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Teoria da Ação

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Teoria da ação 
 
1. Introdução 
Este trabalho trata de teorias e classificação da ação. Constitui-se uma enorme conquista para a ciência processual o 
reconhecimento da autonomia do direito de ação, que se desvincula do direito subjetivo material. 
O estudo das diversas teorias da ação em muito contribuiu para que hoje se tivesse um conceito da Ação. Veremos, aqui, a 
teoria civilista, a polêmica Windscheid- Muther, teoria do direito concreto à tutela, teoria da ação como direito potestativo, 
teoria da ação no sentido abstrato, teoria eclética da ação e apreciação de várias teorias. 
A ação provoca tutela jurisdicional do Estado a uma pretensão, e essa tutela se aproxime por uma providência jurisdicional. 
A tutela jurisdicional se manifesta por meio de decisão, ou por meio de atos de execução, por meio d medidas cautelares. 
Desta forma, as ações foram classificadas em três grupos: ações de conhecimento, ações executivas e ações cautelares. 
Essa classificação, geralmente feitas pelos processualistas contemporâneos e esposada pelo Código de Processo Civil. 
2. Teoria das ações 
2.1. Conceito da ação 
O art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, assegura que "a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito", garantindo o direito de ser pedida a tutela jurisdicional, como também afirmando que todo o cidadão 
tem o direito de pedir ao judiciário que obrigue o autor da lesão ou da ameaça a reparar o ato danoso que praticou. E nisto 
consiste o direito de ação. 
Aquele que afirma Ter sofrido lesão ou ameaça em ralação a um determinado interesse, juridicamente protegido entra em 
conflito com o autor daquela. Esse conflito não pode ser solucionado pelo exercício da autotutela. Existente a lide, cabe ao 
que sofreu a lesão pedir ao Estado que componha a situação litigiosa e também que seja imposta a sanctio iuris cabível, a 
fim de que o ato danoso fique preparado. 
"A constituição assegura a todo aquele que afirma Ter sofrido lesão ou ameaça em direito individual o direito de invocar a 
jurisdição, a instaurar processo e a pedir a tutela jurisdicional, direito esse a que se dá o nome de ação" ( MARQUES, 1997, 
p.221 ). 
A jurisdição é inerte e não pode ativar-se sem provocação, de modo que cabe ao titular da pretensão resistida invocar a 
função jurisdicional, a fim de que esta atue diante de um caso concreto. Assim, agindo o sujeito do interesse estará 
exercendo um direito, que é ação, para cuja satisfação o Estado deve dar a prestação jurisdicional. 
Ação, portanto, "é o direito ao exercício da atividade jurisdicional ( ou o poder de exigir esse exercício ). Mediante o 
exercício da ação, provoca-se a jurisdição, que, por sua vez, exerce-se através daquele complexo de atos que é o processo" 
( CINTRA, 1997, p. 249 ). 
2.2. Teoria Civilista 
Conforme a conceituação romana de Celso, a ação era o direito de pedir em juízo o que se é devido- nihil aliud est actio 
quan ius, quo sibi debeatur, in indicio persequendi. Séculos após sua formulação, reajustados os povos à cultura jurídica 
romana, voltaria esse conceito a ser matéria de preocupação. O conceito romano suscitava indagações sobre a natureza 
do ius actions, a que se entregaram os juristas dominados pela idéia de que a ação, como processo, eram simples capítulos 
do direito privado, ou mais, do direito civil. 
Assim sendo, formou-se a doutrina civilística, que encontrou seu maior fundamento em Savigny, abraçando a maioria dos 
juristas do século passado e a totalidade dos juristas brasileiros até o primeiro quartel deste. Para a doutrina, a ação era o 
próprio direito subjetivo material a reagir contra a ameaça ou violação. " a ação seria uma qualidade de todo o direito ou o 
próprio direito reagindo a uma violação. Este conceito reinou através da várias conceituações, as quais sempre resultaram 
em três consequências inevitáveis: não há ação sem direito; não há direito sem ação; a ação segue a natureza do direito" ( 
CINTRA, 1997, p. 250 ). 
