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Metodologia Científica

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Unidade 1 - O conhecimento científico na universidade conhecimento científico na universidade
Aula 1 - A construção do conhecimento científico
Estudos sobre a universidade
A Educação Superior tem, em seu histórico, três finalidades primordiais:
Uma delas é a formação profissional nas diferentes áreas.
Uma segunda finalidade é a formação do cientista.
A terceira refere-se à formação do cidadão e de sua tomada de consciência acerca da sociedade, de suas construções históricas e de seus problemas.
Embora os três focos encontrem-se interligados, a grande finalidade desta disciplina é estudar a produção do conhecimento científico.
Conhecimento científico
Ciência é uma forma particular de ver o mundo, é o resultado de muito raciocínio lógico e experimentação.
O conhecimento científico é provisório, o qual deve ser constante estudado e aprimorado 
Será que todo conhecimento é científico?
Para começar a estudar sobre o conhecimento científico e o que faz um cientista, é importante que você saiba que existem alguns conhecimentos que não são científicos.
Cientista é qualquer pessoa que exerça uma atividade sistemática de qualquer área de atuação, como administração, moda, engenharia, para adquirir conhecimento; qualquer pessoa que faça uso do método científico para resolver problemas ou hipóteses.
Os tipos de conhecimento
A literatura nos apresenta quatro tipos de conhecimento: senso comum, científico, filosófico e teológico, cada um com suas características e igualmente importantes para cada pessoa. 
Senso comum: é o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido por meio de ações não planejadas. É o conhecimento do dia a dia e que se obtém pela experiência cotidiana. É um modo espontâneo e pré-crítico de conhecer. É constituído de opiniões e modos acríticos de perceber a realidade.
Por exemplo, um lavrador, mesmo iletrado, sabe o momento certo da semeadura, a época da colheita, tipo de solo adequado para diferentes culturas. É um exemplo do conhecimento empírico acumulado pelo homem, na sua interação com a natureza.
Outros exemplos: a chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta, acabamos por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar; as crendices que passam de geração para geração, as lendas e os remédios caseiros indicados pelas “vovós”.
 Algumas características do senso comum: 
sensitivo (porque se contenta com as aparências e emoções do cotidiano.)
superficial (porque não se aprofunda nas observações, acredita no que viu e na maneira como foi contado o fato.)
subjetivo (porque é a própria pessoa que organiza o saber e as experiências, tanto aqueles que as obtêm por vivência, quanto os que as aprenderam por “ouvir dizer”.)
 assistemático (porque não sistematiza as experiências e ideias, nem tampouco a forma como as adquiriu e nem as tentativas de validá-las.)
acrítico (porque “sendo verdadeiro ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se manifesta sempre de uma forma crítica”.)
Científico: finalmente, o conhecimento científico atinge os fenômenos não só como aparecem para o sujeito como também com suas causas e consequências. Caracteriza-se pela forma de analisar, explicar, justificar, induzir, aplicar leis e predizer com segurança eventos futuros. Ver o fato por diferentes ângulos. O conhecimento científico não só apreende os objetos, fatos e fenômenos, como os explica.
Segundo Santos, para que o conhecimento seja científico, são indispensáveis dois requisitos: “primeiro que o campo do conhecimento seja delimitado, bem caracterizado e formulados os assuntos que se deseja investigar; segundo, que existam métodos adequados de pesquisa para o estudo desejado” (2012, p. 55).
Características:
Sistemático: porque se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria), e não conhecimentos dispersos e desconexos.
Verificável: somente as afirmações (hipóteses) que são passíveis de comprovação pertencem ao âmbito da ciência.
Falível: porque não é definitivo, absoluto ou final.
Aproximadamente exato: porque novas proposições e desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.
Filosófico: é fruto do raciocínio e da reflexão que o homem faz sobre a experiência vital, derivando diferentes interpretações. É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência. O filósofo questiona o mundo com a finalidade de compreendê-lo, fornecendo pressupostos e princípios orientadores das ações humanas.
Daí ser um conhecimento que emerge das experiências vividas que são racionalmente correlacionadas. Procura dar sentido à vida, recorrendo unicamente à razão humana.
Teólogo: também denominado “conhecimento religioso”, é o conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Apoia-se em doutrinas que contêm proposições valorativas e que, portanto, são infalíveis e indiscutíveis. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Suas proposições devem ser simplesmente aceitas como verdade. É obra do criador divino.
“Acreditar que alguém foi curado por um milagre” é um exemplo desse tipo de conhecimento. Ele é inspiracional e valorativo (porque o que se crê é transmitido por revelação sobrenatural.), infalível (porque não há como questionar se é verdade ou mentira.), sistemático (porque explica o surgimento de tudo de forma ordenada, com princípio, meio e fim.) e não verificável (porque o acreditar ou não se encerra de forma compulsória e absoluta.)
Tudo o que lemos e ouvimos é conhecimento?
Cabe aqui a distinção entre informação e conhecimento: ainda há muita confusão sobre esses conceitos, representados pelos autores que usam os termos como sinônimos.
O conhecimento científico caracteriza-se pela forma de analisar, explicar, justificar, induzir, aplicar leis e predizer eventos próximos. O conhecimento científico não só apreende os objetos, fatos e fenômenos, como os explica.
Na universidade, como foi dito no início da aula, uma das finalidades é a formação do cientista mediante a aprendizagem do processo de construção de trabalhos científicos. E nesta formação cabe um destaque para o cumprimento de exigências éticas
Plágio é a apropriação cultural de qualquer obra sem dar crédito ao autor.
 Aula 2 - Pesquisa na universidade
Qual a relação da pesquisa e a produção de conhecimento na universidade?
A palavra pesquisa está sempre relacionada à busca de alguma informação desconhecida que, após ser apreendida, se torna um conhecimento próprio. É um novo conhecimento que se tem a partir de um processo de pesquisa.
Na universidade atual, a atividade de aprender está sempre relacionada à pesquisa com a finalidade de buscar informação e produzir conhecimento.
Edgar Morin, antropólogo, sociólogo e filósofo francês, destaca duas finalidades do ensino e, consequentemente, da aprendizagem: cabeça bem cheia ou cabeça bem feita.
Qual opção você escolheria?
