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SARNA SARCÓPITCA

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27
FACULDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A 
VETERINÁRIA – LEME
DANIELA CRISTINA MARIANO DO AMARAL 
SARNA SARCÓPTICA EM CÃES
Leme - SP
2017
DANIELA CRISTINA MARIANO DO AMARAL
SARNA SARCÓPTICA EM CÃES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera Educacional de Leme, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Medicina Veterinária. 
Orientadora: Thais Agostinho Martins 
Leme - SP
2017
DANIELA CRISTINA MARIANO DO AMARAL
 
SARNA SARCÓPTICA EM CÃES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera Educacional de Leme, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Medicina Veterinária. 
BANCA EXAMINADORA
Prof(ª). Titulação Nome do Professor (a)
Prof(ª). Titulação Nome do Professor (a)
Prof(ª). Titulação Nome do Professor (a)
Leme ____/____/____.
Dedico este trabalho aos animais que são puros e inocentes, que eu possa lutar e ser a voz deles para que haja um futuro melhor. Os animais dividem conosco, o privilégio de terem uma alma. 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço primeiramente a Deus, o centro e o fundamento de tudo em minha vida, por renovar a cada momento a minha força e disposição e pelo discernimento concedido ao longo dessa jornada. Aos meus pais pois sem eles nada disso seria possível, onde foram a peça fundamental para a concretização do meu trabalho. A vocês expresso o meu maior agradecimento.
Quero também agradecer a todos os animais que passaram pela minha vida e que me motivaram a seguir este sonho que está prestes a realizar-se, foi por eles que decidi embarcar neste curso e é por eles que quero saber cada vez mais. Algumas pessoas marcam a nossa vida para sempre, umas porque nos vão ajudando na construção, outras porque nos apresentam projetos de sonho e outras ainda porque nos desafiam a construí-los.
Sucesso é algo que não se ganha, ele é conquistado quando a sinceridade, humildade e perseverança moram dentro de nós, no dicionário temos como significado conclusão, resultado bom, acontecimento de grande êxito ou artista de grande popularidade, mas sucesso é muito mais que isso.
Normalmente vemos a palavra sucesso ser muito associada à fama, o sucesso também não é uma herança genética, essa história de filho de peixe, peixinho é, não é regra, pois a interpretação de sucesso vai muito além de simples palavras e histórias e ninguém ganha sucesso, ele é conquistado.
 E essa conquista é fruto de uma busca constante, a busca pelo sucesso deve vir de dentro da pessoa, a conquista do sucesso é consequência de atos bem feitos, pode ser em várias áreas, como pessoal e profissional que são áreas onde a busca pelo sucesso é maior.
Ao se decidir buscar o sucesso, a primeira etapa já está ganha, pois isso já faz seus atos serem mais corretos e melhores, como tudo o que acontece atualmente, vemos pessoas conquistando o sucesso de forma ilícita, no entanto, esse sucesso é passageiro. A pessoa que conquista o sucesso de forma natural, não faz sacrifícios e quanto mais natural a busca, mais longo será seu sucesso.
Para iniciar essa busca, primeiramente é preciso definir seus princípios e objetivos. Então, se você quiser conquistar o sucesso, busque-o primeiro dentro de você, para depois mostrá-lo ao mundo! 
AMARAL, Daniela Cristina Mariano do. Sarna Sarcóptica em Cães. 2017. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Medicina Veterinária – Faculdade Anhanguera Educacional, Leme, 2017.
RESUMO
A sarna sarcóptica ou escabiose canina, causada por ácaros parasita sarcoptes scabei, doença parasitária dermatológica intensamente contagiosa que ocorre nos cães e também em gatos. Sendo a única ser transmitida para o ser humano considerada assim uma zoonose e seu contágio é dado após ter contato diretamente e contínuo com o animal infectado, por um local ou até por um objeto que esteja contaminado, podendo esses parasitas sobreviver fora do seu hospedeiro por vários dias. Sua principal manifestação apresentada sobre a pele do cão presente é a coceira superintensa, a queda dos pelos aonde há o aparecimento da vermelhidão e um crescimento de cascas e crostas bem numerosos nos cotovelos, nas orelhas e no abdômen. Onde essa infecção bacteriana ocorre pela irritação e a inflamação da pele, podendo se contaminar qualquer cão, sendo de qualquer idade ou qualquer estação do ano. Diante do trabalho presente, se vê como é importante a realização do atendimento ágil e de eficácia, devido a procura ser muito grande nas clínicas veterinárias, por ser contagiosa ao extremo e desconfortável para o conforto e saúde dos animais. O objetivo do tema abordado desse trabalho consiste em uma revisão literária sobre os métodos, conduzido por um levantamento bibliográfico de documentos acadêmicos e artigos científicos referente a sarna sarcóptica em cães, descrevendo seu diagnóstico clínico e tratamento.
Palavras-chave: Ácaros; Cães; Hospedeiro; Parasita; Sarna Sarcóptica.
AMARAL, Daniela Cristina Mariano do. Sarcoptic Sarna in Dogs. 2017. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Medicina Medicina Veterinária – Faculdade Anhanguera Educacional, Leme, 2017.