 
2.3. Polêmica entre Windscheid e Muther 
Na Alemanha, estabeleceu-se, na metade do século passado, uma polêmica que se tornou famosa, entre Windscheid e 
Muther sobre a actio romana no seu desenvolvimento até a ação no direito contemporâneo. A polêmica teve a virtude de 
pôr em destaque e separados por conteúdos próprios, o direito e a ação. 
Muther, combatendo algumas idéias de Windscheid, distinguiu direito lesado e ação nitidamente. Segundo sua concepção, 
a ação consiste no direito à tutela do Estado, e que compete a quem seja ofendido em seu direito. 
" A ação é um direito contra o Estado para invocar sua tutela jurisdicional. É, pois, um direito público subjetivo, distinto do 
direito cuja tutela se pede, mas tendo por pressupostos este direito e sua violação" ( MOACYR, p.149 ). 
Desta forma, distinguia-se o direito subjetivo material, a ser tutelado, do direito de ação, que era direito subjetivo público. 
2.4.Teoria do Direito Concreto à Tutela 
Adolpho Wach, em 1885, um dos fundadores da processualística contemporânea, contribuiu com a demonstração de um 
dos caracteres do direito de ação: o da sua autonomia. A ação é um direito autônomo, pois não tem por base um direito 
subjetivo, ameaçado ou violado, porquanto também há lugar a ação, para obter uma simples declaração da existência ou 
inexistência de uma relação jurídica, o que ocorre com as ações meramente declaratórias. Dirige-se contra o Estado, pois 
configura o direito de exigir proteção jurídica, mas também contra o adversário, do qual se exige a sujeição. Como a 
existência de tutela jurisdicional só pode ser satisfeita através da proteção concreta, o direito d ação só existiria quando a 
sentença fosse favorável. A ação seria um direito público e concreto, ou seja, um direito existente em casos concretos em 
que existisse direito subjetivo. 
2.5.Teoria da Ação como direito potestativo 
Chiovenda, mestre italiano e discípulo de Wach, formulou a teoria de que a ação é um direito autônomo, conforme 
proclamava a doutrina alemã. Para ele, a ação não se dirige contra o Estado, mas contra o adversário: é o direito de 
provocar a atividade jurisdicional contra o adversário. Não existe um direito de ação contra o Estado. O titular do direito de 
ação tem o direito, que é, ao mesmo tempo, um poder de produzir em seu favor o efeito de fazer funcionar a atividade 
jurisdicional do Estado em relação ao adversário, sem ele obstar aquele efeito. O direito de ação é um direito potestativo, 
um direito de poder, tendente à produção de um efeito jurídico a favor de um sujeito e com ônus para outro, o qual nada 
deve fazer. Segundo esta teoria, a ação é o poder jurídico de realizar a condição necessária para a atuação da vontade da 
lei. 
2.6. Teoria da Ação no sentido abstrato 
Surgiu na Alemanha, com Degenkolb e, quase concomitante com Plosz, na Hungria, a chamada teoria da ação no sentido 
abstrato em contraposição às várias teorias que concebem a ação como direito de obter uma providência jurisdicional 
favorável no sentido concreto. 
Para estes processualistas não bastava distinguir a ação do direito material invocado, ao qual aquele se condiciona. Este 
condicionamento importava em reconhecer que existiria ação tão somente quando esta fase fosse acolhida pela sentença, 
e a realidade lhes parecia outra, muito diferente, pois que não deixa de haver ação, quando uma sentença justa nega o 
direito invocado pelo autor, como também, quando a sentença concede o direito a quem não o tenha realmente. Isso quer 
dizer que o direito de ação independe da existência efetiva do direito invocado. 
Se exige, para o direito de acionar, que o autor apenas faça referência a um interesse seu, protegido em abstrato pelo 
direito, ficando o Estado levado a exercer a sua atividade jurisdicional, proferindo uma sentença, mesmo que contrária. O 
direito de se acionar corresponde a obrigação jurisdicionaldo Estado, por via da qual, o autor pode obrigar o réu a 
participar do juízo. Trata-se de um direito material invocado. O direito de ação independe da efetiva existência do direito 
abstrato de ação. 
