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Bacharelado em Ciências Contábeis MATERIAL PARA ESTUDO – AULA 06 Planejamento Tributário Bacharelado em Ciências Contábeis Planejamento Tributário Aqui procurará se mostrar o que é, e principalmente para que serve o planejamento tributário através de seus aspectos fundamentais e de suas espécies. O que é planejar? De pronto a obrigatoriedade de pensar-se em um estudo, em um projeto, antes do acontecimento, visando exatamente a melhor forma, o melhor jeito, para que esse acontecimento possa ocorrer ou se desenrolar. Pouco se tem a fazer depois que a situação prevista já haja acontecido, talvez situações pontuais, mas o planejamento, ou seja, estudos antecipados visando melhorar ou reestruturar aquilo que se queira fazer posteriormente, já se torna mais difícil. Em matéria tributária todo o planejamento sendo feito antes, ou as situações aplicadas depois do acontecimento, deverão obrigatoriamente atender as determinações legais. Para ilustrar, imaginemos os preparativos para uma viagem de férias, o que fazemos para que essa viagem possa acontecer da melhor forma possível? Bacharelado em Ciências Contábeis Escolhemos o lugar para onde se queira ir, pensamos na hospedagem, na alimentação, nos pontos turísticos que desejamos conhecer, nos valores a serem desembolsados para cada situação, nas datas tanto de ida quanto de volta, e nas mais variadas situações, pensadas, analisadas, antes da viagem ser realizada, tudo isso, se trata do projeto, do planejamento da viagem a ser feita, sendo por óbvio, impraticáveis tais situações, depois que haja acontecido o referido passeio. O planejamento tributário, guardando-se as devidas proporções, é exatamente assim. Analisando-se a viagem como sendo o que efetivamente tenha acontecido de fato, no campo tributário o que acontece de fato é precisamente o fato gerador, ou seja, o nascedouro da obrigação tributária, assim sendo, a maioria das ações que se tenha em mente, relacionadas ao planejamento tributário devem ser executadas antes de ter acontecido o fato gerador, deixando claro, que outras atitudes poderão ser tomadas após ter ocorrido o fato gerador, que entendemos não fazem parte do planejamento tributário, mas sim, de qualquer adequação ou acerto, mas necessariamente dentro dos parâmetros legais. Ao conceituar planejamento tributário, Chaves (2009, p.5) diz que é o processo de escolha de ação, não simulada, anterior à ocorrência do fato gerador, visando direta ou indiretamente a economia de tributos. Acreditamos que haverá simulação toda vez em que houver alguma declaração ou condição não condizente com a verdade, ou mesmo conferindo ou Bacharelado em Ciências Contábeis transmitindo a outrem, direitos que não lhe são legítimos, como também quando instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados, tudo de acordo com o Código Civil Brasileiro. Concordamos que o planejamento tributário não visa simular (ilicitamente) determinada forma jurídica para mascarar a realidade econômica, ele tem como meta, quando “simula” determinada situação, a realização de atitudes legais, que nesse primeiro momento não geram para o mundo jurídico qualquer efeito, ou seja, independe da intenção de quem o faça. Vejamos a conceituação de planejamento tributário no entender de Marins (2002, p.33) que se parece muito de perto com o que procuramos lecionar nesse estudo, e que em seu entender também fazem parte desse conjunto de atividades a serem praticadas pelo planejamento tributário, a recuperação de possíveis créditos fiscais, escriturais ou de moeda, ou mediante pedidos de repetição ou mesmo compensação de tributos pagos a maior ou indevidamente, e até mesmo a administração e a redução do passivo tributário por meio do aproveitamento de remissões, anistias e parcelamentos, dentro do bojo das obrigações fiscais do contribuinte, ou seja, dentro daquilo que a lei determina, Denomina-se planejamento fiscal ou tributário lato senso a análise do conjunto de atividades atuais ou dos projetos de atividades econômico-financeiras do contribuinte (pessoa física ou jurídica), em relação ao seu conjunto de obrigações fiscais com o escopo de organizar suas finanças, seus bens negócios, Bacharelado em Ciências Contábeis rendas e demais atividades com repercussões tributárias, de modo que venha a sofrer o menor ônus fiscal possível. Aspectos fundamentais