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TCU 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 1 
Aula 03 
2 Direitos e garantias fundamentais. Remédios Constitucionais 
 
I. DIFERENÇA ENTRE DIREITOS, GARANTIAS E REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ---- 3 
II. ESFERA JUDICIAL E ADMINISTRATIVA -------------------------------------------------------------------------- 5 
III. HABEAS CORPUS (HC) --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 6 
IV. HABEAS DATA (HD) ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 24 
V. MANDADO DE SEGURANÇA (MS) ------------------------------------------------------------------------------------ 34 
VI. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (MSC) ------------------------------------------------------------- 46 
VII. MANDADO DE INJUNÇÃO (MI) ---------------------------------------------------------------------------------------- 59 
VIII. AÇÃO POPULAR (AP) --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 76 
IX. QUESTÕES DA AULA ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 89 
X. GABARITO --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 100 
XI. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ---------------------------------------------------------------------------------------- 101 
 
 
Olá futuros Técnicos de Controle Externo! 
Prontos para trabalhar em um dos melhores órgãos da Administração 
Pública e para o SEU salário de R$ 9.381,76? (Esse é o salário!) 
Estão estudando como eu ensinei na aula inaugural? E os resultados? Tenho 
certeza de que estão melhorando! E também estou certo de que eles serão 
cada vez melhores! 
Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital: 2 Direitos e 
garantias fundamentais. Remédios Constitucionais. 
Como sempre, faremos muitos exercícios para que você treine muito e tenha 
uma visão de todos os ângulos da matéria: serão 84 questões comentadas! 
Começaremos com a parte teórica e os exercícios virão na medida em que a 
matéria for explicada. Ao responder as questões, leia todos os comentários, 
pois foram feitas várias observações além da mera resolução da questão. 
Na aula de hoje, teremos APENAS 41 páginas de conteúdo (teoria). O 
restante das páginas é dividido entre exercícios comentados, MUITOS 
esquemas e uma lista com as questões da aula. Dessa forma, apesar de o 
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Aula 03 
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número de páginas ser elevado, a leitura do material é bastante rápida e 
agradável! 
Você notará que alguns esquemas e respostas foram exaustivamente 
repetidos nos comentários das questões. Isso não é por acaso! Sugiro 
que você os revise várias vezes, para internalizar o conhecimento. 
Caso tenham alguma dúvida, mandem-na para o fórum. 
 
Vamos então à nossa aula! 
 
TCU 
Aula 03 
Prof. Roberto Troncoso 
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I. DIFERENÇA ENTRE DIREITOS, GARANTIAS E 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
Caro aluno, nós já estudamos vários direitos até aqui: os direitos individuais e 
coletivos, os sociais, os políticos, os de nacionalidade etc. Pois bem, os 
direitos são justamente esses bens e vantagens prescritos na Constituição. 
Mas o que acontece se alguém tem o direito, mas por algum motivo não 
consegue exercê-lo? Para isso servem as garantias: elas são os instrumentos 
que asseguram o exercício dos direitos. 
OBSERVAÇÃO: Muitas vezes, as bancas, os autores e os professores utilizam 
essas expressões (direitos e garantias) como sinônimas. Até porque essa linha, 
às vezes, é bem tênue. Assim, muito dificilmente, as bancas vão considerar 
incorreta uma questão somente por conta dessa divergência (chamar direito de 
garantia e vice-versa). 
Já os remédios são espécies de garantias e podem ser divididos em 
remédios administrativos e remédios judiciais. 
Os remédios administrativos são instrumentos assegurados à pessoa para 
que ela consiga exercer seus direitos sem precisar recorrer ao Poder Judiciário. 
Assim, o dono do direito consegue exercê-lo utilizando-se simplesmente da via 
administrativa. Dois remédios administrativos previstos na Constituição são: o 
direito de petição e o direito de certidão. Somente para relembrar: 
Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente 
do pagamento de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de 
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa 
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
Já os remédios judiciais são os instrumentos que possibilitam que alguém 
exerça seu direito, mas deve-se recorrer ao Poder Judiciário. Assim, eles são 
ações específicas para que alguém alcance ou exerça algum direito que possui 
e que está sendo violado. Os remédios judiciais previstos na CF são os 
seguintes: 
• Habeas Corpus (HC), 
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• Habeas Data (HD), 
• Mandado de Segurança (MS), 
• Mandado de Segurança Coletivo (MSC), 
• Ação Popular (AP) e o 
• Mandado de Injunção (MI). 
Vamos estudar agora cada um deles. Mas somente para que fique mais claro, 
quando falamos de esfera judicial e esfera administrativa, é bastante 
interessante que você entenda perfeitamente o que isso significa: 
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II. ESFERA JUDICIAL E ADMINISTRATIVA 
Quando falamos em esfera administrativa, estamos falando em 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, ou seja, os órgãos públicos em geral, como a 
Receita Federal, INSS, CGU, DETRAN, Ministérios etc. 
Já quando falamos em esfera judicial, estamos nos referindo especificamente 
ao Poder Judiciário exercendo sua função típica. Duas considerações: 
1- Um Tribunal, se estiver exercendo a atividade típica do Poder Judiciário, 
ou seja, provendo a prestação jurisdicional, será considerado esfera 
judicial. No entanto, se o mesmo Tribunal estiver exercendo atividade 
tipicamente administrativa (ex. realizando uma licitação), será 
considerado esfera administrativa. 
2- Para facilitar a divisão dos trabalhos, o Poder Judiciário (enquanto função 
típica) é dividido em duas grandes áreas: civil e penal. Tanto a esfera 
civil quanto a penal são parte do Poder Judiciário (na esfera judicial). 
Guarde essas informações, pois serão importantes para daqui a pouco. 
Esquematizando: 
• Diferenças entre Direitos, Garantias e Remédios Constitucionais 
o Direitos: bens e vantagens prescritos na CF 
o Garantias: Instrumentos que asseguram o exercício dos direitos. 
o Remédios: Espécie de garantia 
• Remédios • Administrativos - Direito de certidão 
 - Direito de petição 
• Judiciais - Habeas Corpus (HC) 
- Habeas Data (HD) 
- Mandado de Segurança (MS) 
- Mandado de Segurança Coletivo (MSC) 
- Ação Popular (AP) 
- Mandado de Injunção (MI) 
 
o Esfera - Judicial - Civil 
- Penal 
- Administrativa 
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III. HABEAS CORPUS (HC) 
A Constituição dispõe em seu art. 5º, LXVIII: “conceder-se-á "habeas-corpus" 
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação 
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. 
Assim, o habeas corpus é uma ação usada para proteger o direito de ir e vir, o 
direito de liberdade. Os dois marcos históricos dessa ação são datados de 
1215 com o ReiJoão Sem Terra e de 1679 com o Habeas Corpus Act. 
O HC é uma ação penal (lembre-se: dentro da esfera judicial e, dentro dessa, 
da área penal) e de procedimento especial. Justamente por proteger um dos 
direitos mais críticos do ser humano, a liberdade, o HC é uma ação de 
procedimento mais rápido do que as ações comuns (rito sumário). 
Essa ação possui algumas figuras importantes: 
i. Quem entra com a ação. 
ii. Contra quem se entra com a ação. 
iii. Em favor de quem se entra com a ação, ou seja, quero proteger a 
liberdade de quem?. 
Cada uma dessas figuras possui um nome diferente e algumas características e 
são importantes para a sua prova. Vamos a elas. 
1. IMPETRANTE 
O impetrante é o nome de quem entra com a ação, é o legitimado ativo para 
entrar com o habeas corpus. 
 
 
 
Assim, pode-se entrar com habeas corpus para proteger o direito de liberdade 
próprio ou de terceiros. Além disso, qualquer pessoa (é qualquer pessoa 
mesmo!) pode entrar com essa ação: pessoa física, jurídica, nacional, 
estrangeira, capaz ou não, Ministério Público... Assim, um menor de idade ou 
um deficiente mental podem impetrar um habeas corpus. 
Dica: 
Em direito, quem pode entrar com a ação se chama legitimado ativo 
e contra quem se entra com a ação se chama legitimado passivo. 
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Na ação do habeas corpus, como o direito protegido é um direito altamente 
sensível, existem exceções a algumas regras adotadas pelo Poder Judiciário. 
Observe: 
a) Uma regra em direito é que “o Poder Judiciário não pode dar o que a 
pessoa não pede” (vinculação ao pedido). Observe o art. 2º do Código 
de Processo Civil: “Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão 
quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais.” 
Assim, se alguém tem direito a 10, mas, ao entrar no judiciário, só pede 
2, essa pessoa só poderá ganhar 2 (aquilo que pediu). No entanto, no 
habeas corpus, o juiz pode agir de ofício (por conta própria) e 
conceder o HC mesmo sem ninguém ter pedido. 
b) Outra regra em direito é que as partes devem ser sempre representadas 
por advogado, pois este é o único que tem a capacidade postulatória 
(capacidade de agir em juízo). No entanto, para amplificar a proteção à 
liberdade, no HC, não se precisa de advogado. 
c) Mais uma importante regra em direito é que devem ser cumpridas várias 
formalidades processuais e instrumentais. Como exemplo, observe o art. 
282 do Código de Processo Civil (não precisa saber esse artigo para a 
sua prova de Direito Constitucional, ok? É só para exemplificar): 
Art. 282. A petição inicial indicará: 
I - o juiz ou tribunal, a que é dirigida; 
II - os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor 
e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido, com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados; 
VII - o requerimento para a citação do réu. 
No habeas corpus, não existe qualquer formalidade processual ou 
instrumental. Pode-se entrar com a petição inicial escrita em um “papel 
de pão”, que ela deverá ser analisada pelo Poder Judiciário. No entanto, 
o pedido deve ser escrito em língua portuguesa. 
 