ABSTRACT
Sarcoptic scabies or canine scabies, caused by parasitic mites sarcoptes scabei, an intensely contagious dermatological parasitic disease that occurs in dogs and also in cats. Being the only being transmitted to the human being thus considered a zoonosis and its contagion is given after having direct and continuous contact with the infected animal, by a place or even by an object that is contaminated, and these parasites can survive outside their host for several days. Its main manifestation on the skin of the present dog is the itching superintense, the fall of the hairs where there is the appearance of the redness and a growth of very numerous barks and crusts in the elbows, the ears and the abdomen. Where this bacterial infection occurs by the irritation and the inflammation of the skin, being able to contaminate any dog, being of any age or any season of the year. In view of the present work, we can see how important it is to perform agile and efficacious care, because the demand is very great in veterinary clinics, because it is contagious to the extreme and uncomfortable for the comfort and health of the animals. The objective of this study is to review the methods, based on a literature review of academic papers and scientific articles on sarcoptic mange in dogs, describing their clinical diagnosis and treatment.
Key-words: Mites; Dogs; Host; Parasite; Sarcoptic scabies.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Imagem dos parasitas Sarcoptes Scabei, macho e Femea....................15
Figura 2 – Imagem estrutural da pele do animal	17
Figura 3 – Imagem do cão com a pele lesionada pela escabiose	19
Figura 4 – Representação da fêmea em uma área adequada da pele se alimentando e depositando seus ovos	20
Figura 5 – Imagem dos ácaros escavando a galeria da pele para proliferação	21
Figura 6 – Mostra o ciclo de vida do ácaro que dura cerca de 30 dias....................24
Figura 7 – Cão com perda de pelos, descamações, crostas na cabeça, orelhas e patas, causada pela sarna sarcóptica	25
Figura 8 – Imagem do animal com prurido intenso e sinais de anorexia causada pelo Sarcoptes scabiei......................................................................................................27
Figura 9 – Método de raspagem da pele para que seja obtido um diagnóstico.......29
: 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................14
1. SARNA SARCÓPTICA EM CÃES E SEUS ASPÉCTOS HISTOLÓGICO DA PELE................................................................................................................161.1	ASPÉCTO DA PELE DO ANIMAL.......................................................17
 2	ETIOLOGIA SARNA SARCÓPTICS EM CÃES..................................21
2.2	PATOGENIA........................................................................................23
2.1	CICLO BIOLÓGICO EVOLUTIVO.......................................................24
3	DESCRIÇÃO E SINAIS CLINICOS....................................................26
3.1	SINAIS CLÍNICOS...............................................................................27
3.2	DIAGNÓSTICO DO ÁCARO SARCOPTES SCABEI.........................29
3.2	TRATAMENTO...................................................................................31
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................32
REFERÊNCIAS.............................................................................................36
INTRODUÇÃO
Atualmente a sarna sarcóptica em cães, vem sendo bastante discutida pela importância em que o animal tem para a vida do homem, onde essa doença não apresenta predisposição podendo assim acometer qualquer raça independentemente do tamanho, idade ou a estação do ano, pois o parasita responsável por causar a enfermidade pode ficar por mais de vinte dias ativo no ambiente.
O parasita sarcoptes scabiei sendo um artrópode parasitário para cães doméstico ou aos humanos, a doença ao homem se conhece por escabiose e aos animais como a sarna sarcóptica, contagiosa e transmitida por contato sendo direto e interpessoal, através de roupas contaminada ou objetos. A fêmea fica em túneis onde o parasita escava a pele, depositando ovos que eclodirão dentro de 7 a 10 dias em que originarão novos parasitas.
Sendo um parasita em que vive, se alimenta e se produz na pele, no entanto, a lesão específica do parasita é um pequeno percurso linear bem pouco elevado, tendo a cor da pele, levemente avermelhada onde coincidem com os túneis na pele. 
A lesão típica da sarna é um pequeno trajeto linear pouco elevado, da cor da pele ou ligeiramente avermelhado e que corresponde aos túneis sob a pele. Esta lesão dificilmente é encontrada, pois a escoriação causada pelo ato de coçar a torna irreconhecível.
Considerado o maior órgão do corpo na pele do animal, funcionando assim como uma barreira para o meio ambiente, em que o parasita se aloja na pele gerando assim a dermatite muito exagerada provocando coceira, irritação e a vermelhidão, sendo causada por uma liberação de substância química ao organismo. Na maioria dos casos já relatado, o animal apresenta crostas pequenas e com perda dos pelos em certas regiões do corpo, tais como no abdômen, cotovelos e orelhas, podendo ser muito mais abrangente no quadro clinico e o diagnóstico sendo muitas vezes dificultado pela demora em reconhecer os sinais, é feito através de exames clínicos e laboratoriais. 
Alguns casos sendo graves ou mesmo os crônicos, podem ser que demore mais tempo para se tratar, pois devido à dificuldade de reverter alterações que vão se produzindo na pele do cão, essas lesões muito facilmente de serem observadas nos animais pelo fato de estarem na superfície da pele e apresentar essas alterações. Todo animal infectado deve imediatamente ser isolado até que se cure por completo, contudo, por ser altamente contagioso para o homem ou outros animais, então alguns cuidados são essenciais até o término do tratamento, tais como uso das luvas descartáveis e roupas caso haja o manejo do animal, a higienização do ambiente adequada em que o cão viver.
O presente trabalho trata-se de uma revisão de literatura relacionada a sarna sarcóptica em cães, fundamentada em autores que contribuíram para o embasamento teórico do tema abordado, devido à grande ocorrência desta enfermidade na pratica clínica de animais. Foram usadas diversas fontes para atingir o objetivo do trabalho que é descrever essa patologia. Artigos científicos foram pesquisados na internet tais com Scielo, Google Acadêmico, entre outros, além de uma pesquisa bibliográfica em livros, a fim de tratar de forma atualizada a essa doença.
O Capitulo 1 tem por objetivo introduzir e explicar o que é a doença chamada Sarna Sarcóptica e como ela acomete os cães.