do planejamento tributário Vivemos hoje em um mundo totalmente globalizado e cibernético, com a troca de informações instantâneas, dando a todos, oportunidades das mais diversas, fazendo, por conseguinte que em todos os segmentos aumente a concorrência, surgindo assim a evidente necessidade ao empresário de tornar sua atividade o mais organizada possível e em todos os aspectos, capacitando o material humano, utilizando de forma diligente o seu capital, e acima de tudo reduzindo os seus custos, aparecendo a importância de um planejamento tributário eficiente, capaz de ajudar nessa redução de custos. As normas determinando as maneiras como são inseridos os tributos no mundo fenomênico, em outras palavras, indicando todas as regras que determinam todos os aspectos tributários, tais como, os sujeitos, as bases de cálculo, as alíquotas, etc., mostram-se aos empresários como verdadeiro e importante componente de custo do seu produto ou serviço. Saber calcular efetivamente o preço final de seu produto e/ou serviço é situação extremamente difícil, mas ao mesmo tempo necessária e obrigatória para qualquer empresário, sob pena de ver sua empresa fadada ao insucesso, pois seu objetivo que deve ser sempre o lucro, em muitos casos certamente não acontecerá, tornando por si só, inviável a exploração de sua atividade. Bacharelado em Ciências Contábeis Temos como planejamento tributário toda aquela idealização de que faz uso a pessoa jurídica, especialmente o empresário, tendo como objetivo deixar de pagar ou pagar menos o tributo a que provavelmente teria obrigação, utilizando- se de práticas previstas na legislação, sendo que tais práticas terão reflexos em toda sua atividade organizada, pois o ajudará a reduzir o seu preço final ou a aumentar o seu lucro, também chamada de elisão fiscal, que posteriormente se abordará. O planejamento tributário é, pois, atitude que visa através de um estudo eficaz a análise do que poderia acontecer em relação à determinada tributação, se tal fato acontecesse realmente, o que teria de incidência tributária, comparando-o a várias situações possíveis e resultados prováveis, escolhendo-se ao final aquela que mais benefícios trouxer, lembrando-se, sempre dentro da licitude, aproveitando-se das determinações legais, bem como, de suas omissões. Essa característica preventiva existe exatamente por ser muito mais difícil a escolha de alternativas após a concretização da situação real, sob pena de ao invés de se fazer um planejamento tributário, praticar-se uma sonegação fiscal, se o objetivo for o de não pagar ou pagar menos o tributo devido, através da utilização de meios ilícitos. Assim sendo, o planejamento tributário visa atuar no estudo dos limites de incidência dos tributos. Bacharelado em Ciências Contábeis Entendemos como campo de incidência, tudo aquilo que está previsto na legislação como hipóteses, que, depoisde concretizadas, determinam a obrigação tributária. Acontece que este campo de incidência não é totalmente fechado, pois, por mais que queira, o legislador não consegue prever todas as situações fáticas possíveis, deixando lacunas na lei, que podem e devem ser aproveitadas pelo contribuinte, que o faz através do planejamento tributário, antevendo as diversas práticas legais possíveis não abordadas pela legislação. Ao fazer um planejamento tributário, consciente, bem elaborado, o contribuinte não está agindo fora da lei, pelo contrário, amparado pela lei é que busca o seu objetivo. Ao se interpretar o artigo 153 da Lei 6.404/76, também conhecida como Lei das S/A, tem-se como exigência legal o planejamento tributário por parte daqueles que administram tais sociedades: O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios. Mesmo que em algumas situações constantes em lei possa parecer para algumas pessoas que o planejamento tributário é ilegal, como é o caso da análise da Lei Complementar 104/01 que alterou o conteúdo do art. 116, da Lei 5.172/66 CTN, criando o seu parágrafo único, Bacharelado em Ciências Contábeis Art. 116. [...] Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001). Vemos que tal idéia é equivocada, pois, cuida apenas dos atos praticados mediante fraude, e esses devem ser punidos com o rigor da lei. Tal instrumento legal ficou sendo conhecido como norma “antielisão”, mas em verdade, deveria ser chamada de norma “antievasão”, pois não coíbe a utilização da elisão fiscal, como prática através de instrumentos legais de evitar, retardar ou reduzir o pagamento de um tributo, mas tão somente aqueles praticados em desrespeito à lei. Além de não ser prática criminosa como já explicitado, é uma obrigação, e um direito, dando àqueles que fazem uso de tal planejamento, um lugar de destaque no mundo empresarial, pois da sua maneira, conseguem deixar o seu produto/serviço mais competitivo no mercado, com a real diminuição em seus custos. Bacharelado em Ciências Contábeis Primeiramente há que analisar os comandos da Constituição da República, especialmente os ditames do artigo 150, anteriormente estudados, em conjunto com os artigos 170 e 174, que determinam expressamente quando cuidam da ordem econômica e financeira, que a mesma será fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, devendo ser observados entre outros, os princípios propriedade privada, da função social da propriedade e da livre concorrência, assegurando a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei, sendo o Estado o agente normativo e regulador dessa atividade econômica, fiscalizando-a, incentivando-a e planejando-a, na forma da lei. Ora, se ao empresário é garantido o direito de propriedade e a livre concorrência, tendo também a certeza de que o Estado está restrito em seu poder de tributar às normas constitucionais, poderá o mesmo fazer uso de toda e qualquer prática, desde que lícita, para o melhor desempenho de sua atividade, incluindo-se aí, estudos e planejamentos para que possa diminuir sua carga fiscal, sem que seja considerado ato ilícito. Planejamento tributário é saudável, salutar, e se faz bem diretamente ao empresário, indiretamente quem poderá se aproveitar é a sociedade de maneira geral, pois se o pensamento é o de reduzir os custos, terá a possibilidade de reduzir seus preços podendo ensejar a admissão de novos funcionários, como também o aumento de seus investimentos, empregando de forma diligente o seu capital. Bacharelado em Ciências Contábeis Ademais, está alicerçado nos fundamentos constitucionais do direito de propriedade, da livre iniciativa e especialmente da legalidade. Finalidades do planejamento tributário A doutrina, de maneira genérica, já pacificou o entendimento de que são três as finalidades do planejamento tributário: Evitar a incidência do fato gerador do tributo; Reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a base de cálculo do tributo; Retardar o pagamento do tributo, postergando o seu pagamento, sem a ocorrência da multa. Então, o que se fazer? É claro que o planejamento tributário deverá ser feito, caso a caso, analisando- se peculiarmente cada situação, mas para exemplificar, trazemos novamente circunstâncias comumente abordadas pela maioria da doutrina, no sentido de se deixar claras as possibilidades aventadas, tanto antes, quanto depois de ocorrido o fato gerador. a) Evitar a incidência do fato gerador do tributo Bacharelado em Ciências Contábeis Casos de empresários que ao invés de retirar sua remuneração mensal totalmente através de pró-labore, optam pela distribuição de lucros, pois é sabido, pois já abordamos tal situação em nosso estudo, que a legislação vigente confere a isenção tributária, nesses casos, é o ditame do artigo 10 da Lei 9.249/95, Art. 10. Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, não ficarão sujeito à incidência do imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de cálculo do imposto de renda do beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliado no País ou no exterior. b) Reduzir o montante do tributo, sua alíquota ou reduzir a base de cálculo do tributo. Ao se fazer a Declaração Ajuste Anual do Imposto de Renda, o contribuinte faz a opção pelo modelo simplificado, deduzindo até 20% (vinte por cento) da renda tributável como desconto padrão, em detrimento da escolha do modelo completo, onde através de uma simulação (ensaio) ficou evidenciado uma tributação devida maior, mesmo que seja uma escolha pontual, é entendida por boa parte da doutrina como parte do planejamento tributário; Outras situações se apresentam e que podem ser utilizadas nesse mesmo sentido. Bacharelado em Ciências Contábeis É o caso do aproveitamento das isenções fiscais, previstas na lei e que possibilitam ao empresário uma redução na carga tributária, como também da adequação do produto para que se enquadre numa alíquota