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Dietas Hospitalares A alimentação do indivíduo deve ser adequada ao seu estado nutricional corrente, quer seja para manter ou para recuperar sua condição nutricional ou ainda, como coadjuvante para retirada de um estado patológico. O organismo enfermo, possui ajustes de adaptação limitados e, caso não receba os nutrientes dos quais necessita adequadamente, ocorrerão consequências que se aliarão ao seu estado patológico, agravando ainda mais sua situação. O processo de alimentação torna-se uma medida terapêutica, baseada em princípios de dietoterapia - e não mais somente um meio de saciar a fome DIETA – O que é? Considera-se dieta ou regime alimentar um conjunto sistematizado de normas de alimentação de um indivíduo, seja ele saudável ou enfermo. Padrão alimentar do indivíduo, diferentemente de cardápio, que compreende a tradução culinária das preparações e da forma de apresentação das refeições e alimentos. DIETOTERAPIA Dietas empregadas à pacientes enfermos, conforme sua patologia. A alimentação considera, não só sua patologia, mas também todas as condições em que se encontra o indivíduo, tais como estado físico, nutricional e psicológico. Alimentação normal x especial Alimentação normal é aquela balanceada em nutrientes, de fácil preparação, de apresentação agradável, adequada a indivíduos sadios e àqueles doentes que não necessitam de nenhum tipo de modificação na sua dieta em virtude da patologia. Alimentação especial, apesar de seguir as mesmas normas da alimentação normal, apresenta modificações em suas características organolépticas, físicas e químicas para melhor atender as necessidades do indivíduo enfermo. As dietas hospitalares podem ser padronizadas segundo as modificações qualitativas e quantitativas da alimentação normal, assim como da consistência, temperatura, volume, valor calórico total, alterações de macro nutrientes e restrições de nutrientes, com isso podem ser classificadas a partir das suas principais características, indicações e alimentos ou preparações que serão servidos. Princípios básicos para formulação da dieta • Hábitos de alimentação; • Cultura; • Nível sócio-econômico do paciente. • Histórico clínico da patologia em questão; • Estado anatômico do Trato gastrointestinal (TGI); • Fornecimento de todos os nutrientes essenciais; • Evolução sinérgica entre o plano alimentar e estado clínico. Uma vez conhecida a patologia, realiza-se a avaliação nutricional através de anamnese alimentar, exames antropométricos, clínicos e laboratoriais, objetivando detectar deficiências nutricionais VOLUME O volume depende da capacidade gástrica do paciente e pode ser normal, aumentado ou diminuído. Para evitar a distensão gástrica, deve-se aumentar a frequência das refeições e diminuir seu volume. CONTEÚDO DE RESÍDUOS • Pode-se classificar as dietas de acordo com a quantidade e qualidade de celulose contida nos alimentos vegetais. • Isenta de resíduos; Com poucos resíduos (frutas e/ou verduras em forma de purê): casos em que se deseja proporcionar repouso gastritestinal • Com resíduos brandos (cereais triturados, verduras tenras cruas ou cozidas, frutas cozidas, em compotas ou sem casca); • Rica em resíduos (vegetais folhosos, frutas cruas e com casca, cereais integrais): quando se deseja estimular o trânsito intestinal. VALOR PURÍNICO • Quanto ao conteúdo de purinas (metabólitos de proteínas), a dieta pode ser: • Normopurínica; Hipopurínica; Hiperpurínica; ou Apurínica. • Músculos, vísceras de animais, extrato de carne, feijões e lentilhas são alguns alimentos que, podem oferecer purinas. Já alimentos como cereais, ovos frutas, verduras e leite podem ser incluídos em dietas de baixo teor de purinas. DIETA LIVRE OU GERAL • OBJETIVO: Manter o estado nutricional do paciente com ausência de alterações metabólicas significativas ao risco nutricional. • INDICAÇÃO: Para pacientes que não necessitam de restrições específicas e que representam funções de mastigação e gastrointestinais preservadas. • CARACTERÍSTICAS Dieta suficiente, harmônica, consistência normal, distribuição e quantidade normais de todos os nutrientes, ou seja, normoglicídica, normoproteica, normolipídica, balanceada e completa. • RECOMENDADOS: Massas e cereais pobres em gorduras, hortaliças e frutas frescas, óleos e açúcares com moderação. • EVITADOS: Carboidratos ricos em gorduras e açúcar, enlatados, conservas e açúcares em excesso DIETA BRANDA • OBJETIVOS: Fornecer calorias e nutrientes para manter o estado nutricional, além de melhorar a mastigação, deglutição e digestão. Constituída de alimentos bem cozidos, restrita em celulose e alimentos fermentáveis. Usadas nos pré e pós- operatórios e em transição para a dieta geral. • INDICAÇÃO: Para crianças e idosos, com alterações e/ou perturbações orgânicas e funcionais do trato gastrointestinal. • CARACTERÍSTICA Normoglicídica, normoprotéica, normolipídica, balanceada e completa, consistência branda, 