Na Itália, um dos principais defensores de Degenkolb foi Alfredo Rocco, dando-lhe fundamentação própria: quando se 
solicita a intervenção do Estado para a tutela de interesses ameaçados ou violados, surge um outro interesse, que é o 
interesse à tutela daqueles pelo Estado. Desta forma, o interesse tutelado pelo direito é o interesse principal e o interesse 
à tutela deste, pelo Estado, é o interesse secundário. 
"Para que se configure o direito de ação é suficiente que o indivíduo se refira a um interesse primário, juridicamente 
protegido. Tal direito de ação é exercido contra o Estado" ( CINTRA, 1997, p. 252 ). 
Outros estudiosos do assunto apresentam divergências e peculiaridades em duas construções. Carnelutti configura a ação 
como direito abstrato e de natureza pública, mas dirigida contra o juiz e não contra o Estado. Couture, no Uruguai, 
concebe-a integrada na categoria constitucional do direito de petição. 
2.7. Teoria Eclética da Ação 
Essa teoria afirma que o direito de ação é autônomo e abstrato, considerando que ele só existirá, verdadeiramente, 
quando no processo estiverem presentes condições que o legitimem, isto é, que surgisse uma situação de fato contrária ao 
direito, que pudesse ser resolvida somente pelas vias jurisdicionais. 
As condições da ação para a teoria eclética são: 
a) possibilidade jurídica do pedido; 
b) legítimo interesse; 
c) legitimação para agir. 
O erro fundamental dessa teoria está na confusão que ela faz entre ação e direito subjetivo. A ação deve ser um agir 
conforme o direito; e, admitindo-se que todos tenham direito subjetivo de acesso aos tribunais, é natural que todos 
possam exercê-lo. Se o direito de acesso aos tribunais é abstrato e outorgado a todos indistintamente, é lógico ser a ação 
que lhe compete igualmente abstrata e condicionada. 
2.8. Apreciação crítica das várias teorias 
As principais objeções à teoria civilista são as referentes à ação declaratória. Verifica-se que muitas são julgadas 
improcedentes, pois a sentença julgada infundada à pretensão do autor, isto é, declarada inexistência do direito, houve 
exercício da ação até a declaração da improcedência: ação sem direito material. A ação declaratória negativa é outro 
argumento para afirmar a autonomia do direito de ação, de vez que nesse tipo, o autor visa obter a declaração da 
inexistência de uma relação jurídica e, portanto, a inexistência de um direito subjetivo material. O pedido do autor não 
tem, por base, um direito subjetivo, mas simples interesse à declaração de sua inexistência. 
A teoria da ação é inaceitável como direito concreto à tutela jurídica. Basta pensar nas ações julgadas improcedentes, nas 
quais, a teoria concreta, não seria possível explicar os atos processuais praticados até a sentença. Ocorre o mesmo quando 
uma decisão injusta acolhe pretensão infundada do autor. Os direitos potestativos caracterizam mais meras faculdades ou 
poderes, não correspondendo a nenhuma obrigação, do que direitos. 
Também não se pode aceitar a teoria do juiz como titular passivo da ação, já que ele é mero agente do Estado. Não tem 
procedência a doutrina da ação como manifestação do direito de petição, porque tal remédio constitucional visa levar aos 
órgãos públicos representações contra abusos de poder e porque não configura o dever de resposta do Estado com a 
mesma clareza do direito de ação. Por outro lado, conceber a ação como exercício privado de uma função pública significa 
exasperar a concepção publicista do processo, não podendo o poder funcional ser confiado ao arbítrio do particular. Não é 
admissível a ação com dever, sendo ela muito um ônus, o qual faz parte do direito subjetivo ou poder ou faculdade, no 
entanto, nunca como dever. 
A doutrina dominante, mesmo no Brasil, conceitua a ação como um direito subjetivo. Estes admitem que o Estado também 
tenha interesse no exercício da função jurisdicional, mas não vêem nisso nenhuma incoerência com a afirmação de existir 
uma verdadeira obrigação de exercê-la. Não aceitam que a configuração do conflito de interesses seja essencial à noção de 
obrigação. O ordenamento jurídico, ao atribuir direitos e obrigações, tutela determinados interesses, estabelecendo 
previamente qual será o subordinado na hipótese de surgir conflito. Mas entendem ser o conflito irrelevante para 
consubstanciar obrigação. O obrigado pode Ter interesse em cumprir sua obrigação e, nem por isso, ficará isento dela. 