menor. c) Retardar o pagamento do tributo, postergando o seu pagamento, sem a ocorrência da multa. Numa operação de compra e venda de mercadoria o empresário opta por adiar seu faturamento do último dia do mês, para o primeiro dia do mês seguinte, podendo ganhar com isso, de 30 a 90 dias para o recolhimento dos tributos advindos da citada operação, dependendo de seu enquadramento tributário, sem com isso estar agindo contra a lei. A economia tributária ou fiscal, tanto querida por todos, pode ser conseguida através da prática de atos lícitos, ou seja, que não arranhem, nem muito menos atentem contra a lei. O planejamento tributário, e posto dessa forma seria redundância chamá-lo de planejamento tributário lícito, pois setrata da busca, dentro da lei, de alternativas para a tão procurada economia fiscal, tem amparo em nosso ordenamento jurídico. A par disto, todas as regras de sustentação do direito tributário, como também dos demais ramos do direito, estão implícita ou explicitamente cravadas e gravadas na Constituição da República, a quem todos devem obediência, tanto os cidadãos, quanto o Estado, onde se encontra somente para colecionar, dois pontos peculiares, a saber, quando determina os limites do poder de tributar dos Bacharelado em Ciências Contábeis entes da federação, quais sejam, a União, os Estados-Membros, incluindo-se aí também o Distrito Federal, e os Municípios, definindo ao mesmo tempo suas competências, instrumentos necessários para abrandar a voracidade do poder público, no sentido de equilibrar a relação tributária. O gestor tributário necessita do conhecimento desses institutos para fundamentar e propor o planejamento tributário, posto que ao tempo em que promove a economia tributária o faz de forma a não ensejar o surgimento de contingências fiscais que poderão comprometer jurídica e financeiramente o patrimônio da empresa. Algumas situações podem ser avaliadas, como por exemplo quando determinado contribuinte, ao preencher sua declaração anual de ajuste do imposto de renda, depara com um imposto a pagar, pois optou pelo modelo completo. Ao fazer uma nova tentativa, optando dessa feita pelo modelo simplificado verificou que não havia tributo nenhum a ser pago. Não é na verdade simulações oferecidas pelo próprio programa fornecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil? Podemos entender que tal prática é ilegal? Mesmo que não faça parte de um estudo feito com certa antecedência é também uma prática legal para diminuir o total do tributo a ser pago. Bacharelado em Ciências Contábeis A opção aventada é dada pelo próprio sujeito ativo (Receita Federal do Brasil), tratando-se especialmente da possibilidade de se reduzir o montante do tributo. Sabemos que uma das finalidades do planejamento tributário é retardar o pagamento do tributo, pois quando se tem em mente a postergação do pagamento de um determinado tributo, com a finalidade do planejamento tributário, entende-se, que o empresário fará com que o fato gerador deixe de acontecer em um determinado momento e somente aconteça em um momento posterior, dando ao mesmo, um pouco mais de tempo para o recolhimento do tributo. São situações comumente vistas, decorrentes de um baixo fluxo de caixa, mesmo que momentâneo. Evasão e elisão fiscal Neste capítulo, procuraremos deixar claras as diferenças existentes entre evasão e elisão fiscal, dois conceitos que aparentemente parecem ter a mesma significação, mas que são diametralmente distintos, tendo como elo de ligação a licitude de um, em contraposição com a ilicitude de outro, tratados por alguns doutrinadores renomados inclusive de maneiras exatamente contrárias, daquelas que como regra se conceituam elisão e evasão fiscal, como é o caso do ilustre Prof. Hugo de Brito Machado (2004, p.356): Bacharelado em Ciências Contábeis Se tivermos, porém, de estabelecer uma diferença de significado entre esses dois termos, talvez seja preferível, contrariando a preferência de muitos, utilizarmos evasão para designar a conduta lícita, e elisão para designar a conduta ilícita. Realmente, elidir é eliminar, ou suprimir, e somente se pode eliminar, ou suprimir, o que existe. Assim, quem elimina ou suprime um tributo, está agindo ilicitamente, na medida em que está eliminando, ou suprimindo a relação tributária já instaurada. Por outro lado, evadir-se é fugir, e quem foge está evitando, podendo a ação