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PROJETOS LEGISLATIVOS.pptx

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NÚCLEO DE ESTUDOS DE MEDIAÇÃO
ESCOLA SUPERIOR DA MAGISTRATURA 
PROJETOS LEGISLATIVOS
MEDIAÇÃO-CPC-ARBITRAGEM	
JUSTIÇA RESTAURATIVA
PROJETOS LEGISLATIVOS
 PROJETO DE LEI Nº 8.046/10 - Código de Processo Civil; 
 PROJETO DE LEI Nº 7.169/14 - Mediação entre particulares e composição de conflitos no âmbito da Administração Pública;
 PROJETO DE LEI Nº 7.108/2014 – Arbitragem; 
 PROJETO DE LEI Nº 7.006/2006 - Justiça restaurativa.
 
NOVA LEI DE ARBITRAGEM 
	Aprovada nova Lei de Arbitragem (PL nº 7.108/2014) – 23 julho de 2014 
	A Comissão Especial destinada a proferir parecer ao Projeto de Lei nº 7.108 da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei nº 7.108/2014, de autoria do Senado Federal (Senador Renan Calheiros – PMDB/AL), para ampliar o âmbito de aplicação da arbitragem e dispor sobre a escolha dos árbitros quando as partes recorrem a órgão arbitral, a interrupção da prescrição pela instituição da arbitragem, a concessão de tutelas cautelares e de urgência nos casos de arbitragem, a carta arbitral, a sentença arbitral e o incentivo ao estudo do instituto da arbitragem; e revoga dispositivos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996.
LEI DE ARBITRAGEM 
A proposição estava sujeita à apreciação conclusiva pelas Comissões, portanto não será apreciada pelo Plenário da Câmara e deverá seguir para a sanção presidencial.
Art. 4º, § 2º. Nos contratos de adesão por cláusula só terá eficácia se for redigida em negrito ou em documento apartado.
LEI DE ARBITRAGEM
	Art. 33 A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente a declaração de nulidade de sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei.
	§ 4º A parte interessada poder ingressar em juízo também para requerer a prolação de sentença arbitral complementar, se o árbitro não decidir todas as questões submetidas à arbitragem.
	Art. 22 A Antes de instituída a arbitragem, as partes podem recorrer ao Poder Judiciário para a concessão de medidas cautelares ou de urgência.
	Art. 22 B Instituída a arbitragem, caberá aos árbitros manter, modificar ou revogar a medida cautelar ou de urgência concedida pelo Poder Judiciário.
 Parágrafo único. Estando já instituída a arbitragem, as medidas cautelares ou de urgência serão requeridas diretamente aos árbitros. 
 MEDIAÇÃO E CPC
 
