Buscar

Direito Ambiental

Prévia do material em texto

Direito Ambiental
Professora Adriane Fauth
Livros: Direito Ambiental, Edis Milaré; Direito do Ambiente, Paulo de Bessa Antunes; Direito Ambiental Brasileiro, Paulo Afonso Leme Machado; Código Florestal Comentado, Luiz Carlos Silva de Moraes;
* O Direito Ambiental é um Ramo do Direito Econômico, que se preocupa com as formas de se utilizar os recursos ambientais com fins econômicos atendendo as questões de sustentabilidade.
Histórico
Surgimento do pensamento sobre o meio ambiente: da conscientização da necessidade de equilíbrio ambiental para garantia da sustentabilidade do planeta e, por conseqüência, da sobrevivência do ser humano;
1972: Conferência de Estocolmo, na Suécia; foi o marco internacional de iniciação do Direito Ambiental;
Posição brasileira na Conferência: foi de defender a preponderância do seu desenvolvimento em contrariedade às regras que os países desenvolvidos gostariam de impor;
Documento: Declaração Sobre o Ambiente Humano;
1992: Rio/92 ou Eco/92; estabelecimento da Agenda 21, contendo metas para implantação de políticas públicas de proteção ao meio ambiente;
Posição brasileira: propôs o Princípio do Poluidor/Pagador, segundo o qual os países com condições de preservação do meio ambiente seriam indenizados economicamente por aqueles países que não conseguiam fazê-lo; tornou mais onerosa a implantação de atividades poluidoras;
Documentos: Convenção da Biodiversidade e Agenda 21;
Rio + 5: no Rio de Janeiro; sem avanços relevantes;
Rio + 10: Johanesburgo, na África; sem avanços relevantes;
1997: Protocolo de Kyoto, no Japão; Tratado Internacional que criou um calendário para que os países desenvolvidos reduzissem a emissão de gases poluentes (GEE) da camada de ozônio; este protocolo somente alcançou efetividade com a assinatura da Rússia, que ocorreu em 2004, passando a ter vigência em 16/02/2005;
Inovação brasileira: venda de créditos de carbono para os países que não conseguem atingir suas metas de redução da emissão de gases poluentes; obs.: estes créditos são resultantes da redução da emissão de gases poluentes por parte de pessoas físicas ou jurídicas;
* utopia perseguida pelo Direito Ambiental: avançar do pensamento social Antropocentrismo (homem no centro de tudo) para o Ecocentrismo (meio ambiente no centro de tudo); mudança de paradigma, em função do contato do homem com as consequências de sua exploração dos recursos ambientais;
Classificação dos Direitos
Direitos Difusos: não pode ser divisível, é indeterminado o seu interessado; direito do interesse de todas as pessoas; aqui se posicionam as regras de Direito Ambiental;
Direitos Coletivos: não pode ser divisível, mas pode ser determinado o seu interessado; são direitos que interessam a determinado grupo de pessoas, que podem ser determinadas por certa relação jurídica que possuem; ex.: grupo de trabalhadores de certa classe;
Direitos Individuais Homogêneos: direito que interessa apenas à pessoa pertencente ao caso concreto;
Classificação do Meio Ambiente
Lei 6938/1981 Política Nacional do Meio Ambiente
Conceito de Meio Ambiente de José Afonso da Silva: O Meio Ambiente é a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida humana;
Natural: recursos naturais (água, fauna, flora, etc.);
Artificial: tudo aquilo que é produzido pelo homem e passa a interagir com o meio ambiente também é meio ambiente;
Cultural: também é meio ambiente artificial, mas, devido à importância para a humanidade, ganha classificação independente; ex.: pirâmides; patrimônio histórico, natural, paisagístico, etc.;
Do Trabalho: todas as normas de proteção ao trabalhador em seu meio ambiente de trabalho; art. 7, XXII da CF;
Conceito de Direito Ambiental de Luiz Paulo Sirvinkas: é a ciência jurídica que estuda, analisa e discute as questões e os problemas ambientais e sua relação com o ser humano tendo por finalidade a proteção do meio ambiente e a melhoria das condições de vida do planeta;
Princípios
Princípio do Acesso Equitativo aos Recursos Naturais: quando existe risco de serem exauridos os recursos de certo tipo (recursos não renováveis), deverão ser criadas normas que regulem a sua exploração, de forma que as vantagens deste recurso sejam partilhadas entre todos, sem que tais recursos sejam extintos; ex.: água potável;
Princípio do Poluidor-Pagador:
