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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA AULA 2 Prof. Pedro Salanek Filho 2 CONVERSA INICIAL Nesta segunda aula trataremos de uma das ferramentas mais utilizadas e conhecidas na gestão financeira, o fluxo de caixa. Essa ferramenta tem por finalidade apresentar toda a movimentação financeira da empresa, destacando as entradas e saídas de caixa na sua efetividade, ou seja, no momento de sua ocorrência, que tecnicamente recebe também o nome de “regime de caixa”. Em se tratando do mundo dos negócios, toda empresa necessita obrigatoriamente ter entrada de recursos financeiros para que seja viabilizada sua atividade e, consequentemente, obtenha resultado positivo (lucro). Muitas vezes temos ótimas ideias para criar empreendimentos e ganhar dinheiro, mas na prática não conseguimos gerar recursos no caixa para que o negócio seja lucrativo e rentável. Por que será que ótimas ideias não são transformadas em negócios bem-sucedidos? Em outras ocasiões observamos negócios gigantescos que começam a ruir, empresas de grande porte que detinham enorme participação de mercado começam a desaparecer. Por que isso ocorre? Nestas duas situações podemos pontuar que, na maioria das vezes, não tiveram resultados financeiros positivos e porque não “geraram caixa” no volume suficiente. Portanto, será que na primeira situação a ideia não foi tão boa assim, do ponto de vista financeiro, ao ponto de não gerar caixa suficiente? Será que a grande empresa, do segundo caso, não era tão forte assim para se reposicionar e buscar um novo produto/atividade que gerasse caixa? A resposta para essas e outras perguntas está entre os conteúdos para ser estudado nesta aula! CONTEXTUALIZANDO A geração de caixa pode ser considerada como a “seta dourada” do processo financeiro dentro de uma empresa privada. Quando temos uma atividade que gera caixa, é possível afirmar que dispomos de um negócio que contemple uma demanda de mercado e que os consumidores estão dispostos a comprar determinado produto e/ou serviço. Quando os negócios são geradores de caixa, demonstram que já deram um passo importante, mas não suficiente, para sua continuidade. Gerar caixa é oxigenar o negócio e apresentar movimentação financeira, porém outras análises também precisam ser feitas, como a gestão dos gastos (custos/despesas), necessidade contínua de direcionar investimentos e, como 3 outro item fundamental, a geração de margem de lucro satisfatória. Entretanto, estes e outros pontos serão destacados nas aulas seguintes. Nesta aula focaremos a geração de caixa e a abordagem da ferramenta fluxo de caixa. Voltamos então para a geração de caixa! Vale ressaltar, neste princípio de abordagem da importância da geração de caixa, que uma empresa que gera caixa está gerando receitas e seus produtos estão contemplando uma necessidade ou desejo de mercado. Esse volume consumido pode ser muito bem atendido atualmente pela empresa, mas não necessariamente será no futuro, certo? O que se observa é que algumas empresas vão perdendo capacidade de gerar caixa ao longo do tempo, visto que permanecem concentradas demasiadamente em atividades que foram muito oportunas no passado, mas que, atualmente demonstram dificuldades de continuidade e, no futuro (provavelmente), não serão mais tão interessantes. Neste intuito começa a ficar claro que a contínua geração de fluxo de caixa tem relação direta com a inovação e a busca por novos mercados. Como exemplo, podemos ter um novo produto/serviço com vendas pequenas atualmente, ou até mesmo com certa desconfiança em relação a continuar acreditando nesse produto, mas, por outro lado, pode ser a grande aposta para (no futuro, em cinco anos, hipoteticamente falando) ser o grande gerador de caixa. Outro ponto importante da geração de fluxo de caixa é o aumento da valorização da empresa. Empresas que geram fluxo de caixa e possuem a expectativa e a tendência de continuar gerando são companhias com maior volume de vendas e com maior probabilidade de obterem lucros e rentabilizar capital de investidores. Inclusive, a título apenas de complementação, uma das ferramentas de avaliação de valor do negócio para venda (avaliação do valuation) utiliza como base a capacidade que a empresa tem de gerar caixa para determinar por quanto essa empresa poderá ser vendida. Como outro exemplo, o EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), que é um dos principais indicadores de análise de resultado, também tem sua relação com a capacidade de a empresa gerar caixa por meio da aproximação com a geração de resultado operacional. Enfim, diante de todas estas considerações, quais negócios você acredita que são geradores de fluxo de caixa? Considere nesta sua resposta tanto os fatores atuais como futuros para a continuidade deste negócio. 