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Toxoplasmose: Zoonose Grave

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Toxoplasmose (Toxoplasma gondii)
A forma mais grave aparece em crianças recém-nascidas (encefalite, icterícia, urticária, hepatomegalia, hidrocefalia, microcefalia, com altas taxas de morbidade e mortalidade) e quadro grave em pessoas com imunidade comprometida. É uma Zoonose e a infecção é comum em mamíferos e aves. 
1. Morfologia e Habitat
Encontrado em vários tecidos e células (exceto hemácias), e líquidos orgânicos. Apresenta morfologia múltipla e suas formas infectantes são: taquizoítos, bradizoítos e esporozoítos. As três tem organelas que constituem o complexo apical: conóide, anel polar, microtúbulos, roptrias, micronemas e grânulos. 
Invasão
Requer motilidade e liberação de ptns e lipídeos das organelas. A parte apical se adere à membrana do hospedeiro, secreta ptns e vai formando o vacúolo parasitóforo. A célula vai se juntando a membrana do parasito e a membrana do vacúolo, formada pela membrana celular do hospedeiro, é permeável a moléculas pequenas. O parasito modifica o vacúolo para torná-lo metabolicamente ativo para o crescimento. 
Taquizoítos
Forma da fase aguda, proliferativa, livre ou trofozoíto. Tem forma de arco, meia-lua, com uma ponta mais afinada e outra arredondada. Núcleo central. Forma móvel, de multiplicação rápida (endodiogenia) dentro do vacúolo. São pouco resistentes à ação do suco gástrico. 
Bradizoítos
Forma encontrada nos vários tecidos (muscular, nervoso, retina) durante a fase crônica. Estão dentro do vacúolo, cuja membrana forma a cápsula do cisto. Multiplicam-se lentamente (endodiogenia ou endopoligenia). A parede isola da ação imunológica e o tamanho do cisto depende da célula e da quantidade de bradizoítos. São mais resistentes às enzimas e algumas cepas podem ser encontradas na fase aguda. 
Oocistos
Forma de resistência. Parede dupla, produzido nas células intestinais de felídeos não-imunes e eliminados imaturos junto às fezes. São esféricos e após esporulação no meio contém 2 esporocistos, cada um com 4 esporozoítos.
2. Ciclo Biológico
- Fase assexuada: nos linfonodos e tecidos de hospedeiros
- Fase sexuada ou coccidiana: epitélio intestinal de gatos jovens (ou felídeos) não-imunes. 
Ciclo heteroxeno:
- Gatos – hospedeiros completos = realizam a sexuada e a assexuada
- Homem e outros mamíferos – hospedeiros incompletos ou intermediários = ciclo sexuado
Fase Assexuada:
Hospedeiro ingere oocistos maduros (com esporozoítos) de água ou alimentos contaminados / cistos com bradizoítos (carne crua) /taquizoítos (leite) – só evoluem as que entram na mucosa oral ou são inaladas. 
Cada esporozoíto, bradizoíto ou taquizoíto passa pelo epitélio ( sofre intensa multiplicação intracelular como taquizoítos ( invade outras células ( vacúolos parasitóforos ( divisões por endodiogenia ( novos taquizoítos ( rompe a célula ( invade outras (pelo sangue ou linfa com taquizoítos livres) = Fase inicial (Aguda)
Com o aparecimento da resposta imune: desaparecem no sangue, diminuindo o parasitismo. 
Podem evoluir para a formação de cistos – fase crônica – podendo permanecer ou haver reagudização. 
endodiogenia – duas células filhas são formadas dentro da célula-mãe
endopoligenia – processo igual, só que mais rápido, mais formação de taquizoítos. 
Fase Sexuada ou Coccidiana:
Ocorre nas células epiteliais do intestino de gato ou outros felídeos jovens. Ocorre a fase assexuada (merogonia) e a sexuada (gametogonia). Ingere oocistos, cistos ou taquizoítos – esporozoítos, bradizoítos ou taquizoítos penetram nas células, sofrem endodiogenia e merogonia (esquizogonia) ( merozoítos (merozoítos dentro do vacúolo = meronte ou esquizonte maduro) ( rompe célula ( penetra em novas células ( forma gametófitos ou gamontes ( maturação ( gametas maculinos móveis (microgametas com 2 flagelos) e gametas femininos imóveis (macrogametas), permanecendo dentro da célula ( o microgameta sai da célula e fecunda o macro ( ovo ou zigoto ( evolui formando parede externa dupla ( oocisto ( célula rompe e libera oocisto imaturo ( fezes ( maturação no meio (esporogonia) formando 2 esporocistos, cada com 4 esporozoítos. Mantém-se infectante por 12 a 18 meses, em condições favoráveis. 