Este princípio possui Caráter Preventivo e não Reparatório, já que as atividades potencialmente poluidoras são taxadas de forma a tornar inviável ou quase inviável a sua operação; assim, o interesse na atividade é reduzido e o industrial, inevitavelmente, busca alternativas de produção menos poluentes;
Princípio da Precaução (Prudência):
Segundo este princípio, quando houver uma situação de ameaça de danos sérios ou irreversíveis em certa atividade sem que haja certeza científica de quais são estes danos, a atividade não será permitida;
Princípio da Prevenção:
O dano conhecido; Risco de dano por conta da atividade é potencial;
Princípio da Reparação:
Este princípio possui Caráter Reparatório; prevê que todo e qualquer dano causado no Meio Ambiente deve ser reparado, independentemente de ser responsabilizado o responsável civil, penal e administrativamente (responsabilidade integral);
A Responsabilidade Civil em matéria Ambiental é Objetiva: independentemente de dolo do causador do dano, ele será responsabilizado pelo dano; se ocorreu um Ato que, segundo o Nexo Causal, causou o Dano, o causador será responsabilizado;
Princípio da Informação/Publicidade:
Prevê que todas as informações conhecidas por Órgãos Públicas e ONGs devem ser disponibilizadas à sociedade civil;
A Educação ambiental deve fazer parte do cotidiano de todas as pessoas e não apenas dos ambientalistas e profissionais relacionados diretamente à preservação do meio ambiente;
A Educação Ambiental hoje presente nas escolas decorre da aplicação do Princípio da Informação/Publicidade;
Todo Ato Administrativo (regulamentos, decretos, instruções normativos) relacionado à proteção ao meio ambiente deve ser público sob pena de nulidade; são exceções o sigilo industrial e informações relacionadas à proteção ao Estado;
Ex.: EIA (Estudo de Impacto Ambiental): estudo técnico, de difícil acesso aos cidadãos em geral; deve ser explicado a partir do RIMA (Relatório de Impacto ao Meio Ambiente): traduz o EIA em linguagem mais acessível ao público em geral;
Princípio da Participação/Cooperação:
Prevê que a Sociedade Civil tem o direito à participação das discussões de tomada de decisões em questões relacionadas ao Meio Ambiente (direito difuso);
As ONGs são um instrumento que viabiliza a participação da Sociedade Civil neste tipo de cenário;
Recursos administrativos Lei 7802/1989 (Lei de Agrotóxicos: diz que a Sociedade Civil, através de Recursos Administrativos, pode embargar os pedidos de licença de agrotóxicos);
A Sociedade Civil também pode participar de Audiências Públicas ou de Ações Judiciais relacionadas ao Meio Ambiente;
Princípio do Desenvolvimento Sustentável (art. 225, CF):
Sustentabilidade é o equilíbrio entre o Direito de Desenvolver e o Dever de Preservar;
Prevê também a sustentabilidade para as gerações futuras; sem as competentes licenças, não se constrói nada atualmente que potencialmente degrada o Meio Ambiente;
Princípio da Intervenção Obrigatória do Estado
As normas de Proteção ao Meio Ambiente são de direito público; a principal importância de serem normas públicas é a Aplicabilidade, já que são normas coercitivas (prevêem sanção no caso de descumprimento);
As Normas Ambientais são regidas segundo a supremacia e indisponibilidade do interesse público, limitando a atuação privada que potencialmente degrada o Meio Ambiente; tais normas não apenas limitam a atuação privada como também impõem condições para a exploração do Meio Ambiente;
O Estado não intervém, em princípio, na atividade econômica; porém, através de Agências Reguladoras esta intervenção ocorre, em atenção aoPrincípio da Supremacia e Indisponibilidade do Interesse Público;
Bem jurídico tutelado pelo Direito Ambiental = Vida, de todos (ser humano, flora, fauna, etc.);
Princípio da Função Socioambiental da Propriedade
O Direito de Propriedade existe, mas é limitado segundo a Função Socioambiental da Propriedade; esta limitação pode impor ao proprietário obrigações de fazer ou de não fazer (condutas positivas ou negativas);
As Normas de Direito Público impõe limitações e também exigem Comportamentos Positivos da pessoa privada em relação à Proteção ao Meio Ambiente;
Direito Ambiental e a CF/1988
CF Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (em respeito ao Princípio do Desenvolvimento Sustentável), bem de uso comum do povo (direito difuso) e essencial à sadia qualidade de vida (do homem), impondo-se ao Poder Público (Princípio da Intervenção Obrigatória do Poder Público) e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações (Princípio da Responsabilidade Para com as Futuras Gerações).
 § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
 I - preservar (manter) e restaurar (corrigir o ambiente já degradado com as espécies originais) os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas (pode ser explorado, mas sem degradar o ecossistema); 
Conceito de Processos ecológicos essenciais (José Afonso da Silva): governados, sustentados ou intensamente afetados pelos ecossistemas , sendo indispensáveis à produção de alimentos, à saúde e a outros aspectos da sobrevivência humana e do desenvolvimento sustentável;
Conceito de Ecossistema: é o conjunto de elementos bióticos (fauna/flora) e abióticos (água/minérios);
 II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético (conjunto dos seres vivos) do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
 III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
ETEPs – Espaços Territoriais Especialmente Protegidos:
APP – Áreas de Preservação Permanente;
Reserva legal;
SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei 9985/2000);
 IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental (em respeito aos Princípios da Prevenção e do Desenvolvimento Sustentável), a que se dará publicidade;
Atividades potencialmente poluidoras: rol exemplificativo previsto em lei;
 V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 
Substâncias nocivas:
Mortalidade/enfermidades;
Agrotóxicos;
 VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
 VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. 
 § 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 
 § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
 § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
 § 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
 § 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
Ecologicamente Equilibrado: desenvolvimento sustentável;
Bem de uso comum
Qualidade de vida do homem
Poder Público / Futuras Gerações
* estudar sobre competências;
Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA – Lei 6938/1981)
PNMA é o conjunto de instrumentos legais, técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à promoção do desenvolvimento sustentável;
Objeto da PNMA: art. 2º 
Preservação: não intervenção do ser humano; preservação do meio ambiente da forma como se encontra;
Melhoria: ação humana de caráter positivo em relação ao meio ambiente;
Recuperação: ação humana em uma área degradada, voltada para sua recuperação;
Objetivos da PNMA: art. 4º 
Todos os objetivos desta Lei terão, em regra, a preocupação com o Desenvolvimento Sustentável;
Princípios:
Existindo conflito aparente entre os princípios, prevalece o Princípio do In Dubio pro Ambiente;
Instrumentos: art. 9º; instrumentos mais relevantes:
Zoneamento Ambiental;
Avaliações de Impacto Ambiental – AIA: Estudo de Impacto Ambiental; Estudo do Impacto de Vizinhança;
Licenciamento Ambiental;
Sisnama – Sistema Nacional do Meio Ambiente: descentralização administrativa; rede de instituições e órgãos ambientais; estrutura hierárquica que tratará das questões ambientais;
Órgão Superior: Conselho do Governo (Ministérios da Presidência); tem a função de assessorar o Presidente da República;
Órgão Consultivo, Deliberativo e Normativo: Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente:
Consultivo: assessora o Conselho do Governo; assim como responde consultas a ele formuladas;
Deliberativo: será a última instância administrativa;
Normativo: é o órgão que editará as Resoluções a respeito do Meio Ambiente;
Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente; possui a função de planejar, coordenar, supervisionar e controlar ações vinculadas à matéria ambiental;
Órgão Executor: Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis: autarquia federal; exerce o poder de polícia; emite autorizações de uso;
Órgãos Seccionais: nível estadual (ex.: IAP no Paraná); programas e fiscalização;
Órgãos Locais: nível municipal (secretarias);
Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente
PNMA Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:
 I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
 II - o zoneamento ambiental; (Regulamento)
 III - a avaliação de impactos ambientais;
 IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
 V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
 VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
 VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
 VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental;
 IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental.
 X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;
 XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-seo Poder Público a produzí-las, quando inexistentes;
 XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais.
 XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros.
