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AO JUÍZO DA ___ VARA DO TRABALHO DE NATAL/RN (10 LINHAS) SUZANA SOBRENOME..., nacionalidade, estado civil, empregada doméstica, filha de..., CI nº..., inscrita no CPF sob o nº..., com a CTPS nº..., PIS nº..., domiciliada na Rua..., nº..., bairro..., cidade..., UF..., CEP nº..., por seu advogado in fine assinado, com escritório profissional para fins de intimação localizado na rua..., nº..., sala..., bairro..., município..., UF..., CEP nº..., com endereço eletrônico..., vem perante este douto juízo, com fulcro no artigo 840 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ajuizar RECLAMAÇÃO TRABALHISTA pelo rito sumaríssimo em face de NOME MORAES, pessoa física, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., filho(a) de..., CI nº..., inscrita no CPF sob o nº..., domiciliada na Rua..., nº..., bairro..., Natal/RN, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos. I – DA JUSTIÇA GRATUITA A RECLAMANTE declara não ter condições de arcar com as despesas processuais sem prejuízo do sustento próprio e/ou de sua família, faz jus, portanto, aos benefícios da Justiça Gratuita nos termos do artigo 790, § 3º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). II – DO CONTRATO DE TRABALHO A RECLAMANTE foi contratada para prestar serviços para a RECLAMADA no dia 15/06/2016 a título de experiência por 45 dias, ocorre que passado esse lapso temporal não houve quaisquer prorrogação de experiência, deixando o mesmo de ser Contrato de Trabalho por Tempo Determinado para se tornar Contrato de Trabalho por Tempo Indeterminado. Sobre o tema tem-se o posicionamento da ilustre doutrina: “Para que o contrato se prorrogue legalmente, a prorrogação precisa ser formal, não valendo a meramente tácita. Então, é necessário documento escrito, à semelhança do feito originariamente, com previsão expressa e específica de que o contrato seja prorrogado por tempo determinado número de dias ou até qual data. A prorrogação tácita acarreta a alteração da natureza do contrato, que passa a ser por tempo indeterminado. Além disso, o período inicial somado com o da prorrogação não podem ultrapassar, no total, 90 dias. A prorrogação, obviamente, é um acordo bilateral, em que ambas as partes concordem com tal ato. (LIMA, Francisco Gérson Marques de. Lei dos Empregados Domésticos: lei complementar 150/15. Fortaleza: Premium, 2015.” Portanto, não há que se falar em contrato de trabalho por tempo determinado, uma vez que, não houve qualquer prorrogação por escrito nos moldes exigidos na legislação vigente. Relata-se ainda que a RECLAMANTE foi demitida no dia 15/09/2016, não recebendo direitos inerentes ao Contrato de Trabalho por Tempo Indeterminado, no mais ressalta-se que por se tratar de serviço doméstico além da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) tem-se uma aplicação efetiva da Lei Complementar 150 de 2015 (Lei das Domésticas). III – DAS HORAS EXTRAS Excelência! A RECLAMANTE no desenvolver de suas funções realizava todas atividades relacionadas ao lar cumprindo uma jornada que iniciava às 07:00 (horas) da manhã e se findava às 16:00 (horas) da tarde, porém, a mesma tinha apenas 30 minutos diários para gozar de seu descanso. Nesse sentido nos diz o artigo 2º, § 1º da Lei Complementar 150 de 2015 que: “Art. 2o A duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, observado o disposto nesta Lei. § 1o A remuneração da hora extraordinária será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) superior ao valor da hora normal” Portanto a RECLAMANTE faz jus ao pagamento de 30 minutos diários de horas extras acrescidos de 50% (cinquenta por cento) sobre a hora-salário da mesma no montante de R$. IV – DO INTERVALO INTRAJORNADA Ressalta-se ainda que o fato de a RECLAMANTE não usufruir de pelo menos 1(uma) hora de descanso é uma violação grave a legislação vigente, uma vez que, o artigo 13 da Lei Complementar 150 de 2015 determina o descanso de no mínimo 1(uma) hora ressalvando a redução para 30(trinta) minutos desde que exista acordo escrito entre as partes o que não é o caso. Veja transcrição do artigo: “Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.” Vale colocar em evidencia o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho no seguinte sentido: “Súmula nº 437 do TST INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.” Corroborando com o dispositivo legal e a sumula citada, deve-se observar os inúmeros entendimentos jurisprudenciais nesse sentido. Veja: TRT-4 - Recurso Ordinário RO 00016631220115040341 RS 0001663-12.2011.5.04.0341 (TRT-4) Data de publicação: 13/03/2014 Ementa: RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. INTERVALOSINTRAJORNADA.O desrespeito ao intervalo mínimo intrajornada confere ao empregado o direito à remuneração da hora integral do intervalo intrajornada suprimido ou concedido parcialmente, nos termos do art. 71, § 4º, da CLT e do entendimento expresso no item I da Súmula 437 do TST. Recurso provido. Encontrado em: integral do intervalo intrajornada, com os reflexos em férias com 1/3, 13ºs salários, FGTS Com o exposto acima, resta claro que a RECLAMANTE tem direito a receber o valor total da hora acrescida de 50% (cinquenta por cento) totalizando R$. V – DO VALE TRANSPORTE A RECLAMADA descontava 10% (dez por cento) do salário da RECLAMANTE, descontando além do que