4 Recomenda-se considerar também nessa avaliação os negócios com características tecnológicas, principalmente nos possíveis impactos que serão gerados com a viabilização de produtos e serviços, por meio do uso de aplicativos (apps). TEMA 1 – A EMPRESA GERADORA DE FLUXO DE CAIXA 1.1 Geração de caixa Existe uma expressão bem conhecida na área de finanças de que toda a empresa deve “gerar caixa”. Mas o que significa exatamente isso? Na prática todo negócio precisa ter entrada de recursos financeiros, ou seja, dinheiro. Já comentamos algo nesse sentido, quando foi abordado o conceito de crédito na nossa primeira aula, e aprofundamos um pouco mais no contexto de abertura desta segunda aula. Gerar caixa é fazer com que o negócio viabilize e que a proposta para qual a empresa foi criada, venda de produto ou serviços, seja de fato consumida pelos clientes. Ter pessoas interessadas, que são chamadas de público-alvo, as quais desejam comprar os produtos/serviços, será fundamental para essa movimentação financeira. Nenhuma empresa, em momento algum, se viabilizará por muito tempo gerando apenas despesas. A geração de caixa deve contemplar também a visão de negócio que a empresa escolheu. É mencionado que existem dois tipos de visão de negócio quando tratamos da geração de caixa: a míope e a holística. Caso ela tenha se posicionado apenas dentro de uma “visão míope”, que é direcionada para o produto (e infelizmente um dia o produto acaba), essa empresa talvez tenha dificuldades de se reposicionar no futuro. No momento atual, até nem se discute muito, o produto gera caixa de forma satisfatória. O maior problema está na capacidade de este mesmo produto gerar caixa no futuro, visto que outra empresa pode criar algo mais moderno e tomar o mercado da primeira empresa... Falando em algo mais moderno, é justamente o que aborda a “visão holística”. Nela o foco é na necessidade de mercado (e felizmente a necessidade sempre evolui). Diante disso, a empresa que se posicionar na visão holística estará sempre acompanhando as tendências de melhoria e inovação e irá buscar mais facilmente a criação de novos produtos e o posicionamento em novos mercados. A visão míope limitará a empresa a 5 continuar gerando fluxo de caixa, já a empresa com visão holística está sempre buscando produtos que estarão gerando fluxo de caixa de forma crescente e contínua. Vale aqui, para contextualizar as duas visões mencionadas, uma menção sobre a estrutura e análise da matriz BCG1. Esta matriz demonstra claramente que a empresa deve buscar produtos que sejam geradores de caixa e procurar descartar produtos que geram apenas “manutenção”. O blogueiro Gustavo Periand faz um destaque a esta ferramenta: A matriz é dividida em duas partes: crescimentodo mercado e participação relativa de mercado (em comparação à participação de seu maior concorrente). Onde, pode-se concluir, em uma primeira análise, que quanto mais rápido for o crescimento de mercado de um produto ou, quanto maior for sua participação de mercado melhor será para empresa analisada. Maior será sua vantagem competitiva por produto em relação a seus concorrentes. Figura 1 – Estrutura da matriz BCG Fonte: Nabut Neto, 2014. O significado de cada um dos quadrantes está descrito, de forma mais detalhada no quadro a seguir, conforme mencionado pelo autor Gustavo Periand. 1Matriz BCG é uma técnica de seleção de estratégias desenvolvida por Bruce Henderson, para a empresa americana Boston Consulting Group (empresa de consultoria em gestão estratégica). Disponível em: <http://www.portal-administracao.com/2015/03/matriz-bcg- conceito-e-fundamentos.html>. Acesso em: 30 ago. 2017. Disponível em: <http://www.sobreadministracao.com/o-que-e-e-como-funciona-a-matriz-bcg/>. Acesso em: 30 ago. 2017. 6 Ponto de interrogação (também conhecido como “em questionamento” ou “criança- problemática”): Neste quadrante, estão posicionados os produtos pertencentes a um mercado com altas taxas de crescimento. Exige grandes investimentos e possui baixo retorno, com possibilidade de se tornar um “abacaxi” em pouco tempo. Porém, por estar em um mercado com alto crescimento, pode também se tornar uma “estrela”, desde que seja bem tratado pela empresa. Estrela: Neste quadrante, estão posicionados os produtos com alta participação de mercado, com altas taxas de crescimento. São líderes de mercado, exigindo grandes investimentos. Caso o crescimento do mercado seja reduzido, pode facilmente se tornar uma “vaca leiteira”. Vaca leiteira: Neste quadrante, estão posicionados os produtos com taxa de crescimento moderada em mercados já estabelecidos. Não demandam grandes investimentos, uma vez que o crescimento do mercado é baixo. Algumas empresas têm estes produtos como sua base, por terem os lucros e a geração de caixa são altos. É comum ver “estrelas” se transformando em “vacas leiteiras”. Abacaxi (também conhecido como “animal de estimação”): Neste quadrante estão posicionados os produtos com baixa participação em um mercado maduro, sem crescimento aparente. Estes produtos devem ser evitados ao máximo pela empresa, sendo possível até um descarte de tais produtos do portfólio da empresa, do ponto de vista financeiro (evitando os altos custos de recuperação) e estratégico. Disponível em: <www.sobreadministracao.com>. Acesso em: 30 ago. 2017. Saiba mais sobre a matriz BCG acessando: <https://www.youtube.com/watch?v=D9wibHoBHKw>. 