Zoneamento Ambiental
“resultado de estudos conduzidos para o conhecimento sistematizado de características, fragilidades e potencialidades do meio” Édis Milaré; ex.: Procedimento Urbanístico – uso e parcelamento do solo de acordo com as características da região, que determina as condições para construção no meio urbano, por exemplo;
Decreto 4297/2002 e 6288/2007
Avaliações de Impacto Ambiental (AIA)
Ação proposta: todo projeto, programa, plano ou política precisa ser submetido a uma Avaliação de Impacto Ambiental;
Objetivo das AIAs: exame dos impactos e alternativas sustentáveis;
Impacto Ambiental: qualquer alteração física, química, biológica do meio ambiente:
AIA é gênero; é regulamentado pela Resolução 237/1997 do Conama;
Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
É uma ferramenta do licenciamento ambiental; é uma das espécies de AIA;
Toda atividade potencialmente poluidora tem que ter uma licença ambiental para ser promovida; para que tenha o Ato Administrativo autorizador da licença ambiental, a autoridade deve se basear no EIA;
Princípios que se norteia o EIA: Desenvolvimento Sustentável e Prevenção;
Objetivo: qualificar e quantificar o tipo de Impacto Ambiental;
Impacto Ambiental: qualquer alteração física, química ou biológica do meio ambiente:
Momento de realização do EIA: antes da Execução da Obra;
Condicionantes do Ato Administrativo de liberação do licenciamento ambiental:
Transparência administrativa: em respeito aos Princípios da Publicidade e da Informação;
Consulta aos interessados (pessoas da região que sofrerão algum tipo de impacto por conta da obra): através de audiências públicas;
Motivação da decisão administrativa: através do EIA;
* é caso de nulidade do ato administrativo o desrespeito a qualquer dos três condicionantes;
Pressupostos: precisam desenvolver o EIA aquelas atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental;
Liberdade de empreender?
Art. 2º da Resolução 001/1986 do Conama: o Poder Judiciário indicou que se trata de um rol exemplificativo (e não taxativo) de quais são as atividades potencialmente poluidoras; ex.: Soja Roundup Ready (não havia sido realizado o EIA pela Monsanto) – Resolução 305/2002 que complementa a 001/1986 e inclui os Produtos Transgênicos no rol das atividades potencialmente poluidoras;
RIMA: relatório simplificado com vocabulário não técnico, com a idéia de transmitir a informação para qualquer pessoa, indicando se a atividade preenche as condições para ser implementada;
* o Empreendedor é quem custeará os diferentes Estudos de Impacto Ambiental, em respeito ao Princípio do Poluidor-Pagador;
Relatório Ambiental Preliminar (RAP)
Apenas para as empresas que não estão no rol das atividades potencialmente poluidoras; não é um relatório tão detalhado quanto o EIA;
Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)
Estudo detalhado, complexo e técnico; um de seus resultados é o RIVI;
Relatório de Impacto de Vizinhança (RIVI): relatório em linguagem acessível à população, em respeito ao Princípio da Informação;
Previsto no Estatuto da Cidade – Lei 10257/2001
Licenciamento Ambiental
 Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: [...]
 IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
* Resolução 237/1997 do Conama
Procedimento Administrativo, vinculado ao art. 37 da CF (deve obedecer aos Princípios da Administração Pública);
Órgão competente: Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Autarquia estadual: IAP)
Licencia (autoriza):
Localização do empreendimento: se está adequado ao Zoneamento Ambiental;
Instalação do empreendimento;
Ampliação do empreendimento;
Operação do empreendimento;
Precisa de licenciamento: empreendimentos potencialmente poluidores ou que possam causar degradação ambiental;
EIA/RIMA
Controle das atividades
Fases
Definição pelo órgão ambiental dos documentos e estudos necessários para o empreendimento;
Licença Provisória: publicidade de que a empresa tem a intenção de empreender de determinada forma; aqui é o momento que deve estar pronto o EIA;
Análise de documentos e vistoria pelo órgão ambiental;
Audiência pública, se for o caso: pode solicitar a audiência pública o órgão ambiental, o MP, a sociedade civil (cooperativas, associações, etc.), ou 50 ou mais cidadãos reunidos; a audiência pública não vincula a decisão do órgão ambiental; a finalidade da audiência pública é atender ao Princípio da Informação;