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2. PACIENTE 
O paciente é a pessoa em favor de quem se entra com o habeas corpus. Como 
paciente, só se admite que sejam pessoas físicas (pessoas de carne e osso). 
Assim, não cabe o HC para proteger pessoa jurídica, pois o direito de 
liberdade não se aplica a elas. 
• Exemplificando: pessoa jurídica “Coca-Cola”. 
o Quem tem direito à liberdade é o “diretor” da empresa (pessoa 
física) e não a “Coca-Cola” (pessoa jurídica). 
o Quem pode ir e vir é um “funcionário” da fábrica (pessoa física) e 
não a “Coca-Cola” (pessoa jurídica). 
Entenderam porque o direito de liberdade / ir e vir não se aplica às pessoas 
jurídicas? 
Cabe ressaltar que as pessoas jurídicas podem cometer crimes (ambientais, 
por exemplo), mas não podem ser apenadas com o cerceio da liberdade 
(HC 92.921/BA). 
3. IMPETRADO 
O impetrado é o legitimado passivo da ação, ou seja, contra quem se entra 
com a ação. O legitimado passivo pode ser autoridade pública que cometa 
ilegalidade ou abuso de poder ou o particular que cometa ilegalidade. 
Assim, observe que o HC pode ser impetrado contra PARTICULAR para 
cessar uma coação ilegal! 
Exemplo 1: retenção ilegal de paciente em hospital particular em que se 
encontra internado até que seja paga a conta. Cabe o HC, pois a retenção 
é ilegal e lesa o direito de ir e vir. 
Exemplo 2: retenção, pelo empregador, de trabalhador em imóvel rural 
para pagamento de eventuais dívidas. Também cabe o HC, pois a 
retenção é ilegal e lesa o direito de ir e vir. 
Não confundir o HC impetrado contra particular com Mandado de 
Segurança contra particular no exercício de função pública (a ser 
estudado mais à frente). 
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Esquematizando: 
HABEAS CORPUS (HC) 
• art. 50, LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar 
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou 
abuso de poder; 
• Direito protegido: Ir e vir direito de 1a geração 
• Origem - 1215 – Rei João-Sem-Terra 
- 1679 – habeas corpus act 
• Natureza: Penal e procedimento especial (Alexandre de Moraes) 
• Impetrante - Quem entra com a ação 
(Legitimado - Para si ou 3º 
 ativo) - Qualquer um - Pessoa física ou jurídica 
- Nacional ou estrangeiro 
- MP 
- Capaz ou não 
- Juiz concede de ofício 
- Não precisa de advogado 
- Não tem qualquer formalidade processual ou instrumental 
- Deve ser escrito em língua portuguesa 
• Paciente - Pessoa em favor da qual se entra com HC 
- Somente pessoa física - Não cabe HC para proteger pessoa jurídica 
- Pessoa jurídica comete crime (ambiental), mas não 
pode ser apenada com cerceio da liberdade (HC 
92.921/BA) 
• Impetrado - Autoridade coatora 
(Legitimado - Pode ser - Pública – ilegalidade ou abuso de poder 
Passivo) - Particular - ilegalidade 
Pode ser impetrado contra PARTICULAR para cessar uma 
coação ilegal!!! 
Ex: hospital psiquiátrico 
Ex: retenção de paciente em hospital particular em que se encontra 
internado até que seja paga a conta 
Ex: a retenção, pelo empregador, de trabalhador em imóvel rural para 
pagamento de eventuais dívidas. 
 Não confundir o HC impetrado contra particular com 
Mandado de Segurança contra particular no exercício de 
função pública 
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4. OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO HABEAS CORPUS 
O habeas corpus pode ser usado para proteger a liberdade de alguém antes ou 
depois desse direito ser indevidamente violado. Assim, se alguém já teve sua 
liberdade indevidamente restrita, o HC se chama repressivo ou liberatório. 
Por outro lado, quando alguém está prestes a ter sua liberdade indevidamente 
violada, o HC será chamado de preventivo ou salvo conduto. Além disso, é 
cabível desistência do HC. 
Para garantir uma maior proteção a esse direito sensível, o HC é sempre 
gratuito e é cabível contra ato omissivo ou comissivo. Um ato omissivo é 
uma omissão, um não fazer, um ato negativo. Já o ato comissivo é um agir, 
um fazer, um ato positivo. 
• Exemplo de ato comissivo: uma ordem de prisão ilegal expedida por um 
juiz; 
• Exemplo de ato omissivo: um juiz que deveria mandar soltar alguém e 
não o faz, mantendo alguém preso ilegalmente. 
Outrainformação importante é que o habeas corpus é cabível contra 
ofensa direta ou indireta ao direito de liberdade (lembre-se: a ideia é que 
esse direito seja protegido da forma mais ampla possível). 
• Ofensa direta: quando um ato atenta diretamente contra a liberdade de 
alguém. Ex: uma ordem de prisão irregular. 
• Ofensa indireta: quando um ato não restringe diretamente a liberdade, 
mas pode levar, futuramente, à violação indevida. Ex: um inquérito 
policial ou uma ação penal que possuem algum vício. Eles não atingem 
diretamente a liberdade, mas se forem levadas adiante com o vício 
podem, futuramente, atingi-la de forma indevida. 
Dessa forma, cabe HC para trancar ação penal ou inquérito policial; não se 
depor em CPI; impugnar quebra de sigilo telefônico e de dados ou quebra de 
sigilo bancário, desde que se esteja em âmbito criminal e se possa 
reflexamente culminar na restrição da liberdade. Por outro lado, se a quebra 
do sigilo bancário estiver em âmbito administrativo, não cabe HC uma 
vez que esse procedimento não poderá atingir a liberdade de alguém. 
 
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Esquematizando: 
• Espécies de HC - Repressivo ou liberatório 
- Preventivo ou salvo conduto 
• Gratuito 
• Cabe contra ato comissivo ou omissivo 
• Cabe desistência 
• DIRETA 
• INDIRETA, - Trancar ação penal ou inquérito policial 
 REFLEXA OU - Não depor em CPI 
POTENCIAL - Impugnar quebra do sigilo telefônico/dados 
- Impugnar quebra de sigilo bancário 
� Âmbito criminal e puder reflexamente culminar na 
restrição da liberdade: Cabe HC 
� Âmbito administrativo: Não cabe HC 
 
 
5. LIMINAR/CAUTELAR EM HABEAS CORPUS 
Meu amigo e futuro Técnico de Controle Externo, você concorda que, em regra, 
julgar uma ação nem sempre é uma coisa rápida? Veja bem: o juiz tem que 
ouvir as partes, produzir as provas necessárias, ouvir as testemunhas etc. 
Uma ação no judiciário geralmente é bastante trabalhosa e demorada. 
No entanto, existem situações em que a prestação jurisdicional deve ser feita 
imediatamente e, se não o for, o direito vai se perder. Para esses casos, existe 
o instituto da liminar ou cautelar. 
Imagine a seguinte situação: um aluno que acabou de passar no vestibular 
está sendo indevidamente impedido de realizar a matrícula em uma 
universidade pública. Ora, se ele não realizar a matrícula imediatamente, o 
semestre começará e o aluno ficará prejudicado. De nada adiantaria que o juiz 
desse ganho de causa a esse aluno daqui a um ano. Mesmo tendo ganhado a 
ação, ele já teria perdido um ou dois semestres de qualquer forma. 
Por outro lado, o Poder Judiciário não pode julgar uma causa às pressas, sem o 
devido cuidado. Nesses casos, o juiz concede a liminar (ou cautelar). É 
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TCU 
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como se o juiz falasse assim: “vá exercendo o direito enquanto eu julgo 
melhor a ação”. 
Importante ressaltar que a concessão da liminar não significa que a 
pessoa já ganhou a ação. O julgamento pode ser contrário ou a favor de 
quem ganhou a liminar. 
Importante ressaltar também que, para que seja concedida a cautelar, em 
qualquer ação do judiciário, são necessários dois requisitos: 
• Periculum in mora ou perigo na demora: para que seja concedida a 
liminar, é fundamental que haja o perigo na demora, em outras palavras, 
se o judiciário não decidir agora, não adianta mais (o direito terá 
perecido). 
• Fumus boni juris ou fumaça do bom direito: para que seja concedida 
a cautelar, é necessário também que a pessoa “pareça estar certa”. 
Assim, não é necessário que a causa seja julgada nos mínimos detalhes, 
mas é preciso que, o ganhador da liminar aparentemente tenha razão. 
Explicado o que é uma cautelar, você deve saber que é possível a concessão 
de liminar na ação do habeas corpus, desde que estejam presentes os 
dois requisitos: periculum in mora e o fumus boni juris. 
 
