em grupos de interesse e não em indivíduos isolados. A mensagem deve ser adequada para diferentes grupos. Para esses teóricos, o êxito dos meios está na persuasão, 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!12!()!21! que por sua vez está ligada à eficácia dos meios, a qual está ligada à análise dos destinatários e do perfil da audiência. Eles trabalham no entendimento de que é possível obter efeitos relevantes se as mensagens forem adequadamente estruturadas. Para persuadir, o comunicador deve levar em consideração os fatores pessoais ativados pelo destinatário ao interpretar a mensagem. A mensagem, por outro lado, é dotada de características particulares de estímulo, que interagem de maneira diferente de acordo com os traços específicos da personalidade do destinatário. Em comum com a Teoria Hipodérmica, a ABORDAGEM DA PERSUASÃO (como também é conhecida esta teoria) estabelece uma estrutura lógica, até certo ponto mecanicista, baseada no behaviorismo. No entanto, distancia-se do antigo paradigma ao definir filtros psicológicos individuais no processo de comunicar. Ocorre nessa abordagem uma revisão do processo comunicativo. Percebe-se, então, que o processo de “causa ! efeito” passa a ser intermediado pelos processos psicológicos intervenientes relativos à audiência e à mensagem. Esses processos intervenientes foram apontados por Hyman e Sheatsley, ao tentarem entender porque as campanhas de informações podem falhar. Os fatores que intervêm no sistema “estímulo-resposta”, segundo essa teoria, podem ser divididos em dois grandes grupos “audiência” e “mensagem”. Sendo assim dizemos que os fatores que estão ligados à AUDIÊNCIA são: Interesse em obter a informação Indivíduos que já foram expostos ao assunto terão maior interesse por ela e, por consequência, demonstrarão maior motivação para aprofundar-se sobre ele. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!17!()!21! Exposição seletiva Os receptores tendem expor a si mesmos às informações que estão em conformidade com as suas atitudes, mas tendem a evitar conteúdos que não correspondem às suas predisposições. Percepção seletiva O processo perceptivo envolve tambéma interpretação dos estímulos. Os receptores tendem a alterar os significados das mensagens para adequá-los aos aspectos de seu entendimento. Decodificação aberrante é o fenômeno quando um membro da audiência se furta a penetrar no assunto alegando que “não compreende”, ou quando ele aceita apenas parcialmente a mensagem. Memorização seletiva A audiência tende a memoriza mais os argumentos com os quais concorda, mas com o passar do tempo e do aumento da exposição à mensagem, essa possibilidade aumenta. Enquanto, os fatores ligados à MENSAGEM (tenha em mente que uma mensagem é formada por argumentos) são: Credibilidade do comunicador – Credibilidade da fonte. Mensagens com os mesmos argumentos, mas provenientes de fontes opostas são absorvidas de modo diferente. Esta influência é percebida na interpretação imediata, muito mais do que de longo prazo. Integralidade da argumentação. Explicitação das conclusões. Ordem da argumentação – Uma argumentação tem sempre implícitos aspectos positivos e negativos. Então se levanta a questão sobre quais devem aparecer primeiro e quais devem ser deixados para o final... 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!18!()!21! Sobre essa última ideia, da ordem da argumentação, foram definidos efeitos de acordo com a posição dos argumentos. São eles: ! Efeito Primacy – Em que se coloca o argumento de maior ênfase no começo. ! Efeito Recency – Coloca-se o argumento de maior ênfase no final. 3. UFPR - 2010 - UFPR - Jornalista Considere se fatores abaixo constituem características psicológicas da audiência, segundo os parâmetros da teoria empírico-experimental, identificando-os como verdadeiros (V) ou falsos (F). ( ) O interesse em obter informações. ( ) A exposição seletiva. ( ) A exposição casual aos meios de massa. ( ) A interpretação seletiva e memorização também seletiva. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) F - V - V - F. b) V - F - V - F. c) F - F - F - V. d) V - V - F - V. e) F - V - F - V. Vimos que, segundo os estudiosos da Teoria da Persuasão, a única premissa que não caracteriza a audiência é a 3a. Por “exposição casual” entendemos que não seria necessária uma insistência do meio para divulgar a mensagem. Aprendemos, no entanto, que a memorização seletiva pode abrir brechas para a penetração de uma mensagem exposta muitas vezes. A alternativa correta é a letra D. De todas as teorias, essa é uma que é pouco abordada nos 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!19!()!21! certames. Mas não podemos deixar de tê-la em mente, até para entender melhor o processo de construção moderno da comunicação. 