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CULICIDAE CULICIDAE Introdução A distribuição dos insetos da família Culicidae, é mundial.Estão presentes em diversos “habitats” florestais, rurais e urbanos. Freqüentam domicílios humanos e anexos dos animais domésticos. Interferem no trabalho, incomodam em áreas de lazer pelas insistentes picadas hematofágicas somente das fêmeas, as quais podem veicular diversos patógenos. Culicidae • A veiculação de agentes morbígenos por insetos da família Culicidae, está estreitamente associada às precárias condições de vida da população. Estes insetos hematófagos desempenham importante papel na medicina, pois disseminam entre os homens e os animais, agentes etiológicos de várias enfermidades, como protozooses (malária), viroses (febre amarela, febre dengue, encefalite) e helmintoses (filarioses). CULICIDAE Taxonomia Filo: Arthropoda - o corpo é revestido de exoesqueleto esclerotizado, Classe: Insecta - é segmentado e apresenta delimitados a cabeça, tórax e abdome. Ordem: Diptera Taxonomia Subordem: Nematocera As dimensões destes insetos são variáveis. Enquanto algumas espécies apresentam porte pequeno, em torno de 2 mm de comprimento, outras variam de 5 a 19 mm. Cabeça globosa e ocupada em grande parte pelos olhos compostos. A frente dos olhos implantam-se antenas longas com 15 a 16 segmentos, dotados de longos pêlos. Nos machos esses pêlos, bastantes numerosos, conferem aspecto plumoso as antenas e nas fêmeas são mais escassos, apresentam aspecto piloso. As asas estão implantadas no mesotórarx e apresentam veias alares com nomenclatura própria. Ao longo das veias encontram-se escamas claras ou escuras, entremeadas, características estas que auxiliam para identificar os gêneros. • Família: Culicidae Das 3.500 espécies conhecidas, apenas algumas dos gêneros Anopheles, Culex, Aëdes, Haemagogus e poucas mais, são de interesse médico. Os membros da família Culicidae são identificados porque, além das características de dípteros nematóceros, apresentam: - escamas ao longo das veias das asas; - franja de escamas bem evidentes, na margem posterior das asas; - pernas longas e finas; - probóscida longa. Os Culicidae classificam-se em 3 subfamílias: Anophelinae * Culicinae* Toxorhynchitinae • * Possuem probóscida longa e reta e suas peças bucais são para picar (picador- sugador ou pungitivo) e sugar. • Somente Anophelinae e Culicinae encerram espécies envolvidas com a medicina. - Toxorhynchitinae • Os mosquitos toxorrinquitíneos não são hematófagos, alimentam-se com néctar das flores e outros sucos vegetais. Portanto, do ponto de vista médico são destituídos de qualquer interesse. As larvas são vorazes devoradoras de larvas de outros mosquitos que vivem no ambiente. • Têm a probóscida longa e recurvada para trás, em forma de gancho. São mosquitos de belas cores metálicas, mas sem importância médica. Diferenças entre Anophelinae e Culicinae Subfamília Anophelinae Subfamília Culicinae Subfamília: Anophelinae Possui três gêneros Gênero: Anopheles - distribuição cosmopolita, embora ausente em algumas regiões do Oceano Pacífico. Nas Américas, as espécies importantes por transmitirem malária, são: Anopheles darling, Anopheles albimanus, Anopheles aquasalis Anopheles pseudopunctipennis. Outras dez estão em áreas limitadas de diversos países. No Brasil, o principal vetor de malária é A. darlingi, seguido, em áreas litorâneas, por A. aquasalis. Gênero: Chagasia São culicídeos silvestres e se concentram ao nível das copas das árvores. Até ao momento nenhuma das suas espécies evidenciou interesse sanitário. Gênero: Bironella É de ocorrência exclusiva na Nova Guiné e na Austrália, nenhuma de suas espécies tem importância sanitária. Os transmissores de malmalááriaria As espécies transmissoras primárias da malária são as que apresentam as características seguintes: 1. Preferem picar os humanos a outros animais. 