Uma cabeça bem cheia “é uma cabeça onde o saber é acumulado, empilhado, e não dispõe de um princípio de seleção e organização que lhe dê sentido “. Uma cabeça bem feita “significa que, em vez de acumular o saber, é importante dispor ao mesmo tempo de uma aptidão geral para colocar e tratar os problemas” e ter competência em usar “princípios organizadores que permitam ligar os saberes e lhes dar sentido”. (MORIN, 2001, p. 21).
E dentro da universidade, como dar sentido aos princípios organizadores dos diferentes cursos?
Pesquisar é buscar informação para aquilo que não sabemos e transformá-la em conhecimento. Nós pesquisamos a todo momento, trata-se de uma atividade natural no interior da universidade. As pesquisas (é uma ferramenta) vem das perguntas para as quais ainda não temos respostas, mas temos hipóteses que pode ser comprovada ou não. 
Pesquisa científica éo estudo minucioso e sistemático com a finalidade de detectar fatos e princípios relativos nas diversas áreas do conhecimento humano. Os resultados de uma pesquisa científica são divulgados em forma de publicação que pode ser um livro, um artigo ou uma comunicação em um congresso. 
Aula 3
Os artefatos da pesquisa
Nesta aula, você verá as ferramentas que pode usar na preparação de suas pesquisas e, por que não, nos seus estudos cotidianos e na vida profissional.
Após o estudo desta aula, espera-se que você seja capaz de identificar e usar as diferentes ferramentas de pesquisa científica
Diferentes formas de estudar
Um bom registro das aulas facilita o estudo. Cabe ressaltar que essas informações não deverão ser memorizadas, e, sim, consideradas como roteiro para estudar. Estudar não é uma tarefa fácil: demanda esforço, reflexão, perseverança e, acima de tudo, método.
Começaremos abordando a leitura como instrumento básico do estudo.
Por que ler?
Uma boa leitura certamente facilita seu estudo! Podemos dizer que enriquece o vocabulário, desenvolve a capacidade verbal e escrita, e amplia o conhecimento.
Você já pensou nisso?
Veja o vídeo a seguir e identifique alguns materiais de pesquisa que podem ser desenvolvidos na universidade, mas que também podem preparar você para sua vida profissional.
Materiais identificados: resumo, resenha (é um texto resumo de forma clara e concisa que apresente pontos positivos e negativos de cada projeto), relatório (é um relato detalhado de algum experimento, o qual descreve como o experimento foi realizado) 
Como organizar as leituras?
As dicas a seguir podem ajudar você em sua leitura:
Não sublinhar na primeira leitura.
Sublinhar apenas as ideias principais e os detalhes importantes.
Assinalar as passagens mais significativas com uma palavra-chave à margem.
Assinalar com um sinal de interrogação, à margem, os pontos de discordância.
Com isso, você terá obtido a informação geral do texto. Agora é hora de reler o texto, buscando avaliar as informações que precisa para sua necessidade concreta. Anote essas informações, assim como de onde as está retirando. É muito comum, depois de algum tempo, termos as informações e não sabermos de onde as tiramos. E, desse modo, não as podemos citar. Note que essa dica já foi dada no vídeo anteriormente apresentado (lembra-se do fichamento?).
Agora que você já identificou as ferramentas que o ajudarão a estudar, vamos pensar nos trabalhos científicos mais comuns na universidade.
VÍDEO: Agora que você já identificou as ferramentas que o ajudarão a estudar, vamos pensar nos trabalhos científicos mais comuns na universidade.
Artigos Científicos: é um trabalho científico cuja finalidade é relatar os resultados provenientes de uma pesquisa
TCC (Trabalho de Conclusão de Curso): é um trabalho realizado ao final do curso articulado com os conhecimentos construídos na área de formação. Ele faz parte das atividades curriculares e deve ser orientados por um professor do próprio curso 
Monografia: é um trabalho científico voltado para um único assunto ou um único problema. O tema é abordado com profundidade e sob diferentes ângulos e aspectos dependendo dos objetivos e da finalidade do trabalho.
Dissertação: é um tipo de trabalho monográfico feito ao final do curso de mestrado para obtenção do título de mestre. Aborda o tema em maior extensão e profundidade do que a monografia da graduação 
Tese: é um tipo de trabalho monográfico apresentado ao final do curso de doutorado para a obtenção do título de doutor. É um trabalho original de pesquisa cuja finalidade é propor soluções para um problema apresentado e é a resposta para uma pergunta científica 
Encerramento
Qual a importância de Metodologia Científica para o seu curso e para a sua vida?
A prática da pesquisa científica, base da ciência, deve perpassar todo o curso universitário no qual o estudante se torna não só consumidor quanto produtor de conhecimento. Observar o mundo à sua volta por meio dos sentidos e questioná-lo é um desafio constante na busca de construir uma nova realidade acadêmica, social e profissional. Assim, o estudante, com apoio dos professores, usa sua inteligência como meio de construir o conhecimento científico, estudando situações problema acompanhado de seu espírito crítico. A disciplina Metodologia Científica tem a finalidade de criar um ambiente propício para tal fim.
Em que momentos se faz pesquisas na Universidade?
O aluno faz pesquisa em todos os momentos e espaços da universidade a partir do uso de suas capacidades de construir um pensamento crítico e próprio. Os diferentes trabalhos produzidos devem estar articulados pela interdisciplinaridade mais do que pelas disciplinas isoladas. Desse modo, o aluno deve dominar habilidades no manejo de normas técnicas, no planejamento de investigação científica, na estrutura e aplicação de caminhos específicos e na apresentação e comunicação dos resultados.
Como construir o material de pesquisa?
A construção de um material de pesquisa inicia no momento de estudo, passando pela metodologia nos processos de planejamento e produção do saber e sua comunicação. O próprio momento de estudar exige um esforço que vai além do aprender durante as aulas, ou seja, da instrumentalização do aluno para o trabalho científico. Assim, estudar e planejar um trabalho científico requer domínio de uma metodologia própria que perpassa os procedimentos de estudo, de apresentação dos resultados, até a expressão de comunicação de sua autoria com reflexões, críticas e propostas de solução para os problemas apresentados.