Parecer técnico e, se necessário, parecer jurídico;
* quem paga os custos do licenciamento é o empreendedor, em respeito ao Princípio do Poluidor-Pagador;
Deferimento ou indeferimento da licença;
Licença Prévia: indica que a localização do empreendimento e seu projeto são viáveis; é necessária a Certidão da Prefeitura do uso e parcelamento do solo; o prazo máximo da Licença Prévia é de 5 anos;
Licença de Instalação: pode ser construído o empreendimento, de acordo com os planos e projetos aprovados na Licença Prévia; o prazo máximo da Licença de Instalação é de 6 anos;
Licença de Operação: após a vistoria e aprovação das instalações; o prazo da Licença de Operação é de no mínimo 4 e no máximo de 10 anos;
Hipóteses de Revogação das Licenças:
Violação ou inadequação das normas ou condições;
Omissão de fatos relevantes;
Superveniência de graves riscos ambientais;
Natureza Jurídica da Licença Ambiental:
Licença: é um ato vinculado e definitivo;
Autorização: é um ato discricionário e precário (tem tempo determinado de validade); apesar de a Licença Ambiental possuir tal nome, o seu enquadramento jurídico dá-se como Autorização, já que, por mais que o empreendedor possa suprir todas as exigências legais, o Administrador Público pode negar a sua Licença, assim como, seu prazo de validade é determinado;
2º BIMESTRE
Responsabilidades em Matéria Ambiental
CF, Art. 225 § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
Responsabilidades: civil, administrativa e penal; todos os ramos de responsabilidade serão utilizados em proteção ao Meio Ambiente;
Independência: há independência de aplicação das sanções civil, administrativa e penal;
Responsabilidade Civil
* responsabilidade civil: quando o ato ilícito gera um dano há responsabilização do agente pela reparação do mesmo;
Teorias
Responsabilidade Subjetiva: há necessidade de presença dos elementos “Ato, Dano, Nexo Causal e Culpa do agente”;
Ato: pode ser próprio ou realizado por Terceiros que o agente seja responsável;
Culpa: tanto representada pelo Dolo quanto pela Negligência, Imprudência ou Imperícia;
Responsabilidade Objetiva: risco integral; o agente será responsabilizado pelo dano independentemente de culpa;
CC, art. 927 Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Dano Ambiental: degradação (alteração negativa do meio ambiente) e poluição; construção doutrinária e jurisprudencial, já que não existe previsão legal de seu significado: tudo que se encaixar no conceito de Degradação ou Poluição será dano ambiental; é toda lesão aos Recursos Ambientais (naturais, artificiais, culturais e do trabalho) que causam degradação e desequilíbrio;
 Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
 I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, químicae biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
 II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;
 III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente:
 a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
 b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
 c) afetem desfavoravelmente a biota;
 d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
 e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
Classificação de Dano
Quanto ao bem lesado
Sentido amplo: todos aos recursos ambientais (naturais, artificiais, culturais e do trabalho);
Sentido estrito: apenas aos recursos naturais;
Quanto a quem se destina
Dano coletivo: quando o dano é contra todo o patrimônio ambiental, contra toda a sociedade;
Dano individual: há como individualizar as pessoas que sofreram o dano;
* dupla face do Dano Ambiental: patrimônio ambiental e indivíduos; o dano será sempre contra o patrimônio ambiental e, em alguns casos, também contra indivíduos;
Quanto ao dever de indenizar
Material: recuperação integral do meio ambiente degradado; não sendo possível a recuperação do meio ambiente, em última hipótese, o agente deverá indenizar financeiramente a sociedade (dano coletivo); há um fundo para o meio ambiente, administrado pela União, que recebe tais recursos financeiros; quando se trata de dano individual, a pessoa que sofreu o dano será ressarcida pelo agente poluidor;