6. TEORIA DOS EFEITOS LIMITADOS Também conhecida como TEORIA EMPÍRICA DE CAMPO. A nomenclatura “Efeitos Limitados” serviu para contradizer a Teoria Hipodérmica, que também era conhecida por Teoria dos Efeitos Ilimitados. Nesse sentido, ambas teorias tratam do poder da mídia: uma o define como limitado e a outra, antagonicamente, como ilimitado. Como falei anteriormente, o período histórico em que esta teoria surgiu é o mesmo da Teoria da Persuasão (Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria). Segundo essa escola, a mídia cumpre um papel limitado no jogo de influência das relações numa comunidade. O mass media seria apenas mais um instrumento de persuasão, pois é apenas uma parte do todo na vida social. Outras forças sociais que integram esse todo seriam as esferas da igreja, política, da escola, familiar, entre outras. Em relação à Teoria da Persuasão, a Teoria dos Efeitos Limitados também abandona a relação direta de causa e efeito entre a mensagem e o comportamento do indivíduo e enfatiza a influência mais geral das relações sociais. Também entende que a eficácia do mass media passa pelos filtros individuais, porém, esses filtros teriam teor muito mais sociológico do que psicológico. [Eis a diferença básica de sua “irmã” a Teoria da Persuasão]. Esse grupo estudou em duas frentes: • Primeira corrente: estudou a composição diferenciada dos públicos e dos seus modelos de consumo da comunicação de massa. • Segunda corrente: pesquisou sobre a mediação social que caracteriza o consumo. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!3:!()!21! A palavra chave da Teoria dos Efeitos Limitados é influência. Lazarsfeld propõe que o público é capaz de fazer suas próprias escolhas. É, no entanto, influenciado por diferentes forças sociais, sendo a comunicação uma delas. Um grande norteador nos estudos sobre consumo dos mass media [entenda que “consumir um meio” é absorver as ideias difundidas por ele] foi Paul Lazarfeld. Para ele, esse consumo se dá de acordo com as características de cada público. Segundo esse estudioso, existem três processos diferentes para se saber o que um programa significa para o público. São eles: 1. Análise de conteúdo [de novo!]; 2. Características dos ouvintes; 3. Estudos sobre as satisfações. No processo comunicacional existe uma relação indireta de influência e formação de opinião. Muitos fatores (forças sociais) interferem nesse sentido. O resultado da eficácia desse processo não pode ser atribuído a indivíduos isoladamente, mas à rede de interações que une a comunidade. Através dessas análises, Lazarsfeld concluiu que o meio seleciona o público e só depois exerce a influência sobre ele. A esses movimentos ele chamou respectivamente de Efeito Pré-Seletivo e Efeito Posterior. 6.1. Two Step Flow. Lazarsfeld, Berelson e Gaudet percebem uma comunicação em dois níveis, duas etapas, em que o foco inicial é promover a adesão de Líderes de Opinião, também chamados de Formadores de opinião. Esses seriam pessoas de destaque na comunidade, que contribuem diretamente na construção da opinião pública. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!31!()!21! Você consegue perceber a ênfase na rede de relacionamento pré-existente na comunidade? Os formadores de opinião, uma vez captados pela ideia, passam a influenciar o público. A eficácia da notícia/informação e seus efeitos dependem da credibilidade do comunicador que tem o poder de sensibilizar os seus receptores distribuídos em pequenos grupos. Sobre a dinâmica dos formadores de opinião, Lazarsfeld vislumbrou três efeitos: • Efeito de ativação: Transforma tendências potenciais em opiniões efetivas. • Efeito reforço: preserva as decisões já tomadas, evitando mudanças de atitude. • Efeito de conversão: uma nova opinião “do zero”. Esse efeito tem o poder mais limitado, já que as pessoas mais expostas e atentas (portanto, mais propícias a aderirem a uma ideia) já têm opiniões formadas. E podemos dizer ainda que os indivíduos que são mais indecisos, estão menosexpostos, portanto, menos dispostos a aderirem a uma nova ideia. Podemos traçar algumas premissas sobre a Teoria Empírica de Campo e do Two Step Flow: As pessoas que pertençam a um mesmo grupo tendem a possuir opiniões parecidas sobre determinados assuntos. Primeiro a informação chega a pessoas de destaque e que inspiram confiança e através delas chegariam a todo o público. No que diz respeito a assuntos diferentes, INFLUENCIADOS e INFLUENTES podem trocar de papéis, porque o Líder de Opinião é legitimado pela audiência por fazer a ponte entre o meio (detentor da mensagem) e a audiência. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!33!()!21! No que diz respeito à presença desse assunto nos concursos públicos, podemos dizer que o Two Step Flow tem uma representação significativa. Observe as seguintes questões: 4. CESPE - 2011 - CORREIOS - Analista - Relações Públicas Ante o vertiginoso crescimento de redes sociais, a hipótese do two-step flow (fluxo da comunicação em dois passos) tornou-se irrelevante na atualidade. Basta-nos juntar um pouco de conhecimento sobre a comunicação digital, sua análise crítica e o que já estudamos sobre essa hipótese para resolver essa questão. Será que hoje em dia, com as redes sociais, os Líderes de Opinião perderam espaço no processo comunicacional? É claro que não! As redes sociais trabalham em prol desse movimento, ajudando a identificação desses personagens de destaque na sociedade e ainda dá a um ambiente maior (virtual) de interação e influência, sendo cada vez mais crucial para a eficácia da comunicação. O gabarito é, portanto, ERRADO! 