Resumo da Unidade
Nesta unidade, foi visto que a disciplina Metodologia Científica tem grande importância dentro da universidade, uma vez que trata do conhecimento científico como elemento básico à dinâmica da vida universitária. Conceituar o conhecimento científico significa relacioná-lo a outros tipos de conhecimento com a finalidade de caracterizá-lo e, assim, estabelecer semelhanças e diferenças. O conhecimento, de modo geral, é apreendido da realidade e percebido por meio das operações intelectuais. Isso quer dizer que o conhecimento científico parte da observação e é elaborado pela inteligência humana. Questionar a realidade é um desafio constante na busca da verdade. A ciência procura chegar a conclusões, produto do conhecimento, gerais sobre a realidade. O pesquisador é o protagonista do conhecimento científico, atuando como questionador, investigador, pesquisador de informações, ser pensante, que propõe novas soluções para a sociedade. Este agir é pautado na ética como uma atitude básica dos ideais democráticos. Pesquisar então na universidade é uma prática política que envolve docentes e discentes e, portanto, um princípio educativo. Para fazer pesquisa, você deve não só usar ferramentas de estudo para melhorar sua aprendizagem como identificar os trabalhos acadêmicos de pesquisa que certamente estão inseridos como avaliação no seu curso.
Unidade 2 - A pesquisa científica
Aula 1 
A pesquisa científica: abordagem, natureza e objetivos
Nesta aula você saberá o que é um trabalho científico e suas principais características. 
Não há uma única forma de trabalho científico. Sendo assim, o que caracteriza os trabalhos como científicos são as definições metodológicas que o autor faz.
Após o estudo desta aula, você poderá distinguir um trabalho científico de um trabalho não científico.
Estudos sobre o princípio científico
O princípio científico legitima a ciência. Nesse sentido, um trabalho científico pode ser concebido “por um método adequado e suficientemente criativo e flexível que dê conta de aproximar-nos da realidade, de como ela se constitui, indo além do senso comum”.
O princípio científico é usado em trabalhos científicos, que consistem naqueles que têm as propriedades e características da ciência. Desse modo, um trabalho científico caracteriza-se pela organização de todas as etapas de construção bem elaboradas pelo autor e expostas do modomais claro possível.
Pode até parecer para você que um trabalho científico fica restrito à universidade e ao mundo acadêmico, mas isso não é verdade! Os trabalhos científicos devem ser não somente bem elaborados, mas também muito bem divulgados. Pesquisadores que se destacam em nosso mundo sempre estiveram cientes da importância da divulgação de suas pesquisas. Tente se lembrar de alguns pesquisadores que já viu em programas de TV, na Internet ou mesmo em filmes de grande audiência.
Enfim, não somente apoiar a solução de problemas, mas também comunicar e divulgar as soluções encontradas. Elas poderão servir de base para novas pesquisas e, assim, contribuir para a evolução da ciência (cf. BARROS, 2007, p.52).
VÍDEO: Toda pesquisa deve ter um conteúdo bem estruturado, escolha do tema, revisão da literatura, justificativa, formulação do problema, objetivos, metodologia, conclusão das análises dos resultados e ser apresentado de uma boa forma. Divulgar um trabalho é muito importante pois além de ser um registro formal dos resultados e do andamento da pesquisa, propicia a oportunidade de um mais amplo debate do tema pesquisado. Congresso, simpósios, artigos em revistas e livros são o ápice de um trabalho ou etapa finalizada. Pesquisadores brasileiros que divulgam amplamente seus trabalhos de suas áreas específicas, ampliam a nossa familiaridade com temas complexos promovendo debates .
Aula 2 A pesquisa científica e sua construção
Como iniciar a construção de um trabalho científico?
Em seu cotidiano você já deve ter se deparado com algum problema, não foi? Algumas vezes já deve ter percebido que algumas (ou várias) soluções foram desenvolvidas para resolver problemas do seu dia a dia, não? Essas soluções podem ter sido concebidas a partir de pesquisas desenvolvidas em universidades, em empresas ou a partir de trabalhos conjuntos integrando universidades e empresas.
Em outras palavras, é fundamental identificar e definir o problema para o qual se buscará a respectiva solução. Desse modo, a partir da definição do problema, o tema de pesquisa é escolhido e, por meio de observações, escolhe-se o objeto. Esse objeto está sempre relacionado a outro: são as variáveis.
VÍDEO: Veja o recurso a seguir. Ele aborda o conceito de problema, alinhando-o ao pensamento científico e dá exemplos de variáveis e de suas inter-relações.
Construir um problema ou objeto implica em uma reconstrução simbólica dos dados de nossa experiência. Quando você desconhece alguma coisa por não ter informações suficientes, é possível dizer que está diante de um problema.
Uma vez definido o problema e o tema da pesquisa, parte-se para a elaboração das hipóteses, cuja finalidade é orientar o pesquisador na escolha dos métodos da pesquisa.
VÍDEO: Hipótese é uma conjectura a respeito de algo. É uma afirmação antecipada, provisória, relativa a alguma suposição. Isso se deve ao fato de que nenhuma formulação de hipótese deve haver ideia de probabilidade. As hipóteses, por anteciparem possíveis respostas, permitem avaliar se os resultados são convenientes ou não. Ex: Se eu não apresentar o projeto para a faculdade, é possível que a minha bolsa de estudos seja suspensa
Agora que já se definiu o tema, o problema e a hipótese, devemos definir o objetivo da pesquisa. Mas por quê? Fazendo uma reflexão pessoal, quando temos um objetivo traçado — profissional, ou mesmo pessoal — não é mais fácil traçarmos um caminho para conseguir alcançá-lo? Isso também acontece quando vamos desenvolver um trabalho científico.
VÍDEO: Objetivo geral é aquele que o pesquisador pretende alcançar com sua investigação, o que deve estar em consonância com a definição do problema ou objeto da pesquisa. Em cada projeto o pesquisador precisa deixar claro para si mesmo e para os leitores e financiadores esse objetivo geral. Os objetivos específicos devem ser combinados com as hipóteses e pressupostos já delineados pelo investigador.
Objetivos específicos são os desdobramentos do objetivo geral. Eles podem ser entendidos como etapas que o pesquisador pretende realizar.
Agora você já sabe que o objetivo é uma formulação que exprime aonde o autor quer chegar com o estudo e serve como orientação para o desenvolvimento do trabalho e sua conclusão. 