5 a 6 refeições diárias, tempo indeterminado, pobre em resíduos e modificados por cocção. • RECOMENDADO: Saladas cozidas, carnes frescas cozidas ou grelhadas, frutas (suco, sem casca, maduras), produtos não integrais e não para frituras. • EVITADOS: Frutas oleaginosas, doces concentrados, condimentos fortes, picantes, queijos duros e fortes. DIETA PASTOSA • OBJETIVO: Fornecer uma dieta que possa ser deglutida com pouco ou nenhum esforço. • INDICAÇÃO: Para os casos em que haja necessidade de facilitar a mastigação, ingestão, deglutição; e de se permitir certo repouso gastrointestinal; e em alguns pós-operatórios. • CARACTERÍSITICAS Normoglicídica, normoproteica e normolipídica. Consistência pastosa ou abrandada pela cocção e processos mecânicos. • RECOMENDADOS: todos os alimentos que possam ser transformados em purê. Mingaus de amido de milho, aveia, creme de arroz. Alimentos sem casca ou pele, moídos, liquidificados e amassados. • EVITADOS: Alimentos duros, secos, crocantes, empanadas, fritos, cruas, com semente, casca, pele. Preparações contendo azeitona, passas, nozes (outras frutas oleaginosas), coco e bacon. Iogurte com pedaços de frutas, hortaliças folhosas cruas, com sementes; biscoitos amanteigados, pastelarias. DIETA LÍQUIDA COMPLETA • OBJETIVO: Hidratar e nutrir os tecidos; repousar o trato gastrointestinal e amenizar a sintomatologia. • INDICAÇÃO: Para pacientes que apresentam alterações na mastigação, deglutição, digestão ou disfagias; com anorexia, que estão preparando para exames ou em pós- operatório; em casos de graves infecções; transtornos gastrointestinais. • CARACTERISTÍCAS Hipocalórica (V.E.T. de 1.000 a 1.500 kcal/dia), normoglicídica, normoproteica e normolipídica; consistência líquida com volume de 200 a 300ml por refeições; de três em três horas. • RECOMENDADOS: Mingaus a 3% (arroz, milho, mucilon, maisena); caldos e sopas liquidificadas; sucos diluídos e/ou coados; leite, iogurte, creme de leite, etc. • EVITADOS: cereais integrais, sementes, farelos, sementes oleaginosas, hortaliças, frutas inteiras com casca, queijos ricos em gorduras, embutidos, condimentos picantes. DIETA LÍQUIDA-PASTOSA OU PASTOSA LIQUIDIFICADA • OBJETIVO: Fornecer ao paciente uma dieta que permite minimizar o trabalho do trato gastrointestinal e a presença de resíduos no cólon. • INDICAÇÃO: Para pacientes com problemas de mastigação, deglutição e digestão, com trato gastrointestinal, com moderada alteração, e para o pós- operatório de cirurgias do TGI.• CARACTERISTÍCAS Dietas normolipídicas, normoglicídicas, normoproteícas, com consistência semi líquida, volume de 200 a 400ml por refeição, por tempo indeterminado; 5 a 6 refeições, possuí 1.800 kcal. • ALIMENTOS RECOMENDADOS: Preparações com alimentos liquidificados e amassados. • ALIMENTOS EVITADOS: Leguminosas e grãos, alimentos crus e inteiros. DIETAS ESPECIAIS • DIETAS PARA DIABÉTICOS/ HIPOCALÓRICA: Dieta para pessoas que não podem comer açúcar, sendo necessário controlar os alimentos energéticos: arroz, batata, pão e massa. São proibidos: - alimentos e bebidas que contenham açúcar. - alimentos gordurosos e frituras em excesso. • DIETA HIPERCALÓRICA: Dieta com o objetivo de fornecer mais energia. Deve ser oferecida maior quantidade de arroz, massa e doces DIETAS ESPECIAIS • DIETA OBSTIPANTE OU SEM RESÍDUOS Para pacientes com diarreia. Não podem comer verduras cruas ou cozidas, legumes, frutas cruas, frituras e alimentos gordurosos, leite e derivados, doces (só gelatina) e sucos de frutas (com exceção do limão, maçã e goiaba). • 19 DIETA LAXATIVA OU COM RESÍDUOS. Para pacientes com intestino preso. Devem comer maior quantidade de verduras, legumes, frutas (laranja, mamão, ameixa) e líquidos. DIETAS ESPECIAIS • DIETA HIPERPROTEICA Contém maior quantidade de proteínas. Oferecer leite, gelatina, carne, iogurte, queijos e ovos. • DIETA HIPOSSÓDICA Dieta com controle de sódio e sal. São proibidos: pão francês, bolacha de água e sal, cream cracker, queijos salgados e embutidos. Pode ser oferecido até 2g de sal em sachê. Dieta Assódica ou Sem Sal Dieta preparada sem adição de sal no cozimento dos alimentos. OBJETIVOS DA DIETOTERAPIA • Possibilitar a recuperação do paciente no menor tempo possível; • Evitar a desnutrição durante a internação; • Manter as reservas de nutrientes no organismo; • Adequar a ingestão de energia, macro e micro nutrientes as necessidades nutricionais ADEQUAÇÃO DA PRESCRIÇÃO • Condições físicas e emocionais do paciente; • As necessidades nutricionais; • Trabalhando a integração da equipe multidisciplinar. As dietas hospitalares estão divididas em 6 refeições diferentes • Desjejum: Servida no início da manhã para interromper o jejum. • Colação: Servida durante a manhã entre o desjejum e o almoço. • Almoço: Servida por volta das 12horas. • Lanche: Servida durante a tarde. • Jantar: Servida no início ou meio da noite. • Ceia: Servida antes do paciente dormir.
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