5. CESPE - 2010 - MPU - Analista - Comunicação Social A teoria do two steps flow, assim denominada por dividir o fluxo da comunicação em dois tempos, defende a hipótese de que os efeitos da comunicação de massa são mais eficientes do que as interações que se realizam no âmbito interpessoal, em que os emissores exercem influência sobre os receptores. É exatamente o contrário! Os emissores não exercem influência direta sobre os receptores, pois através das interações interpessoais são eleitos os formadores de opinião. Esses fazem a ponte entre os emissores e os receptores. Gabarito: ERRADO! 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!34!()!21! Pronto! Fixou esse conhecimento? Prossigamos para a próxima teoria! 7. TEORIA FUNCIONALISTA O Funcionalismo é o estudo das funções e suas consequências. Uma função social é a contribuição de um fenômeno a um sistema maior do que ele mesmo. Esse é o mesmo conceito que usamos quando dizemos que algo “cumpriu sua função social” ou que “tem uma função social de...”. As instituições, portanto, devem satisfazer necessidades sociais maiores do que elas mesmas, especialmente a solidariedade social. Durkheim também chama de analogia orgânica o fenômeno no qual as instituições sociais são funcionalmente integradas para promover a estabilidade do sistema e que uma mudança em uma instituição irá precipitar uma mudança em outras instituições. Nesse sentido, quando uma mesma função pode ser suprida por mais de um componente de um sistema, isso é chamado de alternativa funcional (também chamada de equivalente funcional ou substituto funcional). Mais recentemente, o funcionalista Talcott Parsons aponta que a sociedade e a respectiva cultura formam um sistema integrado de funções. O Funcionalismo foi umas das primeiras teorias antropológicas do século XX, até o movimentos sociais de 60, ele também é a visão sociológica mais aceita. A partir daí começa a receber críticas. É dito que o ele não sustenta modelos capazes de promoverem mudanças sociais significativas. Dizem ainda que há contradições e conflitos em suas teorias. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!35!()!21! Críticos usam um argumento epistemológico dizendo que o funcionalismo descreve as instituições sociais por meio, apenas, de seus efeitos e não explica a causa deles. Os estudiosos da Escola de Frankfurt, sustentando a teoria Crítica também fazem crítica ao funcionalismo. Mas isso veremos mais a diante... Mais especificamente no âmbito da comunicação, podemos dizer que o Funcionalismo buscou analisar as funções sociais exercidas pela mídia, muito mais do que os seus efeitos. O comportamento do indivíduo é deixado um pouco de lado para ser analisado sob a ótica do consumo de calores e modelos comunitários. Lasswell também contribuiu para essa escola, assim como Merton, Mills, Max Webber, Wright e muitos outros. Os paradigmas sociológicos do Funcionalismo foram bem aceitos até a década de 1960. O equilíbrio e a estabilidade do sistema montado pela sociedade e sua cultura, são fruto das relações funcionais dos indivíduos. O termo chave da Teoria Funcionalista é função social. A principal ideia desenvolvida por esses teóricos é a de Cultura de Massa. Eles percebem que a comunicação se baseia numa cultura comum em um grupo social para se promover e propagar as suas mensagens. Mais à frente, os teóricos críticos entraram em oposição a esse conceito e criaram o de Indústria Cultural. Segundo esses estudos, todo sistema social enfrenta quatro problemas fundamentais, que também são chamados de imperativos funcionais. São eles: 1. A manutenção do modelo e o controle das tensões. 2. A adaptação ao ambiente. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!36!()!21! 3. A perseguição do objetivo. 4. A integração. A lógica que permeia os fenômenos sociais é formada por relações de funcionalidade que pretendem sanar esses imperativos funcionais. Com destaque para o imperativo da manutenção do modelo, portanto, do esquema de valores de um grupo social, podemos dizer que a comunicação social, sendo um subsistema, é funcional, pois desempenha, parcialmente, a tarefa de realçar e reforçar os modelos de comportamento existentes no sistema social. A pergunta deixa de ser “o que os mass media fazem nas pessoas?” para responder “o que é que as pessoas fazem com os mass media?” Em 1959, Wright apresenta um ensaio no qual pretende descrever, em termos funcionais, as complexas ligações entre os mass media, a sociedade e o indivíduo. Vamos entender algumas: MEIO E SOCIEDADE: " Alerta os cidadãos sobre os perigos e as ameaças. " Fornece instrumentos para o exercício de determinadas atividades, como as trocas econômicas. MEIO E INDIVÍDUO " Atribuição de posição social e prestígio para as pessoas que são objeto de atenção dos meios de massa. " O prestígio é reforçado por serem considerados cidadãos bem informados. " As normas sociais são reforçadas, pelo seu caráter ético, confirmando as normas sociais e denunciando os desvios para a opinião pública.81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!32!