Uma vez tendo todos os itens acima definidos, começa a ficar mais claro o que é fundamental para se iniciar uma pesquisa científica. Lembre-se que todos os itens elaborados devem estar conectados entre si e se reportar a uma realidade a ser estudada.
Um trabalho bem elaborado requer também uma boa apresentação. Consultar fontes de qualidade concorre para uma boa produção. Para isso, o pesquisador não pode deixar de buscar revistas científicas e teorias consagradas na área da pesquisa.
Aula 3A pesquisa científica e sua metodologia
Uma vez delimitado o tema, o problema, o objetivo e a hipótese, devemos identificar os principais caminhos metodológicos de uma pesquisa científica.
Como já foi visto, a pesquisa científica visa esclarecer um problema sobre uma situação escolhida para investigação. Esse processo precisa ser sistemático, metódico e crítico. E seu resultado deve contribuir para o avanço do conhecimento humano. Lembre-se que o método científico também pode (e deve!) ser aplicado em diversas situações em sua vida profissional e pessoal. Decisões importantes, por exemplo, devem ser tomadas com amplo embasamento, tendo acesso a um variado mix de dados confiáveis, e com uso de métodos estruturados, que levem a escolhas mais robustas.
Na vida acadêmica, fazer pesquisa científica contribui para a formação do espírito científico do estudante diante dos diferentes trabalhos que deve produzir. E certamente lhe ajudará na formulação estruturada das suas decisões nas organizações em que atua ou atuará no futuro.
Existem várias formas de classificar as pesquisas. Vamos acompanhar o que a literatura diz? O recurso a seguir apresentará detalhes sobre as diferentes perspectivas relacionadas à pesquisa e os seus caminhos metodológicos:
Do ponto de vista da natureza da pesquisa: básica (ex: "Preciso melhorar a fórmula do fertilizante de flores. A que temos hoje não é muito eficiente...".) e aplicada(ex: "Preciso entender melhor a relação entre as mudanças climáticas e sua interferência no processo de polinização das flores...")
Quanto à sua abordagem: quantitativa e qualitativa.
Quanto ao universo ou à amostra.
Quanto aos objetivos: exploratória, descritiva ou experimental.
Encerramento
Como reconhecer um trabalho como científico?
O princípio científico é usado em trabalhos denominados científicos e consiste naqueles que têm as propriedades e características da ciência, ou seja, produz ciência ou dela se deriva e acompanha seu modelo de tratamento. Assim, um trabalho científico caracteriza-se pela organização de todas as etapas de construção bem elaboradas pelo autor e expostas de modo o mais claro possível. Vale destacar que um trabalho científico inicia sempre com a apresentação de um problema que constitui o desafio à capacidade do pesquisador de solucioná-lo.
Como iniciar a construção de uma pesquisa científica?
Uma pesquisa científica inicia-se sempre com a escolha de um tema ou assunto a ser abordado. Daí se extrai um problema a ser solucionado ou para o qual se pretende apresentar caminhos para solução. Desse modo, o problema é um recorte que se faz do tema e constitui o objeto de estudo. Nessa primeira etapa ainda se indica o objetivo do estudo, a sua justificativa, a importância da pesquisa e as hipóteses. Cabe observar que, em alguns trabalhos, as hipóteses são dispensadas. Em outra etapa, escolhe-se a metodologia adequada ao estudo e a revisão de literatura. Como o nome indica, o autor analisa obras que o embasem teoricamente na busca de solução por meio de artigos científicos, periódicos nacionais e internacionais, livros já publicados e outros materiais. Essas pesquisas servem de apoio à construção de premissas e pressupostos teóricos sobre os quais o pesquisadorfundamentará sua interpretação.
Quais as características metodológicas de uma dado trabalho científico?
A metodologia tem a finalidade de descrever o caminho a ser percorrido definindo o tipo de pesquisa e os instrumentos a serem utilizados. Não há um único caminho a ser escolhido; há um problema que deve ser respondido da melhor forma possível e há algumas indicações para isso.
Os métodos podem ser escolhidos segundo a sua finalidade (descritiva, exploratória ou experimental) a sua abordagem (qualitativa e quantitativa), a sua natureza (pesquisa básica ou aplicada) e em relação aos procedimentos técnicos. Cada uma das opções irá determinar possíveis caminhos a serem seguidos na coleta de informações com o auxílio de instrumentos próprios e dos participantes da pesquisa (população e amostra).
Com as informações obtidas será possível tabular e organizar as informações por meio de gráficos e tabelas e elaborar as análises e conclusões da pesquisa.
Unidade 3 - A elaboração do trabalho científico e suas ferramentas de apoio
Aula 1
Ferramentas de apoio à pesquisa
Lembre-se de que boas consultas facilitam e enriquecem o trabalho a ser desenvolvido. A internet é um grande repositório de informações, mas também possui um grande volume de dados não confiáveis ou sem qualquer valor acadêmico/científico.
Para encontrar trabalhos científicos relevantes, algumas boas ferramentas podem ser utilizadas. 
VÍDEO: Alguns sites confiáveis são o Google Acadêmico, Scielo e o Portal Cape de Periódicos.
As dicas o ajudarão a buscar trabalhos científicos na internet, mas há também artigos científicos publicados em revistas que não são digitais, assim como acontece com os livros. Você pode buscar sugestões de leitura nas referências dos artigos e trabalhos encontrados na internet. Leia as referências cujas informações podem ajudar. Não deixe de consultar também a biblioteca presencial e a virtual.
Nunca use um texto que não seja científico. Preste atenção para que não seja artigo de cunho pessoal em Wikipédia, por exemplo.
Como fazer a leitura desses materiais?
No momento de leitura, a organização do arquivo é fundamental para que não se perca tempo buscando uma informação útil lida há algum tempo. É muito comum encontrar citações em trabalhos científicos sem as devidas referências e, para não acontecer isso, na medida em que o material consultado for interessando, organize-o com anotações:
Escreva a fonte e a data de consulta; se for virtual, anote o endereço.
Anote algumas ideias do autor.
Se for livro emprestado, anote quem o emprestou.
Não deixe de consultar as referências dos textos pesquisados, elas podem ter ótimas informações e enriquecer sua consulta. Algumas vezes, ir à fonte da consulta pode ser mais útil.