6. HIPÓTESES ONDE NÃO CABE HABEAS CORPUS 
Muitas questões de prova podem ser resolvidas com duas simples regrinhas e 
que já não são mais novidade para nós: 
1- Somente cabe HC para proteger o direito de liberdade e, se não 
há violação ao direito de liberdade, não caberá o habeas corpus. 
2- Somente cabe HC se a restrição de liberdade for irregular. Se a 
prisão ou o procedimento forem legais, obviamente não caberá HC. 
Assim, com essas duas regrinhas, você será capaz de resolver praticamente 
todas as questões de prova sobre o cabimento ou não de habeas corpus. O 
esquema abaixo traz as questões mais comuns de prova: 
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- Impeachment por crime de responsabilidade – decisão política e não põe em risco o 
direito de ir e vir 
- Determinação de suspensão de direitos políticos – não afeta o direito de liberdade 
- Decisão ADMINISTRATIVA de caráter disciplinar (advertência, suspensão...) ou para 
trancar o processo administrativo (HC 100.664/DF) – não afeta o direito de liberdade 
- Decisão condenatória à pena de MULTA – não afeta o direito de liberdade 
- Decisão em processo criminal onde a pena de multa é a única cominada – não afeta 
o direito de liberdade 
- (Súmula 693) 
- Quebra de sigilo telefônico, bancário ou fiscal se NÃO puder resultar em pena 
privativa de liberdade 
- Condenação criminal quando já extinta a pena privativa de liberdade (Súmula 695) – não 
afeta o direito de liberdade 
- Questionar - Afastamento ou perda de cargo público 
- Exclusão de militar 
- Perda de patente ou função pública 
- Sequestro de bens imóveis 
- Dirimir controvérsia de guarda de filhos menores 
- Inquérito policial, desde que presentes os requisitos legais (indícios de autoria e 
materialidade) 
- Para tutelar direito de reunião – não afeta o direito de liberdade 
- Discutir o mérito de punições disciplinares militares 
- Cabe o HC para discutir a legalidade (HC 70.648/RJ) 
- Como sucedâneo da revisão criminal (não pode ser usado para desfazer sentença 
transitada em julgado) 
- Decisões do STF (turmas ou plenário) – eles representam o próprio STF 
Regra 1- Se não ameaça a LIBERDADE: NÃO CABE HC 
2 - Se a prisão ou o procedimento que possa levar à 
prisão forem legais / regulares: NÃO CABE HC 
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7. PRINCIPAIS COMPETÊNCIAS PARA JULGAMENTO DE HC 
Via de regra, as competências para julgamento da ação do habeas corpus são 
em razão da autoridade coatora, ou seja, quem julga a ação depende do 
legitimado passivo (do impetrado). 
As competências para julgamento do habeas corpus estão previstas nos 
artigos. 102, 105, 108, 109 e 121 da Constituição e, infelizmente, não conheço 
uma maneira diferente de estudá-las a não ser o bom e glorioso “decoreba”. 
Vamos aos esquemas para facilitar a nossa vida: 
• Principais competências para julgamento de HC 
o Regra: é de acordo com a autoridade coatora, mas há exceções 
o Arts. 102 + 105 + 108 + 109 +121 
- Quando o - Presidente da República 
PACIENTE for - Vice-Presidente da República 
- Membros do CN (deputados e senadores) 
- Ministros do STF 
- Pocurador-Geral da República 
- Ministro de Estado ou Comandantes das Forças 
Armadas 
- (aqui é paciente. Se for coator será o STJ) 
- Membros dos - Tribunais Superiores 
- TCU 
- Chefes missão diplomática de caráter permanente 
- Quando o - COATOR for Tribunal Superior 
-COATOR ou PACIENTE for autoridade ou 
funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à 
jurisdição do STF ou se trate de crime sujeito à mesma 
jurisdição em uma única instância; 
HC decidido em única instância por Tribunal Superior e a 
decisão for DENEGATÓRIA 
 
Originária 
STF 
Em recurso ordinário 
TCU 
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- quando o COATOR - Governador 
ou PACIENTE for - Desembargador de TJ Estadual 
- Membros de - TCE 
- TRF 
- TRE 
- TRT 
- TC dos M 
- MPU que oficiem perante 
os tribunais 
 
- quando o COATOR - Tribunal sujeito à jurisdição do STJ 
- MinE, Comandante das forças armadas 
- (aqui é coator. Se for paciente será o STF) 
- Ressalvada a Justiça Eleitoral 
 
- HC decidido em única ou última instância pelos TRFs 
ou TJ Estaduais, quando a decisão for 
DENEGATÓRIA 
 
 
quando o COATOR for Juiz Federal 
 
decisão de Juiz Federal ou Juiz Estadual no exercício 
da competência federal 
 
 
Julgar HC em matéria criminal de sua competência ou quando constrangimento 
vier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra 
jurisdição 
 
� Entre outros (art. 121, §§ 3º e 4º, V + 105, I, “c”: justiça eleitoral) 
 