2. Picam freqüentemente dentro das casas, à noite, onde se encontram normalmente as pessoas. 3. Apresentam, aí, uma alta densidade populacional. Os transmissores de malmalááriaria 4. As populações de anofelinos devem compreender indivíduos suficientemente longevos para que se complete, no seu organismo, o ciclo dos plasmódios até a fase de esporozoítas. O que requer 8 a 12 dias para Plasmodium vivax ou para Plasmodium falciparum. No caso de P. malariae, o ciclo dura 18 a 24 dias. 5. É necessário, também, que os anofelinos sejam suscetíveis aos plasmódios humanos. • Do gênero Anopheles, fazem parte 5 Subgêneros no Brasil. • Subgêneros: Anopheles (Anopheles) Anopheles (Kerteszia) Anopheles (Nyssorhynchus) Anopheles (Laphopodomyia) Anopheles (Stethomyia) CULICIDAE Taxonomia Subgêneros: Anopheles (Anopheles) Anopheles (Kerteszia) São mosquitos silvestres e procriam na água acumulada de bromélias, taquara e bambu. Água limpa, com pouca matéria orgânica. Anopheles aquasalis Anopheles darlingi Culex Subfamília: Culicinae Constitui a maior subfamília de mosquitos, com 10 tribos, 34 gêneros, 134 subgêneros e cerca de 3.434 espécies dispersas pelo mundo, compõem esta subfamília. Por englobar tão vasto contingente de representantes, torna-se difícil generalizar suas características morfológicas e biológicas. Inclui muitas espécies de importância médica. Gênero: Aëdes, Culex, Haemagogus, Mansonia, Sabethes, Psorophora e Caquillettidia. As espécies destes gêneros, dispersam-se pela América Central e do Sul. Outras espécies fazem parte da mesma subfamília Culicinae, porém de menor importância. Esses sete gêneros acima especificados, apresentam o maior número de vetores de diversos organismos patogênicos que afetam o homem e os animais domésticos. Os mosquitos culicíneos. Os Culicinae constituem a principal subfamília de mosquitos, com 27 gêneros. São conhecidos, em geral, como culicíneos. Eles estão envolvidos na transmissão da filaríase linfática (Culex quinquefasciatus), da febre amarela urbana (Aëdes aegypti) e silvestre (Haemagogus spegazinii, Hae- magogus leucocelaenus, A. scapularis, Sabethes chloropterus e outros), assim como da transmissão do dengue, etc. Alguns caracteres que permitem distingui- los rapidamente dos anofelinos são: - Ovos aglutinados e formando jangadas com centenas deles; ou isolados, mas sem flutuadores; - larvas aquáticas que apresentam sifão respiratório e permanecem obliquamente em relação à superfície para respirar; - os adultos pousam com o abdome orientado paralelamente ao suporte e formando ângulo com a cabeça e a tromba. Culex quinquefasciatus É o mosquito das casas, outrora dito Culex fatigans. Inseto cor de palha, com mesonoto pardo escuro e cerdas curvas amarelas. Nos segmentos abdominais há faixas amarelas. Os tarsos são escuros. Habita as regiões tropicais e subtropicais do mundo, tendo hábitos domésticos e antropófilos. Os machos e as fêmeas buscam o domicílio humano como local de abrigo habitual. Sua capacidade de vôo é grande e as fêmeas são ecléticas quanto a lugares para desovar, inclusive em latas e pneus com água da chuva, em fossas e esgotos a céu aberto. As águas onde se criam têm, em geral, alta concentração de matéria orgânica. • Aëdes aegypti • De origem africana, levado para as Américas logo depois do descobrimento. Aqui é um mosquito urbano e doméstico, estreitamente associado ao hábitat humano e acompanha o homem em seus deslocamentos. Tem hábitos diurnos e preferem sugar o homem. • * O mosquitos podem ser facilmente levados através de aviões , carros, navios, etc. • Aëdes aegypti é o principal transmissor dafebre amarela urbana e do dengue. Culex Ambos os sexos de Culex procuram abrigo nas casas, escondendo-se de dia atrás de móveis ou em outros lugares discretos. As fêmeas picam à noite. As provas com precipitinas mostram que o sangue encontrado no estômago é de origem humana, em 90% ou mais dos casos. Em zonas de filaríase, a densidade de Culex