1.2 Geração de receitas Com relação à geração de receitas, o gestor financeiro terá que verificar como essas receitas podem ser geradas. Ele deverá identificar em que momento o consumidor está disposto a adquirir o produto/serviço e manter a satisfação de sua equipe de vendas. Neste sentido, começam a surgir os primeiros questionamentos: Será uma venda feita à vista ou a prazo? A venda será feita com ou sem garantias (porque o cliente pode não pagar)? A venda pode ser parcelada? Em quantas vezes? Todas essas questões irão envolver também técnicas e estratégias de venda, que extrapolam nosso módulo de Gestão Financeira e Orçamentária. 7 Essa etapa da geração de caixa também envolverá um assunto do qual vamos tratar, que é o próprio fluxo de caixa. É importante ressaltar que nem sempre um negócio será inviabilizado porque teve uma baixa receita de vendas. Muitas vezes o problema está no alto volume de desembolsos, ou seja, dos gastos de forma geral. A empresa pode ter sido competente na gestão comercial (vendas), porém não foi tão competente em controlar bem os pagamentos, podendo acabar gerando resultados negativos. Em um primeiro momento, devemos observar que, geralmente, existem poucas fontes de recursos e muitos tipos pagamentos. Essa relação diz respeito apenas ao aspecto quantitativo, poucos itens de entradas e muitos itens de saída. Veja que não estamos nos referindo aos volumes monetários de recursos, mas sim à quantidade de itens que serão movimentados. O site do SEBRAE destaca a importância das vendas por meio do seguinte texto: A adoção de um controle de vendas possibilita ao empresário prever receitas futuras e, consequentemente, programar as compras da empresa. Além disso, torna-se mais fácil acompanhar o comportamento mensal das vendas, as variações devido à sazonalidade, bem como o prazo médio concedido para os pagamentos realizados a prazo. Outro fator de grande importância nessa discussão é o que afirma Terry Smith (1994, p. 42 apud Sá): “É preciso ter em mente que o que quebra uma empresa não é a falta de lucro; as empresas quebram por falta de caixa”. Dessa forma fica muito claro que uma empresa precisa gerar caixa e sincronia entre seus pagamentos e recebimentos. Fica evidente a necessidade de abordarmos também a ferramenta fluxo de caixa, tema que será abordado em seguida. 8 TEMA 2 – CONCEITO DE FLUXO DE CAIXA 2.1 O que é um fluxo de caixa Você já ouviu falar em fluxo de caixa? Qual será a finalidade dessa ferramenta no processo de gestão financeira de empresas? Qual a relação do fluxo de caixa com o orçamento? São várias as perguntas que podem ser feitas sobre essa ferramenta que aprenderemos a utilizar. O orçamento é elaborado para avaliar a viabilidade como um todo do negócio, observando se é ou não lucrativo. O fluxo de caixa é utilizado posteriormente e tem a finalidade de controlar a movimentação do caixa. No fluxo de caixa já trabalhamos com o controle dos pagamentos e recebimentos, que ocorrem em períodos bem mais reduzidos. O fluxo de caixa tem a finalidade de controlar os recebimentos e pagamentos do caixa. Utilizamos o fluxo de caixa para observar em que momento de determinado período (dia, semana, mês, trimestre etc.) teremos mais ou menos dinheiro no caixa. Costumam-se elaborar previsões de fluxo de caixa. Nesta etapa o administrador financeiro observa tudo o que ele terá para receber e também para pagar e vai acompanhando se os valores vão se confirmando. Saiba mais Conceito de fluxo de caixa: <https://blog.contaazul.com/o-que-e-fluxo-de- caixa/>. Cinco dicas para organizar melhor seu fluxo de caixa: <http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI85698-17198,00- CINCO+DICAS+PARA+ORGANIZAR+MELHOR+SEU+FLUXO+DE+CAIXA.ht ml>. Pivetta (2005, p. 28) traz a seguinte abordagem sobre fluxo de caixa: O fluxo de caixa é uma demonstração de caráter dinâmico e prático, que oferece ao gerente financeiro uma bagagem de informações que o ajudará na tomada de decisões. Esse documento representa a previsão, o controle e o registro de entradas e saídas financeiras durante um determinado período, contendo informações sobre a vida financeira da empresa. 