 
Originária 
STJ 
Em recurso ordinário 
TRF 
Originária 
Em recurso ordinário 
Juiz Federal 
TCU 
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 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Roberto Troncoso 16 
EXERCÍCIOS 
1. (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário) Será concedido habeas 
corpus àquele que sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação 
em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. 
A questão define muito bem o conceito de Habeas Corpus. Assim, o HC 
é uma ação penal usada para proteger o direito de ir e vir: o direito de 
liberdade. 
Gabarito: Certo. 
2. (CESPE - 2013 - TJ-MA - Juiz) Conforme entendimento do STF, não se admite 
a impetração de habeas corpus para o trancamento de ação de improbidade 
administrativa. 
O Habeas Corpus é destinado tão somente quando houver ofensa ou 
ameaça à liberdade de locomoção. O STF já decidiu, no HC 100244, que 
“Ainda que se admita que a ação de improbidade administrativa tem 
natureza penal, não há como trancá-la em habeas corpus, porquanto 
as sanções previstas na Lei 8.429/1992 não consubstanciam risco à 
liberdade de locomoção”. 
Gabarito: Certo. 
3. (CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário - Área Administrativa) Considere que 
um argentino tenha sido preso em flagrante em território brasileiro e que, com 
base no direito constitucional brasileiro, tenha impetrado habeas 
corpus redigido em língua espanhola. Nessa situação, a despeito de o pedido 
de habeas corpus destinar-se à salvaguarda de direito fundamental, o writ não 
deverá ser conhecido, pois é imprescindível o uso da língua portuguesa na 
redação dessa ação, consoante jurisprudência do STF. 
Aí não, né pessoal? Tudo bem que o HC é uma ação muito ampla e 
quase que “sem regras”, mas pedir em idioma estrangeiro já seria 
bagunça... Segundo entendimento do STF: "É inquestionável o direito 
de súditos estrangeiros ajuizarem, em causa própria, a ação de habeas 
corpus, eis que esse remédio constitucional – por qualificar-se como 
verdadeira ação popular – pode ser utilizado por qualquer pessoa, 
independentemente da condição jurídica resultante de sua origem 
nacional. A petição com que impetrado o habeas corpus deve ser 
redigida em português, sob pena de não conhecimento 
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do writ constitucional (CPC, art. 156, c/c CPP, art. 3º), eis que o 
conteúdo dessa peça processual deve ser acessível a todos, sendo 
irrelevante, para esse efeito, que o juiz da causa conheça, 
eventualmente, o idioma estrangeiro utilizado pelo impetrante. A 
imprescindibilidade do uso do idioma nacional nos atos processuais, 
além de corresponder a uma exigência que decorre de razões 
vinculadas à própria soberania nacional, constitui projeção 
concretizadora da norma inscrita no art. 13, caput, da Carta Federal, 
que proclama ser a língua portuguesa ‘o idioma oficial da República 
Federativa do Brasil’.” (HC 72.391-8 DF). 
Gabarito: Certo. 
4. (CESPE - 2013 - TC-DF - Procurador) Qualquer pessoa do povo, nacional ou 
estrangeira, independentemente de capacidade civil, política, idade, sexo, 
profissão ou estado mental pode fazer uso do habeas corpus, em benefício 
próprio ou alheio, não sendo permitida, porém, a impetração apócrifa, sem a 
precisa identificação do autor. 
O habeas corpus é uma ação usada para proteger o direito de ir e vir, o 
direito de liberdade. Seus elementos são: Impetrante, Impetrado e 
Paciente. Pode ser impetrado por QUALQUER pessoa, mas esta deve 
ser identificada. O objeto pode ser direito próprio ou alheio e será 
contra a autoridade que cometeu abuso ou ilegalidade contra a 
liberdade de locomoção. 
Gabarito: Certo. 
5. (CESPE - 2012 - TJ-RR – Administrador) As pessoas jurídicas são destinatárias 
dos direitos e das garantias fundamentais constantes da Constituição Federal, 
inclusive de mandado de segurança, habeas data e habeas corpus. 
Vamos ver quais institutos trazidos pela questão se aplicam a pessoas 
jurídicas: 
- Direitos e garantias fundamentais (regra geral): sim; 
- Mandado de segurança: sim; 
- Habeas data: sim; 
- Habeas corpus: não! O HC serve para tutelar o direito de locomoção. 
Isso não se aplica, obviamente a pessoas jurídicas (você consegue 
pensar em uma empresa ou entidade se locomovendo?) 
TCU 
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Gabarito: Errado 
6. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça) Caracteriza-se como repressivo 
o habeas corpus impetrado por alguém que se julgue ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso 
de poder. 
O HC preventivo ocorre quando o direito de locomoção está sendo 
ameaçado, enquanto o repressivo ocorre quando aquele direito já foi 
lesado. 
Gabarito: Errado. 
7. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça) A jurisprudência do STF não 
admite impetração de habeas corpus em favor de pessoa jurídica, ainda que 
esta figure como ré em ação de crime contra o meio ambiente. 
Isso mesmo. A pessoa jurídica pode até ser ré em uma ação criminal. 
No entanto, como o direito de locomoção não é aplicável a elas, não é 
cabível o Habeas Corpus em favor de pessoa jurídica. Imagine só a 
“coca-cola” sendo presa!! 
Gabarito: Certo. 
8. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça) Considere que um veículo de 
comunicação seja proibido, por decisão judicial, de divulgar matéria 
desfavorável ao autor da ação, sendo a proibição estendida a blogues, páginas 
pessoais, redes sociais e outros sítios da Internet. Considere, ainda, que um 
cidadão, sentindo-se coagido na sua liberdade de navegar na Internet, impetre 
habeas corpus a fim de garantir sua liberdade de locomoção nessa rede 
mundial de comunicação. Nessa situação, de acordo com o entendimento do 
STF, a referida decisão, de fato, viola o livre trânsito do impetrante no mundo 
virtual, estando a demanda no âmbito de proteção do habeas corpus. 
Aí não galera! O HC serve para proteger a liberdade de locomoção / de 
ir e vir (a física). Não tem esse papo de locomoção virtual não! 
Gabarito: Errado. 
9. (CESPE - 2012 - MPE-PI - Promotor de Justiça) Segundo a jurisprudência 
dominante do STF, é cabível habeas corpus contra decisão condenatória à pena 
de multa. 
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A multa, apesar de afetar o órgão mais sensível do corpo humano(o 
bolso rsrsrs) não afeta a liberdade de ir e vir, não cabendo HC contra 
ela. 
Gabarito: Errado. 
10. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) Não é cabível habeas corpus para 
impugnar os pressupostos de legalidade de punição disciplinar militar, ainda 
que não se questione o mérito desta. 
O Habeas Corpus não é cabível para impugnar (contestar) o mérito das 
punições disciplinares militares. No entanto, ele pode sim ser usado 
para contesta a legalidade dessas punições. 
Gabarito: Errado. 
11. (CESPE - 2011 - PC-ES - Perito Papiloscópico) É possível a impetração de 
habeas corpus contra um hospital particular que esteja privando um paciente 
do seu direito de liberdade de locomoção. 
A autoridade coatora no habeas corpus pode ser tanto o Estado (por 
ilegalidade ou abuso de poder) quanto o particular (por ilegalidade). 
Não é que o HC não protege o direito de liberdade contra atos de 
particular com abuso de poder. Ocorre que o particular não comete 
abuso de poder, pois somente as autoridades públicas podem praticar 
esse ilícito. 
No exemplo trazido pela questão, o hospital está ferindo 
indevidamente a liberdade de locomoção do indivíduo, sendo cabível o 
HC. 
Gabarito: Certo. 
12. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) O habeas corpus, destinado a 
garantir a liberdade de locomoção do indivíduo, foi uma inovação da CF. 
Os dois marcos históricos dessa ação são datados de 1215 com o Rei 
João Sem Terra e de 1679 com o Habeas Corpus Act. O Habeas Corpus 
já estava presente em outras constituições brasileiras desde 1891. 
Gabarito: Errado. 
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13. (CESPE - 2010 - INSS - Engenheiro Civil) Admite-se impetração de habeas 
corpus contra um hospital particular que prive um paciente do seu direito de 
liberdade de locomoção. 
O habeas corpus pode ser impetrado contra autoridade pública quando 
há ilegalidade ou abuso de poder, ou ainda contra particular, no caso 
de ilegalidade. Dessa forma, cabe o habeas corpus sempre que a 
liberdade de locomoção de alguém estiver sendo indevidamente 
violada, não importando se a autoridade coatora é pública ou 
particular. 
Gabarito: Certo. 
14. (CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público) João foi preso em flagrante 
enquanto caminhava à noite, nas proximidades de sua casa. Antes de ser 
encaminhado à delegacia, João foi levado à sua residência pelos policiais, que 
a revistaram, lá encontrando trinta papelotes de cocaína, algumas pedras de 
crack, uma balança de precisão e três mil reais em espécie. Conduzido à 
delegacia, João foi interrogado e autuado por tráfico ilícito de entorpecentes. 
Caso detecte alguma ilegalidade na prisão, o juiz deverá conceder a João a 
liberdade provisória. 
Caso haja alguma ilegalidade na prisão de alguém é cabível o Habeas 
Corpus e não a liberdade provisória. A questão tentou confundir o 
candidato com outro dispositivo constitucional: “art. 5º, LXVI – 
ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a 
liberdade provisória, com ou sem fiança.” 
 
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- Impeachment por crime de responsabilidade – decisão política e não põe em risco o 
direito de ir e vir 
- Determinação de suspensão de direitos políticos – não afeta o direito de liberdade 
- Decisão ADMINISTRATIVA de caráter disciplinar (advertência, suspensão...) ou para 
trancar o processo administrativo (HC 100.664/DF) – não afeta o direito de liberdade 
- Decisão condenatória à pena de MULTA – não afeta o direito de liberdade 
- Decisão em processo criminal onde a pena de multa é a única cominada – não afeta 
o direito de liberdade 
- (Súmula 693) 
- Quebra de sigilo telefônico, bancário ou fiscal se NÃO puder resultar em pena 
privativa de liberdade 
- Condenação criminal quando já extinta a pena privativa de liberdade (Súmula 695) – não 
afeta o direito de liberdade 
- Questionar - Afastamento ou perda de cargo público 
- Exclusão de militar 
- Perda de patente ou função pública 
- Sequestro de bens imóveis 
- Dirimir controvérsia de guarda de filhos menores 
- Inquérito policial, desde que presentes os requisitos legais (indícios de autoria e 
materialidade) 
- Para tutelar direito de reunião – não afeta o direito de liberdade 
- Discutir o mérito de punições disciplinares militares 
- Cabe o HC para discutir a legalidade (HC 70.648/RJ) 
- Como sucedâneo da revisão criminal (não pode ser usado para desfazer sentença 
transitada em julgado) 
- Decisões do STF (turmas ou plenário) – eles representam o próprio STF 
Regra 1- Se não ameaça a LIBERDADE: NÃO CABE HC 
2 - Se a prisão ou o procedimento que possa levar à 
prisão forem legais / regulares: NÃO CABE HC 
Gabarito: Errado. 
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15. (CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem) Caso a sentença penal condenatória 
emanada de juiz militar imponha pena de exclusão de militar ou de perda de 
patente, será cabível a utilização do habeas corpus. 
A pena de exclusão de militar ou de perda de patente não fere o direito 
de locomoção e somente é cabível o Habeas Corpus para proteger o 
direito de liberdade/locomoção/ir e vir. 
Gabarito: Errado. 
16. (CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem) Caso ocorra, ao fim de um processo 
penal, a fixação de pena de multa em sentença penal condenatória, ficará 
prejudicada a utilização do habeas corpus, haja vista a sua destinação 
exclusiva à tutela do direito de ir e vir. 
Somente cabe o habeas corpus para proteger o direito de liberdade. 
Assim a pena de multa não fere esse direito, ainda que cominada na 
esfera penal. 
Gabarito: Certo. 
17. (CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem) Ainda que já extinta a pena privativa 
de liberdade, é cabível a utilização de habeas corpus para pedido de 
reabilitação de paciente. 
Se a pena privativa de liberdade já foi extinta, o direito de liberdade 
não está mais sendo violado ou ameaçado, não sendo cabível, 
portanto, o habeas corpus. Lembre-se do esquema: 
Gabarito: Errado. 
18. (CESPE - 2010 - ABIN - Oficial Técnico De Inteligência - Área De Direito) 
Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, os aspectos relativos à 
legalidade da imposição de punição constritiva da liberdade, em procedimento 
administrativo castrense, podem ser discutidos por meio de habeas corpus. 
O grande desafio da questão era saber o significado da palavra 
“castrense”. Significa “referente à classe militar”. Assim, em regra, 
não cabe habeas corpus para questionar o mérito de punições 
disciplinares militares, mas cabe para se discutir a sua legalidade. 
Gabarito: Certo. 
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19. (CESPE/TRT-17ª/2009) O estrangeiro sem domicílio no Brasil não tem 
legitimidade para impetrar habeas corpus, já que os direitos e as garantias 
fundamentais são dirigidos aos brasileiros e aos estrangeiros aqui residentes. 
Uma das características dos direitos e garantias fundamentais é a 
universalidade, ou seja, são direcionados a qualquer pessoa, física ou 
jurídica, nacional ou estrangeira, residente ou não no país. 
Além disso, o habeas corpus, por defender um dos direitos mais 
importantes (o da liberdade), possui a legitimação ativa mais ampla 
possível de todos os remédios constitucionais: pode ser impetrado por 
QUALQUER UM: 
• Impetrante - Quem entra com a ação 
(Legitimado - Para si ou 3º 
 ativo) - Qualquer um - Pessoa física ou jurídica 
- Nacional ou estrangeiro 
- MP 
- Capaz ou não 
- Juiz concede de ofício 
- Nãoprecisa de advogado 
- Não tem qualquer formalidade processual ou instrumental 
Gabarito: Errado. 
 