 
 
3. Classificação das ações. 
Segundo Moacyr Amaral dos Santos, a ação tem, por objetivo, obter do órgão judiciário uma decisão ou providência 
jurisdicional assecuratória de uma pretensão. Ela provoca a tutela jurisdicional do Estado, quanto a uma pretensão e tal 
tutela exprime-se por uma providência jurisdicional. 
A tutela jurisdicional se manifesta por meio de medidas cautelares ou preventivas. A tutela jurisdicional, sob forma de 
decisão, pressupõe um processo de conhecimento; a de execução reclama atos executórios, que realizem a sentença 
proferida em ação de conhecimento ou títulos extrajudiciais a que a lei atribui eficácia executiva; a tutela jurisdicional 
cautela visa acautelar interesses das partes em perigo pela demora da providência jurisdicional de conhecimento ou de 
execução. 
Conforme se trate de tutela jurisdicional de conhecimento, de execução, preventiva ou cautelar, classificam-se as ações em 
de conhecimento, de execução e cautelares. 
3.1. Ações de Conhecimento 
As ações de conhecimento provocam uma providência jurisdicional que reclama, para sua prolação, um processo regular 
de conhecimento, através do qual o juiz tenha o pleno conhecimento do conflito de interesses, a fim de que se possa 
proferir uma decisão, pela qual se extraia da lei a regra concreta aplicável a espécie. O processo se diz de conhecimento, 
pois é através dele que se conhecerá com segurança e não só com pretensão, mas também a resistência que lhe opõe o 
réu, isto é, a lide posta em juízo. É o processo que conclui um sentença por uma decisão, que, declarando quanto à relação 
jurídica entre as partes, atuara a lei de espécie. 
As ações de conhecimento tendem a obter uma decisão, uma sentença. É feita esta observação para se melhor 
compreender o que sejam ações executivas, que não se encerram por uma decisão. As ações de conhecimento reúnem-se 
em três grupos: 
a) Ações meramente declaratórias: visam a uma declaração, quanto a uma relação jurídica. O conflito entre as partes está 
na incerteza da relação jurídica, que a ação visa desfazer, tornando certo aquilo que é incerto, desfazendo a dúvida a 
dúvida em que se encontram as parte, quanto à relação jurídica. A ação meramente declaratória visa a declaração da 
existência ou inexistência da relação jurídica, para que a ação tenha atingido sua finalidade. O fundamento legal de tal tipo 
de ações está no art. 4º, do CPC, que encerra " o interesse do autor pode limitar-se à declaração: I- da existência ou da 
inexistência de relação jurídica; II- da autenticidade ou falsidade de documento" ( ver exemplo em Anexos, I ). 
b) Ações condenatórias: são as que visam uma sentença de condenação do réu. Aplica ao réu a sanção, em que incorre por 
desobediência ao imperativo legal regulador da espécie posta em juízo. Pressupõe a existência de um direito subjetivo 
violado. A decisão, nessa ação, acolhendo a pretensão do autor, afirmará a existência da relação jurídica e da sua violação. 
A acção tende a obter a condenação do réu numa prestação de dar, de fazer ou não fazer e, por isso também, denominam 
de ações de prestação. Esta ação, uma vez que tende à condenação do réu numa prestação, ou seja, uma vez que visa à 
aplicação ao réu da regra sencionadorareguladora da espécie, reclama uma sentença que valha para o autor como título 
executivo contra o réu. Toda a ação condenatória suscita uma sentença que conceda ao autor o título executivo, que lhe 
atribua poder de realizar a regra sancionadora contida na sentença. O réu condenado a satisfazer uma dada prestação está 
sujeito, esse não cumprir voluntariamente, a ser executado pelo autor, que, para isso, mover-lhe-á outra ação: a ação 
executiva ( ver jurisprudência em Anexos, II ). 
c) Ações constitutivas: estas modificam uma situação jurídica anterior, criando uma situação nova. Por meio delas, propõe-
se a verificação e declaração da existência das condições, segundo as quais a lei permite a modificação ou extinção de uma 
relação ou situação jurídica. Para que a sentença crie, modifique ou extinga uma ralação ou situação jurídica entra as 
partes, deverá primeiro declarar se ocorrem as condições legais que autorizem a isso e, em seguida, em caso afirmativo, 
criar modificar ou extinguir a relação ou situação jurídica. 