As descrições sobre etiologia, epidemiologia e características clínicas da doença são abordadas no Capítulo 2.
No Capítulo 3 são descritas as prevenções para a doença em questão, exames físico e exames clínicos, além do diagnóstico e tratamento. Dessa forma, podemos abordar de maneira clara e objetiva a importância da Sarna Sarcóptica em Cães, doença que atualmente é muito presente nas Clínica Veterinária.
CAPÍTULO 1
SARNA SARCÓPTICA EM CÃES E SEUS ASPÉCTOS HISTOLÓGICO DA PELE
Os ácaros são seres microscópicos impossíveis de se ver ao olho nu por ser microscópicos contendo oito patas, considerado da classe aracnídeos aonde o sarcoptes scabiei contém um tamanho relativo de 0,3 milímetros, praticamente fora do alcance do que os olhos humanos nus conseguem ver de acordo com a figura 1. É um parasita que se reproduz na região da pele do cão onde vive, se alimenta e seu ciclo vital tem duração de uns 30 dias e logo após a copulação, enquanto o ácaro macho morre a fêmea adentra as camadas da pele superficiais, criando um túnel microscópico, onde ela ficará encavada depositando seus ovos no decorrer de sua vida toda que tem duração de 30 a 60 dias (GAMITO, 2009).
Figura 1: Imagem dos parasitas Sarcoptes Scabei, macho e Femea.
 
 (Fonte: Franklim Fernandes, 2016.)
O Sarcoptes scabiei fêmea, solta de 2 a 3 ovos ao dia em que eclodem de três a quatro dias, onde essas larvas que acabara de nascer refaz toda passagem de volta na direção superficial da pele, onde crescem e podem vir a espalhar para algumas outras áreas da pele no corpo do cão. Os ácaros Sarcoptes scabiei, produz enzimas em que danificam todas proteínas existente na extensão da pele especialmente a queratina servindo de alimento, no entanto se deslocam através da epiderme da pele e vão deixando as suas fezes para traz, criando assim lesões retas no couro do animal, em que a coceira, a comichão da escabiose mais as lesões dão resultados a uma reação extremamente alérgica na pele contra o próprio ácaro, seus ovos e fezes (PICCININ, 2008).
A escabiose conhecida também como a sarna vermelha, sendo uma doença na pele de causa parasitária de máxima importância tanto pela sua grande ocorrência quanto pelo fato de se constituir em cobreiro zoonótico, pertencente à família Sarcoptidae, onde estes são ácaros que se alojam sobre a pele permanecendo em movimentação constante assim escavando túneis. Os ácaros estão presentes em toda e qualquer parte, sendo assim na pele dos humanos e como também do animal, seu contagio é dado ao contato direto dos animais que estão infectados, locais ou objetos, preferem peles que tenha pouco pelame, porém são bem mais numerosos nas orelhas, nos cotovelos e no abdômen (GAMITO, 2009).
No entanto, esses parasitas localizam-se na pele dos animais gerando uma dermatite muito pruriginosa e generalizada, os pelos caem e porventura os ácaros ocupam grandes áreas de pele atingindo as esferas do couro mais profundas da pele, conseguindo se reproduzir de forma acelerada, provocando assim vários sintomas e vindo a apresentando crostas hemorrágicas (FARIAS, 2007).
1.1 ASPÉCTO DA PELE DO ANIMAL
Nas clinicas veterinárias, a área de dermatologia está em evolução, estudos mostram que entre 20% e 75% dos atendimentos em clínica de pequenos animais realizados, estão relacionados aos problemas de pele. Essa superioridade por estar em alta deve-se, ao fato das alterações de pele chamar a atenção e constantemente causam um certo estranhamento ao dono, fazendo com que procure auxílio do veterinário (SOUZA, 2006).
A maior função de importância da pele é de proporcionar âmbito interno para o gerenciamento do funcionamentoorgânico, onde a pele está estrutura em epiderme que é uma barreira protetora, produtora de células e de pigmento, que está separada da derme pela membrana basal, sobre a qual fica o estrato germinativo. A derme onde fica abrigados os vasos, os nervos, as glândulas sebáceas, as sudoríparas e os folículos pilosos e também os subcútis, em que é chamada de hipoderme, uma camada fibrogordurosa, que proporciona reservas de energia, isolamento térmico e coxim protetor como descrito na figura 2 (LOPES, 2010).
 Figura 2: Imagem estrutural da pele do animal
 (Fonte: Holywestie, 2010)
A pele se comunica com todos os sistemas do organismo do animal e com o meio ambiente, apresentando uma barreira estrutural anatômica e fisiológica, apresentando uma eficiente barreira anatômica e fisiológica, impedindo perdas da pele tais como sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloro, fosfato, sulfato, bicarbonato, entre outros e a ação de microrganismos patogênicos. No entanto, as doenças parasitárias da pele põem vir ser causada por parasitas protozoários, nematódeos ou artrópodes, onde esses parasitas causadores de afecção cutânea aponta os ácaros causadores das sarnas causando lesões direta ao hospedeiro e também espalham doenças na pele, por estar exposta a muitos tipos de infecção e outras agressões bem como a parasitoses cutâneas, cujo efeito é variável, dependendo da espécie em questão (LOBO, 2006).
CAPÍTULO 2
ETIOLOGIA SARNA SÁRCÓPTICA EM CÃES
A Sarna Sarcóptica é causada por diferentes variedades de Sarcoptes scabiei, que recebem a nomeação conforme o hospedeiro que está parasitando, em cães é causada pelo Sarcoptes scabiei var. canis. Sendo uma dermatite altamente contagiosa não-sazonal, embora com característica razoavelmente hospedeiro-específica, o ácaro pode infectar gatos, raposas e principalmente humanos (PINCHBECK; HILLIER, 2008).
