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DDiimmeennssiioonnaammeennttoo ddee VViiggaass Vigas são peças estruturais de eixo reto, submetido a cargas transversais e/ou axiais, podendo trabalhar à compressão, tração, cisalhamento, flexão e combinações destas solicitações. Pré-Dimensionamento: vigas isostáticas 12 la 10 lh = vigas contínuas 15 la 12 lh = vigas em balanço 5 lh = Seção Transversal (nova norma): a seção transversal das vigas não deve apresentar largura menor que 12 cm, e nas vigas parede, menor que 15 cm. Estes limites podem ser reduzidos, respeitando-se um mínimo absoluto de 10 cm em casos excepcionais sendo obrigatoriamente respeitadas as seguintes condições: a) alojamento das armaduras, e suas interferências com as armaduras de outros elementos estruturais, respeitando os espaçamentos e coberturas estabelecidos nesta norma; b) lançamento e vibração do concreto de acordo com normas brasileiras específicas e com práticas recomendadas. Obs.: A norma de 1980 limita a largura mínima das vigas, nervuras das seções T e paredes de vigas de seção caixão em 8 cm. Carregamento: o carregamento das vigas é composto de cargas distribuídas e concentradas. Cargas concentradas: são resultados de vigas apoiadas sobre vigas ou de pilares que apoiam em vigas. Cargas distribuídas: são formadas basicamente por três tipos: a) - Peso Próprio da viga: Para cada metro de vão tem-se: h 1m pp = λconc × bw × h × 1,0 = λconc × bw × h Ex.: viga → (15×40 cm) pp = 2500 × 0,15× 0,40 = 150 kgf/m b) Reação das lajes: Prof. Roldão Araújo – M.Sc. Estruturas 1 - - - A carga das lajes passa para as vigas como carregamento suposto uniformemente distribuído. O processo recomendado pela norma é baseado no método plástico de cálculo, segundo o qual sob a ação das cargas de ruptura, as lajes dividem-se em painéis rígidos, que giram em torno das linhas de ruptura. A laje é dividida em área de influência (trapézios e retângulos), por retas partindo dos vértices, inclinadas de 45° para apoios de mesmo gênero, e de 60° a partir do engaste se o outro apoio for simples. No caso de bordo livre, traça-se a reta com ângulo de 90° a partir do apoio quando a borda vizinha for livre. área1 área3 área2 área1 área2 área3 área4 c) - Peso de paredes: Para cada metro de parede tem-se: 1m halv b palv = λalv × b × halv × 1,0 = λ alv × b × h Prof. Roldão Araújo – M.Sc. Estruturas 2 HIPÓTESES BÁSICAS DE CÁLCULO DE PEÇAS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDAS A SOLICITAÇÔES NORMAIS NO ESTADO LIMITE ÚLTIMO → Hipóteses: Uma seção de concreto armado, submetida à solicitações normais, alcança o Estado Limite Último por esmagamento do concreto na zona comprimida ou por deformação plástica excessiva do aço. Solicitações normais: são esforços solicitantes que originam tensões normais sobre a seção transversal, momento fletor e força normal. O alongamento último da armadura é limitado em εs = 10‰ para prevenir deformação plástica excessiva. O estudo de seções de concreto armado no Estado Limite Último de Resistência é feito com base nas seguintes hipóteses: Manutenção da seção plana (hipótese de Bernoulli): as deformações normais específicas são, em cada ponto da seção transversal, proporcionais à sua distância à linha neutra. 