()!21! Melvin De Fleur salientou a função que destaca a resiliência dos mass media em face dos ataques que podem sofrer. O caráter livre da circulação das ideias no fluxo informativo pode acabar ameaçando a estrutura fundamental da própria sociedade. A exposição exacerbada das mensagens pode provocar a disfunção narcotizante. Ao sofrer a disfunção disfunção narcotizante, a consciência do indivíduo, diante de uma exposição exagerada à mensagem, permanece inalterada. Ele entraria num estágio de letargia e conformismo que o paralisa quanto à ação social. Agora vamos retomar Laswell... Segundo ele, as funções dos sistemas de comunicação são: 1. Vigilância, ao denunciar o que ameaça ou afeta os valores de uma sociedade; 2. Coesão, ao estabelecer relações entre os membros de um grupo social para produzir uma resposta ao meio; 3. Transmissão da herança social, ao difundir/propagar ideias. Percebe-se que esse meios de massa são eficazes apenas quando satisfazem as necessidades dos receptores. Tanto o emissor, quanto o receptor são agente ativos. 7.1. Hipótese dos Usos e Gratificações. Katz, Gurevitch e Hass perceberam cinco classes de necessidades que os mass media podem satisfazer. São elas as necessidades: 1. Cognitivas: sede de adquirir e reforçar conhecimentos e compreendê- los. 2. Afetivas e Estéticas. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!37!()!21! 3. De Integração a nível social: valorização dos contatos interpessoais. 4. De Integração a nível da personalidade: promoção da segurança individual e estabilidade emotiva. 5. De evasão: tensões e conflitos devem ser sanados. Essa hipótese entende a audiência como ativa. Ela relaciona a escolha do mass media com a satisfação da necessidade. Mas os meios não estão isolados na sociedade como única fonte de satisfação dessas necessidades. Os destinatários fornecem dados que definem os objetivos dos meios. Os juízos sobre o valor cultural das comunicações de massa não devem ser relevantes. A Hipótese dos Usos e Satisfações transfere para o contexto comunicativo o efeito do conteúdo da mensagem. Baseado na estrutura das necessidades do indivíduo (as cinco classes), a atividade seletiva e interpretativa do destinatário passa a ser uma parte estável e essencial no processo comunicativo. É o receptor quem estabelece se haverá ou não um fluxo comunicacional de fato. 6. CESPE - 2013 - SERPRO - Analista – Comunicação Social A articulação das partes constitutivas da sociedade em face de eventual ameaça e a vigilância sobre o meio social são funções que a comunicação social desempenha dentro da ótica funcionalista dos estudos em teoria da comunicação. É exatamente sobre isso que tratam os paradigmas da teoria funcionalista! Como se dá a articulação/interação das partes que constituem a sociedade e uma das funções do meio é vigiar e alertar a sociedade de ameaças. Gabarito: CORRETO. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!38!()!21! 7. CESPE - 2010 - DPU - Técnico em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda De acordo com a teoria funcionalista, os meios de comunicação, além de promoverem pessoas e grupos, reforçarem normas de conduta e contribuírem para o equilíbrio social, também podem submeter os indivíduos, quando expostos a uma grande quantidade de informações, a um estado de letargia e conformismo que paralisa a ação social. Este fenômeno é denominado a) percepção seletiva, em que o indivíduo filtra apenas informações de interesse privado. b) disfunção midiática, em que o indivíduo perde o controle sobre o seu contato com a mídia. c) disfunção narcotizante, em que a consciência social do indivíduo permanece inalterada. d) função narcotizante, cujo objetivo do Estado é manter o indivíduo paralisado de maneira a não agir socialmente. e) função antimidiática, em que o excesso de informação exclui o indivíduo do contato com a mídia. A questão trata daquele estágio letárgico a que ficam submetidos os indivíduos quando expostos a informações em excesso: disfunção narcotizante. A consciência do indivíduo fica paralisada, portanto, inalterada diante da comunicação em massa. O gabarito é a letra C. O conhecimento da Teoria Funcionalista é de suma importância para fazermos nossa prova com segurança, pois é um assunto recorrente nos certames. Ao final da aula incluirei mais questões para você fixar melhor esse assunto, ok? Última teoria [por hoje], aí vamos nós... 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!39!()!21! 8. TEORIA CRÍTICA Os teóricos dessa linha, diferente dos que temos estudado até agora, são provenientes da Escola de Frankfurt na Alemanha. Assim como na Escola de Chicago, trata-se de um grupo de pesquisadores e cientistas, mas desta vez são da Universidade de Frankfurt, e sua sede era o Instituto para Pesquisas Sociais. Os estudos desse grupo têm início com o ensaio-manifesto de Max Horkheimer (1937) intitulado “Teoria Tradicional e Teoria Crítica”. Horkheimer é um dos grandes expoentes desse grupo de linha militante e partidária. Mais à frente ele é substituído por Adorno. A doutrina marxista orientava o pensamento crítico e o modelo adotado se baseava na união do materialismo marxista com a psicanálise, criada por Freud. Por terem essa linha marxista de análise, os pesquisadores críticos Max Horkheimer e Theodor Adorno entre outros são obrigados a fugir da Alemanha para os Estados Unidos. A maioria desses estudiosos é de origem