9 Para Reinert e Bertolini, o fluxo de caixa de uma empresa é o conjunto de entradas e saídas de recursos ao longo de determinado período. Ele consiste na representação dinâmica da situação financeira de uma empresa. Para Luz (2015, p. 131) o fluxo de caixa tem uma grande relevância na gestão financeira dos negócios. Para a adequada gestão financeira, é indispensável que se tenha um fluxo de caixa (FC), sendo importante que cada empresa escolha o modelo que melhor atenda a sua necessidade, com informações precisas e transparentes e que, principalmente, facilite a análise das variações entre o que é previsto e o queé efetivamente realizado. Dessa forma, o fluxo de caixa é um instrumento gerencial que controla e informa todas as movimentações financeiras (entradas e saídas de valores monetários) de dado período (diário, semanal, mensal etc.). O fluxo de caixa é composto dos dados obtidos dos controles de contas a pagar, contas a receber, de saldos de aplicações e todos os demais que representem as movimentações de recursos financeiros disponíveis da organização. Dica de vídeos Como fazer o fluxo de caixa para controlar as finanças: <https://www.youtube.com/watch?v=zIYlrf8fNbA>. Saiba como controlar o fluxo de caixa: <https://www.youtube.com/watch?v=jFFJuBYtinY>. É muito interessante notar que nessas definições são mencionados termos relacionados a controle e tomada de decisão. Foram apresentados também os conceitos de contas a pagar e contas a receber. Essas duas informações serão fundamentais para elaborar o fluxo de caixa. Vamos saber um pouco mais sobre essas duas contas. Para Reinert e Bertolini, o controle de contas a pagar proporciona uma visualização global dos compromissos assumidos pela empresa, permitindo acompanhar de forma fácil os pagamentos a serem efetuados em determinado período. Os mesmos autores ainda destacam que também deve ser elaborado um demonstrativo dos compromissos a vencer para efeito de controle de vencimentos e de disponibilidades de recursos na ocasião dos pagamentos. 10 Quanto aos conceitos de contas a receber, os autores Reinert e Bertolini mencionam que as contas a receber são representadas por faturas ou duplicatas e são relacionadas com as receitas da empresa, ou seja, tudo aquilo que a empresa tem para receber. Recomendações de pesquisa Na implantação de um fluxo de caixa na empresa, o que deve ser considerado? Utilize como referência o vídeo desenvolvido pelo SEBRAE/MG no link: <https://www.youtube.com/watch?v=U8sJI8feaQ4&t=1s>. TEMA 3 – FLUXO DE CAIXA: FACILIDADES E VANTAGENS 3.1 Facilidades proporcionadas pelo uso do fluxo de caixa Uma das contribuições que o fluxo de caixa traz para a empresa é a visualização dos impactos que as decisões de negociação, de prazos e valores irão trazer para o dia a dia do caixa da empresa. Quando se está trabalhando comercialmente na geração de receitas ou na compra de matéria-prima, nem sempre são percebidos os descompassos entre a entrada e a saída dos recursos. Quando começam a existir esses descompassos, que também podemos chamar de desequilíbrios no caixa, esses fatos poderão comprometer os resultados dos negócios. Veja, por exemplo, se você está gerenciando uma empresa e negocia a maioria dos pagamentos antes da maioria dos recebimentos. Você terá um desequilíbrio de caixa, certo? Gastará antes de receber, ou podemos dizer que os prazos de suas contas a pagar são menores que os prazos de suas contas a receber. Isso se confirmando, você terá um descompasso entre os prazos e faltará dinheiro em seu caixa, visto que o dinheiro sairá antes da entrada da respectiva operação. Quando ocorre essa situação, geralmente recorremos a um financiamento, ou seja, vamos emprestar dinheiro – normalmente junto a uma instituição financeira/banco – para depois de recebermos nossas contas a receber pagar pelo empréstimo. O maior problema em tomar esses empréstimos é o valor dos juros que teremos para pagar ao banco, que normalmente são altos. Nesse momento o banco entra na condição de 11 antecipar o desequilíbrio de prazos que nossa negociação gerou quando determinamos as datas dos pagamentos e dos recebimentos. Para Salanek Filho (2012, p. 49) O fluxo de caixa irá trazer com antecedência a disposição dos momentos em que ocorrerão os pagamentos e os recebimentos. Caso seja possível elaborar um fluxo de caixa com 30 dias de antecedência, por exemplo, será possível visualizar a programação daquilo que irá ocorrer no caixa dentro deste período. Quanto maior o prazo de antecipação do fluxo de caixa, melhor será a programação entre os pagamentos e os recebimentos. Um fluxo de caixa ajuda a perceber toda a movimentação que ocorrerá no caixa. O autor também menciona a importância de trabalhar com o dinheiro do caixa, sem depender muito dos empréstimos junto aos bancos. O autor destaca em seu estudo cinco pontos cruciais que um fluxo de caixa permite visualizar: a) Existência de concentração de pagamentos/recebimentos; b) Sazonalidades; c) Necessidade e resultados das políticas de marketing e promoções; d) Estrutura de custos/despesas fixa; e) Efeitos dos impostos. 3.2 As vantagens do fluxo de caixa Para Salanek Filho (2012, p. 50): A grande vantagem na elaboração de um fluxo de caixa, sem sobra de dúvidas, é a visualização do saldo de caixa de forma antecipada. Conseguir enxergar os próximos dias, as próximas semanas e às vezes os próximos meses traz informações relevantes para a tomada de decisão, de forma mais segura, na área financeira. Quando temos essa visão projetada da movimentação de caixa poderemos antecipadamente já avaliar quais serão as melhores decisões. Veja o seguinte exemplo: Uma empresa elabora um fluxo de caixa sempre de 30 dias. Na projeção do próximo mês observou-se que na segunda semana o volume nominal de pagamentos é superior aos de recebimentos. A empresa terá uma falta de dinheiro na ordem de R$ 150.000,00 (por exemplo). A área financeira, através dessa informação gerada pelo fluxo de caixa, já começa a pensar em alternativas para cobrir essa diferença. É importante frisar que a última alternativa a ser buscada é o financiamento bancário. Porém, na maioria das vezes, é a primeira, porque é a mais fácil de ser resolvida. Quais seriam as outras opções? É possível acertar essa diferença sem depender do banco? As opções estariam em avaliar uma negociação para antecipar os valores a receber ou até realizar uma espécie de alongamento dos pagamentos. Essas decisões serão mais acertadas se forem tomadas de forma antecipada, visto que o gestor poderá decidir pela melhor opção. 12 Às vezes, é preciso tentar inicialmente negociar a antecipação. Caso não seja possível, inicia-se uma negociação para postergar os pagamentos. É provável nesse processo de negociação com os recebimentos e pagamentos que haja mudanças nos valores. “Como assim?”, você deve estar se perguntando... Os valores já não estavam definidos pelos contratos? Sim! Você está correto em seu pensamento. Mas temos que observar que estavam negociados para determinadas datas. Caso ocorra antecipação de um recebimento, por exemplo, seu cliente provavelmente irá solicitar um desconto, visto que ele estará pagando de forma antecipada. Nessa situação, quem paga antes deseja pagar menos, certo? Por isso será possível recebermos antes, porém um valor menor. Para Salanek Filho (2012, p. 51) Outra possibilidade de ajustar os saldos de caixa é de prorrogar os pagamentos. Nessa situação possivelmente o seu fornecedor irá desejar receber mais, certo? Quem terá que receber depois, vai quer receber mais! Isso é uma situação normal de negociação. Muitas vezes já vem até indicado nos documentos para pagamentos, os boletos, que se tiver atraso no pagamento irá incidir juros. E agora? Qual a menor decisão? Temos três situações: a) Receber um valor menor com a antecipação dos recebimentos; b) Pagar um valor maior com a prorrogação dos pagamentos; c) Buscar um financiamento no banco para suprir a necessidade de caixa; Qual decisão é a mais acertada? Se você pensou que é aquela que terá o menor impacto financeiro para o caixa, você acertou! Vamos entender claramente esse impacto. Caso o desconto concedido no contasa receber seja menor que o juro que teria que ser pago para o fornecedor ou para o banco, você dará desconto no contas a receber e irá receber antes. Outra opção: os juros para pagar ao seu fornecedor em atraso serão menores que o desconto nos valores a receber, nessa segunda opção você pagaria o seu fornecedor com atraso. A última opção, menos provável, é que os juros do banco sejam menores que os valores de desconto ou de acréscimo nos valores a receber e a pagar, respectivamente. É possível também que, nesse processo de negociação, a empresa consiga não conceder desconto (contas a receber) ou não pagar juros (contas a pagar). Caso isso aconteça, o departamento financeiro realizou uma grande negociação que não irá trazer nenhum impacto negativo para o caixa! Além do gerenciamento dos recebimentos e pagamentos, o autor Pivetta ainda descrever outras vantagens em utilizar o fluxo de caixa, que seguem abaixo: Saldar as obrigações da empresa nas datas de vencimento; Planejar pagamentos em datas certas para não incorrer em inadimplência; Dispor de um fundo com saldo de caixa para eventuais despesas; Buscar perfeito equilíbrio entre recebimentos e pagamentos de caixa da empresa. Seleme (2012, p. 34) demonstra outras vantagens na utilização do fluxo de caixa: Diminuição do ciclo de compra/produção/estoque, para aumentar o giro do estoque; administração efetiva dos custos e despesas fixas; máxima protelação dos pagamentos de compras; otimização dos sistemas de 13 crédito; administração rigorosa do nível, perfil e custo do endividamento. Portanto, com a descrição das vantagens em utilizar o fluxo de caixa, fica bem claro que é fundamental o departamento financeiro trabalhar com essa ferramenta, pois irá facilitar o gerenciamento dos pagamentos, recebimento e do saldo de caixa ao longo do tempo. Nesta etapa foi muito destacada a relação entre os recebimentos e os pagamentos. O fato de elaborar um fluxo de caixa com certa antecedência ajuda muito nesse entendimento. Este olhar antecipado é uma das vantagens do fluxo de caixa, criando assim a melhor sincronia possível, fato que vamos destacar no tema seguinte. TEMA 4 – SINCRONIA ENTRE CONTAS A PAGAR E CONTAS A RECEBER 4.1 Fluxo de caixa: um exemplo prático Já tratamos do assunto fluxo de caixa nos últimos temas desta segunda aula. Comentamos sobre seu conceito, aprendemos o que são contas a pagar e contas a receber. Conhecemos também as opções em caso de caixa negativo, em que teremos que negociar com fornecedores/credores ou mesmo buscar