O S. scabiei var. canis é um parasita obrigatório e completa todo o seu ciclo vital em torno de 3 semanas no hospedeiro, o ácaro adulto é microscópico e tem formato grosseiramente circular, sendo caracterizado por dois pares de membros curtos na posição anterior, que exibem suportes não-articulados com sugadores e dois pares de membros posteriores rudimentares, que não se estendem além da margem do corpo e tem na sua origem o ácaro que escava galerias na epiderme dos seus hospedeiros, nas quais as fêmeas colocam os seus ovos e fora do hospedeiro a sua sobrevivência depende da temperatura e humidade podendo atingir os 21 dias (PINCHBECK; HILLIER, 2008).
A sarna sarcóptica é uma dermatose pápulo-crostosa e intensamente pruriginosa dos cães, causada pelo ácaro epidérmico Sarcoptes scabiei var. canis, embora seja citado na literatura como hospedeiro específico, não se pode descartar o envolvimento de fatores imunológicos e não há predisposição sexual ou racial, sendo que seu período de incubação no cão é de duas a oito semanas, tornando-se difícil rastrear a fonte da infestação (RIET-CORREA, 2007).
A sarna é a designação de uma doença na pele do animal, dermatose esta originada por um ácaro onde ocorre uma inflamação com prurido intenso com crostas hemorrágicas, perda de pelos e através da coceira provoca o aparecimento de feridas, sendo este de extremo desconforto ao animal. Por ser uma dermatose que é originada pelo ácaro, ocorre a inflamação com prurido muito intenso e com crostas hemorrágicas na pele, a perca dos pelos é devido a coceira que provoca o aparecimento das feridas, sendo de total desconforto para o cão, pois a sarna causa uma coceira intensivamente no animal, a vermelhidão da pele, a queda de pelos e o desenvolvimento de crostas e cascas como mostra a figura 3 abaixo (MACHADO, 2010).
Figura 3: Imagem do cão com a pele lesionada pela escabiose.
 (Fonte: Luiz Paulo Ladeira, 2014).
A escabiose é altamente contagiosa e transmitida principalmente por contato direto com um animal infectado, podendo haver transmissão por fômites e pela pele infectada de animais por meio de contato com material de higienização ou em canis. Geralmente a doença atinge animais mais debilitados e seu período de incubação é de uma a duas semanas no cão e tal patogenia ocorre principalmente em cães com menos de um ano de idade, mas não se pode descartar o envolvimento de fatores imunológicos e não há predisposição sexual ou racial (FOURIE, 2007).
O contágio da doença é dado devido a exposição do ácaro com o contato direto com locais, animais ou com objetos de higiene com foco de contaminação, onde o parasita pode vir a resistir alguns dias estando fora de seu hospedeiro no ambiente. Por ser uma reação comum na pele especialmente por ser uma doença de fácil contágio, a escabiose lesa a pele inclusive do ser humano do mundo todo independente da etnia ou da classe social, essas infecções bacterianas na pele comumente ocorrem na pele inflamada e irritada (PICCININ, (2008).
Os ácaros são de cor clara, parasitas microscópicos e de forma oval, a fêmea é responsável pela característica de comichão da pele, ocorrendo a coceira quando esse ácaro fêmea toca sob a pele para depositar os seus ovos, em que eclodem dentro de alguns dias e ficam maduros e começam a pôr ovos em menos de 3 semanas que antecederam a uma infecção grave de sarna. Os ácaros são atraídos pela exalação e por impulsos térmicos de seu hospedeiro e quando a fêmea fertilizada encontra uma área adequada na pele, ela cava uma passagem no qual se alimenta e deposita seus ovos como colocada na figura 4 (Brum, 2007). 
Os animais com comichão se coçam com as patas, se esfregam contra as paredes, objetos e chão e se mordem arrancando os pêlos provocando assim as feridas. Porém nos seres humanos a infecção é auto limitante, ou seja, desaparece quando o animal da casa for tratado e o ambiente desinfetado, pois os parasitas não conseguem reproduzir-se na pele humana e sim nos animais (FOURIE, 2007).
Figura 4: Representação da fêmea em uma área adequada na pele se alimentando e depositando seus ovos.
 (Fonte: Lúcia Helena Salvetti De Cicco,2011).
No cão, o período de incubação é variável de acordo com inúmeros fatores, tais como o número de ácaros presentes, pois a transmissão ocorre principalmente pelo contato direto, como também através de fomites que são as roupas, as escovas e outros objetos contaminado. Existem confirmações de que esta doença ocorre devido a uma reação de hipersensibilidade por parte do hospedeiro, uma vez que um pequeno número de ácaros pode provocar várias lesões severas em animais sensíveis (Osborn, 2008).
Em uma análise ao longo das quatro estações do ano, em números absolutos foi se observada uma incidência maior embora discreta, nos meses do inverno, porém o carácter zoonótico deste agente originou muita controvérsia na comunidade científica. Alguns autores defendem que a infecção nos humanos por S. scabiei var. canis é transitória e auto limitante, durando apenas alguns dias, pois consideram que não há evidências de que o ácaro consiga se multiplicar neste hospedeiro (GAMITO, 2009). 
Contudo, a maioria dos médicos veterinários não concorda com esta opinião, dado que a sua experiência clínica lhes indica exatamente o oposto que quando afeta os donos dos animais, a infecção provoca sinais notórios e a sua resolução clínica demora algum tempo se não for sujeita a tratamento etiológico (GAMITO, 2009). 