Moral: sofrimento daquele que sofre o dano material; tal sofrimento deve ser demonstrado para que seja apto a ensejar indenização;
Responsabilidade Administrativa
É a Responsabilidade do Estado perante o indivíduo para o Exercício do Poder de Polícia;
A Intervenção na esfera particular é exclusiva por parte do Estado;
Órgão do Sisnama responsável pelo exercício do poder de polícia: Ibama; pode fazer uso da Polícia Militar (Força Verde) para exercer tal papel;
Teoria híbrida de responsabilidade: é uma mistura entre a Responsabilidade Civil e a Responsabilidade Penal; há necessidade de ilicitude na conduta para que haja responsabilização do agente; elemento: Ato Ilícito (omissivo ou comissivo), não carecendo o Dano para a responsabilização do agente; ex.: empresa deixa de colocar um filtro obrigatório em algum equipamento, sem que gere algum dano; neste caso, a empresa está sujeita à responsabilização;
Conduta:
Omissiva;
Comissiva: caráter pessoal; ex.: contaminação de área antes da aquisição; não há responsabilidade pela multa administrativa, mas há responsabilidade para a reparação do dano ambiental;
Pessoa Jurídica: pode ser responsabilizada por infrações administrativas; se apurada culpa pessoal de algum funcionário seu, pode entrar com ação de regresso;
Prescindibilidade de Culpa
Exceção: tem que estar disposto na norma “para que haja responsabilização deve ser provada a culpa”;
Tipificação – Decreto 6514/2008 e Lei 9605/1998;
Apuração: toda responsabilização administrativa deve ser submetida a um Processo Administrativo;
Auto de Infração: possui presunção de legitimidade; inversão do ônus da prova; o agente tem que provar que o Auto de Infração é ilegítimo;
Competência para legislar sobre infrações administrativas é Concorrente: União, Estados e Distrito Federal;
TAC – Termo de Ajustamento de Conduta:
MP X Agente;
TAC não tem natureza jurídica de Transação; o MP não tem legitimidade para transacionar direitos difusos;
Uma vez assinado, o TAC se torna um Título Executivo Extrajudicial, como se fosse uma Confissão de Dívida; se descumprido, este título será utilizado Judicialmente pelo MP;
Responsabilidade Penal
A Responsabilidade Penal é Subjetiva;
O Direito Penal é a última Ratio utilizada pelo Estado;
A principal crítica dos penalistas em relação aos crimes ambientais é de que tais crimes são previstos em Normas Penais em Branco – art. 29, § 4º, I e VI (Lei 9605/1998);
Bem Jurídico Tutelado: Meio Ambiente (Natural, Artificial, Cultural e do Trabalho);
Princípio da Intervenção Mínima: quando aplicado aos crimes tributários significa que se o agente reparou integralmente o dano, extingue-se a punibilidade; tal princípio deve ser aplicado, segundo uma parte da doutrina, em todos os Crimes Contra a Ordem Econômica (Tributários, Concorrenciais e Ambientais), já que tal fato ocorre em relação aos Crimes Tributários; a tendência é de que os crimes ambientais passem a ser tratados da mesma forma;
Os Tipos Penais dos crimes ambientais são de “perigo”: não há necessidade de provar um dano; se o ato foi realizado, já está consumado o crime; a norma penal privilegia o Princípio da Prevenção; art. 54, § 3º (Lei 9605/1998);
Elemento Subjetivo:
Dolo: regra geral dos crimes ambientais;
Culpa: quando prevista expressamente no Tipo Penal;
Sujeito Ativo: Pessoa Física ou Pessoa Jurídica;
Responsabilidade da Pessoa Jurídica
Sempre que se tiver um crime em que se responsabiliza uma PJ, há necessidade de Vinculação à Pessoa Física; os Mandatários são os responsabilizados;
Só há crimes realizados por PJ se dolosos; PJ não realiza crime por culpa;
Ação Penal é Pública Incondicionada;
Caracterização do Patrimônio Florestal
Conservar X Preservar: em área de conservação há possibilidade de exploração do recurso ambiental, mas de forma sustentável; em área de preservação não há permissão para exploração do recurso ambiental;
Macrossistemas ou Biomas; dispostos no art. 225, § 4º, CF;
 § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
Definição de Espaços Territoriais Especialmente Protegidos – ETEPs; art. 225, § 1º, III; a Lei 9985/2000 regulamenta esta disposição constitucional;
 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
 § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: [...]