nas casas é muito alta (300-500 por casa, em certos meses do ano). Aëdes aegypti O gênero Aëdes compõe-se de mais de 500 espécies, distribuídas entre o Equador e as regiões polares. Muitas espécies são florestais e se criam na água dos verticilos das bromélias; outras em ocos de árvores, poças d’água, etc. Aëdes aegypti é de origem africana, os colonizadores trouxeram para cá e se tornou inseto urbano e estreitamente associado ao hábitat humano. Ele tem acompanhado os homens em suas migrações. Por isso, tem sido reintroduzido em áreas de onde havia sido antes eliminado. Aëdes aegypti Apresenta-se como um mosquito rajado, de colorido geral escuro, com manchas brancas pelo corpo. Sua identificação é facilitada pela presença, no escudo, de escamas prateadas cujo desenho lembra uma lira. Escamas brancas são encontradas no clípeo, no occipício, nos segmentos abdominais e nas pernas, que apresentam vários aneis brancos. Após 1 a 3 dias de nascidos, os adultos copulam e as fêmeas buscam sua primeira refeição sanguínea. Picam de dia, mas sobretudo em horas crepusculares. Elas desovam na água limpa que se acumula em tanques, barris, potes, latas, vasos de flores, pias, calhas, caixas d’água, nos telhados, etc. Fêmea de Aëdes aegypti com um desenho em forma de lira no mesonoto. Aëdes aegypti Os ovos de Aëdes aegypti são depositados em grande número (10 a 100 de cada vez) logo acima do nível da água, de modo que só fiquem submersos depois das chuvas, mas podem resistir muito tempo no seco. As desovas são dispersadas em vários recipientes e se repetem com 4-5 dias de intervalo. Uma fêmea põe 300 a 700 ovos. O embrionamento faz-se em 72 horas (entre 25oC e 30oC) e o desenvolvimento larvário e pupal, em condições favoráveis, tarda ao menos uma semana. O ciclo de ovo a ovo é de 11 a 18 dias, se a temperatura estiver em torno de 28oC. A fêmea vive cerca de 2 meses, alimentando-se de sangue 12 vezes ou mais. No Brasil, A. aegypti foi o único vetor da febre amarela urbana; hoje ele é quem transmite o dengue, transovariana, de um inseto a outro. • Haemagogus spegazzinii • Encontrado sobretudo nas “copas das florestas”, podendo ser capturados junto ao solo, especialmente em clareiras, derrubadas, estradas e margens de rios que correm entre arvoredos. As fêmeas picam durante o dia. Ele tem grande raio de vôo, pois insetos marcados já foram encontrados a 10 km do ponto de origem. As desovas são feitas em ocos de árvores, entrenós de bambu etc., onde se colete água. As fêmeas picam de dia. Ele e o Haemagogus janthinomys são importantes na transmissão da febre amarela silvestre entre macacos (sagui, bugio, mico), de forma cíclica. Entretanto, as migrações de macacos e sua invasão de hortas e culturas rurais, podem estabelecer um vínculo entre a febre amarela silvestre e a urbana, se o homem for novamente envolvido. Haemagogus spegazzinii Haemagogus spegazzinii, vetor de febre amarela silvestre Outras espécies de culicíneos São também transmissores importantes da febre amarela silvestre, entre os macacos referidos, os seguintes: Haemagogus leucocelaenus- cuja biologia e comportamento são semelhantes aos de H. spegazzinii. Apresenta ampla distribuição geográfica, nas Américas, prevalecendo no sul do Brasil. Aëdes escapularis - é um mosquito neotropical e comum nas matas secundárias, assim como em plantações e ambientes modificados pelo homem; bem como em coleções temporárias de água no solo, alagados e valas de drenagem etc. Muito abundante depois das chuvas, ataca animais e o homem o dia todo, mas sobretudo ao crepúsculo. Transmite arboviroses e a filária do cão (Dirofilaria immitis), que pode infetar os humanos. Haemagogus leucocelaenus Aedes CULICIDAE BIOLOGIA • São insetos holometabólicos, os quais passam por quatro estádios distintos: ovo, larva (quatro instares ), pupa e adulto. As fases de ovo, larva e pupa desenvolvem-se em águas doces com suave correnteza. Entretanto, algumas