A organização pode ser feita em ficha, caderno ou arquivo digital. Este último é mais fácil para ser copiado na monografia.
Aula 2
Tipos de trabalho acadêmico
Uma vez definidas as fontes de informação para a realização da pesquisa, inicia-se o trabalho propriamente dito. Distinguimos três fases nesse momento: a exploração das fontes documentais, a análise dos dados e a redação do texto.
A exploração de fontes documentais se faz a partir do que foi projetado ao se iniciar a pesquisa. Nem todos os dados levantados serão úteis ao desenvolvimento do trabalho. Para isso, se faz uso da leitura dos resumos apresentados nos trabalhos, do prefácio e da introdução, até que o autor possa emitir uma opinião sobre sua utilidade.
A análise dos dados é elaborada pelo autor, que apresenta a ordem lógica do seu pensamento. Cabe ressaltar uma observação de Severino (2007, p. 148), que diz:
Todo trabalho científico deve constituir uma totalidade de inteligibilidade, estruturalmente orgânica, deve formar uma unidade com sentido intrínseco e autônomo para o leitor, que não participou na produção.
Finalmente, chega-se à etapa da redação, que deve seguir um estilo sóbrio e com terminologia de fácil entendimento.
Todos os aspectos apresentados anteriormente são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer trabalho científico. No entanto, há trabalhos científicos diferenciados pela sua finalidade e natureza específica.
Vamos estudar alguns deles?
Comecemos pelos seminários, que são aplicados em vários cursos superiores. Conhecer seu planejamento e execução é importante para o exercício metodológico e científico em sala de aula. 
Eles são um método de estudo coletivo. 
O seminário aprofunda a reflexão sobre determinado problema a partir da utilização de textos/equipes.
É um círculo de debates que, através da dinâmica de grupo, aprofunda o estudo e a pesquisa. Seu objetivo é a leitura, análise e interpretação de textos sobre tema específico.
A apresentação de um seminário, normalmente, é feita com a utilização de recursos visuais, como o PowerPoint.
Não podemos esquecer os artigos científicos, que: 
Devem ser publicados em revistas e periódicos e são fundamentais para a divulgação dos estudos e pesquisas realizados.
Geralmente são relativamente curtos, com 12 páginas no máximo, mas nem por isso deixam de apresentar o problema, o(s) objetivo(s), o referencial teórico, a metodologia, a análise dos dados obtidos, a conclusão e as referências.
Quanto à formatação, embora haja uma organização geral dos trabalhos científicos, você, como autor, deverá tomar conhecimento das regras de formatação da revista ou periódico para o qual vai submeter o artigo para publicação. Cada revista/periódico possui suas próprias regras de formatação.
Outro importante trabalho científico é a monografia, o trabalho final de uma grande parte dos estudantes.
É um trabalho científico voltado para um único assunto ou um único problema. O tema é abordado com profundidade e sob diferentes ângulos e aspectos dependendo dos objetivos e da finalidade do trabalho.
Buscamos em Marconi uma definição para monografia: “é um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia” (2010, p. 219). A investigação se dá pela profundidade e pelos diferentes ângulos que podem ser vistos, pela representação de um conjunto maior, por ter representação social e estar situado em um contexto significativo.
Como você pode observar, a monografia se detém em um assunto que deve ser tratado de modo a ser aprofundado em reflexões e concluído no que se refere ao problema levantado.
Abaixo, apresentamos outros tipos de trabalho científico e links contendo mais detalhes sobre cada um.
Paper: É um trabalho com cerca de 3 a 5 páginas em que o autor analisa um determinado assunto elaborando avaliações e interpretações. Visa incentivar o exercício da análise, do uso da linguagem científica e da capacidade crítica.
Ensaio: É um trabalho científico onde o autor expõe sua posição em relação a estudos feitos sobre determinado assunto. Este trabalho deve seguir o rigor da lógica e a coerência da argumentação.
Comunicações Científicas: É um trabalho científico em que se apresenta resultados de uma pesquisa original e inédita em encontros tais como congressos, seminários etc. Sua apresentação não deve passar dos 20 minutos.
Poster: É a apresentação de um trabalho científico em forma de banner em eventos com esta finalidade.
Aula 3
O artigo científico
Nesta aula vamos conhecer o artigo científico. Comecemos a explorar sua estrutura, que, tal como de outros trabalhos científicos, é composta por três partes:
Pré-textual: Na parte pré-textual estão indicados os elementos que vêm antes da introdução, tais como: o título, o autor (ou autores) e suas credenciais, o resumo e as palavras-chave.
Textual: A parte textual é composta da introdução, da revisão de literatura, de procedimentos metodológicos, da apresentação e da análise dos dados e, finalmente, da conclusão e das recomendações. Ex: conclusão, desenvolvimento, e introdução
Pós-textual: A parte pós-textual abrange as referências usadas como citação no corpo do trabalho e os apêndicese anexos (estes dois últimos são opcionais e publicados quando necessário for). Ex: índices, anexos, apêndice, glossário, referências (único que é obrigatório).
A construção de um artigo científico deve considerar o público a que se destina o trabalho, podendo ser um público de cientistas ou não. De qualquer modo, a linguagem deve ser clara, concisa, objetiva e correta. A organização de um artigo deve seguir a orientação da revista em que vai ser publicado, pois há questões próprias nas diferentes revistas.
Construção de um artigo científico:
Defina o tema a ser abordado. Indique um problema dentro do tema. Esse problema deve estar situado num determinado contexto. Elabore o objetivo de seu trabalho indicando o que quer atingir. Não esqueça que o objetivo se relaciona com o problema e com sua ação sobre ele. Justifique a realização da pesquisa e sua importância social. (A largada está relacionada com a introdução do artigo científico. Uma das indicações fundamentais refere-se à formulação do problema.)
Faça uma revisão bibliográfica. Pesquise livros, artigos científicos e outras produções relacionadas com o tema abordado ou o objeto investigado. Tente localizar artigos que tratam do estado da arte da área do assunto abordado de forma a obter uma visão mais ampla da área e de seus problemas. Busque identificar autores relevantes sobre o assunto.
Na revisão bibliográfica, verifique se o cerne do seu artigo já não é abordado em outro artigo ou publicação. Se for, pense em como diferenciar seu trabalho do trabalho anterior.