 
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IV. HABEAS DATA (HD) 
Meus futuros Técnicos de Controle Externo, a Constituição dispõe em seu art. 
5º, LXXII - conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo. 
O Habeas data foi adotado pela Constituição de 1988, principalmente, para 
solucionar um problema bastante comum na época da ditadura militar: as 
pessoas não tinham acesso às informações que os bancos de dados públicos 
possuíam sobre elas e, quando tinham o acesso, muitas vezes não conseguiam 
retificar a informação, caso ela estivesse errada. O HD é um remédio 
eminentemente democrático e veio para que o indivíduo pudesse ter 
conhecimento e/ou consertar as informações que o poder público possui sobre 
ele. 
Combinando a letra da Constituição com a lei sobre o habeas data (lei 
nº 9.507/97), o HD se presta para: 
1- ACESSAR informações relativas à pessoa do impetrante constante de 
banco de dados público ou de caráter público. 
Assim, a primeira função do habeas data é que o indivíduo tenha acesso 
às informações que um banco de dados possui sobre ele. O referido 
banco de dados pode ser público, ou seja, do governo, ou ter caráter 
público. Assim, cabe habeas data para que se tenha acesso a um banco 
de dados particular, mas que possui caráter público (Ex: SPC/SERASA). 
Por outro lado, se o banco de dados for privado e não possuir caráter 
público, não caberá HD para que se tenha acesso a ele. 
2- RETIFICAR dados quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, 
judicial ou administrativo. 
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Caso a pessoa tenha acesso ao banco de dados, mas não consiga corrigir 
as informações que porventura estejam equivocadas, também caberá o 
habeas data. 
3- COMPLEMENTAR anotação nos assentamentos do interessado, de 
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e 
que esteja sob pendência judicial ou amigável (art. 7º, III da Lei no 
9.507/97). 
1. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O HABEAS DATA 
Assim como o habeas corpus, o habeas data também é gratuito. Além disso, 
o HD terá sempre natureza individual e civil (enquanto o HC é penal), ou 
seja, não cabe HD coletivo. 
Devemos ter em mente que o habeas data ainda é diferente dos direitos de 
certidão e de petição. Dessa feita, ele não serve para se obter uma 
declaração ou mesmo para pedir algum direito, como é o direito de certidão e 
petição. O HD se presta para acessar, retificar ou complementar 
informações relativas à pessoa do impetrante, que estejam em um banco de 
dados públicos ou de caráter público. 
Precisa-se de advogado para se entrar com a referida ação e o Estado pode 
negar as informações por razões de segurança da sociedade e do Estado. Além 
disso, o HD não pode ser usado com o simples intuito de se ter acesso a autos 
de processos administrativos e o impetrante não precisa demonstrar interesse 
nenhum ou para que as informações servirão. 
2. LEGITIMIDADE ATIVA 
Pode entrar com o habeas data qualquer pessoa física ou jurídica, 
nacional ou estrangeira que pretenda acessar, retificar ou complementar 
informações relativas à sua pessoa constantes de banco de dados público ou 
de caráter público. 
Em regra, esta ação é personalíssima, ou seja, somente pode entrar com o 
HD no Poder Judiciário o titular do direito (o dono do direito). No entanto, 
excepcionalmente, o cônjuge e os herdeiros do falecido podem impetrá-lo 
quando se pretende acessar, retificar ou complementar informações relativas a 
pessoas já falecidas. 
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Ao contrário do Habeas Corpus, para se impetrar um Habeas Data, é 
necessário um advogado. 
3. LEGITIMIDADE PASSIVA 
O legitimado passivo do habeas data (contra quem se entra com a ação) é a 
pessoa jurídica de direito público ou privado que controla o banco de dados. 
4. NECESSIDADE DE RECUSA NA VIA ADMINISTRATIVA 
O princípio do livre acesso ao Judiciário garante que, em regra, não é 
necessário que se entre na via administrativa para que se possa entrar no 
Poder Judiciário. Dessa forma, a regra é que, independentemente do pedido 
administrativo, pode-se entrar direto no Judiciário para a defesa de direitos. 
No entanto, o habeas data é uma exceção a essa regra: é necessário que, 
antes de se entrar com HD, haja a recusa na via administrativa. Isso 
ocorre porque não existe a menor lógica em se provocar o Poder Judiciário 
antes mesmo de se ter a negativa na via administrativa (antes de haver a 
violação ao direito). 
Esquematizando: 
HABEAS DATA (HD) 
• Art. 50 LXXII - conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial 
ou administrativo. 
• HD serve para: 
I – ACESSAR informações relativas à pessoa do impetrante constante de banco de dados público 
ou de caráter público 
o O banco de dados tem que ter CARÁTER PÚBLICO (SPC/SERASA) – se for para 
uso próprio da empresa e não transmitida para terceiros NÃO CABE HD 
 
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II – RETIFICAR dados quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo 
o Retificação - Processo sigiloso - Judicial 
- Administrativo 
- HD 
III – COMPLEMENTAR anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou 
explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável 
(art. 70, III da Lei no 9.507/97) 
 
o Gratuito 
o Natureza - Individual – Não existe HD coletivo 
- Civil (enquanto HC é penal) 
o HD é diferente de obter certidões ou direito de petição 
o Não serve para pleitear acesso a autos de processo adm 
o Precisa de advogado (enquanto o HC não precisa) 
o Não é absoluto: segurança da sociedade e do Estado 
• Legitimidade - QUALQUER pessoa - Nacional ou estrangeira 
Ativa - Física ou jurídica 
 - Regra: Personalíssima (só pode ser impetrada pelo titular) 
- Exceção: Cônjuge e herdeiros do falecido podem entrar com HD 
- Precisa de Advogado (HC não precisa) 
 
• Legitimidade passiva: Pessoa jurídica de direito público ou privado que controla o banco de 
dados 
• Necessário 1o haver recusa na via adm ao - Acesso dos dados 
- Retificação das informações 
- Complementação de informações (Anotação 
nos assentamentos...) 
 
 
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EXERCÍCIOS 
20. (CESPE - 2013 - BACEN - Procurador) Para o cabimento do habeas data, não é 
necessário que o impetrante comprove prévia recusa do acesso a informações 
ou de sua retificação. 
O habeas data é uma exceção ao princípio do livre acesso ao 
Judiciário: é necessário que, antes de se entrar com HD, haja a recusa 
na via administrativa. Isso ocorre porque não existe a menor lógica em 
se provocar o Poder Judiciário antes mesmo de se ter a negativa na via 
administrativa (antes de haver a violação ao direito). 
Gabarito: Errado.21. (CESPE - 2013 - MPOG - Todos os Cargos) O habeas data, importante ação 
constitucional, assegura o conhecimento de informações relativas à pessoa do 
impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público, mas veda ao impetrante a retificação 
desses dados. 
A retificação de dados também é objeto do Habeas Data. Vejamos: 
I – ACESSAR informações relativas à pessoa do impetrante constante de banco de dados público 
ou de caráter público 
o O banco de dados tem que ter CARÁTER PÚBLICO (SPC/SERASA) – se for para 
uso próprio da empresa e não transmitida para terceiros NÃO CABE HD 
II – RETIFICAR dados quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo 
o Retificação - Processo sigiloso - Judicial 
- Administrativo 
- HD 
III – COMPLEMENTAR anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou 
explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável 
(art. 70, III da Lei no 9.507/97) 
Gabarito: Errado. 
22. (CESPE - 2013 - Polícia Federal - Delegado de Polícia) De acordo com o STJ, 
o habeas data é instrumento idôneo para a obtenção de acesso aos critérios 
utilizados em correção de prova discursiva aplicada em concursos públicos. 
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De acordo com o STF, “A Lei n. 9.507/97 é suficientemente clara ao 
expor, no art. 7º, as hipóteses em que se justifica o manuseio do 
habeas data, não estando ali prevista, nem sequer implicitamente, a 
possibilidade de utilização da via com o propósito de revolver os 
critérios utilizados por instituição de ensino na correção de prova 
discursiva realizada com vista ao preenchimento de cargos na 
Administração Pública” (HD 127/DF). 
Lembre-se: o HD serve somente para ACESSAR, RETIFICAR ou 
COMPLEMENTAR informação referente à pessoa do impetrante em 
banco de dados públicos ou de caráter público. 
Gabarito: Errado. 
23. (CESPE - 2013 - DPE-DF - Defensor Público) Qualquer pessoa é parte legítima 
para impetrar habeas data, em seu favor ou de outrem, visando conhecer ou 
retificar informações constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público. 
Em regra, a ação de habeas data é personalíssima, ou seja, somente 
pode entrar com o HD no Poder Judiciário o titular do direito (o dono 
do direito). No entanto, excepcionalmente, o cônjuge e os herdeiros do 
falecido podem impetrá-lo quando se pretende acessar, retificar ou 
complementar informações relativas a pessoas já falecidas. 
Gabarito: Errado. 
24. (CESPE - 2013 - TJ-RR - Titular de Serviços de Notas e de Registros) O 
impetrante do habeas data deve recolher as custas processuais, conforme as 
normas administrativas de organização judiciária. 
Apesar de terem muitas diferenças, neste ponto, há uma semelhança 
entre habeas corpus e habeas data: ambas são gratuitas, ou seja, não 
há a necessidade do recolhimento de custas. 
Gabarito: Errado. 
25. (CESPE - 2013 - DPE-RR - Defensor Público) Os órgãos públicos 
despersonalizados não possuem legitimidade ativa para a impetração 
do habeas data. 
Em regra, os órgãos públicos não possuem personalidade jurídica. No 
entanto, quando for o caso de defesa de suas prerrogativas 
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institucionais, adota-se o entendimento de que pode haver exceções. 
As situações descritas como objeto do habeas data se enquadram 
nessas exceções e podem ser pleiteadas por HD. 
Gabarito: Errado. 
26. (CESPE - 2013 - TRT - 5ª Região (BA) - Juiz do Trabalho) Caso órgão público 
negue, ilegalmente, a determinada pessoa informação de terceiros de 
interesse coletivo, caberá a impetração de habeas data. 
Uma das características do habeas data é o fato de ser uma ação 
personalíssima, ou seja, não cabe para negativa de informação de 
terceiros de interesse coletivo. Vejamos outras informações: 
o Gratuito 
o Natureza - Individual – Não existe HD coletivo 
- Civil (enquanto HC é penal) 
o HD é diferente de obter certidões ou direito de petição 
o Não serve para pleitear acesso a autos de processo adm 
o Precisa de advogado (enquanto o HC não precisa) 
o Não é absoluto: segurança da sociedade e do Estado 
• Legitimidade - QUALQUER pessoa - Nacional ou estrangeira 
Ativa - Física ou jurídica 
 - Regra: Personalíssima (só pode ser impetrada pelo titular) 
- Exceção: Cônjuge e herdeiros do falecido podem entrar com HD 
- Precisa de Advogado (HC não precisa) 
 