A maioria dos animais e dos humanos infectados por este agente transportam poucos ácaros e geralmente é necessário um contato prolongado para que ocorra a sua transmissão e diversos mamíferos podem ser infestados pelo ácaro, porém, a infecção cruzada entre diferentes espécies de hospedeiros é limitada, originando um quadro de dermatite localizada, auto limitante e de cura espontânea (HEUKELBACH; FELDMEIER, 2006).
2.2 PATOGENIA 
Pelo fato dosmachos morrerem após o acasalamento, a sarna sarcóptica é dispersada principalmente pelas fêmeas fecundadas, embora os ácaros da escabiose vivam em camadas superficiais da pele, o antígeno desses ácaros pode alcançar a epiderme e a derme, induzindo uma resposta imune celular e humoral, onde muitos cães desenvolvem uma reação de hipersensibilidade aos antígenos de S. scabiei, sendo que a presença de 10 a 15 ácaros é suficiente para originar sinais clínicos severos num indivíduo hipersensível. Os ácaros, seus resíduos e excrementos são os responsáveis pelas reações de hipersensibilidade que levam ao prurido (HILLIER, 2008).
Os sintomas da sarna sarcóptica mais comum é a perda de pelo e coceira intensa, muita das vezes as áreas mais afetadas são os cotovelos, quadris, peito, barriga, axilas e orelhas. De forma que os ácaros preferem viver onde há menos pelo, no entanto, estes são os locais comuns para a infecção e caso não seja tratada , a infecção pode se espalhar para todo o organismo, sendo que uma vez infectado, os sintomas aparecem dentro de 2-3 semanas. 
A pele desenvolve bolhas vermelhas e amarelas, crostas intensas, onde a infecção pelo ácaro provoca coceira intensiva para o cão, quanto mais se coçar, pior as feridas se tornam, o que vem tornar a pele vulnerável a uma variedade de feridas e infecções secundárias tais como as infecções pioderma ou levedura. Os climas mais quentes e temperaturas altas, mesmo a colocação do animal ao lado de um aquecedor ou fogão, parecem irritar a coceira (Mueller, 2007). 
Figura 5: Imagem dos ácaros escavando a galeria da pele para proliferação
  (Fonte: Julia Moretto, 2017)
Algumas pesquisas realizadas em clinicas de pequenos animais, foi constatado que a escabiose é mais constante entre os animais machos, houve uma predisposição em animais com idade igual ou menor que um ano e naqueles com raça definida, principalmente o poodle, o Cocker, spaniel e o pastor alemão. Onde os cães que tenha um pelame longo foram os mais infectados e inexistiu predisposição à ocorrência de sarna relativa à sazonalidade. O caráter zoonótico deste agente originou muita controvérsia na comunidade científica, onde alguns autores defendem que a infecção nos humanos por S. scabiei var. canis é transitória e auto limitante (CASTRO, 2005).
Durando apenas alguns dias, pois consideram que não há evidências de que o ácaro consiga multiplicar-se neste hospedeiro, pois quando afeta os donos dos animais, a infecção provoca sinais notórios e a sua resolução clínica demora algum tempo se não for sujeita a tratamento etiológico. A maioria dos animais e dos humanos infectados por este agente transportam poucos ácaros e geralmente é necessário um contato prolongado para que ocorra a sua transmissão e diversos mamíferos podem ser infestados pelo ácaro, porém, a infecção cruzada entre diferentes espécies de hospedeiros é limitada, originando um quadro de dermatite localizada, auto limitante e de cura espontânea (HEUKELBACH; FELDMEIER, 2006).
Como um conjunto de sinais e sintomas, pode vim a ocorrer prurido sendo mais intenso à noite e coceira, em indivíduos com escabiose crônica, o desenvolvimento de imunidade torna o aparecimento das manifestações menos intensas, onde a intensidade das reações pode estar mais associada à hipersensibilidade do hospedeiro do que à carga parasitária. Alguns indivíduos imunidade baixa bem debilitados, podem desenvolver a escabiose crostosa, uma forma mais grave da escabiose. 
2.1 CICLO BIOLÓGICO EVOLUTIVO 
A desova das fêmeas ovíparas é feita em partes, no tempo em que a fêmea escava seu túnel, vai efetuando a desova dos ovos, abaixo da epiderme do hospedeiro, em galerias, túneis escavados por fêmeas adultas, com incubação de três a cinco dias. A oviposição em partes e a diferença do período de incubação, garantem que em uma infestação gere as larvas provenientes de uma mesma fêmea por até dois meses e após esse período há a eclosão desses ovos, surgindo assim as larvas, onde com o desenvolvimento das larvas, o ácaro passa ao estágio de ninfa subdividido em dois estágios sendo ninfais que é protoninfa e tritoninfa, assim essa transformação de larva para ninfa pode ocorrer na galeria em que os ovos foram depositados ou na pele (PICCININ, 2008).
A ninfa passa a adulto imaturos na pele, onde após a fertilização, esses são considerados adultos que o ciclo dura em torno de dezessete dias, o ácaro adulto permanece sobre a pele para aumentar sua capacidade de transmissão e durante as trocas de fases, os ácaros sofrem ecdise muda da pele, possibilitando que os ácaros cresçam, assim as fêmeas adultas se ingurgitam se alimentando de linfa (LOPES, 2010).