judia e encontram-se subjugados pelo nazismo. Eles têm, portanto, como meta criar organizações e uma sociedade livres de qualquer tipo de dominação. Na América os estudiosos observam e criticam o surgimento do que os funcionalistas chamam de Cultura de Massa ou Cultura Popular. Eles contestam o conceito dizendo que os funcionalistas camuflaram o termo para que parecesse ter bases sócias e as origens na própria massa. A ferramenta filosófica de que fazem uso para entender a sociedade é a dialética. Literalmente, dialética quer dizer “caminho das ideias” e usa como método a contraposição de ideias para entender a construção delas. Eles não ficavam satisfeitos em colher dados sociais através de pesquisas, consideradas por eles até aquele momento, superficiais. O 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4:!()!21! que esse grupo pretende é uma investigação mais analítica dos fenômenos, traçando a relação com as forças sociais que os provocam. Para eles, a mudança do status quo só seriapossível se entendêssemos a comunidade como um todo. O estudo da sociedade por meio da setorização acabaria promovendo a manutenção das normas, e não uma mudança. A dialética se dá no sentido de entender os fenômenos estruturais da sociedade (como a formação do capitalismo e a industrialização, por exemplo), fazendo uma crítica à economia política, buscando na divisão de classes os elementos para explicar a concepção do contexto social (como o desemprego, o terrorismo, o militarismo, etc.) Partindo desse pressuposto, as ciências sociais que "reduzem" seus estudos à coleta e classificação de dados (como acontece na pesquisa norte-americana) não permitiram a si próprias obterem a verdade, porque estariam ignorando as intervenções que constantemente ocorrem no contexto social. As “teorias” (capitalismo, behaviorismo, industrialização e qualquer outra) passam a ser lugar de autocrítica em prol do esclarecimento e da visualização das ações de dominação social, com o objetivo de impedir a reprodução constante desta dominação. Os teóricos críticos veem a produção midiática como um produto da era capitalista. Eles destrincham a natureza industrial das informações contidas em obras de arte como filmes e músicas: seus temas, símbolos e formatos. Os estudiosos da teoria crítica percebem que o conteúdo das obras é obtido por mecanismos de repetição e produção em massa, que tornam a arte adequada para produção e consumo em larga escala. Essa produção é orientada em função de sua possibilidade de consumo no mercado. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!41!()!21! Para a Teoria Crítica, a mídia padroniza a arte e a iguala como a qualquer produto industrial. O aspecto essencialmente artístico é perdido, o imaginário popular é reduzido a clichês. A esse movimento deu-se o nome de Indústria Cultural. Segundo eles, o indivíduo consome os produtos da mídia de forma passiva. A obra "pensa" pelo espectador. Os produtos dessa Indústria paralisam a imaginação e a espontaneidade. Esses alemães confrontam a tese dos funcionalistas e a ideia da Cultura de Massa. Para eles, essa nomenclatura funcionalista é tendenciosa ao fazer parecer que a cultura é de fato gerada pela população. E para eles o que acontece é que os indivíduos não participam da formatação da cultura. A teoria crítica fornece um comportamento crítico nos confrontos com a ciência e a cultura, apresentando uma proposta política de reorganização da sociedade, de modo a superar o que eles chamavam de "crise da razão" (nova crítica ao Funcionalismo). Pensadores como Adorno (Crítico) e Lazarsfeld (Funcionalista) chegaram a desenvolver uma abordagem conjunta, buscando aproximar os conceitos do funcionalismo com o da teoria crítica. Entretanto, a proposição de indústria cultural e de cultura de massa estavam distantes demais. A crítica posterior que se fez à essa escola foi quanto à sua incapacidade de buscar resoluções viáveis dos problemas que eles mesmos apresentaram. 8. CESPE - 2011 - CORREIOS - Analista - Jornalismo A teoria crítica oriunda da Escola de Frankfurt é responsável pela criação do conceito de indústria cultural. Na concepção dos integrantes dessa escola, é inadequado considerar que a massa é capaz de produzir cultura como uma prática social. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!43!()!21! Como vimos, os teóricos críticos realmente não consideram, no mundo capitalista, que a massa produza a cultura, ela apenas a consome. Os meios de massa são os provedores da cultura e a reproduzem de forma sistemática transformando-a em produto. Questão CORRETA! 9. CESPE – 2011 – CORREIOS – Analista – Publicidade e Propaganda A perspectiva pragmática e positivista norte-americana corrobora as concepções da teoria crítica. O pragmatismo foi realmente uma teoria amplamente aceita nos Estados Unidos, assim como o positivismo, mas a Teoria Crítica foi fundada pela Escola de Frankfurt na Alemanha. Como vimos o pragmatismo influenciou a Escola de Chicago. Questão: ERRADA A Teoria Crítica e suas nuances, principalmente o conceito de Indústria Cultural são assuntos bem explorados pelas bancas. Procure tê- lo bem fixado. Um outro grande estudioso da Comunicação, que foi Jürgen Habermans, ele tanto foi influenciado como criticou os autores críticos que vieram antes dele. Em sua primeira grande obra (em 1962), ele tratou sobre a esfera pública da burguesia, falando que ela havia sido substituída pelos mass media, pela administração tecnocrata e pela despolitização da sociedade. Mais na frente, Habermans criticou a cientização da política. Segundo ele, esse fenômeno permite que, nas sociedades modernas, a racionalidade técnica e científica opere como ideologia. Habermans apontou três formas de conhecimento científico: 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!44!