9 9 9 Solidariedade perfeita entre os materiais: a deformação da armadura é igual a do concreto adjacente. A resistência do concreto à tração é desconsiderada. → Relações Constitutivas: a) CONCRETO: A distribuição de tensões no concreto tem uma forma não linear, devido ao diagrama tensão-deformação do concreto, visualizado na figura abaixo. Para finalidades práticas essa distribuição é substituída por um diagrama de tensões constante, em uma altura menor. fc = 0,85 fcd, se “b” não diminui 0,80 fcd ; caso contrário (seções circulares, triangulares...) Prof. Roldão Araújo – M.Sc. Estruturas 3 Obs.: Nota-se que o concreto pode sofrer deformações específicas até 3,5‰, sendo que entre 2‰ e 3,5‰ a tensão σcd = 0,85fcd já foi alcançada. b) AÇO - BARRAS: O diagrama indica que o máximo alongamento específico é de 10‰, e que a deformação mínima necessária para atingir a tensão fyd é de 2,07‰. É importante, então, que o aço trabalhe com deformação entre esses dois valores. 0 < εs < εy → fy = Es εs εy = εyd → fy = fyd εyd = 2,07‰ O módulo de deformação longitudinal do aço é Es = 210GPa. Dimensionamento à Flexão: No concreto armado faz-se o dimensionamento para flexão na situação de Estado Limite Último, onde procura-se utilizar os materiais em sua máxima capacidade, com o emprego adequado de coeficientes de majoração de esforços e de minoração de tensões. Nestas condições uma peça em concreto (laje ou viga), sujeita a um momento fletor M, será dimensionada permitindo-se a ruptura do concreto à tração. Os esforços de tração produzidos pelo momento serão absorvidos pela armação e os de compressão absorvidos pelo concreto. Através de teoria apropriada determina-se o momento resistente último, Mu. A segurança adequada existe quando é verificada a condição: Md ≤ Mu. Por razões de economia, faz-se Md = Mu. → Tipos de Ruptura na Flexão: em geral, tem-se os seguintes tipos de ruptura: 9 se As = 0, ou muito pequena ⇒ ruptura frágil (brusca) por tração no concreto; 9 se As for muito grande (pequena deformação εs) ⇒ ruptura frágil (brusca) por esmagamento do concreto comprimido; e Prof. Roldão Araújo – M.Sc. Estruturas 4 9 se As for “adequada” ⇒ ruptura dúctil (com aviso), com escoamento da armadura e acompanhada de intensa fissuração da zona tracionada. → Seção Retangular com Armadura Simples: uma seção retangular com armadura simples é caracterizada da seguinte forma: 9 A zona comprimida da seção sujeita a flexão tem forma retangular; 9 As barras que constituem a armadura estão agrupadas junto à borda tracionada e podem ser imaginadas concentradas no seu centro de gravidade. Resultantes das tensões: (σ = F/A → F = σ ⋅ A) no concreto: Rcd = 0,85⋅fcd⋅b⋅0,8⋅x = 0,68⋅b⋅x⋅fcd (força de compressão no concreto) na armadura: Rsd = As⋅σsd (força de tração no aço) Equações de equilíbrio: de força: Rcd = Rsd ou 0,68⋅b⋅x⋅fcd = As⋅σsd de momento: Md = Rcd⋅(d - 0,4⋅x) ou Md = Rsd⋅(d - 0,4⋅x) Substituindo o valor das resultantes de tensão, vem: Md = 0,68⋅b⋅x⋅fcd⋅(d - 0,4⋅x) ou Md = As⋅σsd⋅(d - 0,4⋅x) Prof. Roldão Araújo – M.Sc. Estruturas 5 → Posição limite da linha neutra: Nas peças fletidas, admite-se que as seções transversais permanecem planas, independente das deformações dos materiais. No concreto armado, como há deformações diferentes no aço e no concreto, a seção transversal plana faz com que a linha neutra possa ocupar qualquer posição dentro da altura da viga: Se o concreto deformar pouco e o aço se alongar bastante, a linha neutra está muito alta na peça. 9 9 Se a deformação do aço é pequena, a posição da linha neutra fica mais baixa. L.N εs εs εc εcx L.N εs εs εc εc x A linha neutra mais alta ou mais baixa depende do valor do momento M e das dimensõesda viga. Como o momento M produz a força de compressão Rc, quanto maior for o momento maior será o Rc. Aumentando-se o valor de Rc o concreto necessita de mais área para suportar essa força, e