 
O projeto de lei do novo Código de Processo Civil (PL nº 8.046/10) traz como alteração substancial para o procedimento judicial a possibilidade de mediação. 
Conciliadores e mediadores judiciais estão incluídos como auxiliares da justiça.
MEDIAÇÃO: RESOLUÇÃO Nº 125/10 - CNJ
	O Conselho Nacional de Justiça, pela Resolução nº 125, colocou os métodos autocompositivos como integrantes da política pública do Poder Judiciário .
 A normativa processual deixa a critério dos Tribunais a criação dos setores de conciliação e mediação, ou seja os NUPEMECs. 
NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL 
	Art.1º O processo civil será ordenado e disciplinado conforme as normas deste Código .
	Art.3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
	§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
	§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
	§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por magistrados, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
MEDIADORES COMO AUXILIARES DA JUSTIÇA 
 CENTROS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS
	Conciliadores e mediadores judiciais estão incluídos como auxiliares da justiça e, nos termos do art. 166, caberá aos tribunais criarem centros judiciários de solução de conflitos e cidadania, de acordo com as normas do CNJ. 
	Art. 166 Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. 
	Art.166 §1º A composição e a organização do centro serão definidas pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.
 MEDIAÇÃO É OBRIGATÓRIA ? 
 	No capítulo XII sobre a audiência de instrução e julgamento, fica previsto, no Art. 366, que o juiz tentará conciliar as partes, não afastando, porém, o emprego de outros métodos de solução consensuada de conflitos , como a mediação, podendo ele promover a qualquer tempo a autocomposição, preferencialmente com o auxilio de conciliadores e mediadores judiciais.
 	Art. 366 Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, sem prejuízo do emprego de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
 AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO 
	Art. 335. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de trinta dias , devendo ser citado o réu com pelo menos vinte dias de antecedência.
	§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação ...
	 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não excedentes a dois meses da primeira, desde que necessárias à composição das partes.
	§ 4º A audiência não será realizada:
	I - se ambas as partes manifestarem, EXPRESSAMENTE, desinteresse na composição consensual;
	II - no processo em que não se admita a autocomposição.
PRAZO PARA CONTESTAR – COM MEDIAÇÃO 
 	O prazo para contestar terá início a partir da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, tendo se frustrado a autocomposição. E, mais, a conciliação ou mediação pode realizar-se por meios eletrônicos. 
	Art. 336. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de quinze dias, cujo termo inicial será a data: I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou , comparecendo, não houver autocomposição.
AUDIÊNCIA / SESSÃO = MEIOS ELETRÔNICOS
	Art. 337 § 7º - Audiência de conciliação ou de mediação poderá realizar-se por meios eletrônicos .
	Nessa linha de ampliação dos recursos para a realização de sessões de mediação, o PL nº 7.169, que dispõe sobre a mediação entre particulares e composição de conflitos no âmbito da Administração Pública, estabelece, no Art. 47, a possibilidade de ser feita pela internet ou outro meio de comunicação que permita a transação, sendo facultado até mesmo à parte domiciliada no exterior submeter-se à mediação.
PL Nº 8.046 - PL Nº 7.169
	Com relação à administração pública, o PL nº 8.046 prevê a criação de câmaras de mediação e conciliação, no mesmo sentido do previsto Art. 33 do PL nº 7.169. 
	Art. 175. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como: I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública; II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de conciliação, no âmbito da administração pública; III – promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta.
	Art.33. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar câmaras de prevenção e resolução administrativa de conflitos, com competência para: I - dirimir conflitos entre órgãos e entidades da Administração Pública; II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de composição, no caso de controvérsia entre particular e pessoa jurídica de direito público: III – promover, quando couber a celebração de termo de ajustamento de conduta. 
ONEROSIDADE EXCESSIVA - PL Nº 7.169
NÃO PREVISTA NO CPC 
	Quanto à vedação de serem submetidas às câmaras controvérsias que possam acarretar onerosidadeexcessiva para a Administração Pública (§ 4º) foi objeto de Emenda substitutiva do Deputado Federal João Magalhães para supressão de onerosidade excessiva “com o intuito de garantir que a legislação em estudo não gere insegurança ou que o referido conceito implique restrição à aplicação do instituto”.
	Art. 33 § 4º Não se incluem nas competências dos órgãos mencionados no caput deste artigo as controvérsias que somente possam ser resolvidas por atos ou concessão de direitos sujeitos a autorização do Poder Legislativo ou que possam acarretar onerosidade excessiva para a Administração Pública.
	§ 6º Compreende-se na competência das câmaras de que trata o caput a prevenção e resolução de conflitos que envolvam equilíbrio econômico-financeiro de contatos celebrados pela Administração com particulares. 
IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO – CPC E MEDIADOR
	Quanto ao impedimento e suspeição, segundo o Art. 148 do PL nº 8.046, aplicam-se aos conciliadores e mediadores, incluídos como auxiliares da justiça, os motivos de impedimento e de suspeição do juiz .
 	Porém, em relação ao juiz, como motivo de impedimento está o de ter sido mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha, não estando incluída a causa em que tenha atuado como mediador.
 MEDIADOR/JUIZ - IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO? CONS. PROCESSUAIS
	Pelo princípio da confidencialidade, o mediador pode ouvir privadamente uma das partes, podendo tomar conhecimento de fato que não é do conhecimento da parte contrária, cumprindo-lhe, todavia, o sigilo. Seria mais uma hipótese de impedimento.
 	Entendo, assim, que embora não haja vedação expressa, cumprirá ao juiz que atuou como mediador envolvendo as partes cujo processo lhe venha ser distribuído, aplicar o § 1º do art. 145 que admite a possibilidade de o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões. O mesmo poderá fazê-lo se, tornando-se um mediador, o juiz aposentado deverá declarar-se suspeito para mediar a causa. 
 PROJETO DE CPC E PL Nº 7.169 – MEDIADOR ADVOGADO
 