()!21! • Empírico-analítico: que estaria preocupado com o estabelecimento de relações de causa e efeito e com a busca pelo controle da natureza. • Hermenêutico: que derivaria da necessidade intrínseca do ser humano de se comunicar. • Crítico e emancipatório: que vai mais além do que os outros dois pontos. Colocando a ciência em favor da racionalidade. Para Habermans, apenas situações ideiais de discurso, onde todas as partes se envolvem se forma igualitária (sem restrições ou distorções), é que haveria oportunidade para a verdadeira racionalidade. Seria necessário o livre diálogo, aberto e sem interrupções, [Isso é quase impossível de conseguir, concorda?] para que a ciência social crítica se desenvolvesse plenamente em seu caráter emancipatório. As ações são coordenadas pela comunicação. A base comum a todas as formas de comunidade na humanidade é a racionalidade comunicativa, que permite a compreensão coletiva e a resolução de conflitos. Apenas a Teoria Crítica é capaz de expor as contradições econômicas e sociais e as distorções da racionalidade inerentes às sociedades capitalistas. A própria crise do capitalismo não trás necessariamente o desaparecimento das sociedades capitalistas. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!45!()!21! 9. RESUMO DO CONCURSEIRO A partir da reconfiguração social promovida após a Revolução Industrial percebe-se que a comunicação interfere na organização do trabalho coletivo no interior da fábrica e na estruturação dos espaços econômicos. ESTUDOS DAS MASSAS E DAS MULTIDÕES Massa é a simples justaposição ou reunião de indivíduos de diferentes procedências, uma aglutinação; Os indivíduos que formam a Massa quase não interagem ou não interagem, e, portanto, não se influenciam; A Massa é formada de indivíduos iguais (atomizados), é homogênea ! As diferenças individuais não sãorelevantes, ela nivela a todos; Os indivíduos que compõem a Massa não compartilham as próprias expectativas; Numa Comunidade, ao contrário do que acontece nas Massas, há laços de fraternidade quase inexoráveis (similares aos clãs familiares e às aldeias...) ! Se analisarmos bem essa questão, podemos afirmar que nesse sentido a massa é frágil. Símbolos universais representam a cultura dominante ! a Massa está exposta a esses símbolos e fica unida por um mesmo conjunto de mensagens. Durante a I Guerra Mundial a propaganda passou a ser usada como estratégia de guerra. Percebeu-se que as sociedades industriais não têm noção de unidade em tordo de algo que os faça parte de uma totalidade, patriotismo. Os governos sentiram a necessidade de criar um vínculo entre o cidadão e a pátria. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!46!()!21! A popularização das tecnologias midiáticas e seu uso massivo nessas experiências totalitárias na Europa impulsionaram o estudo sistemático da Comunicação. Destacamos a ênfase que teve o uso do rádio (primeiro veículo de comunicação de massa) no período entre- guerras pelos governos totalitários. Começa-se, então, a estudar o papel e o efeito social desse meio. O BEHAVIORISMO acredita que o indivíduo pode ser “condicionado” por meio de repetição ou ampla exposição a ter uma resposta determinada e condicionado a um estímulo específico. Seria o famoso: estímulo- resposta; investigadas pelo método da ciência de Análise do Comportamento. Quando se viu que a propaganda disseminada pelo rádio foi capaz de unir nações inteiras em torno de um ideal comum, passou-se a crer que a mídia seria capaz de “conduzir” as pessoas em qualquer direção (ideologicamente falando) pelo comunicador (entenda-se “comunicador” como o profissional das mass media, o detentor da mensagem). Segundo a Teoria da Agulha Hipodérmica, uma vez absorvida individualmente, a mensagem é disseminada indistintamente na massa. Sendo o conceito de massa considerado como “um magma indistinto de sujeitos atômicos”. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!42!()!21! Modelo dos Cinco “Q”s/Análise de Conteúdo/Modelo de Laswell Segundo a Teoria da Persuasão, o indivíduo tende a se interessar por informações que estejam inseridas no seu ambiente sociocultural e político, com as quais ele já concorde. O foco passa a ser a mensagem e o destinatário. A palavra chave da Teoria dos Efeitos Limitados é influência. Lazarsfeld propõe que o público é capaz de fazer suas próprias escolhas. É, no entanto, influenciado por diferentes forças sociais, sendo a comunicação uma delas. Teoria Empírica de Campo e Two Step Flow: As pessoas que pertençam a um mesmo grupo tendem a possuir opiniões parecidas sobre determinados assuntos. Primeiro a informação chega a pessoas de destaque e que inspiram confiança e através delas chegariam a todo o público. No que diz respeito a assuntos diferentes, INFLUENCIADOS e INFLUENTES podem trocar de papéis, porque o Líder de Opinião é legitimado pela audiência por fazer a ponte entre o meio (detentor da mensagem) e a audiência. ;.