Defina o foco do seu trabalho. Busque deixar bem claro do que se trata e, principalmente, do que não se trata seu trabalho.
Desenvolvimento. Desenvolva sua pesquisa criando protótipos, fazendo testes, levantando dados e qualquer outra atividade que possa fazer sua pesquisa avançar. Documente cada passo e descreva detalhadamente cada descoberta e observação.
Escreva seu artigo científico: Siga uma estrutura de escrita similar à dos artigos que leu, diferenciando o que for necessário. Leia e releia o texto até que esteja claro e completo. Busque escrever seu artigo de forma organizada em seções, como as indicadas a seguir:
Introdução • Estado da arte, métodos, pesquisa bibliográfica • Desenvolvimento • Resultados • Discussão dos resultados • Conclusão • Referências
Publique. Identifique onde deseja submeter seu artigo para avaliação e envie. Aguarde as sugestões de melhorias e, após a publicação, comemore! Você chegou à reta final.
Agora que você conhece as etapas, vamos seguir algumas dicas para essa produção.
Não se esqueça de identificar onde deseja submeter seu artigo para avaliação e depois faça a submissão. Aguarde as sugestões de melhorias e, após a publicação, comemore! Você chegou à reta final!
Encerramento
Qual apoio que a tecnologia pode proporcionar à pesquisa?
Identificar boas fontes de pesquisa é fundamental para a qualidade do trabalho. Como fontes, podemos citar obras de referência, teses e dissertações, periódicos científicos, anais de encontros científicos e periódicos de indexação e resumo. Uma informação só tem sentido se estiver relacionada ao estudo que está em desenvolvimento. Assim, é preciso buscar serviços colocados à disposição, principalmente pela internet, a fim de organizar um bom arquivo de materiais que apoiem a elaboração da pesquisa. Nem todos os materiais são obtidos gratuitamente; alguns são liberados pelas bibliotecas das instituições. Há também licenças especiais, dadas pelos criadores das obras, por meio da Licença Creative Commons (CC), que permitem que seus materiais sejam copiados, distribuídos, editados, remixados e utilizados para criar outros trabalhos, sempre dentro dos limites da legislação de direito do autor e de direitos conexos. De posse do material, o pesquisador faz a leitura exploratória, a leitura seletiva, a leitura analítica, a leitura interpretativa e o fichamento.
Quais são os principais tipos de trabalhos científicos?
Durante o curso universitário são elaborados alguns trabalhos científicos ou quase científicos e os mais comuns são: o resumo, a resenha, o seminário, o projeto para o Programa de Iniciação Científica (PIC), a pesquisa bibliográfica, o relatório de pesquisa. Como publicação científica, temos o artigo, o ensaio, o pôster e os informes científicos. Ao final do curso, geralmente, é produzido o TCC ou a monografia, de acordo com o projeto pedagógico do curso. A produção de qualquer trabalho científico se inicia com a leitura de trabalhos referentes ao tema: saber ler um texto e dele retirar informações necessárias é uma habilidade básica para a produção científica. Portanto, o ato de estudar pressupõe organização, com a finalidade de familiarização com sua área de estudo e a formação dos raciocínios lógicos por meio das análises críticas. O raciocínio, ou seja, o encadeamento de juízos feitos pela lógica, é a base do discurso científico. Assim, qualquer trabalho científico começa com a observação tanto teórica quanto prática, levantando o problema, a busca de referencial teórico como fundamentação epistemológica, a busca de informações contextuais ou bibliográficas e a conclusão. É formado um tecido originado do problema (prático) que é enlaçado numa malha teórica a dados empíricos. Não é possível esquecer a participação em eventos científicos tais como congressos, conferências, palestras, simpósios, mesas redondas, painéis, seminários, jornadas, encontros, convenções, colóquios, fóruns, teleconferências, grupos de estudo e workshops.
Qual é a estrutura de um artigo científico?
Um artigo científico, cuja principal característica é sua reduzida dimensão e conteúdo, tem a finalidade de publicar estudos pessoais ou não, discutir ideias e questões controversas e divulgar resultados de pesquisas em várias áreas do conhecimento. Artigos científicos são publicados em revistas ou periódicos especializados. Sua estrutura segue a mesma organização de outros trabalhos científicos, ou seja: pré-texto (título, autor/es, resumo e palavras-chave), texto (introdução, desenvolvimento e conclusão) e pós-texto (referências – obrigatório – e apêndice ou anexo – opcional).
Unidade 4 - A construção da pesquisa científica
Aula 1
Início do projeto de pesquisa
Nesta aula, você acompanhará o planejamento de um projeto de pesquisa aplicando o que aprendeu até agora. Para iniciar a elaboração do projeto, é preciso que você tenha claro o tema e procure ler textos que o abordem. Você precisará ter alguma relação com ele, procurando conversar com outras pessoas que também o conheçam. Esperamos que você seja capaz de elaborar um projeto que seja a semente de uma futura pesquisa.
Elementos norteadores de um projeto de pesquisa
Registre todos os itens em que pensou para desenvolver um projeto de pesquisa. Não deixe de fazê-lo, porque precisará reler e analisar esses registros mais adiante. Lembre-se de que todos os itens devem estar claros: o tema, o objeto de pesquisa (o contexto e o problema), o objetivo geral e os específicos, a hipótese, os recursos que podem ser usados e a revisão bibliográfica. Pense também na viabilidade de acesso às informações que serão necessárias: o que coletar, como coletar, em que locais coletar.
Aula 2
Desenvolvimento do projeto de pesquisa
Neste momento do trabalho você deve estar ainda lendo materiais — artigos, livros, notícias — sobre o objeto de estudo. Sempre que questionar se já tem material suficiente, lembre-se de que precisará de argumentos fortes e consistentes para atender aos objetivos que formulou. Quanto mais tiver referenciais para citar, mais seus argumentos serão fortalecidos.
Você acredita que os computadores podem criar músicas melhor do que os humanos? Veja a discussão a seguir e entenda qual a relação que ela tem com metodologia científica.
