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Plagio_e_crime

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PLÁGIO É CRIME !
No Código Penal Brasileiro, em vigor, no Título que trata dos Crimes Contra a 
Propriedade Intelectual, nós nos deparamos com a previsão de crime de violação de 
direito autoral – artigo 184 – que traz o seguinte teor: Violar direito autoral: Pena – 
detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. E os seus parágrafos 1º e 2º, 
consignam, respectivamente:
§1º Se a violação consistir em reprodução, por qualquer meio, com intuito de lucro, de 
obra intelectual, no todo ou em parte, sem autorização expressa do autor ou de quem o 
represente, (...): Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, (...).
§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, aluga, 
introduz no País, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depósito, com intuito de 
lucro, original ou cópia de obra intelectual, (...), produzidos ou reproduzidos com violação 
de direito autoral.
Discorrendo sobre essa espécie de crime, afirma MIRABETE:
A conduta típica do crime de violação de direito autoral é ofender, infringir, transgredir o 
direito do autor. O artigo 184 é norma penal em branco, devendo verificar-se em que se 
constituem os direitos autorais que, para a lei, são bens móveis (art. 3º da Lei nº. 
9.610/98).1
Aquele que se propõe a produzir conhecimento sério, renovador do Direito, quer seja ele 
professor, pesquisador ou aluno, se obriga a respeitar os direitos autorais alheios. 
Vejamos o que diz a Constituição Federal vigente, em seu artigo 5º, XVII: aos autores 
pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, (...). E 
a devida proteção legal em legislação ordinária nós a encontramos na Lei nº. 9.610/98, 
mais precisamente nos seus artigos 7º, 22, 24, I, II e III, e 29, I.
Mas, se a própria Lei acima citada, nos informa, no seu artigo 46, III, que não se constitui 
ofensa aos mencionados direitos, à citação em livros, jornais, revistas ou em qualquer 
outro meio de comunicação, de trechos de qualquer obra, desde que sejam indicados o 
nome do autor e a proveniência da obra, aonde constataremos a incidência dessa 
contrafação (reprodução não autorizada) tão grave, especificamente entendida na sua 
forma conhecida como PLÁGIO? Exatamente no modo como o plagiário se apossa do 
trabalho intelectual produzido por outrem.
O plagiário recorre dolosamente aos expedientes mais sutis, porém não menos 
recrimináveis, e não relutam em fazer inserções, alterações, enxertos nas idéias e nos 
pensamentos alheios, muitas vezes apenas modificando algumas palavras, a construção 
das frases, a fim de ludibriar intencionalmente e assim prejudicar, de forma covarde, o 
trabalho original de alguém e ofendendo os direitos morais do seu verdadeiro autor.
Agindo desse modo, o plagiário tenta iludir a um só tempo tanto ao verdadeiro autor da 
obra fraudada, como também a quem é dirigido o seu trabalho, inclusive a coletividade 
como um todo, que irá absorvê-lo. Ensina-nos COSTA NETTO, discorrendo sobre o delito 
de plágio:
Assim, certamente, o crime de plágio representa o tipo de usurpação intelectual mais 
repudiado por todos: por sua malícia, sua dissimulação, por sua consciente e intencional 
má-fé em se apropriar – como se de sua autoria fosse – de obra intelectual (normalmente 
já consagrada) que sabe não ser sua (do plagiário).2
Concluindo, asseveramos que ao lado de um trabalho de pesquisa levado a efeito nos 
ditames das normas metodológicas cabíveis, fincado num rigor científico necessário e 
inafastável, deve ainda ser o mesmo revestido de uma indefectível postura ética por parte 
do seu autor, quer seja ele mero estudioso, professor ou aluno de graduação ou pós-
graduação.
Agir com respeito perante não somente àquilo que se propõe a produzir com seriedade, 
mas igualmente em relação às fontes pesquisadas, às idéias consultadas, aos 
pensamentos, reflexões, pontos de vista, propostos em estudos e pesquisas já feitas, que 
recorrera para melhor ilustrar, fundamentar ou enriquecer o seu trabalho científico, é o 
mínimo que podemos esperar de alguém voltado para o conhecimento.
A atitude ética acompanhada da boa-fé que tanto esperamos de qualquer estudioso, 
aluno, professor, pesquisador, passa, necessariamente, pelo respeito ao trabalho alheio. 