espécies na África, América Central e do Sul, ovipõem em águas salinas. A maioria das espécies possui criadouros em águas continentais das mais variadas qualidades e volumes permanentes ou temporárias. O acasalamento entre os culicídeos pode ocorrer isoladamente ou em conjunto, entre muitos casais em áreas físicas mais extensas, com formação de enxames. Normalmente as fêmeas fecundadas têm necessidade do alimento sangüíneo para maturação dos ovos; também encontram os alimentos em néctares vegetais. É sabido que só as fêmeas sugam sangue, o qual fornece as proteínas indispensáveis para a maturação dos ovos. CULICIDAE BIOLOGIA • Sem um prévio repasto sangüíneo as posturas são reduzidas e os ovos não vingam. Todavia, algumas espécies fazem a ovipostura sem alimentação sangüínea. Sugam sangue, mas dele não carecem para necessidade de sua ovipostura. Este fenômeno é denominado autogenia. Fenômeno oposto, onde os mosquitos necessitam de sangue para realizar a maturação dos ovos e subseqüente ovipostura, chama-se anautogenia. A maioria dos mosquitos é anautogênica. Os machos alimentam- se de substâncias açucaradas. Os açúcares fornecem aos mosquitos energia necessária para o vôo, a dispersão e as demais necessidades fisiológicas e biológicas. CULICIDAE BIOLOGIA • Assim que os anofelinos abandonam os criadouros em horas crepusculares, costumam formar enxames. Dezenas de machos participam ao mesmo tempo da dança nupcial. O enxame pode durar de 10 a 15 minutos (em função da intensidade luminosa). • As fêmeas buscam para fazer desova, diferentes tipos de coleção de água segundo as preferências de cada espécie. Algumas buscam depósito de água no chão (A. aquasalis), outras buscam grandes extensões de água doce ensolarada (A. darling), ou sombreadas (A. funestus), ou pequeno volume de água (A. cruzi). • Biologia • As fêmeas colocam os ovos na superfície da água. Aglomerados em forma de jangada ou isolados sem grudar uns aos outros, pois apresentam flutuadores laterais, essas expansões contêm ar e faz com que os ovos apresentem a forma navicular (Anophelinae). • O número de ovos por fêmea é regido por fatores endógenos de cada espécie. A oviposição sempre ocorre em meio líquido, pois as larvas só se desenvolvem na água. Em geral os números extremos flutuam entre 10 a 200 ovos, por fêmea. O embrionamento do ovo ocorre no exterior, depende do contato com a água e varia com a temperatura. Geralmente o embrionamento leva de 2 a 3 dias, algumas espécies chegam a 6 dias. Os ovos depositados na superfície da água ou fora, passam um tempo no meio ambiente para que ocorra a embriogênese e a formação de larvas, as quais eclodem dentro da água, iniciando o crescimento que faz passar por 4 instares, marcado pela ocorrência de mudas. Na quarta ecdise ela se transforma em pupa. O tempo de crescimento larval e as sucessivas mudas estão condicionados as condições dos criadouros em que deve haver bom suprimento alimentar, ausência de predadores e condições climáticas adequadas, como precipitações pluviométricas e temperaturas elevadas. As temperaturas baixas retardam o crescimento. • Numerosos fatores de ordem endógena e exógena têm grande influência no período de desenvolvimento embrionário dos ovos em diferentes espécies de mosquitos. Fatores ambientais como, temperatura,luminosidade e nutrição, são importantes no desenvolvimento das formas imaturas. A temperatura elevada é um dos requisitos ambientais que favorecem, acelerando a evolução. As temperaturas baixas, ao contrário, prolongam o desenvolvimento larval. Em média, o período de embrionamento ocorre entre 2 a 4 dias após a ovipostura. • A fase larval é de 8 a 12 dias em condições normais. Sua alimentação, basicamente, é composta de microrganismos aquáticos . • A larva apresenta tufos palmados no tórax e abdome, é revestida por material céreo (impermeabiliza e contribui para manter o corpo aderido a superfície líquida), onde ela costuma