Você não necessariamente deve concordar com as observações do “concordante” na discussão apresentada, contudo deve ter observado que ele acaba ganhando o debate, pois apresenta diversos argumentosconsistentes, com base em diferentes referências. O debatedor “discordante”, por sua vez, apenas discorda, mas não apresenta nenhum argumento mais robusto (referências, citações de outros autores etc.) que fortaleça seu poder de argumentação. Talvez o discordante até pudesse vencer o debate, mas não se preparou para isso.
Após ouvir o debate na rádio, você percebeu a importância de organizar o pensamento de modo a apresentar argumentos com base em algumas premissas, ou mesmo questionar determinadas premissas, a partir de determinadas constatações. Há diferentes métodos científicos que possibilitam o atingimento desses objetivos.
Tipos de métodos científicos:
Indutivo: A indução parte de casos verificados, de informações acerca de observações realizadas sobre fatos e fenômenos. Em seguida, agrupam-se os fatos e 0os fenômenos da mesma espécie, segundo uma relação constante entre eles. Posteriormente, generaliza-se. Para Marconi e Lakatos (2010, p.68), indução é “um processos mental por intermédio do qual, partindo dos dados particulares, suficientemente constatados, interfere-se uma verdade geral ou universal”. Podemos esquematizar assim: 
Observação dos fenômenos
Descoberta da relação entre eles
Generalização da relação
 Ex: Automóveis mais eficientes do que os cavalos implicam automóveis que substituem os cavalos.
 Programas de computador mais eficientes que taxistas. Logo, programas de computador provavelmente substituem taxistas.
Dedutivo: No raciocínio dedutivo, parte-se do conteúdo das premissas, ou seja, das generalizações já feitas para verificar se os fatos e os fenômenos são sustentados por elas ou não. Se as premissas sustentam os fatos ou os fenômenos, elas estão corretas. Se não, as generalizações ´recisam ser revistas.
 Ex: Seguindo o raciocínio dedutivo:
Programas de computador possuem o monopólio do controle do trânsito.
ENTÃO, todos os veículos são conectados a uma única rede.
ENTÃO, o software de controle saberia a posição e as intenções de cada veículo e não permitiria que os veículos colidissem entre si.
CONCLUSÃO: se os programas de computador possuem o monopólio do controle do trânsito, então, os veículos não colidirão
Hipotético Dedutivo: Inicialmente conceituado por Karl Popper, o método científico parte de uma problema – ele expressa um conflito teórico ou prático. A seguir, apresenta-se uma solução provisória, ou seja, uma conjectura ou hipótese, denominada teoria-tentativa – TT. Passa-se, então, à eliminação do erro- EE pela observação e experimentação com a finalidade de corroborar (aceitar) ou refutar (rejeitar). Após esse processo, se a hipótese for rejeitada, há um novo problema. Se for aceita, ela está confirmada provisoriamente.
Ex: Problema: a substituição de homens por computadores estaria limitada às atividades que demandassem pouco conhecimento?
Nova conjectura proposta: não, a substituição poderá se dar em empregos que demandam até mesmo formação superior.
Evidências empíricas: caso real de uma farmácia operada por um robô, onde não foi cometida qualquer falha relacionada ao fornecimento de remédios aos clientes. Comparação com um percentual de 1,7% de erros gerados por farmacêuticos.
Antes de continuar o percurso, vale repensar se sua ideia é boa. Mas o que é isso?
Uma boa ideia depende:
Do contexto: onde será implementada.
Dos critérios: se atenderá aos objetivos estabelecidos e às necessidades.
Podemos enumerar:
Custos.
Viabilidade.
Prazo.
Necessidade.
De ser a melhor solução, equilibrando os critérios:
Desejabilidade (Nosso público quer?).
Praticabilidade (Nós sabemos fazer?).
Viabilidade (Nós podemos fazer?).
Uma vez definidas as referências que serão citadas no trabalho, é importante saber a forma correta de fazer essas citações
Tipos de citações: 
Citação direta curta: é aquela idêntica ao original com até 3 linhas. Será escrita no texto entre aspas.
Ex: “A curiosidade não deve ser aquela de cunho contemplativo e de puro passatempo, mas sim curiosidade continuada e propositada” (SANTOS, 2012, p.200) ou Para Santos (2012, p.200) “a curiosidade não deve ser aquela de cunho contemplativo e de puro passatempo, mas sim curiosidade continuada e propositada” 
Citação direta longa: é aquela idêntica ao original com mais de 3 linhas. Será escrita com recuo de 4 cm da margem esquerda, fonte 10, e espaçamento simples 
Ex: Desta forma, para Santos (2012, p.200):
 
Citação indireta: é aquela baseada já ideia do autor, porém escrita com suas próprias palavras. Na há formatação específica.
Ex: Santos (2012) lembra em suas pesquisas que o domínio ...
Citação da citação: é a ideia de um autor que você não leu, mas foi citado no texto que você consultou. Pode ser de uma citação direta ou indireta.
Ex: Segundo Gil (1089 apud SANTOS, 2012, p.200) é importante que o pesquisador tenha “conhecimento do assunto a ser pesquisado...” ou Sendo assim, é importante que o pesquisador tenha “conhecimento do assunto a ser pesquisado...” (GIL, 1989 apud SANTOS, 2012, p.200)
Lembre-se de que o plágio é proibido, mas fazer citações com cópias de textos ou ideias é perfeitamente possível e desejável, desde que se indique corretamente a fonte (referência).
Aula 3
Resultados e conclusão da pesquisa
Finalmente, chegamos quase ao final da pesquisa. Ainda faltam algumas definições a fazer, como a escolha do método e da coleta de informações.
Naturalmente, para cada pesquisa, haverá alguns caminhos a serem percorridos. A escolha dependerá de fatores tais como a natureza do fenômeno, o objeto de pesquisa, o desejo do investigador, o tempo disponível, a possibilidade de coletar informações e outros já citados. As técnicas de pesquisa nos direcionam para a organização de instrumentos de coleta de informações e sua apresentação.
Instrumentos de coleta, apresentação das informações e finalização do trabalho
Que materiais serão coletados? Ou quem fornecerá a informação sobre o objeto de pesquisa?
Se a pesquisa sugerir análise de matérias, será preciso enumerar todas e verificar sua disponibilidade. Se a pesquisa envolver pessoas, será preciso escolher os sujeitos, ou seja, a população ou a amostra. O conceito foi apresentado na unidade 3.
Como coletar informação?