• Legitimidade passiva: Pessoa jurídica de direito público ou privado que controla o banco de 
dados 
Gabarito: Errado. 
27. (CESPE - 2012 - STJ - Técnico Judiciário) O mandado de injunção garante ao 
impetrante o direito de conhecer as informações relativas a sua pessoa 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou 
de caráter público. 
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Essa é uma definição para o habeas data. O mandado de injunção 
relaciona-se à falta de norma regulamentadora que torne inviável o 
exercício de direitos constitucionais. 
Gabarito: Errado. 
28. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário) Considere que Antônio, preso 
político durante a ditadura, pretenda obter informações de seu interesse 
constantes de banco de dados de entidade governamental. Considere, ainda, 
que o pedido de Antônio seja indeferido na esfera administrativa. Nessa 
situação, Antônio deverá impetrar habeas corpus junto ao Poder Judiciário a 
fim de obter as informações desejadas. 
Fala sério, galera! O habeas corpus é uma garantia relacionada 
exclusivamente ao direito de locomoção. Após a negativa da 
administração pública em fornecer as informações pessoais de 
Antônio, ele pode impetrar um habeas data para, judicialmente, 
garantir seu direito. 
Gabarito: Errado 
29. (CESPE - 2011 - TRF - 2ª REGIÃO) O habeas data pode ser impetrado contra 
qualquer órgão do Estado, seja ele do Poder Executivo, do Poder Legislativo ou 
do Poder Judiciário, mas não contra pessoas jurídicas de direito privado. 
O legitimado passivo (contra quem se entra com a ação) do Habeas 
Data é o controlador do banco de dados de caráter público. Assim, se o 
banco de dados for privado, mas possuir caráter público, será cabível o 
HD. 
Gabarito: Errado. 
30. (CESPE - 2010 - TRT - 21ª Região (RN) - Analista Judiciário) Na impetração do 
habeas data, o interesse de agir configura-se diante do binômio utilidade-
necessidade dessa ação constitucional, independentemente da apresentação 
da prova da negativa da via administrativa. 
Para ser cabível o habeas data, sempre é necessário que tenha havido 
a recusa na via administrativa. Isso ocorre porque não há violação do 
direito subjetivo antes dessa recusa. Dessa forma, não há o menor 
sentido em se provocar o judiciário antes mesmo de o direito ter sido 
violado ou ameaçado. 
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Gabarito: Errado. 
31. (CESPE - 2010 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Juiz) Como a garantia constitucional 
do habeas data tem por finalidade disciplinar o direito de acesso a informações 
constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público relativo a dados pessoais pertinentes à pessoa do impetrante, a 
pessoa jurídica não tem legitimidade para o ajuizamento desse tipo de ação. 
Pode entrar com o habeas data qualquer pessoa física ou jurídica, 
nacional ou estrangeira que pretenda acessar, retificar ou 
complementar informações relativas à sua pessoa constantesde banco 
de dados público ou de caráter público. 
Gabarito: Errado. 
32. (CESPE - 2010 - MPE-SE - Promotor de Justiça) Habeas data é o remédio 
constitucional adequado para o caso de recusa de fornecimento de certidões 
para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal, 
próprio ou de terceiros, assim como para o caso de recusa de obtenção de 
informações de interesse particular, coletivo ou geral. 
O habeas data não protege o direito de certidão nem de petição e 
somente serve para acessar, retificar ou complementar informações 
relativas à pessoa do impetrante em bancos de dados públicos ou de 
caráter público. Dessa forma, o remédio correto para proteção dos 
direitos de certidão e petição é o mandado de segurança. 
Gabarito: Errado. 
33. (CESPE - 2010 - EMBASA - Analista de Saneamento - Advogado) O habeas 
data, via de regra, pode ser impetrado para a obtenção de informações que o 
poder público ou entidades de caráter público possuam a respeito de terceiros. 
O habeas data é personalíssimo e somente pode ser usado para a 
obtenção de informações que o poder público ou entidades de caráter 
público possuam a respeito do impetrante. Excepcionalmente, os 
herdeiros e o cônjuge do falecido podem impetrar o HD. 
• HD serve para: 
I – ACESSAR informações relativas à pessoa do impetrante constante de banco de dados público 
ou de caráter público 
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o O banco de dados tem que ter CARÁTER PÚBLICO (SPC/SERASA) – se for para 
uso próprio da empresa e não transmitida para terceiros NÃO CABE HD 
II – RETIFICAR dados quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo 
o Retificação - Processo sigiloso - Judicial 
- Administrativo 
- HD 
III – COMPLEMENTAR anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou 
explicação sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável 
(art. 70, III da Lei no 9.507/97) 
Gabarito: Errado. 
34. (CESPE - 2009 - OAB) O habeas data pode ser impetrado ao Poder Judiciário, 
independentemente de prévio requerimento na esfera administrativa. 
Pelo princípio do livre acesso ao Judiciário, em regra, não é necessário 
que se entre na via administrativa para que se possa entrar no Poder 
Judiciário. Dessa forma, a regra é que, independentemente do pedido 
administrativo, pode-se entrar no Judiciário para a defesa de direitos. 
No entanto, o habeas data é uma exceção a essa regra: é necessário 
que, antes de se entrar com HD, haja a recusa na via administrativa. 
Isso porque não existe a menor lógica em se provocar o Poder 
Judiciário antes mesmo de se ter a negativa na via administrativa 
(antes de haver a violação ou ameaça ao direito). 
Gabarito: Errado. 
35. (CESPE - 2005 - SEAD-PA - Procurador) Considere que Augusto não sabe se há 
alguma multa pendente sobre um carro que pretende comprar. Nessa situação 
hipotética, Augusto pode utilizar-se de habeas data para obter informação 
sobre a pendência de alguma multa relacionada ao referido automóvel. 
O habeas data é personalíssimo e serve somente para acessar, retificar 
ou complementar informações RELATIVAS À PESSOA DO IMPETRANTE, 
não sendo possível a utilização dessa ação no caso citado. Além disso, 
se fosse sobre seus próprios dados, não poderia impetrar o HD 
diretamente sem antes tentar pela via administrativa. 
Gabarito: Errado. 
 