permanecer por longo período para se alimentar e respirar. No 9 0 segmento estão a abertura anal cercada de tufos de cerdas e os folíolos respiratórios (quatro expansões que funcionam como brânquias traqueais e permitem as larvas respirarem no fundo da água). • Algumas espécies são mais exigentes quanto ao grau de salinidade, outras quanto a concentração de matéria orgânica, etc. • As larvas de culicídeos que atacam ativamente outros organismos vivos são consideradas predadoras, como as do gênero Culex. CULICIDAE BIOLOGIA • As pupas, apesar de muito móveis e muito ativas em seu meio, não se alimentam. Nesta fase é que ocorrem profundas modificações tissulares, quando se formam as diferentes estruturas dos adultos. A duração da fase pupal varia muito em função da temperatura, oscilando entre 2 a 10 dias. O inseto adulto, completamente formado, mas com a cutícula ainda mole, sai do envoltório que constituia a pele da pupa através de uma fenda em forma de T que se abre na região dorsal. Pousado sobre a pele antiga na superfície da água, aguarda alguns minutos ou algumas horas, até que “fenômenos oxidativos” produzam endurecimento da nova cutícula e o vôo se torne possível. O período de emergência dos adultos é crítico para a vida da espécie, pois muitas circunstâncias, como chuvas intensas, fortes ventos, ondas, predadores, podem destruir os insetos nessa ocasião. • Os mosquitos adultos após sua eclosão e depois de endurecido seu revestimento quitinoso, voam em busca de algum abrigo sombrio com certo grau de umidade e onde não haja muito vento (buracos em troncos de árvores, grutas, embaixo de pontes, canos de esgotos, barracões, etc.). • Muitos mosquitos procuram suas vítimas para sugar o sangue durante as horas crepusculares, outros somente a noite, havendo os que fazem em qualquer hora do dia ou da noite. A capacidade de voar de certos mosquitos é muito grande e existem mosquitos que freqüentam assiduamente o interior de habitações humanas. • Perto de seus criadores, os culicídeos formam enxames de muitos indivíduos e em certas áreas torna-se difícil a permanência de qualquer animal e do homem. Há uma categoria de culicídeos cujos hábitos são silvestres, encontrados no interior de grutas, na copa das árvores e em abrigos de animais; estes mosquitos só picam o homem no interior das florestas ou das residências quando situadas nas proximidades das matas. Anopheles darlingi cruzi (Larva) Anopheles darlingi cruzi Culex pipiens - Antena do macho Ciclo biológico • O hematofagismo é precedido por inoculação de saliva com substâncias, que após o abandono do hospedeiro, desencadeiam reações alérgicas, muitas das vezes intensas • Durante o hematofagismo as fêmeas atuam como veiculadoras de bioagentes de várias enfermidades do homem e dos animais, como: • 1) Malária • - Plasmodium sp. Somente as fêmeas hematófagas do gênero Anopheles, participam da dinâmica da transmissão das quatro espécies de Plasmodium. Apesar do conhecimento sobre as medidas de controle de vetores e a existência do arsenal de medicamentos modernos eficientes, a malária humana continua sendo um problema de saúde pública em extensas áreas do mundo. CULICIDAE Importância • Esta protozoose tem sido um fator limitante do desenvolvimento econômico, cultural e demográfico em várias áreas do mundo, como em países em desenvolvimento da Ásia, África e Américas. Cerca de um terço da população mundial ainda vive em áreas endêmicas. • 2) Filárias • Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e B. timori. • Esses helmintos são heteroxenos, tendo os vertebrados como hospedeiros definitivos e os invertebrados, os culicídeos, como vetores biológicos, nos quais ocorre a evolução completa das larvas infectantes. Esta filariose predomina em áreas urbanas e suburbanas em países tropicais das Américas Central e do Sul, da África e da Ásia. Na América do Sul o principal vetor da filaríase linfática é Culex