	Para os conciliadores e mediadores judiciais que sejam advogados, o PL nº 8.046 veda que venham a exercer advocacia nos juízos em que exerçam suas funções. O PL nº 7.169 é omisso em relação ao exercício, mas estabelece que o mediador fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da última sessão em que atuou, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes (art. 6º).
	Art. 168 § 5º Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que exerçam suas funções. 
 REMUNERAÇÃO DO MEDIADOR 
	Tanto o PL nº 7.169 (art. 13), quanto o PL nº 8.046 (art. 170), admitem a remuneração do conciliador e do mediador, de acordo com tabela a ser fixada pelo tribunal, observados os parâmetros estabelecidos pelo CNJ.
	 O PL nº 7.169 prevê a gratuidade dos serviços do mediador dependendo da sua aceitação. Porém, o projeto do Código de Processo Civil prevê a possibilidade de realização de trabalho voluntário e prevê também o percentual de sessões não remuneradas que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação . 
 
SERVIÇO VOLUNTÁRIO - MEDIAÇÃO 
	Art. 170 §1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal.
	§ 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de atender aos processos em que haja sido deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu credenciamento. 
CONCILIADORES E MEDIADORES -CONCURSO
	O PL nº 8.046 também permite que o Tribunal crie quadro próprio de conciliadores e mediadores a ser preenchido por concurso público de provas e títulos (art. 168, § 6º).
	Art. 13 Parágrafo único: A gratuidade dos serviços do mediador em relação à parte que alega ser juridicamente pobre, dependerá da sua aceitação. Havendo negativa, observar-se-á o disposto no artigo 4º desta Lei (mediador público).
 CONFIDENCIALIDADE NO CPC 
	Quanto à confidencialidade este é princípio fundamental na mediação. O PL nº 8.046, nos § 1º e 2º do art. 167, estabelece que não podem ser usadas as informações produzidas durante as sessões de mediação para fim diverso, não podendo o mediador, assim como os membros de sua equipe, divulgar ou depor acerca de fatos oriundos da mediação. 
	Art.167 § 1º A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes.
	§ 2º Em razão do dever de sigilo, inerentes às suas funções, o conciliador e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação.
	EXCEÇÕES DA CONFIDENCIALIDADE 
PL Nº 7.169
	PL nº 7.169 tem a Seção IV apenas para tratar da confidencialidade e suas exceções, estabelecendo, no art. 31, que qualquer informação relativa ao procedimento de mediação será confidencial, salvo se os pares decidirem de forma contrária, ou quando sua divulgação for exigida por lei ou necessária para cumprimento de acordo obtido pela mediação.
 	Por questão de política fiscal, o § 4 º dispõe que a regra da confidencialidade não afasta o dever de prestarem informações à Administração Tributária.
	Art. 31 § 4º A regra da confidencialidade não afasta o dever das pessoas discriminadas no § 1º prestarem informações à Administração Tributária após o termo final da mediação, aplicando-se aos seus servidores a obrigação de manter sigilo das informações compartilhadas nos termos do art. 198 da Lei nº 5172, de 25 de outubro de 1966.
MEIO ADEQUADO =/= MEIO ALTERNATIVO
 	Na ementa, o PL nº 7.169/14 utiliza para a mediação a expressão “meio alternativo de solução de controvérsias”
 	Art. 1º consta: “Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio adequado de solução de controvérsias [.]”
	Observada a autonomia de vontade, a mediação é uma possibilidade e não uma “alternativa” como meio menos eficiente .
CONSIDERAÇÕES DOS INTEGRANTES DO NÚCLEO DE ESTUDOS DE MEDIAÇÃO.
	