3.2. Ações Executivas 
São as ações que provocam providências jurisdicionais de execução. A sentença, na ação condenatória, atribui ao credor 
um título executivo. Pode acontecer que, proferida a sentença, na ação condenatória, o réu, isto e, o devedor, satisfaça a 
obrigação. Pode, entretanto, deixar de satisfazê-la. Nessa hipótese, poderá o credor utilizar-se da sentença condenatória, 
como título executivo, para solicitar de jurisdição providências indispensáveis a realizar a regra sancionada. Desta forma, o 
credor, com fundamento no título executivo, que é a sentença proferida na ação condenatória poderá que se realize essa 
decisão. Por meio de ação executiva, pede-se a realização da atos executórios que tornem efetiva a sanção. O credor pede 
que se pratiquem atos de execução, como por exemplo, a penhora de bens do réu, para que sejam levados à praça, 
vendidos, transformados em dinheiro, para seu pagamento e satisfação de seus direitos. Tem-se duas espécies de ações 
executivas no sentido amplo: a ação executória, também e mais conhecida por execução de sentença ou execução forçada; 
em lugar, as ações executivas em sentido estrito ou impróprio, que mencionadas no art. 585 do CPC ( ver jurisprudência 
em Anexos, III ) 
3.3. Ações Cautelares 
As ações cautelares ( ver jurisprudência em Anexos, IV ) visam providências urgentes e provisórias, tendentes a assegurar 
os efeitos de uma providência executório no processo de execução, por exigirem longa série de atos processuais, 
demandam enorme lapso de temporal. Ao guardá-la, possivelmente, ao ser proferida, o interesse da parte esteja 
sacrificado. A decisão, ou a providência executória, poderá vir tarde demais. Em razão deste perigo, que poderá causar 
danos enormes à parte, existem as ações cautelares ou preventivas, que visam a providências juridiscionais urgentes e 
provisórias, assecuratórias dos efeitos próprios da sentenças a ser proferida na ação de conhecimento ou de ato reclamado 
na ação de execução. 
Pelo fato da providência solicitada pela ação cautelar visar assegurar os efeitos da sentença a ser proferida no processo de 
conhecimento, ou do ato executório no processo de execução, aquela providência é provisória: vigora enquanto se aguarda 
a sentença ou o ato processual principal. 
No processo preventivo ou cautelar, o juiz apenas indaga quanto ao famus boni iuris, isto é, aprecia de modo sumaríssimo e 
superficial o direito entre as partes, proferindo decisão que se subordina ao que ficar decidido no processo principal. As 
ações cautelares ou preventivas, art. 813 a 889 do CPC, são muito rápidas, já que as providências a que tendem são 
urgentes e provisórias. São, entre outras, o arresto, o sequestro, a busca e apreensão, a prestação de cauções, a exibição 
de livros, coisa ou documento, os alimentos provisionais, etc. 
Conclusão 
Como podemos verificar no decorrer do trabalho, toda a discussão sobre teorias da ação contribuiu para a evolução do 
direito processual. Formaram-se diversas correntes e algumas das teorias acabaram por não serem mais aceitas. A doutrina 
dominante conceitua ação como um direito subjetivo. Ao longo dos tempos, com o estudo das teorias da ação, chegou-se 
ao conceito de ação finalmente. 
Quanto à classificação das ações, vimos que a tutela jurisdicional, sob forma de decisões, pressupõe um processo de 
conhecimento, a de execução reclama atos executórios, que realizam a sentença proferida em ação de conhecimento ou 
títulos extrajudiciais e a tutela jurisdicional cautelar visa acautelar interesses das partes em perigo de demora da 
providência jurisdicional de conhecimento ou de execução. 