quinquefasciatus (C. fatigans), mas outras espécies de culicídeos estão envolvidas: Aedes scapularis, Anopheles darlingi, A aquasalis e A bellator. CULICIDAE Importância • A filária não linfática, Dirofilaria immitis, que acomete especialmente os cães, mas pode infectar gatos e ocasionalmente o homem, sendo a dirofilariose considerada uma zoonose. Os culicídeos vetores biológicos, são do gênero Aedes, Culex, Anopheles e Mansonia. • 3) Arbovírus - são vírus veiculados por artrópodes, isto é, por insetos e carrapatos hematófagos. Os arbovírus se multiplicam nos tecidos desses artrópodes e depois se acumulam nas glândulas salivares. Uma vez infectados, os artrópodes permanecem assim por toda sua existência. São inúmeros os arbovírus veiculados pelos mosquitos, entre as mais conhecidas estão a febre amarela, o dengue e as encefalites. Importância • Nas Américas , o ciclo de manutenção silvestre da febre amarela (Flavivirus) é feito entre macacos e diferentes espécies de mosquitos, principalmente do gênero Haemagogus (H. spegazzinii).Esses mosquitos são encontrados nas copas das árvores e os macacos que vivem nas copas das árvores, onde são picados por Haemagogus spegazzinii, assim como por Aëdes scapularis, Aëdes fluviatilis, entre outros, participam igualmente da transmissão. CULICIDAE Importância • As migrações dos macacos podem provocar deslocamento do foco enzoótico. Em alguns lugares , a invasão de plantações ou áreas rurais habitadas, estabelece o vínculo entre febre amarela silvestre e urbana. • O homem ao adentrar nas selvas, se infecta e de retorno ao convívio nas cidades, traz o vírus em seu organismo. Assim, o homem torna-se o elo de ligação entre os dois ciclos. Em área urbana, outro mosquito vetor, Aedes aegypti ao sugar sangue da pessoa infectada, será então responsável pela propagação do ciclo urbano. CULICIDAE Importância • Atualmente a dengue é a mais importante arbovirose do homem e constitui um grave problema em saúde pública em áreas urbanas, periurbanas e rurais de países de clima tropical e subtropical. O vírus é do gênero Flavivirus e o ciclo envolve -homem- Aedes aegypti- homem. No mosquito vetor, o vírus após multiplicação concentra-se nas glândulas salivares. A situação é alarmante, devido a rápida dispersão do Aedes aegypti. • As encefalites são enfermidades ocasionadas por arbovírus, podendo ocasionar graves seqüelas ou mesmo a morte. Epidemiologia • As condições de vida, habitação e situação econômica, implicam maior ou menor exposição aos riscos de infecção. Outros fatores humanos, como agricultura irrigada por processos primitivos ou por canais abertos, multiplicando os criadouros de mosquitos, sombreamento de cultura de cacau que propicia o crescimento de bromélias, invasão das florestas e degradação do meio ambiente pelos garimpeiros, ocorre igualmente para criar um meio favorável para os anofelinos. Epidemiologia • A relações entre abundância de chuvas e as doenças que possuem os mosquitos como vetores, são evidentes; fazendo-se sentir através da biologia dos insetos vetores,seja determinando um aumento pronunciado da densidade desses insetos na região e acelerando a transmissão até criar uma onda epidêmica, seja diminuindo a população de mosquitos de forma a diminuir a taxa de propagação das doenças e assim terminar a onda epidêmica ou mesmo interromper temporariamente a transmissão. • Essa influência varia consideravelmente de espécie para espécie de vetor, em função dos requisitos representados pelos ovos, larvas e pupas. Chuvas pesadas podem arrastá- las para lugares inadequados ou destruir os criadouros das espécies que se desenvolvem em pequenas coleções de água. Mas em geral, aumentam o número e a extensão dos biótopos favoráveis à multiplicação dos insetos, principalmente quando as precipitações são moderadas, intermitentes e alternadas com períodos de insolação. Epidemiologia • Um dos efeitos das chuvas, dos degelos e das