Produzir conhecimento, sim, mas calcado na lisura e na decência, sem usurpação ou 
violação do produto intelectual de quem quer que seja, eis uma obrigação, um dever 
imposto a todo aquele que se propõe criar ou trilhar novos caminhos no mundo jurídico, 
através da investigação e da pesquisa científicas.
A consciência a perdurar no pesquisador sério deve advir da certeza de que o verdadeiro 
conhecimento precisa firmar-se – sempre – em bases éticas. E essa consciência ética lhe 
impõe que seja buscada e desenvolvida já nos primeiros passos da vida acadêmica. Que 
o aluno se habitue com a pesquisa, aprendendo a desenvolvê-la, mas sempre consciente 
de que não poderá se descuidar da ética. E que os professores, como estudiosos por 
excelência; como orientadores de pesquisas e responsáveis, direta ou indiretamente, pela 
iniciação científicas de seus alunos, dêem o exemplo, e venham a lembrá-los, a todo 
instante, do valor da ética para a produção do conhecimento.
Com os inúmeros benefícios tecnológicos do mundo moderno, sobretudo com a inserção 
do computador e da internet em nossas vidas, surgiram facilidades até há pouco tempo 
impensáveis. O pesquisador sério – aluno, estudioso ou professor - pela facilidade que 
tem de obter e trabalhar uma infinidade de informações disponíveis, sem sequer precisar 
sair de seu local de estudo, vem se beneficiado com esses avanços tecnológicos. 
Infelizmente, precisamos fazer uma constatação lamentável: se nos vemos beneficiados 
por essas comodidades, passamos, em contrapartida, a viver sob a banalização do 
plágio. Lamentavelmente, observamos o quanto é costumeiro se produzir conhecimento 
violando os direitos autorais de alguém. Vemos, pois, verdadeiros furtos intelectuais 
serem praticados, quase sempre de modo que gera impunidade, haja vista as dificuldades 
que surgem em bem caracterizarmos esses delitos.
Muitos são aqueles que não têm qualquer escrúpulo em selecionar e copiar trabalhos 
inteiros, trechos ou pequenos textos que pertencem a outrem, diretamente em proveito 
próprio, ou mesmo para comercializá-los junto a terceiros, auferindo lucros à custa 
alheias. Assina-os como se fossem os verdadeiros autores, e pouco se importam com as 
conseqüências de seus atos criminosos.
Com o advento da internet, como já dissemos antes, e as extraordinárias facilidades que 
ela nos legou hodiernamente, essa situação se agravou, disseminando a ocorrência 
desses furtos virtuais. Deparamos-nos, então, com aquele plagiador que pratica a 
violação em proveito de si mesmo ou de outrem, sob encomenda, comercializando 
trabalhos acadêmicos prontos, maquiados pela leviandade de quem assim age. Mais do 
que um ilícito civil, uma vez que afronta direito de personalidade do autor, 
constitucionalmente garantido, atingindo a sua criação intelectual, nos deparamos 
também com um ilícito criminal gravíssimo, coberto ainda pela inteira reprovação moral a 
que se sujeita aquele que pratica o plágio.
Disponível em http://www.institutohipnologia.com.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=121:crime-de-plagio&catid=6&Itemid=18
BIBLIOGRAFIA
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 
1988/ obra de autoria da Editora Saraiva. Colaboração: Antônio Luiz de Toledo Pinto, 
Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 29 ed. atual. e ampl. São Paulo: 
Saraiva, 2002 (Coleção Saraiva de legislação).
COSTA NETTO,José Carlos. Direito autoral no Brasil. Coordenação: Hélio Bicudo. São 
Paulo: FTD, 1998 (Coleção Juristas da Atualidade).
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal – parte geral. 17 ed. São Paulo: Atlas, 
2001.
Notas
1. MIRABETE, Júlio Fabbrini. Manual de direito penal – parte geral. 17 ed. São Paulo: 
Atlas, 2001, p. 371.
2. COSTA NETTO, José Carlos. Direito autoral no Brasil. Coordenação: Hélio Bicudo. São 
Paulo: FTD, 1998 (Coleção Juristas da Atualidade), p. 189.

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