Os ácaros são atraídos pelo odor e por estímulos térmicos do hospedeiro, pois quando uma fêmea fertilizada encontra uma área satisfatória na pele, ela cava uma galeria no extrato córneo, no qual se alimenta e deposita seus ovos, onde eclodem e as larvas se movem para a superfície, para que ocorra a mudança para ninfa e depois adulto. A cópula ocorre na superfície ou nos túneis da pele como mostra a figura 6, os ovos se desenvolvem para adultos em 10 a 21 dias e durante a escavação, as fêmeas ficam aderidas no hospedeiro através de suas ventosas, sabendo-se que as fêmeas percorrem de 0,5 a 5 mm diariamente onde permanecem e não saem. No entanto, cada fêmea põe dois ovos por dia, onde em temperaturas elevadas suas atividades aumentam (BRUM, 2007).
Figura 6: Mostra o ciclo de vida do ácaro que dura cerca de 30 dias.
 (Fonte: Natália Nunes, 2016.)
O período de incubação dura três dias e de cada ovo eclode uma larva hexápode de seis pernas, que permanece fazendo galerias na pele do animal, onde essa larva passa por duas etapas antes de se transformar em ninfa, protoninfa e tritoninfa, nove dias após a eclosão no 10 surge a ninfa octópode de oito patas e seguido dois dias, as ninfas transformam-se em adultos. Os machos saem de sua galeria e vão até a superfície atrás das fêmeas púberes sendo que, logo após o acasalamento estes morrem, no entanto, o ciclo evolutivo do ovo da fêmea envolve de dez a quatorze dias e esses parasitos alimentam-se de queratina e líquido do tecido do cão, denominada linfa (GAMITO, 2009).
CAPÍTULO 3
DESCRIÇÃO E SINAIS CLÍNICOS
A sarna sarcóptica em cães causada por variedades de Sarcoptes scabiei, onde recebem a denominação conforme seu hospedeiro que estão parasitando, é uma dermatite altamente contagiosa, podendo infectar gatos e humanos, sendo uma doença de pele causada por um pequeno ácaro não visível ao olho nu, esse parasita cava túneis nas camadas mais profundas da pele e causa intensa coceira, o sintoma da sarna tanto em humanos como em animais, porém nem toda coceira significa sarna. No entanto, a coceira que pode ser tão intensa faz com que o animal pare de comer devido estresse, causando a perda de pelos, descamações, crostas na cabeça, orelhas e patas, podendo alastrar-se para todo o corpo do animal de acorco com a figura 7, se não for tratada (HILLIER, 2008).
Figura 7: Cão com perda de pelos, descamações, crostas na cabeça, orelhas e patas, causada pela sarna sarcóptica.
 (Fonte: Marco Antonio Rodrigues, 2012).
O parasita completa seu ciclo no hospedeiro em 3 semanas, esse ácaro adulto é microscópico e com formato grosseiramente circular, sendo caracterizado por dois pares de membros curtos na posição anterior, que exibem suportes não articulados com sugadores e dois pares de membros posteriores desenvolvidos, que não se estendem além da margem do corpo (FOURIE, 2007).
Embora os ácaros da escabiose vivam em camadas superficiais da pele, o antígeno desses ácaros pode vir alcançar a epiderme e induzir uma resposta imune celular e humoral, pois muitos cães desenvolvem uma reação de hipersensibilidade aos antígenosscabiei, sendo que a presença de 10 a 15 ácaros é suficiente para originar sinais clínicos severos num indivíduo hipersensível (BRUM, 2007).
Contudo, ainda que a maioria dos animais e dos humanos infectados pelo parasita, transportam poucos ácaros e geralmente é necessário um contato prolongado para que ocorra a sua transmissão, porém diversos mamíferos podem ser infestados pelo ácaro, sendo que a infecção cruzada entre diferentes espécies de hospedeiros é limitada, originando um quadro de dermatite localizada, auto limitante e de cura espontânea (Terada, 2010). 
3.1 SINAIS CLÍNICOS 
Os sinais clínicos e os sintomas da sarna sarcóptica descritos incluem a presença de crostas, alopecia, escoriações, hiperemia e prurido bem acentuado, onde as crostas acometem mais a região da face principalmente as bordas das orelhas, cotovelos, jarretes e os dígitos. O padrão de distribuição tipicamente envolve as porções ventrais do abdômen, tórax e patas, a doença dissemina-se rapidamente e pode envolver todo o corpo, mas o dorso geralmente é poupado, conforme a figura acima. No entanto, como passar do tempo, as escoriações resultam em alopecia irregular localizada a disseminada que evoluem para dermatite papulocrostosa generalizada. Hiperpigmentação e liquenificação que são as lesões predominantes nos casos crônicos, em razão da automutilação constante nas áreas infectadas do corpo (Fourie, 2007). 
Os animais constatados crônicos e gravemente podem vir a desenvolver anorexia, perda de peso e piodermite bacteriana secundária conforme mostra a figura 8, existindo casos de sarna sarcóptica caracterizada principalmente por um quadro pruriginoso sem lesões cutâneas ou apenas por eritema moderado e escoriações ocasionais, a estes animais deve se ter atenção por poderem transmitir a doença. Sendo de grande importância o dono do animal entender e compreende como é que se manifesta a doença no seu cão, pois podem apenas associar o animal se coçar com os membros posteriores (Miller, 2012).
Figura 8: Imagem do animal com prurido intenso e sinais de anorexia causada pelo Sarcoptes scabiei
 
 (Fonte: Tetê VET, 2012).
 
No entanto, há que explicar que o fato de que o animal se lamber constantemente, de arrastar a zona posterior do corpo pelo chão, esfregar a face ou outra área corporal em peças de mobiliário, morder-se e sacudir a cabeça, poderão ser manifestações do parasita e a localização dessas lesões pode fornecer informação quanto à origem do problema, a hipersensibilidade alimentar (RIET-CORREA, 2007).
Animais que apresentam prurido intenso e lesões como escamação, eritema, alopecia, queda do pelo, pápulas e crostas, pois o tórax, abdómen, orelhas, jarretes e cotovelos são as zonas mais afetadas. Essas lesões no dorso são pouco comuns, pois as zonas de liquenificação e hiperpigmentação são comuns em estados crónicos devido à autolesão provocada pelo prurido intenso. Outra possível consequência da autolesão é a dermatite pio-traumática. O prurido piora com o calor, podendo ser mais intenso a seguir a banhos quentes e a infeção subclínica é possível, pois com o prurido intenso na ausência de lesões cutâneas significativas, apenas eritema e escoriações auto infligidas, assim como o estado de portador assintomático, sem quaisquer sintomas, mas com a capacidade de disseminar a doença (Miller, 2012).
3.2 DIAGNÓSTICO DO ÁCARO SARCÓPTES SCABIEI
Baseado na história clínica de prurido intenso em áreas normalmente acometidas, no contato com animal infectado e ao tratamento pouco responsivo com glicocorticoides, pois o método laboratorial de eleição para se estabelecer o diagnóstico definitivo é a observação microscópica dos ácaros adultos ou dos seus ovos em amostras resultantes da raspagem cutânea superficial das lesões. No entanto, essas raspagens são realizadas na direção de crescimento do pêlo, até se observar um ligeiro sangramento capilar, em que se deve usar uma substância oleosa tais como o óleo mineral na lâmina do bisturi e na pele (DAIX, 2007).
Apesar do animal ser o portador muitas das vezes, não é encontrado o ácaro no exame referido, portanto, fato este que não deve ser suficiente para excluir a doença dos diagnósticos possíveis, pois, o número de ácaros em relação à área de pele atingida é pequeno, o que faz com que muitas amostras de que a raspagem seja negativa (GAMITO, 2009). Porém, a resposta positiva à medicação acaricida é também diagnóstica, sendo que este procedimento também tem suas limitações, visto que os acaricidas modernos são capazes de matar várias espécies diferentes de ectoparasitas. Um teste auxiliar inespecífico de diagnóstico é o reflexo otopodal (PICCININ, 2008).
Entre os cães com escabiose e lesões de pavilhão auricular, 75 a 90% apresentam reflexo auricular-podal positivo, sendo que em uma pesquisa o teste revelou 81,8% de sensibilidade e 93,8% de especificidade, porém á também a disponibilidade de ensaio imunossorvente ligado à enzima para a pesquisa de imunoglobulina G (Ig G) sérica contra o antígeno do ácaro, já que a maior parte dos cães desenvolve uma resposta imune humoral dentro de duas a cinco semanas após a infecção pelo ácaro. O aparecimento simultâneo de vários animais com o mesmo problema ajuda a limitar as possibilidades de diagnóstico. Outras dermatoses parasitárias ou alérgicas devem incluir-se no diagnóstico diferencial como ressalta (Pinchbeck; Hillier, 2008)
A pele de um cão é a primeira a responder a qualquer tipo de alergia ou doença, alergias que muitos cães apresentam como os sintomas semelhantes à sarna sarcóptica, o diagnóstico se torna mais difícil, onde a raspagem de pele é o método mais comum para o diagnóstico, como mostra a figura 9, sendo que o ácaro é tão pequeno que não pode ser visível até mesmo sob um microscópio. Assim, amostra de pele nem sempre produze os resultados satisfatórios, porém um teste negativo da amostra dessa pele não exclui necessariamente a possibilidade de sarna sarcóptica (PICCININ,2008).
Figura 9: Método de raspagem da pele para que seja obtido um diagnóstico
 (Fonte: Guia dos apaixonados Vet, 2016).
O diagnóstico é feito, dependendo da história clínica do cão e da sua resposta ao tratamento para a sarna, onde a observação microscópica de ácaros, ovos ou suas fezes em raspagens cutâneas tem valor diagnóstico, mas nem sempre é fácil pois os ácaros podem encontra-se em número diminuído e deve-se proceder à raspagem das lesões mais recentes e procurar em diversas zonas, de modo a maximizar a probabilidade de encontrar evidências de contaminação (BRUM, 2007).
Muitas vezes procede-se ao diagnóstico terapêutico, com administração do tratamento acaricida, mesmo com uma resposta positiva ao tratamento, um diagnóstico definitivo é difícil desta forma, uma vez que a maioria dos acaricidas utilizados são eficazes contra outros ectoparasitas (GAMITO, 2009).
3.3 TRATAMENTO
 A Sarna Sarcóptica deve ser tratada sob a supervisão de um veterinário qualificado, pois o proprietário não deve tentar tratar o cão por conta própria, por pode ser traumática para o cão e para o proprietário, a sarna é curável, o tratamento não é menos que uma provação para o seu cão, prevenir a doença e tomando as precauções necessárias é o que impede o contato para o animal (TABASSAM, 2007), 
O tratamento da sarna sarcóptica é realizado com diversos tipos de produtos acaricidas e de diferentes graus de sucesso, pois atualmente, surgiram relatos de seres humanos e animais apresentando quadros clínicos clássicos de sarna sarcóptica, refratários às terapias rotineiras e convencionais, ressaltando a necessidade de terapias alternativas. Os acaricidas sintéticos determinam contaminação ambiental e infligem riscos à saúde humana, com isso os tratamentos fitoterápicos vêm ascendendo em medicina veterinária e já demonstram resultados satisfatórios (MILLER, 2012).