	
A Recomendação nº 50/2014 do CNJ aponta para a continuidade no processo de abrir espaço ao movimento conciliatório, com a difusão de oficinas de parentalidade como política pública na resolução e prevenção de litígios familiares; o estímulo a que os magistrados encaminhem processos à mediação; acompanhamento da pesquisa de satisfação dos usuários; organização e acompanhamento de estágios supervisionados o que, aliás, já é feito no Rio Grande do Sul.
Todavia, as propostas legislativas (PL nº 7.169 e PL nº 8.046) sugerem um caminho preocupante de massificação da mediação. O momento é de atenção e, na medida em que houver eventual aprovação, cumprirá ao NUPEMEC se posicionar com um protocolo de procedimentos e ao Núcleo de Estudos de Mediação da Escola Superior da Magistratura se tornar um espaço presente de discussão e divulgação acerca de temas polêmicos que venham trazer prejuízo à proposta da mediação como possibilidade de efetivo diálogo e construção de entendimento, tendo como protagonistas os cidadãos mediandos. 
	
	AJUSTES TÉCNICOS - PL 8046 
 
	Considerando que o PL 8046 ao tratar da mediação, embora não o coloque como procedimento obrigatório sugere que o mesmo somente não se aplica mediante manifestação expressa dos interessados , cumpre destacar alguns aspectos relevantes que foram selecionados em reunião ordinária do Núcleo de Estudos de Mediação em 10.09.2014.
	Sugere-se que : 
 	Haja uma uniformização no uso dos termos audiências e sessões de mediação, mantendo-se apenas “sessão”.
	Que as mediações, mesmo por indicação do Juiz, se realizem com anuência dos interessados, afastando-se do art.
	Art. 335. Se a petição inicial preencheros requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de trinta dias , devendo ser citado o réu com pelo menos vinte dias de antecedência.
	§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuar [a necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação ...
	Atente-te que caberá ao juiz encaminhar o processo para mediação , pois não caberá a ele “designar audiência de mediação”. 
	Estabelece o art. 335 § 4º A audiência não será realizada :
	I- se ambas as partes manifestarem , EXPRESSAMENTE, desinteresse na composição consensual ;
	Não pode o juiz da causa designar “audiência” de mediação até porque deve ser mantida a autonomia dos CEJUSCs , onde houver, ou a independência dos mediadores. Se o mediador verificar que não é caso de mediação poderá justificadamente devolver os autos ao juiz da causa e /ou sugerir outro método consensual , como a arbitragem.
	No capítulo XII sobre a audiência de instrução e julgamento, está previsto, no Art. 366, que o juiz tentará conciliar as partes, não afastando, porém, o emprego de outros métodos de solução consensuada de conflitos , como a mediação, podendo ele promover a qualquer tempo a autocomposição, preferencialmente com o auxilio de conciliadores e mediadores judiciais
	Se não for caso de conciliação exclua-se o “preferencialmente”, pois a mediação será da competência do mediador e não do juiz que poderá usar ferramentas da mediação , mas não exercer a mediação, pois não estará apto, em decorrência de sua posição de julgador, a observar os princípios que norteiam a mediação . 
	Também no Art.366 do PL 8046 estão estabelecidos que , instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, sem prejuízo do emprego de outros métodos de solução consensual de conflitos ,como a mediação e a arbitragem. Novamente o texto deixa um espaço para equívoco interpretativo , visto que a mediação será exercida por mediador e a arbitragem por árbitro, não pelo juiz. 
	Tal redação conduz à ideia equivocada de que o juiz poderá fazer a mediação.
	É preciso distinguir a conciliação judicial feita pelo juiz que terá caráter heterocompositivo da conciliação feita por conciliadores judiciais pois a conciliação feita pelos mediadores tem entre os princípios básicos o da confidencialidade , o que não pode se exigir do juiz da causa .
	O prazo para contestar terá início a partir da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, tendo se frustrado a autocomposição. E, mais, a conciliação ou mediação pode realizar-se por meios eletrônicos. Art336. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de quinze dias, cujo termo inicial será a data : I da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou , comparecendo, não houver autocomposição.
	Novamente há a alusão expressão a “audiência de conciliação ou de mediação . Quanto à última sessão cumprirá especificar-se de conciliação ou mediação e não apenas conciliação . 
	Com relação à administração pública, o PL 8046 prevê a criação de câmaras de mediação e conciliação, no mesmo sentido do previsto Art. 33 do PL 7169. 
	Genacéia da Silva Alberton
		