 III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; (Regulamento)
Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC
As Unidades de Conservação foram consideradas como Instrumento da PNMA; podem estar em áreas públicas ou privadas;
Classificação das Unidades de Conservação:
ETEPs em Sentido Estrito: chamadas Unidades de Conservação;
Típicas: art. 7º da Lei 9985/2000; aquelas em que a Lei determina que são Unidades de Conservação;
Unidades de proteção integral; o objetivo básico destas Unidades é de preservar o meio ambiente – não permite o uso dos recursos ambientais; ex.: Parques Nacionais e Monumentos Naturais;
Unidades de uso sustentável: o objetivo básico destas Unidades é de conservar o meio ambiente – permite o uso sustentável dos recursos ambientais; ex.: Floresta Nacional;
Atípicas: classificação doutrinária; não constam na Lei 9985/2000, mas que, pela sua função, merecem ser entendidas como Unidades de Conservação; ex.: Jardim Botânico, zoológicos, etc.;
ETEPs em sentido amplo: classificação doutrinária;
APP – Áreas de Preservação Permanente: Código Florestal – Lei 4771/1965, conceito está nos arts. 2º e 3º;
Vegetação nativa ou não;
A função das APPs é de preservação: recursos híbridos, paisagem, estabilidade geológica, biodiversidade, fauna, flora, soloe a população humana;
Não pode haver exploração nas APPs; exceção: indígenas;
Modalidades de APPs:
Instituídas por lei: podem ser em zona rural ou urbana; são definidas em Lei Municipal (Planos Diretores), com respeito às Resoluções do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente), de acordo com o entendimento jurisprudencial; neste tipo de área não cabe indenização;
Por ato do Poder Público: Declaração da área como de preservação permanente; ocorre por Decreto; a doutrina e a jurisprudência ainda não se posicionaram de forma majoritária sobre o cabimento de indenização relativamente às áreas privadas declaradas como de preservação permanente;
RFL – Reserva Florestal Legal:
RFL é diferente de Reserva Legal (Princípio da Reserva Legal); Reserva Legal é aquela reserva de matérias ou competências para determinados órgãos legislativos, administrativos ou judiciários;
O Código Florestal brasileiro é de 1965; a preocupação real com a preservação do Meio Ambiente passou a ter maior ênfase a partir da edição da MP 2166/2001 – art. 1º, § 2º, III;
Conceito: área em interior de propriedade rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável, conservação da biodiversidade e abrigo de flora e fauna nativa;
Natureza jurídica: a RFL é uma Limitação Administrativa imposta aos proprietários/possuidores de áreas rurais; não pode ser uma limitação que inviabilize a atividade; o Princípio da Razoabilidade deve ser utilizado para se alcançar um equilíbrio entre o direito de uso da propriedade e o dever de sustentabilidade ambiental; trata-se de uma Obrigação:
Geral: não é para determinado grupo de pessoas; para as pequenas propriedades rurais há isenção; as pequenas propriedades rurais são aquelas de até 4 módulos rurais;
Gratuita: não se ganha nada por ter a RFL; trata-se de uma obrigação;
Unilateral: não há contraprestação pela manutenção da RFL;
De Ordem Pública: é também uma obrigação do Estado a manutenção da RFL; é imposta pelo Estado esta obrigação;
* segundo entendimento doutrinário, nos casos em que as limitações administrativas inviabilizam a atividade da propriedade, o Estado deve desapropriá-la;
* para o doutrinador Paulo Besca Antunes a RFL é também uma obrigação propter rem: obrigação que persegue a coisa e não o dono da coisa; independentemente de quem é o proprietário/possuidor do imóvel, há obrigação de manter a RFL;
Indenização: a posição do STJ é de que não cabe indenização sobre a RFL, já que a natureza jurídica do instituto é Gratuita; nos casos de desapropriação cabe indenização, não pela área de RFL, mas pelo restante da área que se tornou inviável para realização de atividade econômica;
Quanto deve ser a RFL: art. 16, Código Florestal;
80% - na Amazônia Legal;
35% - nas áreas de Cerrado (localizado na Amazônia Legal);
20% - Demais Localidades;
Nas áreas de RFL é permitido o Manejo Florestal Sustentável (ex.: extrair o fruto das árvores nativas);
Há necessidade de Aprovação do IAP (órgão estadual do Sisnama) para que a área seja considerada RFL;
Os agricultores defendem que sejam somadas a RFL e a APP para que seja atingido o mínimo de reserva exigido de cada propriedade;
Já há possibilidade de fazer tal somatório; o que não é possível é a conversão de áreas de APP para RFL; é requisito para ser possível este instituto que a Soma RFL + APP seja maior que 50% do total da grande propriedade ou de 25% do total das pequenas propriedades;
Dever do possuidor: há solidariedade entre o possuidor da área e o proprietário com a Averbação da RFL;