É aconselhado o corte do pelo do animalem redor das lesões, de modo para facilitar o tratamento, pois a utilização de shampoos anti-seborreicos, ajuda a remover as crostas e as secreções, sendo que a aplicação de banhos acaricidas é indicada. Existem várias opções no que diz respeito ao tratamento sistémico como, tal como a selamectina, um spot-on que é aplicado num ou dois pontos, conforme o tamanho do animal, na base do crânio ou dorso e que é absorvido através da pele e na corrente sanguínea (PINCHBECK; HILLIIER, 2008).
Devendo ser aplicado o tratamento em todos os animais que tenham entrado em contato com o animal doente, mesmo na ausência de lesões evidentes e os animais devem permanecer isolados de modo a evitar a disseminação da doença. Sendo muito importante proceder à higienização dos espaços frequentados pelos animais contaminados. Porém, as infeções bacterianas secundárias devem ser tratadas com medicação apropriada e o prurido muito intenso, com risco de auto traumatismo, poderá ser tratado com a administração de corticosteroides, no entanto, a maioria dos animais infetados com sarna sarcóptica não responde ao tratamento com corticosteroides (TERADA, 2010).
Após todo o tratamento e a cura, o cão poderá desenvolver imunidade, não apresentando sinais clínicos caso ocorra reinfeção, porém como um método tradicional para cura de sarna, é de banhar o cão com shampoo de peróxido de benzoílo e em seguida, usar a aplicação de um mergulho em organofosforados, Amitraz, Mitaban, e cal de enxofre (Lymdip), que são os depressores que podem ser usados para o tratamento desta doença. Embora estes depressores são eficazes, eles são tóxicos na natureza, de modo que o proprietário, bem como os cães podem achar ofensivos. Além disso, desde ácaros prosperam perto dos ouvidos e olhos, um cuidado deve ser tomado ao se aplicar os mergulhos para essas áreas (FOURIE, 2007). 
A Selamectina é o composto de eleição para o tratamento da sarna sarcóptica enquanto que a Milbemicina Oxima é dispendiosa e menos eficaz, porém para, além da Selamectina, citam que terapias sistêmicas com Ivermectinas, lactonas macrocíclicas, Milbemicina Oxima e Moxidectina, são recentes e se mostram efetivas no tratamento da escabiose canina, relata a resistência a lactonas macrocíclicas por S. scabiei var. canis, sendo observada a total resolução do quadro clínico apresentado, após administração de spray contendo fipronil e isopropanol (TERADA, 2010).
Existem diversos acaricidas disponíveis no mercado, o conhecimento destes se faz necessário e constitui-se no maior desafio para a escolha do tratamento mais adequado a ser utilizado, embora este ácaro não sobreviva durante muito tempo fora do hospedeiro e nem haja evidência de que animais curados se reinfectem por contaminação ambiental, recomenda-se a aspiração e lavagem de todos os locais de permanência e repouso do animal, bem como de seus objetos (GHUBASH, 2006).
Os animais infectados devem ser isolados e os animais coabitantes devem ser tratados simultaneamente, o indivíduo responsável pelo tratamento do animal deverá fazer uso de equipamentos descartáveis e manter uma boa higiene é a melhor forma de evitar qualquer tipo de infecção ou doença (PICCININ, 2008).
 
4.	 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
De uma forma geral e tecnológica, as clinicas de pequenos animais vem melhorando os meios de diagnósticos na medicina veterinária, ou seja, surgem novos tratamentos, bem como equipamentos e técnicas para tornar mais eficiente os diagnósticos dos parasitas, sendo cada vez maior a cobrança e a exigência por parte dos proprietários de animais e dessa maneira se faz necessário os médicos veterinários acompanharem essa evolução, para atender melhor esse crescente mercado de animais de companhia, que vem deixando de ser visto como um animal, para ser visto como parte da família.
A sarna sarcóptica é uma realidade em todo o mundo e muito comum em clínica de pequenos animais, especialmente por ser uma doença de fácil contágio, inclusive para os seres humanos. Percebe-se, que na maioria das vezes o proprietário é portador de lesões compatíveis com a sarna sarcóptica e que se não tratadas adequadamente não resolvendo sozinhas e devido a isso se torna muito importante para que possa prevenir e evitar o aparecimento do parasita, além de controlá-la para reduzir a prevalência.
Os animais debilitados e com menos de um ano de idade são os mais suscetíveis, assim como os cães com raça definida e pelos bem longos, sendo que a melhor forma de poder diagnosticar a doença nos cães, o exame clínico geral deve ser bem minuciosa juntamente ao exame microscópico e o exame do reflexo otopodal. Caso ainda venha existir a dúvida, pode-se tentar o diagnóstico terapêutico, que atualmente tem diversas formas de tratamento para a doença no animal, sendo eficazes por serem terapias sistêmicas, empregadas por via subcutânea, via oral ou via tópica, dependendo do medicamento a ser utilizado, associado a banhos semanais com shampoo antissépticos para evitar a contaminação secundária, até a resolução total das lesões.
Sendo assim, com base na análise do estudo, podemos evidenciar como pontos relevantes que podem ser utilizados usando os resultados como dados epidemiológicos nas dermatopatias causadas por ácaros, mostrando assim uma casuística considerável, merecendo destaque na clínica de pequenos animais, pois, além da questão ligada ao bem-estar animal, existe alguns tipos de sarna, como a sarcóptica, que pode ser transmitida aos seres humanos. 
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