empréstimos junto aos bancos. Vamos agora elaborar um caso prático. Nesse primeiro momento, vamos preparar uma projeção dos recebimentos e dos pagamentos, de forma separada. No momento seguinte, vamos projetar como se todos os pagamentos e todos os recebimentos estivessem efetivamente acontecendo. A periodicidade deste fluxo de caixa projetado será semanal. Dessa forma você irá perceber que, na tabela a seguir, cada coluna representará uma semana. Desta forma o fluxo de caixa terá quatro colunas, ou seja, quatro semanas. Tabela 1 – Contas a receber para projeção de fluxo de caixa Contas a receber (R$) 1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana TOTAL Cliente A - 310.000 - - 310.000 Cliente B - - 60.000 60.000 120.000 - Cliente C - - 210.000 - 210.000 - Cliente D 25.000 25.000 25.000 25.000 100.000 - Cliente E 30.000 40.000 60.000 110.000 240.000 - Cliente F 20.000 - - - 20.000 - Cliente G - - 60.000 - 60.000 14 - Cliente H - - - 80.000 80.000 - Outras receitas - 20.000 - - 20.000 TOTAL 75.000 395.000 415.000 275.000 1.160.000 Fonte: Elaborado pelo autor com base em Salanek Filho, 2012. Por determinação deste critério de valores, para as quatro semanas a soma de cada coluna de recebimento irá totalizar: 1ª semana R$ 75.000,00 2ª semana R$ 395.000,00 3ª semana R$ 415.000,00 4ª semana R$ 275.000,00. A seguir, observe a descrição dos valores a pagar, neste nosso fluxo de caixa simulado. Tabela 2 – Contas a pagar para projeção de fluxo de caixa Contas a pagar (R$) 1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana TOTAL - Fornecedor A - 210.000 190.000 220.000 620.000 - Fornecedor B - 128.000 - - 128.000 - Fornecedor C 20.000 23.000 - - 43.000 - Fornecedor D - - - 36.000 36.000 - Fornecedor E - - 42.000 - 42.000 - Salários - 71.000 - - 71.000 - Pró-Labore dos proprietários - 10.000 - - 10.000 - Impostos - - 27.000 18.000 45.000 - Água/ luz/ telefone 1.000 200 100 - 1.300 - Aluguel - 2.000 - - 2.000 - Honorários contábeis - 1.000 - - 1.000 - Combustível - 500 - 1.500 2.000 - Material de escritório 100 - - - 100 - Despesas com manutenção - 500 - - 500 - Despesas com veículos - 200 - 200 400 - Despesas comerciais - - 6.000 - 6.000 - Despesas financeiras - 200 100 - 300 - Compra de equipamentos 2.000 - 2.800 - 4.800 - Outros pagamentos 2.250 950 1.200 3.200 7.600 TOTAL 25.350 447.550 269.200 278.900 1.021.000 Fonte: Elaborado pelo autor com base em Salanek Filho, 2012. Vamos agora começar a elaborar o fluxo de caixa? Não! Ainda está faltando uma informação. Sempre teremos que considerar também o saldo de caixa do mês anterior, ou seja, quanto que a empresa tem de saldo em relação 15 aos pagamentos e recebimentos ocorridos anteriormente. Para esse nosso exemplo, vamos considerar um valor de R$ 10.000,00 de saldo inicial. Dessa forma, na nossa projeção o caixa vai iniciar com um saldo de R$ 10.000,00 e passaremos a considerar a cada semana os valores dos recebimentos e pagamentos apontados nas tabelas. Na elaboração da nossa planilha de fluxo de caixa, teremos que criar as seguintes linhas totalizadoras: a. Saldo inicial – Informações referentes ao saldo de caixa que encerrou o período anterior. b. Total das contas a receber – Informações referentes ao volume da semana de recebimentos. c. Total das contas a pagar – Informações referentes ao volume da semana de pagamentos. d. Saldo parcial/operacional – Diferença entre o total dos recebimentos e dos pagamentos da semana. e. Saldo final – Saldo inicial adicionado do saldo parcial. Tabela 3 – Projeção de fluxo de caixa com simulação das contas a receber e das contas a pagar 1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana TOTAL Saldo inicial (saldo do mês anterior) 10.000 59.650 7.100 152.900 Contas a receber (R$) - Cliente A - 310.000 - - 310.000 - Cliente B - - 60.000 60.000 120.000 - Cliente C - - 210.000 - 210.000 - Cliente D 25.000 25.000 25.000 25.000 100.000 - Cliente E 30.000 40.000 60.000 110.000 240.000 - Cliente F 20.000 - - - 20.000 - Cliente G - - 60.000 - 60.000 - Cliente H - - - 80.000 80.000 - Outras receitas - 20.000 - - 20.000 TOTAL 75.000 395.000 415.000 275.000 1.160.000 Contas a pagar (R$) - Fornecedor A - 210.000 190.000 220.000 620.000 - Fornecedor B - 128.000 - - 128.000 - Fornecedor C 20.000 23.000 - - 43.000 - Fornecedor D - - - 36.000 36.000 - Fornecedor E - - 42.000 - 42.000 16 - Salários - 71.000 - - 71.000 - Pró-Labore dos proprietários - 10.000 - - 10.000 - Impostos - - 27.000 18.000 45.000 - Água/ luz/ telefone 1.000 200 100 - 1.300 - Aluguel - 2.000 - - 2.000 - Honorários contábeis - 1.000 - - 1.000 - Combustível - 500 - 1.500 2.000 - Material de escritório 100 - - - 100 - Despesas com manutenção - 500 - - 500 - Despesas com veículos - 200 - 200 400 - Despesas comerciais - - 6.000 - 6.000 - Despesas financeiras - 200 100 - 300 - Compra de equipamentos 2.000 - 2.800 - 4.800 - Outros pagamentos 2.250 950 1.200 3.200 7.600 TOTAL 25.350447.550 269.200 278.900 1.021.000 Saldo parcial (contas a receber – contas a pagar) 49.650 (52.550) 145.800 (3.900) Saldo final (saldo inicial + saldo parcial) 59.650 7.100 152.900 149.000 Fonte: Elaborado com base em Salanek Filho, 2012. Obs.: Valores entre parênteses e destacados em vermelho significam que o volume de pagamentos superou o volume de recebimentos, deixando o saldo inicial, parcial e/ou final negativo. Pronto! Já temos um fluxo de caixa projetado. Considerando que essa será a programação dos recebimentos e pagamentos para o próximo mês, na segunda semana o caixa apresentaria um saldo operacional negativo de R$ 52.550,00 – fato que também ocorreu na última semana com o valor de R$ 3.900,00 negativo de forma operacional. Como a empresa possui saldo inicial de caixa e saldo parcial das outras semanas, em momento algum o caixa ficou negativo, apesar da redução expressiva na segunda semana para apenas R$ 7.100,00. A utilização da ferramenta fluxo de caixa é de extrema importância. Passa uma visão para o gestor financeiro de como estará se comportando a movimentação de caixa no período seguinte. A título de exemplificação: caso ocorra alguma alteração nessa programação da segunda semana, ou seja, se um cliente não honrar o compromisso, ou mesmo se ocorrer alguma outra 17 despesa ou pagamento não previsto, o caixa poderá ficar negativo e a empresa terá que renegociar/protelar pagamentos ou efetuar empréstimos bancários. Importante: Vale ressaltar aqui também a análise do volume de capital de giro que a empresa tem e o volume de capital de giro de que ela necessita. Essa avaliação tem relação direta com a gestão de caixa e prazos de negociação com clientes e fornecedores, além de avaliar a gestão de estoques. Destacamos que essa abordagem sobre a estrutura de capital será realizada em outra aula. TEMA 5 – GESTÃO DE FORNECEDORES E CLIENTES 5.1 Política de prazos com fornecedores Devemos observar que um fluxo de caixa não pode ser elaborado apenas com as perspectivas do gestor financeiro. É necessário compreender (e respeitar) os prazos e as políticas de negociação dos fornecedores. Desta forma, nem sempre será possível que estas negociações levem apenas em conta os interesses da empresa. É preciso conhecer também quais são os interesses e as expectativas dos fornecedores. Geralmente afirmamos que fornecedores exclusivos (de algum produto ou serviço) possuem um domínio maior para a definição dos prazos e demais condições. Portanto, quem predetermina é o próprio fornecedor. Em outra situação, se existirem muitos fornecedores, é provável que o processo de negociação seja mais equilibrado, devido à existência de outras opções de fornecedores. Essas negociações valem geralmente para a compra de estoque ou de algum tipo de serviço. Já para outros tipos de fornecedores, não ocorre a oportunidade de abrir negociação de prazos e até de valores. Veja alguns exemplos: a. Para contas de energia, água e telefonia, não é possível negociar prazos e valores de tarifas (principalmente para energia e saneamento); b. Para pagamentos de salários, também não é possível negociar prazos (pela legislação brasileira o salário deve ser pago até o quinto dia útil do mês seguinte); c. Para impostos, o raciocínio é o mesmo. O governo estabelece as datas de pagamentos dos diversos tipos de impostos que a empresa deverá pagar. 18 5.2 Política de prazos com clientes A negociação com os clientes depende muito do tipo de atividade. Se a empresa atua no varejo, por exemplo, existem alguns mecanismos de negociação de parcelamento (cartão de crédito, boleto, cheque pré-datado, nota promissória etc.). No varejo a negociação com a comprovação do pagamento precisa ser efetuada no momento da compra. Para a indústria geralmente suas vendas são feitas para pagamento por boleto ou até mesmo com transferência bancária (TED ou DOC). Existe uma avaliação prévia por meio de um cadastro para a confirmação da venda, até para que a relação de vendas seja mais frequente e duradoura. A atividade de prestação de serviços segue também estes formatos, geralmente de negociação de prazos, por meio da avaliação de cadastro. Salienta-se que os formatos de negociação de recebimentos podem ser efetuados para qualquer tipo de forma de pagamento, independente do segmento. Não existe nenhuma restrição com relação ao tipo de negócio e à forma de o cliente pagar. Anteriormente foram apenas exemplificados aquilo que é mais comum em cada tipo de atividade. Observe que o fator cadastro tem uma relação muito forte com a negociação de vendas parceladas. Para as vendas à vista (dinheiro, cartão de débito ou cartão de crédito), não existe muito essa preocupação em avaliar a capacidade de pagamento do cliente. Neste caso, o cadastro ficaria mais como um agrupamento de informações gerais do cliente, e não necessariamente da sua capacidade de pagamento, tanto que o risco de inadimplência passa para a administradora do cartão de crédito. O risco de inadimplência é uma das coisas que mais preocupa o fluxo de caixa. Muitas vezes o gestor financeiro elabora cuidadosamente seu fluxo de caixa, deixando equilibrado, na previsão, os recebimentos com os pagamentos. No momento da realização, alguns valores a receber não se confirmam, e a empresa passa a ter enormes dificuldades para gerir o saldo de caixa. É importante salientar que o problema não é no fluxo de caixa, e sim a venda que foi mal feita ou a cobrança foi ineficiente. Dica de leitura Quatro dicas para negociar com fornecedores: <http://exame.abril.com.br/pme/4-dicas-para-negociar-com-fornecedores/>. 