∃/<! =∗>!,! ?.≅<!! Α/!?.∃! +(−(Β<! Χ!?.∃/<! ∆,/!?.∃! ∃Ε∃∗&,<! ΑΦΓΗΗΙϑ! ∆ΙΚΛΑΜ=Ι! ΦΑΓΙ! ΧΝ=ΓΟΚ∆ΓΧ! ΑΠΑΓΛΙΗ! 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!47!()!21! O termo chave da Teoria Funcionalista é função social. A principal ideia desenvolvida por esses teóricos é a de Cultura de Massa. Eles percebem que a comunicação se baseia numa cultura comum em um grupo social para se promover e propagar as suas mensagens. Ao sofrer a disfunção disfunção narcotizante, a consciência do indivíduo, diante de uma exposição exagerada à mensagem, permanece inalterada. Ele entraria num estágio de letargia e conformismo que o paralisa quanto à ação social. Funções dos sistemas de comunicação (segundo Laswell): 1. Vigilância; 2. Coesão; 3. Transmissão da herançaa social. Para a Teoria Crítica, a mídia padroniza a arte e a iguala como a qualquer produto industrial. O aspecto essencialmente artístico é perdido, o imaginário popular é reduzido a clichês. A esse movimento deu-se o nome de Indústria Cultural. É isso, pessoal! Acabamos a primeira parte das teorias da comunicação, na próxima aula avançaremos com mais teorias “superadas” e veremos outas mais modernas. Vamos agora fazer exercício (primeiro estará disponível uma lista de exercícios com o gabarito comentado, em seguida, a mesma lista junto com os exercícios que respondemos durante a aula, mas sem os comentários). São 30 questões para fixar, lembrar e aprofundar algumas coisas. Qualquer dúvida, nos falamos no fórum. Abraço e bons estudos. Paolla Marletti 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!48!()!21! 10. QUESTÕES COMENTADAS 10. SERPRO – Analista Comunicação Social – 2013 – Cespe. A articulação das partes constitutivas da sociedade em face de eventual ameaça e a vigilância sobre o meio social são funções que a comunicação social desempenha dentro da ótica funcionalista dos estudos em teoria da comunicação. COMENTÁRIOS: Como vimos na aula, a contribuição de Laswell para a Teoria Funcionalista da Comunicação foi a de determinar as funções dos sistemas de comunicação. Entre eles estão a vigilância para denunciar ameaças e coesão para estabelecer respostas ao meio – articulações diante da ameaça. ! Do que trata a questão. Outra dessas funções, segundo Laswell, é a de transmissão da herança social. GABARITO: C 11. SERPRO – Analista Comunicação Social – 2013 – Cespe. Nos estudos em teoria da comunicação, no que diz respeito ao comportamento da massa, existe uma relação necessária entre a quantidade de informação disponível na mídia, sobre um assunto de interesse geral, e a mobilização da sociedade para se engajar com o tema em evidência. COMENTÁRIOS: A palavra que quebra a questão é “necessária”. Como vimos, na Teoria da Persuasão, a memorização seletiva faz com que o passar do tempo e do aumento da exposição à mensagem, a possibilidade de absorção aumente. No entanto, segundo a Teoria Funcionalista, a exposição exagerada às informações pode gerar um estágio letárgico, de conformismo que não promove o engajamento social, chamado de disfunção narcotizante. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!49!()!21! GABARITO: E 12. SERPRO – Analista Comunicação Social – 2013 – Cespe. Para denunciar a produção voltada para o consumo massificado e para evitar a confusãoentre cultura de massa e arte popular, a Escola de Frankfurt cunhou a expressão indústria cultural. COMENTÁRIOS: Foi exatamente com esse cunho político que os estudiosos da Teoria Crítica, portanto da Escola de Frankfurt, resolveram denunciar e desenvolveram a expressão Indústria Cultural. GABARITO: C 13. TRT/PE – Analista Judiciário – 2012 – FCC. Nas sociedades capitalistas avançadas, a população é mobilizada a se engajar nas tarefas necessárias à manutenção do sistema econômico e social através do consumo estético massificado. As tendências à crise sistêmica e deserção individual são combatidas, entre outros meios, através da exploração mercantil da cultura e dos processos de formação da consciência. Assim sendo, acontece, porém que seu conteúdo libertador se vê freado e, ao invés do conhecimento emancipador em relação às várias formas de dominação, as comunicações se veem acorrentadas à ordem social dominante. (Hohlfeldt, Antonio; Martino, Luiz C.; França, Vera Veiga (org): Teorias da Comunicação – Conceitos, Escolas e Tendências. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 133) Nos estudos da Comunicação, o trecho acima explica, o conceito de a) organismos sociais. b) semiótica. c) indústria cultural. d) culturalismo. e) hibridismo 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5:!