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V. MANDADO DE SEGURANÇA (MS) 
Meu caro aluno e futuro Técnico de Controle Externo, a Constituição dispõe em 
seu art. 5º, LXIX: “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando 
o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;” 
Para melhor entendermos o MS, devemos seguir quatro passos: 
PASSO 1: O mandado de segurança se presta a proteger o direito líquido e 
certo (é aquele direito demonstrado de plano, de pronto). 
Além disso, como regra no direito, dentro do processo pode-se produzir 
provas, tais como realização de perícias, audiências, ouvir testemunhas, 
acareações e etc. O nome que se dá a essa produção de provas no decorrer do 
processo é dilação probatória. 
No entanto, no mandado de segurança o rito é um pouco diferente: não 
existe a dilação probatória. Isso quer dizer que, via de regra, não se produz 
provas no processo do mandado de segurança e, por isso, as provas devem 
ser levadas aos autos no momento da impetração do MS (as provas devem ser 
pré constituídas). 
Outra observação importante é que o direito tem que ser líquido e certo 
em relação à matéria de fato. Já a matéria de direito, por mais complexa 
que seja, pode ser analisada em mandado de segurança. Assim, a expressão 
"direito líquido e certo" pressupõe a incidência da regra jurídica sobre fatos 
incontroversos e a complexidade da questão jurídica envolvida não pode 
constituir empecilho à admissão do MS. 
Exemplo: imagine só que um juiz receba uma causa bastante complicada, que 
envolve a aplicação de várias leis, várias normas e vários princípios. Ou seja, a 
causa é juridicamente muito complexa. Nesse caso, caso o direito seja líquido 
e certo, o juiz deve sim julgar o Mandado de Segurança e não pode alegar que 
a complexidade jurídica impede o julgamento do MS. 
PASSO 2: o direito (que é líquido e certo) não pode ser amparado por 
habeas corpus ou habeas data. Dessa forma, caso se queira entrar com 
uma ação para proteger o direito de liberdade de alguém, não caberá o MS, 
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pois o remédio correto é o habeas corpus. Igualmente, caso se deseje ter 
acesso, retificar ou complementar informações relativas à pessoa do 
impetrante em bancos de dados públicos ou de caráter público também não 
caberá o mandado de segurança, pois o remédio correto é o habeas data. 
Assim, diz-se que o mandado de segurança é residual ou subsidiário. 
PASSO 3: O coator deve ser autoridade pública ou particular no 
exercício de atribuições do poder público. Dessa feita, não cabe MS contra 
atos de particulares (salvo se estiverem exercendo atividade pública). 
PASSO 4: o poder público ou o particular no exercício de atividade pública 
devem ter cometido ilegalidade ou abuso de poder. Obviamente, se os atos 
dos referidos agentes estiverem de acordo com o ordenamento jurídico, não 
caberá o mandado de segurança. 
Cabe ainda o MS contra ato comissivo (uma ação / um ato positivo) ou 
omissivo (uma não ação / um ato negativo) e contra atos vinculados ou 
discricionários. 
1. INFORMAÇÕES GERAIS 
Assim como o habeas corpus, cabe mandado de segurança contra LESÃO a um 
direito liquido e certo ou contra uma AMEAÇA de lesão. Assim, o MS poderá ser 
repressivo ou preventivo. 
A natureza do mandado de segurança será sempre civil, independente de 
qual seja o ato impugnado (civil, penal ou administrativo). Assim, caso seja 
impugnado um ato administrativo, a natureza do MS será civil. Caso seja 
contestado um ato judicial civil, a natureza do MS também será civil e caso 
seja impugnado um ato judicial penal, a natureza do MS também será civil 
(siga a regra). 
Além disso é sempre necessário o advogado, o mandado de segurança 
admite desistência, não é gratuito, e a parte vencida não é condenada 
a pagar honorários advocatícios (STF súmula 512). 
O MS possui ainda um prazo decadencial de 120 dias da ciência da lesão 
ou ameaça para que seja impetrado. Decorrido este tempo, a ação não mais 
poderá ser proposta, devendo o autor buscar seu direitopor outros meios. 
Esquematizando: 
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MANDADO DE SEGURANÇA (MS) 
• LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não 
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade 
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público; 
• MS serve para: 
1. Proteger direito líquido e certo (demonstrado de plano) 
� Não precisa dilação probatória 
� As provas devem ser pré-constituídas – levadas aos autos no momento da 
impetração 
� O direito tem que ser líquido e certo sobre matéria de FATO 
• A matéria de direito, por mais complexa que seja, pode ser analisada 
em MS 
2. O direito (líquido e certo) não pode ser amparado por HC ou HD 
� MS é residual – subsidiário 
3. Quando o responsável (coator) for - Autoridade pública 
- Particular no exercício de atribuições do poder 
público 
� Não cabe MS contra particular salvo se 
estiver exercendo atividade pública 
4. E que cometa ilegalidade ou abuso de poder 
� Cabe MS contra ato - Comissivo ou omissivo 
 - Vinculado ou discricionário 
� Informações Gerais 
 
• MS pode ser - Repressivo 
- Preventivo 
• Natureza - Civil qualquer que seja o ato impugnado (civil, penal, adm...) 
- Residual / Subsidiário – o que não for de HC ou de HD. 
• Não é gratuito 
• Precisa de advogado 
• Cabe desistência 
• A parte vencida não é condenada a pagar honorários advocatícios (STF súmula 512) 
• Prazo - 120d da ciência da lesão ou ameaça 
- Decadencial 
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2. LEGITIMADO ATIVO 
O legitimado ativo (quem pode entrar com a ação) do mandado de segurança 
é o detentor do direito líquido e certo. De tal modo, estão englobados os 
seguintes: pessoas físicas e jurídicas, órgãos públicos despersonalizados com 
capacidade processual (como as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal e chefias do Executivo), universalidades de bens e direitos que não 
possuem personalidade, mas possuem capacidade processual (espólio, massa 
falida, condomínio), agentes políticos, Ministério Público e órgãos públicos de 
grau superior na defesa de suas atribuições. 
3. LEGITIMADO PASSIVO 
O legitimado passivo do mandado de segurança (contra quem se entra com o 
MS) é a autoridade coatora, ou seja, quem praticou o ato ilegal. Melhor 
falando, não é o executor do ato em sentido estrito, mas sim quem detém o 
poder para corrigi-lo. 
Caso tenha havido delegação para a execução de algum ato, o sujeito 
passivo será sempre a autoridade DELEGADA e nunca o delegante (quem 
delegou). De igual modo, o foro também será o da autoridade delegada. 
Por exemplo: caso o Presidente da República tenha delegado algum ato para 
um Ministro de Estado e este o execute cometendo ilegalidade ou abuso de 
poder, será cabível mandado de segurança contra o Ministro de Estado e não 
contra o Presidente da República, bem como o foro de julgamento será o do 
Ministro de Estado e não o do Presidente da República. 
4. OBJETO DO MANDADO DE SEGURANÇA 
Agora que já estudamos o que é, para que serve, como funciona e quais são os 
legitimados do mandado de segurança, vamos estudar o seu objeto, ou seja, 
contra o que cabe e contra o que não cabe o mandado de segurança. 
• Decisão judicial 
Antes de adentrarmos nesse assunto, devemos saber quais são os 
efeitos dos recursos nas decisões judiciais. O recurso de uma decisão 
judicial tem efeito suspensivo quando a sua interposição implicar a 
suspensão ou paralisação da execução da sentença, até que o recurso 
interposto seja julgado. 
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Por outro lado, o recurso terá efeito devolutivo quando o autor devolve 
a matéria para ser reanalisada por tribunal de instância superior. 
Contudo, o efeito devolutivo não obsta o prosseguimento da execução, 
assim, a ação continua correndo enquanto o recurso não é julgado. 
 
 
 
 
 