inundações, é modificar a quantidade de água do subsolo, elevando o nível do lençol freático e favorecendo a perenidade dos criadouros. A elevação do lençol freático e produção de novos criadouros de mosquitos, pode ser conseqüência de construção de barragens para formação de lagos artificiais destinados aos mais diversos fins: abastecimento de água para as cidades, hidroelétricas, regulação de cursos dos rios e outros - são as conseqüêncais epidemiológicas das grandes obras hídráulicas. CULICIDAE Epidemiologia • Culex quinquefasciatus é o hospedeiro invertebrado e transmissor por excelência da W. bancrofti na Região Neotropical. É um mosquito bastante versátil em relação aos criadouros. Em muitas localidades a maioria dos focos de criação é representado por fossas das latrinas. • Em focos de alta endemicidade Wuchereria bancrofti pode ser transmitida por outras espécies, nas Américas eles são : Anopheles darlingi, Anopheles aquasalis, Aëdes scapulares, entre outros. Controle • A prevenção ou o controle de muitas doenças, tanto em escala regional quanto mundial, depende freqüetemente do controle de insetos vetores. O êxitos alcançados em muitos países contra a transmissão da malária, da oncocercose, entre outras, mostram que bons resultados podem ser alçandos, desde que disponha do recurso financeiro, do pessoal competente, do plano adequado de ação para cada condição epidemiológica. Controle Empregam-se basicamente, inseticidas dos grupos de: - organoclorados, como o DDT, o hexaclorociclo-hexano (HCH ou BHC), o dieldrin etc.; - organofosforados: malation, fenitrotion, diclorvos e outros; - carbamatos: carbaril, propoxur etc. - piretróides: deltametrina, permetrina, cipermetrina, ciflu- trina e lambdacialotrina. No Brasil, o DDT é ainda o mais utilizado, sendo barato, com elevado poder residual e moderadamente tóxico. Ele foi o mais eficiente instrumento de controle da ma- laria, poupando milhões de vidas. Controle Entretanto, não é biodegradável e se acumula no plancton, nos peixes, aves etc., de modo a produzir distúrbios ecológicos, quando utilizado maciça e indiscriminadamente. Como se fez outrora, na agricultura de todo mundo e, principalmente, dos países ricos. Isso não ocorre quando aplicado no interior de casas e anexos, pelos serviços de saúde, razão pela qual a OMS tem autorizado seu uso. • Inseticida de ação residual- aspersão intradomiciliar agindo no ponto crítico homem-mosquito, isto é, nos locais e nas horas em que a transmissão irá efetuar-se, intoxicando especificamente as fêmeas de anofelinos. As aplicações devem ter intervalos regulares. O efeito destruidor sobre as populações de insetos é tanto maior, quanto maior for a domesticidade da espécie (endofilia) e o tempo que as fêmeas permanecem repousando no interior das casas, pois apenas os mosquitos que penetram nas habitações e interiores anexos são intoxicados. Em verdade, os inseticidas operam 2 fenômenos: • A) Redução da densidade de mosquitos, em função da elevada mortalidade, principalmente de fêmeas e conseqüente diminuição da ovipostura. Esse resultado nem sempre se consegue, pois algumas fêmeas, por exemplo Anofenilos, são pouco domésticas, ou seja, são exófila. • B) Causam também, redução da longevidade das fêmeas que penetram nas habitações e picam o homem • Outros efeitos dos inseticidas: ação repelente sobre as espécies vetoras, reduzindo seu tempo de permanência dentro das casas e portanto a probabilidade contato- mosquito-homem. • Um grave obstáculo foi o aparecimento de resistência aos inseticidas, os mecanismos envolvidos nesse processo são vários e específicos. Resistência Ela foi registrada pela primeira vez nos EUA, em 1949 e estendeu-se pelo mundo, envolvendo várias espécies de insetos e de inseticidas. A resistência pode ser absoluta: todos os membros de uma espécie sendo igualmente resistentes a determinado inseticida. Mas pode ser adquirida em função da pressão seletiva