	O Substitutivo do Relator da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania, Dep. Sérgio Zveiter, ao projeto nº 7.169, de 2014, encontra-se em processo de encaminhamento de emendas. Algumas já foram apresentadas, trazendo importante aprimoramento ao texto original, como seguem:
	A emenda ao caput do art. 25 do Projeto de Lei nº 7.169/14, do Dep. Paes Landim, propõe a seguinte redação: “Art. 25, se o juiz, ao receber a petição inicial, verificar que a controvérsia é passível de solução pela via da mediação, deverá encaminhar o processo ao mediador judicial designado por distribuição, salvo se a petição estiver acompanhada de declaração em que o autor expressa recusa ao procedimento.”
	A emenda ao art. 18 do Substitutivo do Relator da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania ao projeto nº 7.169, de 2014, do Dep. Jutahy Júnior, propõe a seguinte redação: ‘Art. 18. Considera-se instituída a mediação na data para a qual for marcada a primeira reunião de mediação. Parágrafo único. Enquanto transcorrer o procedimento de mediação, ficará suspenso o prazo prescricional.
		Cláudio Fernandes Machado 
	DAS FIGURAS DOS CONCILIADORES E MEDIADORES
	A Resolução 125/10 faz distinção entre as seguintes figuras: 1) conciliadores, 2) mediadores, 3) demais facilitadores da solução consensual de controvérsias.
	
	Ressaltamos que a releitura e a reformulação do papel autocompositivo dos Juizados Especiais Cíveis é essencial para que o conciliador seja a figura promotora do acesso humano e de forma célere ao sistema de justiça, inicialmente concebida pelo legislador na Lei 9.099/95.
	PROJETO DE LEI 8046 - SUGESTÕES
 
	Quanto a realização de audiências pelos centros judiciários e a tentativa de conciliação realizada pelo juiz:
 
	Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
	(...)
	V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
 
	Art. 166. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
 
	Art. 366. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, sem prejuízo do emprego de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
	JUSTIFICATIVA
 
	Na compreensão do Núcleo de Estudos, a leitura conjunta dos artigos 139, 166 e 366 pode trazer dúvidas e divergências de entendimento sobre o papel do juiz quando da instalação audiência.
 
	O magistrado pode e deve estimular a conciliação entre as partes, porém, ao entender adequado o emprego dos métodos consensuais ou da arbitragem, este poderá promover o encaminhamento das partes em conflito para um mediador ou conciliador credenciado e capacitado com as técnicas de comunicação e negociação autocompositivas, ou ainda, para uma câmara arbitral. 
 
	Conforme Mariana França Gouveia (2012, p. 89), quando é o juiz que conduz a tentativa de conciliação, a pressão consciente ou inconsciente exercida sobre as partes, a impossibilidade de observar a confidencialidade e a eventual diminuição da imparcialidade do juiz são obstáculos a qualquer tentativa de obtenção de acordo dirigida pelo magistrado, seja ela mais próxima das especificidades da mediação ou não.
 
	Ademais, ainda que em ambiente judicial, as conciliações e mediações realizadas nos centros judiciários de solução de conflitos devem ser qualificadas como sessões, eis que se constituem processos de diálogo regidos pela informalidade, no qual não há a presença de uma autoridade (e sim de um/a facilitador/a).
 
	Esta diferença de denominação ajuda também na construção de um entendimento sobre a nova orientação legislativa e a nova postura do sistema de justiça. 
 
	Ao utilizarmos o termo sessão, consolidamos junto a comunidade às diferenças quanto ao seu papel no processo heterocompositivo e o seu protagonismo no processo autocompositivo, conforme previsto na Resolução 125/10 do Conselho Nacional de Justiça.
	PROPOSTA
 
	Nesse sentido, sugerimos as seguintes redações:
 
	Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
	(...)
	V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição com o auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
 
	Art. 166. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões de conciliação e mediação, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
 
	Art. 366. Instalada a audiência, o juiz deve estimular aconciliação entre as partes, sem prejuízo do encaminhamento da demanda para os centros judiciários de solução de conflitos, para os mediadores, conciliadores e centros credenciados ou para câmaras de arbitragem privadas, de acordo com as peculiaridades do conflito, se assim entender necessário.
 
	Observação: nos artigo 173 e 335 e parágrafos também consta a palavra audiência ao invés da palavra sessão.
	Quanto à distinção entre os institutos da mediação e da conciliação
 
	Art. 166. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
	…
 	
	§ 2º Em casos excepcionais, as audiências ou sessões de conciliação e mediação poderão realizar-se nos próprios juizos, desde que conduzidas por conciliadores e mediadores.
 
	3º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não tiver havido vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
 
	§ 4º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que tiver havido vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
	Observamos que no parágrafo 2º do Art. 166, os termos sessão e audiência são tratados como optativos, todavia, no caput, são tratados com distinção. Não fica claro o se o legislador está considerando procedimentos diferentes dentro dos institutos da conciliação e mediação, ou se é opcional a denominação. Sobre isso, já tecemos observações acima, porém salientamos o que consta no iartigo 7º da Resolução 125/10, que lista as atribuições dos Tribunais de Justiça, entre elas: IV – instalar Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania que concentrarão a realização das sessões de conciliação e mediação que estejam a cargo de conciliadores e mediadores, dos órgãos por eles abrangidos.
 
	O art. 166, em seus parágrafos 3º e 4º, é feliz ao distinguir a conciliação da mediação. No parágrafo 3º, entendemos que a intenção do legislador ao utilizar a palavra vínculo é referir que a mediação é o mecanismo mais adequado em caso de relação continuada entre as partes, como por exemplo nas questões de família. No entanto, pode ser depreendido também que o conciliador não se vincula a sessão que tenha havido entre as partes anteriormente. Por sua vez, o mediador deve dar continuidade e sendo imprescindível a pessoalidade nas sessões que se seguirão até o acordo.
	PROPOSTA 
 
	Art. 166. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões de conciliação e mediação, e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
	...
	§ 2º Em casos excepcionais, as sessões de conciliação e mediação poderão realizar-se nos próprios juízos, desde que conduzidas por conciliadores e mediadores.
 
	3º O conciliador poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
 
	§ 4º O mediador auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
	Quanto ao termo Câmara Privada
 
	Art. 169. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação.
 
	Entendemos não ser adequado o termo câmara privada de mediação e conciliação, pois lembra imediatamente o instituto da arbitragem. As câmaras de arbitragem são assim denominadas pois a decisão é proferida, em regra e conforme o caso, por mais de um arbitro. No caso da mediação e da conciliação, as partes tem o poder de decisão e não um órgão colegiado. Os países que se utilizam dos métodos autocompositivos há mais tempo, como por exemplo Portugal e Estados Unidos, fazem esta distinção entre Centro de Mediação e Conciliação e Câmara de Arbitragem.
 
	Destacamos o aparecimento deste termo em outros dispositivos: 170 § 2º, 168, caput e § 3º, § 4º; 169 caput e § 2º, 175, caput; 176 parágrafo único.
	PROPOSTA
 
	Nesse sentido, propomos a seguinte redação:
 
	Art. 169. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou o centro privado de conciliação e de mediação.
 
 	Quanto a vedação do artigo 173
 
	Art. 173. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes.
	JUSTIFICATIVA
 
	Tendo em vista que a confidencialidade se constitui princípio fundamental na atuação de mediadores e conciliadores, o Núcleo compreende que o artigo supramencionado fere a confiança que deve ser estabelecidas entre o facilitador e os envolvidos no conflito, eis que, após um ano, o conciliador poderá utilizar-se de informação privilegiada para patrocínio, assessoramento ou representação de uma das partes.
 
	Ressalte-se que uma das ferramentas dos processos de conciliação e mediação autocompositivas é a sessão individual com as partes, na qual o facilitador permanece sozinho, primeiro com uma parte e depois com a outra, pela mesmo quantidade de tempo. Pelo princípio da confidencialidade, o facilitador só pode abordar quaisquer dos assuntos tratados em sessão individual com a expressa anuência da parte. Frente ao exposto, compreendemos que o facilitador deve ficar impedido de atuar na qualidade de assessor, representante ou patrocinador das partes envolvidas no conflito. 
 
	Observamos ainda que não consta qualquer referência a figura do juiz que, antes de ser investido no cargo, tenha atuado como mediador ou conciliador das partes diretamente interessadas. Entendemos que este fato pode prejudicar a imparcialidade do magistrado, portanto, é dever deste declarar-se impedido para atuar na causa ou, se for o caso, as partes podem arguir o impedimento a qualquer tempo.
	PROPOSTA
 	Pelo exposto, sugerimos a seguinte redação:
 
	Art. 173. O conciliador e o mediador ficam impedidos de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes diretamente envolvidas no conflito no qual atuarem nesta qualidade.
 
	Parágrafo 1º: O juiz que, antes da investidura no cargo, atuou como mediador ou conciliador das partes diretamente envolvidas no conflito, tem o dever de declarar-se impedido.
	PROJETO DE LEI 7169 – OBSERVAÇÕES 
	Dezesseis anos, diversas emendas e substitutivos se passaram desde a primeira proposta legislativa de regulamentação da mediação extrajudicial no Brasil de autoria da Deputada Zulaiê Cobra. Enquanto se debate o Marco Legal da mediação, a implementação da politica publica de tratamento adequado dos conflitos de interesse está se dando exclusivamente através das diretrizes trazidas pela Resolução 125/10 do CNJ. Entendemos que o Projeto de Lei muitas vezes deixa de lado a Resolução inspirada no notável estudo do Professor Kazuo Watanabe. Quanto a isso, tecemos algumas observações: 
	O PL somente contempla a Mediação excluindo o instituto da Conciliação e “outros métodos de facilitadores da solução consensual de controvérsias”. 
	A conciliação prevista no código vigente é totalmente diferente da prevista no PL 7169. Entendemos essencial esta diferenciação. 
	O PL exclui para a mediação conflitos que versem sobre filiação, poder familiar, adoção, invalidade de matrimônio e filiação. Entendemos que são os conflitos familiares os que mais clamam por mediação/conciliação. Inclusive temos certo que a Alienação Parental precisa ter a mão mediação para que não tenhamos maistantas injustiças e prejuízos.
	Aline Leão 
	Jacqueline Padão

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