()!21! COMENTÁRIOS: Segundos os teóricos críticos a demanda de reprodução capitalista tirou das artes, assim da comunicação, fazendo-as perder a característica contestadora, libertadora, e passa a ser usada pela camada dominante para alienar a sociedade. GABARITO: C 14. TRT/MT – Analista Judiciário – 2012 – FCC. Segundo Habermas, a) a dualidade do estrutural e as propriedades estruturais dos sistemas sociais são ao mesmo tempo o meio e o resultado que se organizam de maneira recursiva. b) ao trabalho etnometodológico cumpre identificar as operações pelas quais as pessoas se dão conta e dão conta do que elas próprias são e do que fazem no dia-a-dia no contexto das interações. c) todos vivem temporalidades diferenciadas que remetem a outras relações com o saber e outras posições nas redes de relações intersubjetivas. d) o fato social é resultado da atividade dos atores para conferir sentido a sua prática cotidiana. O esquema da comunicação substitui o da ação. e) a sociologia crítica deve estudar as redes de interação em uso na sociedade, constituída por relações comunicativas. COMENTÁRIOS: Essa questão é complexa e profunda, e seu perfil bastante atípico nos certames elaborados pelo Cespe. Mas podemos usá- la para ir um pouco mais além em nossos estudos... A alternativa A atribui à Habermas um pensamento que, na verdade, é de Giddens. Sua abordagem, usando a etnometodologia, faz parte da Sociologia Interpretativa e compreende a “consciência prática” e as metodologias de ação. Para ele haveria uma relação interna, uma 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!51!()!21! dualidade, nas estruturas, que permitiriam os sistemas sociais serem meio e resultado, ao mesmo tempo. Essa alternativa B estaria certa, caso não tratasse de Habermas. A etnometodologia é a sociologia das interações sociais. Ela busca, por meio de um paradigma interpretativo, entender as implicações das estruturas sociais que permeiam a comunicação. Na terceira alternativa, o examinador se referia novamente a um paradigma interpretativo, pois ele tem como objeto de estudo as relações intersubjetivas. Essas relações dizem respeito a experiências cotidianas ordinárias, que tornam possível a interação social, a comunicação. O fato social é um conceito desenvolvido por Harold Garfinkel (fundador da etnometodologia). Com essa ideia ele foi de encontro a seu professor, Talcot Parsons. Segundo Parsosns o fato social é uma imposição social. O indivíduo apenas o aceita. Já Garfinkel entendia que o fato social não é estabelecido com tanta antecedência. Ele é gerado pela atividade dos indivíduos para conferir sentido à sua prática cotidiana. Habermas trás o conceito para o campo da Sociologia da Ação e incrementa esse pensamento ao sugerir que a ação e a interação só podem ser analisadas se associadas a uma complexa trama de trocas simbólicas e contextos linguísticos. A comunicação seria fruto do modelo interativo da esfera pública. Habermas postula que só o “sujeito consciente pode ser livre” e ele só é consciente através da racionalidade comunicativa. A consciência é fundamental para a emancipação. Para ele é função da sociologia crítica estudar as redes de interação em uma sociedade constituída por relações comunicativas. Deveria haver um debate crítico. GABARITO: E 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!53!()!21! 15. CAPES – Comunicação Social (Bacharelado) – 2008 – CESGRANRIO. A teoria crítica da comunicação tem por base os princípios formulados pelo pensamento a) capitalista. b) marxista. c) cibernético. d) funcionalista. e) darwinista. COMENTÁRIOS: A Teoria Crítica foi formulada por pesquisadores, em maioria, judeus alemães, que buscavam atacar o totalitarismo nazista e fascista e o formato e valores da sociedade capitalista. Para isso, a base do pensamento desse pessoal era marxista. GABARITO: B 16. DETRAN/PE – Jornalista – 2010 – FUNCAB. No campo das Teorias da Comunicação, a metáfora sobre o "Modelo de Agulha Hipodérmica" defendida por Katz e Lazarsfeld sobre os efeitos dos "media" no público de massa, se aplica à noção de que a audiência dos meios de comunicação de massa age sobre esse público de modo que: a) os "media" injetam seu conteúdo em toda a sociedade de forma heterogênea. b) os "media" injetam o conteúdo no cidadão e esse o injeta nos membros da sociedade. c) os "media" injetam seus conteúdos em cada membro da audiência. d) existe uma troca de informação entre os "media" e a audiência. e) os "media" injetam conteúdo crítico da audiência em sua programação. 81105304191 81105304191 - Marco Antonio Pereira de Queiroz Comunicação para CNMP Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 01 ! !∀#∃%&∋!%#((%∋)%∀(∗++,∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!54!()!21! COMENTÁRIOS: Na letra A, heterogênea é a palavra que quebra a alternativa. A letra B se encaixa mais na ideia do Two Step Flow do que da Agulha Hipodérmica. Nem existe “troca” de informação. O fluxo de informações era considerado apenas do meio para a massa. A letra D está, portanto, errada. Esse fluxo também não contém conteúdo crítico, letra E: ERRADA. Você pode ficar um pouco confuso pois a letra C fala que o conteúdo é injetado em cada membro da audiência. Para ter certeza nessa resposta, você precisa resgatar o conceito de “Massa” nessa teoria. Para eles, massa é: “um magma indistinto de sujeitos atômicos”. A massa é indissolúvel, mas é constituída por partes (cada indivíduo) e por isso o que atinge a massa, atinge
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