da droga sobre a população de insetos, onde são eliminados os indivíduos suscetíveis e poupados os resistentes, nas áreas onde a droga foi usada. Controle Os insetos resistentes acabam por constituir toda a população presente de uma dada espécie. A resistência é fisiológica quando o metabolismo do inseto (uma característica genética) é que impede o efeito tóxico. Ela é comportamental, quando seleciona insetos que evitam o contato com a droga. Isso porque o inseticida exerce efeito repelente sobre a população restante; ou porque ele só deixa sobreviver uma população exófila, isto é, que não penetra no interior das casas, onde se encontra o inseticida. Para evitar o desenvolvimento de resistência, recomenda- se racionalizar o uso dos inseticidas. Uma modalidade é sua utilização rotativa. A mudança de droga leva a que, as características genéti- cas que fazem uma espécie de inseto ser sensível a dado inseticida, não desapareçam do “pool” genético da popula- ção. O mesmo se consegue se áreas vizinhas são tratadas com inseticidas diferentes. Pois a suscetibilidade aos inseticidas está sempre ligada a fatores genéticos dominantes, na ausência da pressão seletiva do inseticida. Controle Outra medida importante é a associação com outros procedimentos de controle. Assim é o emprego de meios físicos, como a telagem das casas e o uso de mosquiteiros e cortinas (inclusive os impregnados com inseticidas). Também vêm sendo empregados os hormônios juvenis e os inibidores da formação de quitina. Ensaiam-se os feromônios a fim de atrair os machos para as armadilhas ou para perturbar a reprodução. Estudam-se produtos vegetais com vários tipos de ação. Controle • Uso de larvicidas • Tende a produzir uma redução da densidade populacional da espécie. As medidas vizam suprimir os criadouros de mosquitos (aterros, drenagem de pântanos) ou na impossibilidade disso, destruir as formas larvárias na água. • O controle de larvas é mais eficiente onde as coleções de água são de pequenas dimensões, como nas áreas urbanas e nas zonas áridas e semi- áridas. • Métodos de controle biológico Controle biológico de vetores O controle biológico vem sendo praticado com Bacillus thuringiensis e B. sphaericus, produtores de uma endotoxina protéica que destrói o epitélio digestivo e mata as larvas que os ingerirem. Seu emprego tem sido feito com êxito, sobretudo para o controle das larvas dos simulídeos, transmissores da oncocercíase. Esses Bacillus agem também contra larvas de Aëdes, de Anopheles e de Culex. Peixes, como Gambusia affinis e outros, são úteis para reduzir a população larvária, desde que associados a outras medidas. Controle • Controle biológico • O uso de peixes larvófagos, • Bacilus que produzem proteínas tóxicas para as larvas de Culex. • Saneamento ambiental- rede de drenagem de águas pluviais e esgotos• Redução do contato homem mosquito - telagem de casas, mosquiteiros, etc. • Estudos epidemiológicos e amplos devem servir de base para o conhecimento da situação local. • Envolvimento dos serviços de saúde regionais e locais para que possam fazer o controle a longo prazo. CULICIDAE CULICIDAE Culicidae CULICIDAE Os transmissores de malária Os transmissores de malária CULICIDAE Anopheles aquasalis Anopheles darlingi Culex Os mosquitos culicíneos.� Culex quinquefasciatus Culex Aëdes aegypti Aëdes aegypti Haemagogus spegazzinii Outras espécies de culicíneos Haemagogus leucocelaenus� Aedes CULICIDAE�BIOLOGIA CULICIDAE�BIOLOGIA CULICIDAE�BIOLOGIA CULICIDAE�BIOLOGIA Anopheles darlingi cruzi (Larva) Anopheles darlingi cruzi Culex pipiens - Antena do macho Ciclo biológico CULICIDAE�Importância CULICIDAE�Importância Importância CULICIDAE�Importância CULICIDAE�Importância Epidemiologia Epidemiologia Epidemiologia CULICIDAE�Epidemiologia Controle Controle Controle Resistência Controle Controle Controle Controle biológico de vetores� Controle
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