permite a lei 7.418 /85 em seu artigo 4º, § 2ª veja: “Art. 4º - A concessão do benefício ora instituído implica a aquisição pelo empregador dos Vales-transportes necessários aos deslocamentos do trabalhador no percurso residência-trabalho e vice-versa, no serviço de transporte que melhor se adequar. Parágrafo único - O empregador participará dos gastos de deslocamento do trabalhador com a ajuda de custo equivalente à parcela que exceder a 6% (seis por cento) de seu salário básico.” Com isso a RECLAMANTE tem direito a ser restituída os 4% (quatro por cento) excedente no valor do desconto de R$... devidamente corrigidos. VI – DA ALIMENTAÇÃO Relata a RECLAMANTE que era descontado o valor equivalente a 25% (vinte e cinco por cento) do seu salário equivalente a alimentação consumida, não obstante, nos diz a Lei Complementar 150 de 2015 em seu artigo 18 que o desconto mencionado é proibido, Veja-se: “Art. 18. É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em viagem” Portanto a RECLAMANTE faz jus a restituição desse valor descontado no total de R$... devidamente corrigidos. VII – DO ADICIONAL DE VIAGEM A RECLAMANTE relata ainda que em determinada ocasião viajou com a família para Gramado/RS e passou 4(quatro) dias trabalhando como baba das 08:00 (horas) da manhã às 17:00(horas) da tarde não recebendo nenhum adicional, mas o artigo 11, § 2º da Lei Complementar 150 de 2015 nos diz que: “Art. 11. § 2o A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) superior ao valor do salário-hora normal. Com isso é notório que a RECLAMANTE faz jus ao adicional de 25% (vinte e cinco por cento)sobre o salário-hora normal no equivalente a R$... VIII – DAS VERBAS RESCISÓRIAS No mais é indispensável ressaltar que a RECLAMANTE no ato de suas dispensa somente recebeu férias proporcionais 3/12 avos acrescidas de 1/3 (um terço) e 13º salário proporcional de 3/12 avos. Porém, como introduzido no item “II” o contrato de trabalho passou de “Contrato de trabalho por tempo determinado” para “Contrato de trabalho por tempo indeterminado”, por não ter sido prorrogado, conforme artigo 5º, § 2º da Lei Complementar 150 de 2015. Veja: “Art. 5o, § 2o O contrato de experiência que, havendo continuidade do serviço, não for prorrogado após o decurso de seu prazo previamente estabelecido ou que ultrapassar o período de 90 (noventa) dias passará a vigorar como contrato de trabalho por prazo indeterminado.” Partindo dessa premissa a RECLAMANTE possui direito a receber as seguintes verbas: Por ser o contrato por tempo indeterminado e também por ter sido demitida sem qualquer aviso prévio deve ser indenizada no valor de R$..., correspondente ao saldo do aviso prévio conforme dispõe o artigo 23 “caput” e § 3º da Lei Complementar 150 de 2015. Vejamos: “Art. 23. Não havendo prazo estipulado no contrato, a parte que, sem justo motivo, quiser rescindi-lo deverá avisar a outra de sua intenção. § 3o A falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período ao seu tempo de serviço. “ Devendo ainda esse período integrar o tempo de serviço produzindo reflexos no 13º salário recebendo o equivalente a 1/12 avos, e nas férias proporcionais o equivalente a 1/12 avos acrescidos de 1/3(um terço) no montante de R$... IX – DOS HONORÁRIOS ADVOCATICIOS No mais e observando o disposto no artigo 791-A da CLT deve a RECLAMADA ser condenada em honorários advocatícios. Nesse sentido tem-se: ““Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.” X – DOS PEDIDOS Por todo o exposto requer que Seja concedo a RECLAMANTE os benefícios da Justiça Gratuita; Seja a RECLAMADA condenada a pagar o valor de R$... correspondente as horas extras; Seja a RECLAMADA condenada a pagar o salário- hora adicional acrescidas de 50% (cinquenta por cento) pelo não cumprimento do período de descanso mínimo no valor de R$...; Seja a RECLAMADA condena a restituir o valor de R$... devidamente corrido correspondente ao excesso de desconto referente ao vale-transporte; Seja a RECLAMADA condena a restituir o valor de R$... devidamente corrido correspondente ao desconto referente a alimentação; Seja a RECLAMADA condenada a pagar o adicional de viagem nos moldes da lei no valor de R$... devidamente corrigidos; Seja a RECLAMADA condenada a pagar o valor do aviso prévio no valor de R$... com forma de indenização pela dispensa sem justa causa e sem aviso e, consequentemente a integração ao tempo de serviço e a condenação da RECLAMADA ao pagamento do 13º salário recebendo o equivalente a 1/12 avos, e nas férias proporcionais o equivalente a 1/12 avos acrescidos de 1/3(um terço) no montante de R$...; Por fim seja a RECLAMADA pagar os honorários advocatícios no montante equivalente a 15%(15 por cento) do valor que resultar a liquidação da sentença. XI – DA CITAÇÃO Requer que seja a RECLAMADA citada para comparecer à audiência e apresentar defesa, sob pena de REVELIA e CONFISSÃO quanto a matéria de fato. XII – DAS PROVAS Protesta por todos os meios de prova admitidos em direito e sua produção em momento oportuno XIII – DO VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$... XIV – DOS REQUERIMENTOS FINAIS Requer a procedência dos pedidos, condenando a RECLAMADA a arcar com os ônus da sucumbência e a pagar os honorários advocatícios. Nestes termos, pede e espera deferimento. Local, data Advogado e nº OAB
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