Averbação da RFL: deve haver averbação da área de RFL na matrícula do imóvel; o IAP deve autorizar a Averbação da RFL;
Decreto 6514/2008, art. 55: instituiu multa para a não averbação da RFL até o dia 11/12/2009;
Decreto 7029/2009: suspendeu a eficácia da multa, transferindo-a para 11/06/2011;
Conseqüências da não averbação: multa diária + 120 dias para assinar um Termo de Compromisso de Averbação da RFL; uma vez assinado o Termo, a multa diária se suspende; quando há déficit de área de RFL, o proprietário/possuidor assina um Termo de Recomposição, Regeneração ou Compensação da RFL;
Recursos Hídricos
2,5% da água do mundo é doce;
Destes 2,5%, 80% é água congelada;
Dos 20% restantes, 12% estão no Brasil;
Desperdício de água no Brasil: 30% da nossa água se perde nas tubulações; no Nordeste chega a ser de 60% a perda;
Dessalinização: ainda falta tecnologia e o resultado que se alcança com a tecnologia atual ainda não é satisfatória, chegando em uma água Salobra; além disso, a tecnologia ainda é muito cara, daí o maior investimento em preservação da água doce existente no mundo;
Gestão dos Recursos Hídricos
Corpo de Água: todo acúmulo significativo de água; lago, rio, oceano, lagoa, etc.; onde possa existir um ecossistema;
A primeira previsão legal voltada para Gestão dos Recursos Hídricos foi o Código de Águas – Decreto 24643/1934, que foi parcialmente recepcionado pela CF/1988;
O Código Florestal também se preocupa com os Recursos Hídricos, uma vez que estabelece APPs; sendo conservadas as APPs, conserva-se, por conseqüência, os corpos de água;
Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei 9433/1997; decorrência do art. 21, XIX da CF
Art. 1º, I: Água é um bem de domínio público;
Bem de domínio público: o Estado vai regulamentar e exercer domínio sobre o bem;
São Bens de domínio público: Bens Públicos e Bens Particulares de Interesse Público
Destinação da água : bem de uso comum do povo, com regulamentação e domínio do Estado;
Bens dos Estados – art. 26, I da CF;
 Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
 I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;
A regra é de que as Águas são dos Estados;
Águas subterrâneas são dos Estados;
Exceção: águas e represas provenientes de obras da União;
Bens da União – art. 20 da CF
 Art. 20. São bens da União: [...]
 III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; [...]
 VI - o mar territorial; [...]
 VIII - os potenciais de energia hidráulica;
Águas marítimas são da União, para que seja preservada a soberania nacional;
VIII – Potenciais de energia hidrelétrica – art. 21, XII, b, da CF; o bem será da União, mas o resultado da atividade poderá ser rateado entre os Estados;
Art. 1º, V – a Bacia Hidrográfica é unidade de planejamento de informações sobre qualidade e problemas dos Recursos Hídricos; este planejamento visa à preservação das bacias hidrográficas, distribuindo as atribuições entre os diferentes entes;
Problemas comuns nas Bacias Hidrográficas: ocupação irregular; salinização; erosão;
Art. 12 – Outorga do Uso da Água: apenas permite o Uso; não transmite a Propriedade sobre a água; este artigo indica quem precisa de outorga para uso da água;
A outorga é um Ato Administrativo Precário (revogável a qualquer momento) e Discricionário (fica a critério do Agente Público conceder ou não a outorga): prazo máximo da outorga é de 35 anos; apesar de a Lei estabelecer um prazo máximo, a doutrina entende que não se trata de Permissão;
Não precisam de outorga: art. 13;
Competência para expedição:
Áreas Federais: ANA – Lei 9984/2000; natureza jurídica: Agência Reguladora; vinculada ao Ministério do Meio Ambiente;
Áreas Estaduais – PR: Instituto das Águas do Paraná – Lei 16739/2010; autarquia estadual vinculada à SEMA – Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos;
Uso e qualidade da água: Consuntividade (potencial de absorção de água); uma atividade será mais consuntiva quando absorve mais água do que devolve ao corpo d’água; menos consuntiva absorve menos;
Qualidade da água:
Microorganismos presentes;
Modificação dascaracterísticas físicas e químicas; ex. dessalinização;
Principais fontes de poluição da água: esgotos domésticos, industriais, cemitérios, etc.; antes da Resolução 335/2003 do Conama os cemitérios sempre foram construídos de forma desordenada; após a Resolução passou-se a exigir licenciamento ambiental para construí-los;
Patologias = 80% das doenças detectadas são decorrentes da água;
Controle de qualidade da água: toda a população deve estar envolvida, acionando os órgãos do Estado responsáveis por manter o nível de qualidade;
Controle de quantidade de uso da água: por cada indivíduo, segundo seu consumo diário;

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes