Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Aula 1 - Patologia Especial.pdf Função e Disfunção II Profª Maria Gabriela Xavier de Oliveira Complexo Educacional FMU Definição • Estudo do funcionamento dos diferentes sistemas do organismo animal isoladamente e em conjunto. • Interação entre os sistemas e das diferenças entre as espécies em busca de compreensão das doenças que afetam tais sistemas, associado ao aprendizado prático da necropsia. Definições Tanatologia: Estudo da morte e suas consequências Morte: Cessação definitiva de todos os fenômenos vitais. Processo progressivo e não instantâneo. O que estudaremos? •Exame local •Exame do animal •Identificação do cadáver •Mecanismo de morte •Causa morte •Diagnóstico diferencial •Medicina legal Fonte: Arca Brasil Exame Local Fonte: Arca Brasil Fonte: HOVET USP Fonte: HOVET USP Mecanismos de morte Causa Morte Diagnóstico Diferencial Medicina Legal Diagnóstico da morte Critérios: •Cessação da atividade cerebral •Parada Cardíaca •Parada Respiratória Alterações pós mortem “Alterações observadas em um cadáver e que não tenham ocorrido no indivíduo vivo”. Importância •Diferenciar das lesões produzidas em vida. •Estimar a hora da morte. Fenômenos Cadavéricos Classificação: Abióticos: que não modificam o cadáver no seu aspecto geral •Imediatos •Mediatos Bióticas: Modificam o cadáver no seu aspecto geral. Dificulta identificar os achados macroscópicos. Abióticos Abióticos Imediato – Morte Somática ou Clínica •Cessação das atividades cerebrais. É anterior e diferente da parada fisiológica: 1. Insensibilidade 2. Imobilidade, ausência de tônus muscular com relaxamento dos esfincters e midriase (dilatação da pupila). 3. Parada das funções cardíaca e respiratória 4. Inconsciência 5. Arreflexia •Cessação da atividade centro respiratória. •Cessação das atividades do coração Abióticos Abióticos Mediata ou Consecutiva – Autólise 1. Resfriamento e perda progressiva das fontes energéticas (Algor Mortis). •Melhor parâmetro •1ºC/hora 2. Os músculos mostram-se duros e contraídos (Rigor Mortis). Fonte: Forensic Pathology on emaze 3. Manchas arroxeadas aparecem nas porções de declive do corpo e dos órgãos internos(Livor Mortis). Fonte: Death on emaze •Manchas violetas •2 à 4 horas Diferenciar de hemorragias cutâneas!!! Fonte: Profº Ramon Mesquita 4. Pálpebras entreabertas, globos oculares retraídos, perda de brilho das córneas e pupilas dilatadas (midríase pupilar). Fonte: Portal do Dog 5. Putrefação do organismo morto (autólise). Fonte: Gastão Muri - WordPress.com 6. Coagulação do sangue Ocorrem em geral nas veias (2h), dificilmente em artérias, o sangue se divide em duas partes: •Cruólico: glóbulos vermelhos e fibrina que ajudam na precipitação de albumina, transforma o fibrinogênio em fibrina. •Lardáceo: parte branca, gordurosa, amarelada, formados pela precipitação das proteínas do sangue •Misto Duração: 6 a 8 horas. Diferenciar: “Trombo” antes da morte: aderido, seco, rugoso e quebradiço. Após a morte se torna elástico, brilhante, fica no formato dos vasos. Coágulo Misto Fonte: Profº Ramon Mesquita Abióticos Mediata ou Consecutiva – Autólise Outras observações: •Embebição por hemoglobina – hemólise dos eritrócitos. 8h •Embebição biliar •Timpanismo pós mortem •Deslocamento, torção ou ruptura de vísceras. •Prolapso retal Bióticos ou Processos transformativas – Heterólise Putrefação Primeiros sinais ocorrem após 20h. Coloração começa a ficar verde na região abdominal. Formação de gases devido a presença de bactérias. Timpanismo Liquefação Deslocamento dos tecidos e dos órgãos. Redução do tecidos moles - Após 30h. Cheiro ruim Autólise: Destruição de um tecido por enzimas protólíticas produzidas pelo próprio tecido. Microscópicamente: Perda de limiares celulares Diminuição da afinidade tintorial Ausência de reações inflamatórias Presença de hemólise Heterólise: Ação de enzimas proteolíticas provenientes de bactérias . 1. Pseudomelanose ou manchas da putrefação - sulfametahemoglobina, formada pela interação do ácido sulfídrico produzido pelas bactérias e a hemoglobina derivada da hemólise. •1 a 2 dias Bióticos ou Processos transformativas – Heterólise Fonte: Projeto TICS - Ufla Fonte: Profº Ramon Mesquita 2. Enfisema cadavérico - Creptação Fonte: G1 - Globo 3. Maceração Fonte: Profº Ramon Mesquita 4. Coliquação Fonte: Profº Ramon Mesquita 5. Redução esquelética Fonte: Revista Opinião Fatores que influenciam no aparecimento precoce ou tardio Temperatura ambiente Mais quente: maior velocidade de instalação do AP. Mais frio: menor velocidade de instalação do AP. Tamanho do animal Quanto maior, mais difícil o resfriamento e maior velocidade de instalação. Estado de nutrição Mais glicogênio muscular, mais tempo levará o Rigor mortis para se instalar. Causa mortis Infecções por Clostridium, sepses, intoxicações por estricnina... Cobertura tegumentar Pêlos, penas, lã e camada gordurosa aceleram AP. Conservadores •Saponificação •Mumificação - ressecamento •Corificação - zinco •Maceração – asséptico. Ex.: fetos mortos intra-uterinos. •Calcificação Obrigada!! gabriela.xavier@fmu.br Função e Disfunção do Sistema Cardiovascular - Copia.pdf Profª Maria Gabriela Função e Disfunção do Sistema Cardiovascular O Coração possui um sistema especializado para: 1. Gerar impulsos rítmicos que causam a contração rítmica do músculo cardíaco. 2. Conduzir esses impulsos rapidamente através do coração. 3. Atuar em caso de perigo, com mecanismos de redundância. Leis que regem a circulação do sangue Lei da pressão Lei da velocidade Lei do débito Lei da pressão A pressão que o sangue exerce na parede dos vasos depende do débito cardíaco e da resistência que se opõe à sua circulação. A pressão é expressa em mm/Hg, como por exemplo, 120/80, onde 120 é a pressão sistólica e 80 a diastólica. Lei da velocidade A velocidade do sangue diminui à medida que se afasta do coração, chega a um mínimo nos capilares e aumenta progressivamente nas veias e artérias. Lei do débito Para qualquer secção transversal completa do sistema circulatório, passam iguais quantidades de sangue em intervalos de tempo iguais. Ex.: Se na aorta passam 3,5 L de sangue por minuto, igual quantidade estará passando nesse período de tempo no: tronco da pulmonar, conjunto dos capilares aórticos e no conjunto dos capilares pulmonares Pericárdio, Epicárdio e Miocárdio. Halo perinuclear Cardiócito Mecanismo de Frank-Starling e o funcionamento do coração: Capacidade intrínseca do coração se adaptar a volumes crescentes de afluxo sanguíneo. Quanto mais o ventrículo é preenchido com sangue, durante a diástole, maior o volume de sangue liberado pelo ventrículo durante a contração sistólica. ELETROFISIOLOGIA CARDIACA Célula miocárdica: marcapasso; condução; contrateis. Circundadas pelo sarcolema. Células nodais dos nodos sinoatrial e atrioventricular: São responsáveis pela atividade de marcapasso e pelo retardo da condução no nodo AV. Células de Purkinje são células especializadas na condução rápida do impulso (feixe de His e rede de Purkinje). Células de transição são intermediarias entre as células de Purkinje e as células contrateis. Potenciais de ação cardíacos: células de resposta rápida e células de resposta lenta Existem basicamente dois tipos de células cardíacas: Células de resposta lenta: São as células marcapasso do nodo SA e as células do nodo AV. Elas tem a capacidade de despolarização espontânea e por isso são responsáveis (principalmente nodo SA) pelo inicio da onda de despolarização cardíaca. Células de resposta rápida: São as células do sistema His-Purkinge e as células do miocárdio atrial e ventricular. Elas conduzem a onda despolarizante pelo coração (sistema His-Purkinge) e realizam a contração do miocárdio em si (células miocárdicas). CLASSIFICACAO DAS ARRITMIAS Mecanismos responsáveis pelas arritmias cardíacas Anormalidades na geração do impulso Automaticidade alterada e anormal Anormalidades na condução do impulso. Normal: Bradiarritmia: baixa frequência cardíaca Taquiarritmia: alta frequência cadíaca Hipocalemia Alterações post mortem Rigor Mortis Fase de pré rigor: o glicôgênio das fibras ainda mantém os ATPs necessários ao metabolismo das fibras. ATPs Mantém afastadas actina e miosina (relaxamento muscular) Fase de rigor: com a de glicogênio ocorre de ATP e forte união dos filamentos de actina e miosina (RIGOR). Fase de pós rigor: os filamentos de actina e miosina são destruídos por fenômenos líticos levando ao relaxamento. Alterações post mortem Rigor Mortis No exame pós morte é normal: VE: vazio (devido a musculatura mais desenvolvida ocorre rigor completo e expulsão de todo o sangue). VD: coágulo já que a musculatura é mais delgada, não há completa expulsão do sangue. Importante: a presença de coágulo no VE é indicativa de rigor incompleto, provavelmente, devido a necrose ou degeneração do miocárdio. Principais causas das anomalias do coração Defeitos que produzem desvios do sangue do VD para o VE (vice versa). Defeitos valvulares que levam à obstrução do fluxo sanguíneo. Posicionamento arterial ou venoso anormal. Mal posicionamento do coração – ectopias. Alterações do pericárdio Alterações de desenvolvimento: total ou parcial (fenestração). Alterações de conteúdo: hidropericárdio, hemipericárdio, pneumopericárdio e piopericádio. Alterações de desenvolvimento Coração globoso e vasos túrgidos Hidropericárdio Hemopericáridio Alterações do pericárdio Alterações de Metabolismo: pigmentação (icterícia, melanose...), atrofia serosa, deposição de cristais de urato (pericardite úrica – aves e répteis) e mineralização epicárdica (calcinose cardíaca). Alterações circulatórias: petéquias, equimoses e sufusões. Processos Inflamatórios. Neoplasias. Pigmentação Atrofia da Serosa Alterações de metabolismo Calcinose cardíaca (Ex: Nierembergia veitchii) Alterações de metabolismo Alterações de metabolismo Alterações circulatórias Processos Inflamatórios: Pericardite de Serosa Processos Inflamatórios: Pericardite Fibrinosa Ex: Pasteurella, E. coli... Retículo- pericardite Traumática Alterações do Endocárdio Alterações Degenerativas Endocardiose Canina Típica em cães Idosos; comum em ICC; pode ter influência genética. Lesões: insuficiência valvular com subsequente dilatação atrial. Ocorrem na válvula mitral e Tricúspide. Raras nas válvulas aórtica e pulmonar. Alterações do Endocárdio Alterações Inflamatórias Endocardite (Valvular/Mural) - Agentes: Arcanobacterium pyogenes (bovinos), Erysipelothrix rhusiopathiae (suínos)... Endocardite Mural - Agentes: Clostridium chauvoei... Endocardite Urêmica - Agentes: Escherichia coli, Streptococcus sp. (cães e gatos). Necrose do Miocárdio Infecciosa Bacteriana: Clostridium chauvoei , Listeria monocytogenes e Histophilus somni. Viral: Febre Aftosa, Parvovirose Canina, Herpesvirose Canina, Cinomose e Doença de Aujeszky. Protozoária: Trypanosoma cruzi, Toxoplasma gondii, Neospora caninum, Sarcocystis spp. Necrose do Miocárdio Tóxica Nerium oleander Cassia occidentalis Ateleia glazioviana Kalanchoe spp Mais acometidos: gatos, ovinos e Bovinos. Necrose do Miocárdio Parasitária: Cisticercose, Taenia solium, T. saginata, T. ovis e Dirofilariose. Anomalias Congênitas do Coração Desvio sistêmico pulmonar Ducto Arterioso Persistente/Persistência do Forame Oval: falha no fechamento das comunicações cardiovasculares fetais. Defeito Septal Defeito Septal Atrial: Este defeito ocasionará hipertrofia excêntrica do ventrículo direito e hipertensão pulmonar, seguida de cianose. Defeito Septal Ventricular Persistência do Ducto arterioso • Comum em cães • Canal vascular entre as artérias aorta e pulmonar • Desvia o sangue dos pulmões durante a vida fetal Defeito septal Anomalias Congênitas do Coração Malformações das Válvulas Cardíacas Obstrução ao fluxo de saída ventricular direito Estenose Pulmonar Estenose Aórtica Cianótica Ectopia cardíaca Tetralogia de Fallot Ectopia Cardíaca: ovino de 6 meses Tetralogia de Fallot • Nessa condição ocorre simultaneamente: Dextroposição da Aorta (biventricular) Defeito do septo ventricular Estenose do tronco pulmonar Hipertrofia ventricular direita secundária Insuficiência Cardíaca Congestiva ETIOLOGIA Doença valvular (congênita; estenose ou insuficiência) Doença miocárdica (miocardite; degeneração; congênita ou hereditária; subst. químicas) Doença pericárdica Hipertensão (pulmonar; sistêmica – rara) Defeitos congênitos que resultam em desvios (vasculares ou septais) Insuficiência Cardíaca Congestiva Esquerda / Direita Alterações na pressão de um ou ambos os ventrículos. Alterações no volume de um ou ambos os ventrículos. Alteração na contratilidade do miocárdio. Alteração no ritmo e batimento cardíacos. Hemodinâmica Contratilidade Ritmo Cardiomiopatias nos Cães Cardiomiopatia Dilatada ou Congestiva Raças de Grande Porte: Boxer, Dogue Alemão Dogue Alemão, Pastor Alemão, São Bernardo Outras: Cocker Spaniel Inglês, Doberman, Pinscher. Etiologia: Deficiência de Carnitina (cofator essencial para oxidação de ácidos graxos). Cardiomiopatia Hipertrófica Muito raro em cães. Cardiomiopatias nos Gatos Cardiomiopatia Dilatada ou Congestiva Etiologia: Deficiência de taurina (aminoácido encontrado em alta concentração no miocárdio e retina) Cardiomiopatia Hipertrófica Hipertrofia ventricular esquerda Etiologia: Desconhecida Hipertireoidismo Hereditária nos Persas Alterações de volume Neoplasias que acometem o coração Hemangioma Hemangiossarcoma Rabdomioma Rabdomiossarcoma Linfoma Anomalias Vasculares Anomalias do Anel Vascular Persistência do Arco Aórtico Direito Anomalias da Aorta Coarctação – estreitamento da aorta. Persistência do Arco Aórtico Direito Alterações das Artérias Alterações Degenerativas Mineralização Solanum malacoxylon Alterações das Artérias Rupturas e Aneurismas Aorta: Spirocerca lupi em cães e em eqüinos em exercício. + Aneurisma da Aorta Torácica Alterações das Artérias Tromboembolismo Trombose Tríade de Virchow Trombose da Art. Mesentérica Cranial em Eqüinos (Strongylus vulgaris). Alterações das Veias Desvio Porto-Cavas Congênitos/Adquiridos Inflamação Flebite Onfaloflebite Vou desafiar vocês!!! Um canino macho, sem raça definida, com três anos, pesando 36kg, foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Minas Gerais, apresentando tosse noturna, intolerância ao exercício, cansaço frequente, emagrecimento, episódios de síncope. Após 7 meses foi indicado a eutanásia e na necropsia foi observado aumento de volume do coração (cerca de 10,0 x 11,0 centímetros de diâmetro), com formato globoso e consistência flácida. As câmaras cardíacas estavam dilatadas, com paredes cardíacas finas (especialmente no ventrículo esquerdo), anéis atrioventriculares dilatados e atrofia dos músculos papilares. Não foram observados outros achados relacionados à insuficiência cardíaca congestiva, pois esse cão recebia terapia cardiovascular intensiva. Qual o principal local do coração afetado nessa patologia? Qual é o possível diagnóstico? Estudo dirigido 1 1. Ao abrir o saco pericárdico, você encontrou grande quantidade de liquido seroso, límpido de baixa densidade e as superfícies serosas estavam lisas, brilhantes, e sem aderências. Qual o seu diagnóstico ? 2. Quais as patogenias da ICC esquerda e direita? Diferencie os sinais clínicos de cada uma. 3. Explique o que ocorre com um animal diagnosticado com a Tetralogia de Fallot. 4. Represente graficamente o potencial de ação da fibra muscular contrátil e do nodo sinoatrial. Explique os eventos iônicos responsáveis pelas fases do potencial de ação nesses dois tipos de tecido. 5. O que causa o potencial de ação prolongado e o platô?
Compartilhar