19 Sete dicas para negociar melhor com clientes de sua empresa: <http://exame.abril.com.br/pme/7-dicas-para-negociar-melhor-com-clientes-da-sua- empresa/>. TROCANDO IDEIAS No início desta aula destacamos que é de grande importância uma empresa gerar caixa, ou seja, que disponha de produtos e/ou serviços com demanda de mercado. Após essa possibilidade confirmada, é necessário que essa empresa trabalhe muito para gerenciar adequadamente a sincronia entre os pagamentos e os recebimentos. Nesta atividade de Fórum, você deverá elaborar uma breve opinião sobre as negociações com os fornecedores e com os clientes, principalmente no fator prazo. O que precisa ocorrer para que o caixa da empresa não desequilibre e não tenha que recorrer a recursos bancários de curto prazo e juros altos? NA PRÁTICA Vamos agora para uma atividade de característica mais prática. Você deverá elaborar uma leitura de um exemplo de fluxo de caixa. Nessa atividade estão envolvidas as negociações com clientes e fornecedores para a viabilização de um evento (objeto de estudo de caso). São destacadas as entradas e saídas de caixa e a descrição de diversas contas a pagar e contas a receber. Essa atividade prática deverá ser acessada em uma publicação disponível na biblioteca digital. Você deverá efetuar a leitura do exemplo da empresa Delta. Este estudo encontra-se entre as páginas 38 e 48 do livro eletrônico indicado a seguir: SELEME, L. D. B. Finanças sem complicação [livro eletrônico]. Curitiba: Intersaberes, 2012. Série Gestão Financeira. FINALIZANDO Estamos chegando ao final da segunda aula. Tivemos a oportunidade de conhecer profundamente uma das principais ferramentas financeiras, que é o fluxo de caixa. 20 O gestor financeiro precisa ter em mente que “cedo ou tarde” tudo passará pelo caixa. Toda a movimentação de pagamentos e recebimentos,que são consequência de decisões tomadas anteriormente, repercutirá positiva ou negativamente nos resultados da empresa. Nesta aula, além de conhecermos a importância de gerar e controlar caixa, foi possível compreender também que uma empresa nunca está sozinha na negociação dos recebimentos e pagamentos. É fundamental que seja alinhado com as práticas e políticas de mercado, compreendendo as particularidades dos fornecedores e dos clientes. Tivemos também a oportunidade de realizar os primeiros cálculos, em um exemplo proposto no decorrer da aula (tema 4), e de identificar as particularidade do estudo de caso da empresa Delta (seção “Na prática”). Esperamos que você tenha compreendido por meio do texto, dos vídeos e dos exemplos a importância dessa ferramenta para a boa gestão financeira dos negócios. 21 REFERÊNCIAS GUIDANI, A. A.; GUIDANI, R. A.; CRUZ, J. A. W.; MARTINS, T. S. Planejamento estratégico orçamentário. Curitiba: Intersaberes, 2012. LUZ, A. E. Introdução financeira e orçamentária. Curitiba: Intersaberes, 2015. PERIARD, G. Blog sobreadministração.com. Disponível em: <http://www.sobreadministracao.com/o-que-e-e-como-funciona-a-matriz-bcg//>. Acesso em: 30 ago. 2017. PIVETTA, G. A utilização do fluxo de caixa nas empresas: um modelo para a pequena empresa. Revista Eletrônica de Contabilidade. Volume I. 2005. REINERT, N.; BERTOLINI, G. R. F. A necessidade de organização dos controles financeiros para uma melhor gestão de empresas de pequeno porte. Disponível em: <http://www.unioeste.br/campi/cascavel/ccsa/VISeminario/Artigos%20apresent ados%20em%20Comunica%E7%F5es/ART%2011%20- %20%20A%20Necessidade%20de%20Organiza%E7%E3o%20dos%20Control es%20Financeiros.pdf>. Acesso em: 30 ago. 2017. SÁ, C. A. Liquidez e fluxo de caixa: um estudo teórico sobre alguns elementos que atuam no processo de formação do caixa e na determinação do nível de liquidez de empresas privadas não financeiras. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/306/1716.pdf?seq uence=1>. Acesso em: 30 ago. 2017. SALANEK FILHO, P. Gestão financeira para eventos. Disponível em: <http://documentslide.com/documents/gestao-financeira-para-eventos.html>. Acesso em: 30 ago. 2017. SEBRAE. Não basta vender, é preciso planejar e monitorar as atividades. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/nao- basta-vender-e-preciso-planejar-e-monitorar-as- atividades,84bc438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD>. Acesso em: 30 ago. 2017. SELEME, L. D. B. Finanças sem complicação [livro eletrônico]. Curitiba: Intersaberes, 2012. Série Gestão Financeira. SMITH, T. Accounting for Growth. Exame, maio 1994.
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