Através deste estudo, tem-se uma noção a respeito do direito processual civil, bem como sua evolução e autonomia frente 
ao direito material subjetivo. 
Anexos 
Nos anexos, a seguir, visualizaremos jurisprudências a título exemplificativo de alguns tipos de ações, muito importante 
para a compreensão das mesmas. 
ANEXO III COBRANÇA EXECUTIVA. ECT. EXECUÇÃO NÃO AJUIZADA ANTE O PARADERIRO DESCONHECIDO DO 
RESPONSÁVEL. SUBSISTÊNCIA DA OBRIGATORIEDADE DE SE PROMOVER A EXECUÇÃO EM CUMPRIMENTO AO ACÓRDÃO 
CONDENATÓRIO (A EXEMPLO DE AÇÃO EXECUTÓRIA). 
A respectiva jurisprudência, que trata de cobrança executiva promovida contra Raimundo de Matos Vieira, ex-servidor da 
Diretoria da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos do Estado de Amazonas, pela mesma empresa, tem como decisão 
a subsistência da obrigação de promover execução judicial em cumprimento ao Acórdão condenatório, bem como só é 
aplicável o princípio da economia processual e racionalização administrativa, quando os débitos são inferiores à cobrança 
do ressarcimento. Deve, também, a empresa, quando viável, promover o ressarcimento do prejuízo sofrido ou em falta de 
bens a serem penhorados e por não se conhecer a localização do responsável. 
Em seu voto, o Ministro relator acata o parecer do Ministério Público, entendendo que a baixa administrativa do débito 
não é justificada, que os princípio, acima citados, só cabem nos casos anteriormente descritos e que deve ser o interesse 
em promover aquele ressarcimento, deixando que a inexequibilidade da cobrança da dívida, resulte provado após o 
ajuizamento da execução determinada pelo colendo Plenário do TCU. 
ANEXO IV COMPETÊNCIA. CONSTITUIÇÃO, ART. 102, I, "n". AÇÃO CAUTELAR DE FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS FEDERAIS 
PLEITEANDO PAGAMENTO DE DIFERENÇA DE VENCIMENTOS, RESULTANTES DA APLICAÇÃO DA URP. CONCEDIDA A 
LIMINAR, HOUVE AGRAVO DO INSTRUMENTO DA UNIÃO FEDERAL ( A EXEMPLO DE AÇÃO CAUTELAR ). 
A respectiva jurisprudência, que tem como agravante a União Federal e, como agravados, Sílvio Dias e outros, trata de Ação 
Cautelar de funcionários públicos federais, pleiteando pagamento de diferenças de vencimentos, resultantes da aplicação 
da URP. Concedida a liminar, houve agravo de instrumento da União Federal. Nos termos do voto do Relator, Ministro Neri 
da Silveira, o Ministro do STF não conhece agravo de instrumento e determina devolução dos autos ao Tribunal de origem. 
ANEXO I CAUSA DECIDIDA NO ÂMBITO DE COMPETÊNCIA ORIGINAL. DUPLO GRAU DE JURISTIÇÃO. VIOLAÇÃO A ESTE 
PRINCÍPIO. INCORRÊNCIA. PRETENSÃO DE SUBMETER AO STJ RECURSO INOMINADO NÃO CONTEMPLADO PELO 
ORDENAMENTO JURÍDICO EXISTENTE DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL AO DIREITO AMBULATORIAL DA PACIENTE ( A 
EXEMPLO DE AÇÃO DECLARATÓRIA ). 
Em tal jurisprudência, onde Jorgina Maria de Freitas Fernandes é agravante e o Ministério Público do Rio de Janeiro é o 
agravado, trata de pedido denominado "ação declaratória", onde a agravante, em seu requerimento, declara haver 
existência de relação jurídica a ser conservada, pelo fato de Ter proteção pela Convenção Americana de Direitos Humanos 
a ser cumprida pelo Estado brasileiro, já que Estado- parte da mesma. Desta forma, como protegida por tal convenção,declara seja enviado Recurso Inominada ao Superior Tribunal de Justiça. Por unanimidade, foi negado provimento ao 
agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro- Relator Fernando Gonçalves.

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