Assim, caberá mandado de segurança contra decisão judicial que não 
possua outro meio eficaz de sanar a lesão, ou seja: cabe MS contra 
decisão judicial da qual não cabe recurso ou se o recurso tiver 
efeito devolutivo. 
Por outro lado, não cabe mandado de segurança para atacar decisão 
judicial se existe outro meio eficaz de sanar a lesão, ou seja, não cabe 
MS contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito 
suspensivo. 
De igual modo, também não cabe MS contra decisão judicial 
transitada em julgado, em respeito à segurança jurídica. Caso se 
queira desfazer a coisa julgada, o meio correto é a ação rescisória (em 
âmbito civil) ou a revisão criminal (em âmbito penal). 
• MS em face de diretor de estabelecimento de ensino: Cabe MS, 
pois este é agente de Pessoa Jurídica exercendo atividade pública. 
• MS contra lei: em regra, não cabe MS contra lei em tese (para isso 
serve a ação direta de inconstitucionalidade). No entanto, 
excepcionalmente, cabe MS contra lei de efeitos concretos. 
Uma lei em tese é um ato normativo (que regula a vida das pessoas) 
que possui generalidade, abstração e não possui um destinatário certo e 
determinado. Quando analisamos uma lei em tese, quer dizer que 
olhamos diretamente para o texto da lei. Não existe um caso concreto. 
Vamos abrir um parêntese: Vou dar um exemplo bem tosco (sem sequer considerar a lei do inquilinato), 
mas que vai esclarecer bem. Acompanhe o raciocínio: 
a) Você é o locador (dono do imóvel, que o aluga) e a outra parte é a locatária (quem mora e paga o 
aluguel). 
b) Você entra com uma ação de despejo, para que a outra parte desocupe o imóvel. 
c) Se o juiz dá ganho de causa para você e a outra parte recorre, temos duas possibilidades: 
1 - se o recurso tiver efeito suspensivo, ele suspende a sentença e o locatário não vai sair de lá 
até que o recurso seja julgado. 
2 - se o recurso tiver efeito devolutivo, ele não suspende o efeito da sentença e o locatário vai 
ter que desocupar o imóvel (ainda que o recurso não tenha sido julgado). 
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Por exemplo: "matar alguém é crime". Estamos aqui olhando 
diretamente para o texto da lei. Ninguém matou ninguém ainda. Não é 
preciso que alguém mate outra pessoa para que o ato seja considerado 
crime, ou seja: NÃO É PRECISO CASO CONCRETO. No entanto, quando 
alguém matar alguém (quando o sair do mundo das ideias e for para o 
mundo real), isso será considerado um crime e o caso concreto vai se 
encaixar no texto da lei. 
Já a lei de efeitos concretos é uma lei que possui destinatário certo e 
determinado. Ela é considerada por muitos autores um ato 
administrativo. Veja alguns exemplos de leis de efeitos concretos: 
- Ex: lei 12.391 art. 10 - Inscrevam-se no Livro dos Heróis da 
Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade, em 
Brasília, os nomes dos heróis da "Revolta dos Búzios" João de 
Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel 
Faustino Santos Lira e Luís Gonzaga das Virgens e Veiga. 
- Ex: leis de tombamento; lei que institui uma autarquia ou 
autoriza a criação de empresa pública, sociedade de economia 
mista ou fundação pública. 
Como vimos, o mandado de segurança serve para proteger um direito 
subjetivo. Se analisamos uma lei em tese, não existe um caso concreto 
não havendo, portanto, um direito subjetivo a ser protegido. É por isso 
que não cabe MS contra lei em tese e cabe MS contra lei de 
efeitos concretos. 
• Pagamento a servidor: Cabe mandado de segurança, mas somente 
para as parcelas apósa sua impetração. Dessa forma, as parcelas 
anteriores devem ser pedidas pela ação própria (ação de cobrança), uma 
vez que o mandado de segurança não substitui a ação de 
cobrança. 
• Atos interna corporis: Para efeitos de prova, considere os atos interna 
corporis como sendo os atos internos das Casas Legislativas, como os 
Regimentos Internos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou 
do Congresso Nacional. 
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Assim, não cabe MS contra atos interna corporis, sob pena de 
violação à separação dos poderes. Essa é uma exceção ao princípio da 
inafastabilidade da jurisdição. 
Mas atenção: se o ato ferir, ao mesmo tempo, a Constituição 
Federal, caberá intervenção do Judiciário. 
• Atos de gestão comercial praticados pelos administradores de 
Empresas públicas, Sociedades de Economia Mista e 
Concessionárias de serviços públicos: Não cabe MS uma vez que 
esses atos, apesar de terem sido praticados por agentes públicos, são 
atos de caráter eminentemente privado. 
• Ato disciplinar: não cabe MS, salvo se feito por autoridade 
incompetente ou com vício no processo. 
Esquematizando: 
- Detentor do direito líquido e certo 
- Pessoas físicas e jurídicas 
- Órgãos públicos despersonalizados com capacidade processual 
(Mesas CD e SF, chefias do Executivo) 
• Legitimado ativo - Universalidades de bens e direitos (espólio, massa falida, 
do MS condomínio) 
• Não possuem personalidade, mas possuem capacidade processual 
- Agentes políticos 
- MP 
- Órgãos públicos de grau superior na defesa de suas atribuições 
• Legitimidade passiva: autoridade coatora (quem praticou o ato) 
o Não é o executor (strictu sensu) e sim quem tem o poder para corrigir o ato 
o O sujeito passivo será sempre a autoridade DELEGADA e nunca o delegante 
� Súmula 510 STF 
� O foro será o da autoridade DELEGADA 
 
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• Objeto do Mandado de Segurança 
1. MS contra - Cabe MS - Se não couber recurso 
decisão judicial - Se o recurso for apenas devolutivo 
- Não cabe MS - Quando cabe recurso com efeito suspensivo 
- Contra decisão judicial transitada em julgado 
Esta deve ser atacada por ação rescisória (civil) 
ou revisão criminal (penal) 
Efeito devolutivo: o autor devolve a matéria para ser reanalisada por tribunal de 
instância superior. Contudo, o efeito devolutivo não obsta o prosseguimento da 
execução, assim, a ação continua correndo enquanto o recurso não é julgado. 
Efeito suspensivo - Para o Direito Processual, é a suspensão ou paralisação da 
execução da sentença, até que o recurso interposto seja julgado. 
 
2. MS em face de diretor de estabelecimento de ensino: Cabe MS 
� Agente de Pessoa Jurídica exercendo atividade pública 
3. MS contra lei - Regra: Não cabe MS contra lei em tese (para isso serve Adin) 
- Exceção: Cabe MS contra lei de efeitos concretos 
• Ex: lei 12.391 art. 1
0
 - Inscrevam-se no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no 
Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília, os nomes dos heróis da "Revolta dos 
Búzios" João de Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel Faustino 
Santos Lira e Luís Gonzaga das Virgens e Veiga. 
• Ex: leis de tombamento; lei que institui uma autarquia ou autoriza a criação de empresa 
pública, sociedade de economia mista ou fundação pública. 
4. Pagamento a servidor – Cabe MS 
� Mas só para as parcelas após a impetração (STF súmula 271) 
� As anteriores devem ser pela ação própria (ação de cobrança) 
 
• MS não serve - Não substitui a ação de cobrança (STF súmula 269) 
para cobrar - Não pode ser sucedâneo da ação de cobrança 
 
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1. Atos interna corporis – atos internos das casas legislativas (regimentos internos) 
o Sob pena de violação à separação dos poderes 
o Exceção ao princípio da inafastabilidade da jurisdição 
o OBS: se o ato ferir junto a CF caberá intervenção do Judiciário 
2. Lei em tese 
o STF Súmula 266 
o Salvo se a lei tiver efeitos concretos – Cabe MS 
3. Atos de gestão comercial - Empresas públicas 
praticados pelos administradores de - Sociedades de Economia Mista 
- Concessionárias de serviços públicos 
4. Ato disciplinar, salvo se feito por autoridade incompetente ou com vício no processo 
5. Ato Judicial - Passível de recurso com efeito suspensivo 
- Transitado em julgado (este deve ser atacado por ação rescisória 
ou revisão criminal) 
 
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5. MINISTÉRIO PÚBLICO E O MANDADO DE SEGURANÇA 
Nas ações do mandado de segurança, o Ministério Público deve sempre ser 
intimado. Além disso, ele deve agir como o fiscal da lei (e não defendendo a 
autoridade coatora), participando efetivamente e manifestando sua opinião nos 
autos. 
6. LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 
Assim como no habeas corpus, é cabível a liminar em mandado de 
segurança, desde que haja os requisitos: fumus boni juris e o periculum in 
mora. 
Além disso, o juiz pode deferir caução, fiança ou depósito para a concessão da 
liminar. Essa exigência serve para ressarcir o poder público se o MS for julgado 
improcedente e houver danos ao patrimônio público. 
7. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO OBRIGATÓRIO PARA SENTENÇAS 
CONCESSIVAS DE SEGURANÇA 
Meus caros Técnicos de Controle Externo, em regra, as ações são julgadas em 
primeira instância pelo Poder Judiciário nos juízos singulares. Isso significa 
que, normalmente, quando se entra com uma ação no Judiciário, essa ação 
será julgada por um juiz monocrático (que julga sozinho). 
Depois de ser julgada pelo juiz singular, caso alguma das partes recorra, a 
ação será julgada em segunda instância pelo Tribunal, que é um órgão 
composto por mais de um julgador (órgão colegiado). Dessa forma, garante-
se que a sentença proferida pelo juiz singular esteja correta, livre de vícios, 
pois a causa estará sendo reanalisada por um grupo de pessoas (e é mais fácil 
que uma pessoa sozinha erre do que um grupo de pessoas o faça). 
A essa possibilidade de se ter a sentença revista por um Tribunal colegiado 
para garantir que a mesma esteja livre de vícios, dá-se o nome de DUPLO 
GRAU DE JURISDIÇÃO. 
Pois bem. Acompanhe agora o raciocínio: 
1) O mandado de segurança é impetrado sempre contra a 
autoridade pública (ou contra o particular no exercício de 
atribuições do poder público). 
TCU 
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2) Quando o autor ganha a ação (consequentemente, o Estado perde), a 
sentença é chamada de concessiva de segurança. 
3) Quando o autor perde a ação (consequentemente o Estado ganha), a 
sentença é chamada de denegatória de segurança. 
Como o MS é impetrado contra autoridade pública, a Constituição prevê um 
mecanismo de proteção ao Estado. Esse mecanismo tem como objetivo 
garantir que as sentenças proferidas contra o Estado estejam livres de 
vícios/erros. Assim, caso a sentença do MS seja concessiva de segurança 
(onde o autor ganha e o Estado perde), haverá o duplo grau de jurisdição 
obrigatório, ou seja, obrigatoriamente, a sentença proferida pelo juiz singular 
deve ser reanalisada por um Tribunal (colegiado). Isso ocorrerá ainda que o 
órgão público vencido não apele ou perca o prazo do recurso. 
Perceberam? Com esse mecanismo, garante-se que todas as decisões em MS 
onde o Estado perde devem ser reanalisadas pelo Tribunal de segunda 
instância para garantir que essas sentenças estejam livres de vícios.

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