A coleta de informação exige a escolha de técnicas diferentes, a partir das indicações das necessidades da pesquisa e da possibilidade do pesquisador. A formulação dos instrumentos — roteiro de observação, questionário, entrevista e formulários — exige o mesmo cuidado com relação à formulação das questões, para se obter exatamente a informação desejada, com o caráter de anonimato dos respondentes e com a ética do pesquisador, para não adentrar na vida íntima do pesquisado.
Como apresentar as informações?
Ao receber de volta as respostas, será necessário organizá-las de modo a serem analisadas pelo pesquisador. Há algumas regras que devem ser seguidas.
Após a organização das informações, é o momento de elaborar as tabelas, os quadros e os gráficos.
Para Marconi (2007, p. 199), a tabela é um modo de apresentar os dados tabulados de acordo com a categorização feita, a fim de tornar claro para o pesquisador a sua análise. Cabe observar que uma tabela é aberta dos lados.
O quadro tem a mesma finalidade da tabela, ou seja, é uma apresentação resumida das informações. Diferencia-se da tabela:
O quadro pode ser composto de palavras. Já a tabela é composta de números.
A tabela é constituída de informações (números) de autoria do pesquisador. Já o quadro é a transcrição de outro autor.
Os quadros compostos de palavras podem ser de autoria do pesquisador ou não.
Os quadros são fechados lateralmente porque são transcrições de outras pessoas.
Gráficos são gerados a partir dos resultados obtidos com a ajuda de alguns aplicativos de informática.
A seguir serão apresentados exemplos de quadros, tabelas e gráficos.
Exemplo de quadro
	Supermercado
	Área de vendas (m2)
	Número de vagas de estacionamentoHorário de funcionamento
	Loja 1
	5.000
	800
	09:00 às 22 horas (13h)
	Loja 2
	5.800
	1.2
	0 08:00 às 22 horas (14h)
	Loja 3
	3.800
	600
	08:30 às 24 horas (15,5h)
Exemplo de tabela
Tabela 1 - Área e produção de maça no Brasil em 2004
	Unidade da Federação
	Área (há)
	Produção (t)
	Participação (%)
	Santa Catarina
	17.644
	58.205
	59,5
	Rio Grande do Sul
	13.447
	533.140
	36,03
	Paraná
	1.694
	41.297
	4,21
	São Paulo
	150
	1.875
	0,19
	Minas Gerais
	58
	686
	0,07
	Total
	32.993
	980.203
	100,00
Fonte: IBGE (2006, p. 58).
Exemplo de gráfico
Exemplo de outro gráfico
Como interpretar as informações?
Na interpretação, o pesquisador vai buscar significado às informações obtidas, efetuando uma conexão com a fundamentação teórica, o que oportunizará a construção de novos conhecimentos. Vale ressaltar que a posição do pesquisador deve sempre deixar clara que suas conclusões, por mais brilhantes que sejam, são provisórias e podem ser superadas por outras pesquisas ou outras interpretações.
E a conclusão?
Esse item faz parte da finalização, com uma reflexão que amarra todo o trabalho. Retoma-se o problema, apresentam-se os principais resultados e comenta-se sobre a relevância das descobertas. Também é importante ressaltar as limitações do estudo e indicar possíveis continuidades de outras pesquisas.
Importante salientar que a conclusão ocupa o mesmo espaço usado para a introdução. Assim como a introdução, ela é um espaço do autor e, portanto, sem citação. Finalmente, devem ser relacionadas as referências citadas ao longo do trabalho.
Pronto, agora que tudo foi concluído, é hora de divulgar sua pesquisa, tanto por intermédio de apresentações e participações em congressos, quanto pela elaboração da uma monografia e/ou de artigos científicos.
Como iniciar um projeto de pesquisa?
Um projeto de pesquisa científica se inicia sempre com um problema, considerando que uma pesquisa é definida como um procedimento metodológico e sistemático que tem a finalidade de buscar respostas a um problema ou indagação. A pesquisa se desenvolve como um processo que envolve fases cujo início é a formulação do problema e cuja finalização se dá com a apresentação dos resultados. Desse modo, definir e elaborar uma pesquisa, inicialmente, requer algumas decisões acerca de como a pesquisa será delineada, isto é, como se dará o processo em termos de calendário e custos até a formalização de sua redação. Delinear ou esquematizar uma pesquisa ajuda a analisar o processo e a buscar soluções criativas para a solução do problema.
Quais atividades devem ser desenvolvidas para a produção da pesquisa?
A produção de uma pesquisa envolve a fase de planejamento inicial, de elaboração das demais fases e de organização dos aspectos gráficos do trabalho com respaldo nas normas da ABNT. O planejamento inicial refere-se à definição do tema e do recorte do estudo por meio do problema ou indagação, da consequente indicação do objetivo, da explicitação da justificativa do estudo e da sua importância. Esses itens constituem o que chamamos de introdução. A seguir, é necessário definir, a partir das escolhas já feitas, o caminho metodológico a ser seguido, não só para o levantamento do referencial teórico como para a coleta de dados e informações que farão parte da solução do problema, e, finalmente, a elaboração da conclusão. Importante ressaltar que, durante todo o trabalho, algumas habilidades são requeridas do pesquisador, entre as quais a argumentação consistente, fortalecida pela citação de outros trabalhos relevantes, assim como a atitude autocorretiva, ou seja, a constante revisão de todo o trabalho para acertos e alterações pertinentes.
Que reflexões você faz?
Após a elaboração do texto da conclusão da pesquisa, é hora de redigir a versão final. Embora cada trabalho científico siga um roteiro específico, há algo em comum com os diferentes modelos. Primeiramente, elabora-se o que chamamos de elementos pré-textuais, que são o título, o/s autor/es, o resumo e as palavras-chave. Alguns trabalhos requerem um sumário, com a indicação das páginas. A seguir, temos o desenvolvimento constituído da introdução, do método e dos materiais utilizados, dos resultados obtidos e da conclusão. Finalmente, temos os elementos pós-textuais, onde se encontram as referências das fontes citadas no corpo do trabalho e, quando é o caso, os anexos e os apêndices. A formatação de todo o trabalho segue regras da ABNT, que indicam desde o tamanho da letra e a configuração da página até a disposição do texto.

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