a linha neutra desce, aumentando o valor de x. Quanto mais a linha neutra desce, menor é a deformação do aço, e menos efetiva é a sua utilização. Com essas considerações, podemos estabelecer um limite para o valor de x, que ainda mantenha o aço trabalhando em escoamento. Esse valor limite deve levar à seguinte situação: Xlimite dh εs min = 2,07‰ εc máx = 3,5‰ 07,25,3 d 5,3 x itelim += → d63,0d57,5 5,3x itelim =×= kx = x/d → x = kx ⋅ d O valor limite, para o aço CA50, será: kx = 0,63 Prof. Roldão Araújo – M.Sc. Estruturas 6 Qualquer valor de momento que exija uma área comprimida de profundidade maior que 63% da altura útil levará o aço a trabalhar de maneira insuficiente (o concreto estará muito solicitado e o aço pouco solicitado). Nessas condições é melhor aumentar as dimensões da viga. Na prática do concreto armado é comum o emprego de uma tabela (visto no dimensionamento de lajes) que, partindo de dados conhecidos (M, b e h), fornece a armadura As para suportar o momento M e indique também a posição da linha neutra. Essa tabela nada mais é do que o resultado de um equacionamento deduzido de condições de equilíbrio interno de forças Rc e Rt de tensões nos materiais. → Armaduras Longitudinais: - a) b) 9 A armadura longitudinal das vigas pode ser constituída de: Barras isoladas; Feixes formados por 2, 3, ou 4 barras, não sendo permitido feixes de barras de diâmetro superior a 25 mm. As armaduras longitudinais mínimas nos casos de seção retangular e seção T, pode-se considerar como valor dessa área mínima: 0,15% de bw h, para os aços CA-50 e CA-60. → Domínios de deformação: O desenho a seguir mostra as possíveis configurações últimas do diagrama de deformações específicas ao longo da seção transversal de uma peça de concreto armado sujeita à Solicitações Normais. Define-se domínios de deformação conforme a natureza da ruptura da seção. Prof. Roldão Araújo – M.Sc. Estruturas 7 Ruptura por alongamento plástico excessivo da armadura de tração: 9 Reta a: tração uniforme Domínio 1: tração não uniforme, sem compressão. O estado limite último é caracterizado pelo escoamento do aço (εs = 10‰). Domínio 2: flexão simples ou composta sem ruptura à compressão do concreto (εc ≤ 3,5‰). O estado limite último é caracterizado pelo escoamento do aço (εs = 10‰). A linha neutra corta a seção. Ruptura do concreto comprimido (sem grandes deformações): 9 Domínio 3: Flexão Simples ou Composta com ruptura à compressão do concreto (εc = 3,5‰) e com escoamento do aço (εs ≥ εyd ). A linha neutra corta a seção. Domínio 4: Flexão Simples ou Composta com ruptura à compressão do concreto (εc = 3,5‰) e sem escoamento do aço (εs < εyd ). A linha neutra corta a seção. A ruptura da peça ocorre de forma frágil, sem aviso, pois o concreto rompe antes que a armadura tracionada se deforme excessivamente. Domínio 4a: Flexão Composta com armaduras comprimidas e ruptura à compressão do concreto (εc=3,5‰). A linha neutra corta a seção na região de cobrimento da armadura menos comprimida. DOMÍNIO 5: Compressão não uniforme, sem tração. A linha neutra não corta a seção. Neste domínio, a deformação última do concreto é variável, sendo igual a εc = 2‰ na compressão uniforme e εc = 3,5‰ na flexo-compressão (linha neutra tangente à seção). Prof. Roldão Araújo – M.Sc. Estruturas 8 Reta b: Compressão uniforme Obs.: As peças projetadas no DOMÍNIO 3. São as que melhor aproveitam as resistências dos materiais; portanto, são as mais econômicas. Prof. Roldão Araújo – M.Sc. Estruturas 9 Dimensionamento de Vigas
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