Transmissão
ingestão de oocistos presentes em alimentos ou água contaminadas, ou disseminados por moscas e baratas
ingestão de cistos em carne crua ou mal cozida (morrem abaixo de 12º e acima de 67º)
congênita ou placentária – transplacentária (adquire forma aguda na gravidez – taquizoítos) e por rompimento de cistos no endométrio (fase crônica, - reagudização - liberam bradizoítos). 
ingestão de taquizoítos em leite contaminado ou saliva, acidente de laboratório, transmissão por transplante de órgãos infectados, etc. 
Patogenia
Toxoplasmose congênita ou pré-natal
Mãe na fase aguda ou reagudização durante a gravidez. Conseqüências dependem do grau de exposição, virulência, anticorpos maternos:
- 1º trimestre – aborto
- 2º trimestre – aborto ou nascimento prematuro ( criança normal ou com anomalia grave
- 3º trimestre – normal ou apresentar evidências depois de um tempo ( hepatoesplenomegalia, edema, miocardite, anemia, lesões oculares (taquizoítos atingem coróide e retina), estrabismo, catarata, etc. Se houver encistamento pelo sistema imune, não há alterações. 
“Síndrome ou tétrade de Sabin” – calcificação cerebral, perturbações neurológicas, alteração volume do crânio. 
Toxoplasmose pós-natal
Pode ter casos benignos ou assintomáticos (maioria) até a morte. 
Ganglionar ou febril aguda – comprometimento ganglionar, com febre alta – curso crônico
Ocular – retinocoroidite por taquizoítos ou bradizoítos na retina. Em pacientes com AIDS, pode aparecer necrose da retina, inflamação, muitos parasitos, hiperpigmentação ( cegueira parcial ou cura por cicatrização – taquizoítos livres ou nos macrófagos. 
Cutânea ou Exantemática – forma lesões generalizadas na pele, rara e evolução rápida e fatal
Cerebroespinhal ou meningoencefálica – pouco freqüente em imunocompetentes. Com o surgimento da AIDS há reativação de formas císticas, que atacam as células nervosas ( lesões múltiplas no hemisfério cerebral, gânglio basal ou cerebelo. ( Cefaléia, febre, hemiparesia, perda da coordenação muscular, confusão mental, convulsões e letargia, até a morte. 
Generalizada – rara, evolução mortal, com resposta imune normal. Em imunodepressivos há comprometimento sistêmico – meningoencefálico, miocárdio, pulmonar, ocular, digestivo, etc. 
Diagnóstico
Clínico
Difícil já que casos agudos evoluem para a morte ou para cronicidade, pode assemelhar a outras doenças.
Laboratorial
Demonstração do parasito – em geral na fase aguda, em líquido amniótico, sangue, etc. Forma encontrada é o taquizoíto, e faz-se um esfregaço. Na crônica, acham-se cistos com bradizoítos. Raramente usado, pode ter dificuldade para diferenciar com outros parasitos formadores de cisto. 
Testes sorológicos ou imunológicos:
- Teste do corante ou reação de Sabin Feldman (RSF) – fase aguda ou crônica, sensível, detecta anticorpos no soro. Difícil de manter o toxoplasma vivo, leva tempo. Não cruza com outras doenças
* RIFI – um dos melhores, fase aguda ou crônica, esfregaços como antígenos. 
- Hemaglutinação direta (HA) – alta sensibilidade e simplicidade, pode não detectar a congênita. 
* ELISA – maior sensibilidade, mas pode apresentar falsos-positivos. Detecta anticorpos com antígenos recombinantes – fase aguda
- Imunoblot – eletroforese de antígenos, separação de ptns que será colocado em contato com o soro. 
Toxoplasmose congênita – só o IgG atravessa a placenta, deve-se pesquisa-lo em recém nascidos
Toxoplasmose no adulto – testes sorológicos de 2 a 3 semanas de intervalo. Deve-se usar dois métodos, RIFI, ELISA ou HA. 
Toxoplasmose ocular – não é mais só o clínico e lesões na retina. Tem vários métodos (RIFI, HA)
Toxoplasmose em imunodeficientes – testes sorológicos anti-IgG no início da AIDS. 
Epidemiologia
Gatos domésticos e selvagens sãoos únicos que permitem a realização do ciclo sexuado. Além disso, o carnivorismo e a disseminação de oocistos na água, alimentos por insetos (moscas e baratas) interferem na distribuição da doença. Aparece em quase todos os países e, em grande partes, em mulheres. Praticamente todos os mamíferos e aves são suscetíveis. 
Profilaxia
Não se alimentar de carne crua ou leite cru;
Controlar a população de gatos de rua;
Animais dentro de casa e alimenta-los com ração de boa qualidade e carne cozida ou seca;
Incinerar fezes dos gatos;
Proteger caixas de areia, evitar que eles defequem lá;
Exame pré-natal de toxoplasmose em todas as gestantes;
Tratamento para grávidas em fase aguda;
Desenvolvimento de vacinas.

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