de evitar ser preventiva. Assim, quem evita pode estar agindo licitamente. A partir de seus conceitos e de suas características, destacaremos em cada um dos institutos, quando e como podem ser utilizados, analisando as consequências de suas utilizações. Evasão fiscal Vários são os motivos encontrados para que uma pessoa deixe de cumprir com suas obrigações tributárias, dentre eles, pode-se encontrar, a inadimplência, tida como simples falta de pagamento, que mais cedo ou mais tarde, terá que ser sanada, sob pena de ser cobrado judicialmente. Outro argumento utilizado, talvez como desculpa, é o fato de que a destinação do produto arrecadado pela Fazenda Pública, na maioria das vezes, não é alocado para onde deveria, ou seja, o Poder Público deixa sem explicação, ou Bacharelado em Ciências Contábeis mau explicado, dito destino, servindo de motivo para que o contribuinte busque “outros” meios para deixar de pagar o seu tributo, é claro que nesse sentido são meios ilícitos. Se as desculpas são válidas ou inválidas, não cabe aqui essa análise, até porque em muitos casos, são realmente desculpas para simplesmente satisfazer o desejo de querer ganhar mais e a qualquer preço, o que se faz necessário, é deixar claro que se os meios encontrados para deixar de pagar ou reduzir o montante a ser pago, forem conseguidos de maneira que atente contra legislação existente, será considerada ilegal, podendo seu infrator ser punido, tanto na esfera civil, quanto penal. Tal prática é conhecida comumente por evasão fiscal ou sonegação fiscal. Claro está, que se a busca intentada pelo contribuinte para deixar de pagar ou pagar menos seu tributo, não for a elisão fiscal, através de um planejamento bem elaborado, qualquer outra situação será de evasão fiscal. Na análise de Huck (1997, p. 30), [...] "há uma ação, ou uma série de atos marcados pelos elementos de engano, má interpretação, simulação, artificialidade, ocultamento e desonestidade”, e continua o mesmo autor, [...] evasão de tributos é terminologia oriunda da ciência das finanças, fato que explica sua contaminação com um significado econômico. A origem econômica da expressão é causa de uma certa incerteza que se nota todas às vezes em que pretendem Bacharelado em Ciências Contábeis os autores analisá-la a partir de suas conseqüências eminentemente jurídicas. Ainda colecionamos o entendimento de Torres (2003, p.178), [...] numa acepção estrita, todavia, por evasão fiscal deve-se entender o fenômeno que decorre da conduta voluntária, dolosa, omissiva ou comissiva, dos sujeitos passivos de eximirem-se ao cumprimento, total ou parcial, das obrigações tributárias de cunho patrimonial. Então, entendemos por evasão fiscal, toda e qualquer atitude no sentido de se eximir no todo ou em parte da obrigação tributária, se tomada através da utilização de meios ilícitos, ilegais, independentemente de quando praticada, ficando mais evidente se adotada após ter ocorrido o fato gerador de tal obrigação, o que de qualquer maneira será considerado evasão fiscal, pois, esses atos, praticados após o acontecimento da hipótese de incidência, são contrários à lei, pois, como haja vista, o fato gerador é o nascedouro da obrigação tributária, não existindo, por conseguinte, qualquer possibilidade, senão a de cumprir com a obrigação. Caracterização da evasão fiscal Se caracterizada a evasão fiscal, será tratada como ato criminoso, tendo suas práticas tipificadas em alguns diplomas legais esparsos, mas sendo a Lei 8.137/90, o esqueleto central, verdadeira caixa de ferramentas, para ser utilizada, quando do uso dessas práticas, determinando inclusive que também oBacharelado em Ciências Contábeis servidor público pode responder por crime se estiver envolvido em algumas das situações ali previstas. CAPÍTULO I Dos Crimes Contra a Ordem Tributária Seção I Dos crimes praticados por particulares Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável; IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. Pena - reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V. Bacharelado em Ciências Contábeis Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: I - fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; II - deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos; III - exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal; IV - deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento; V - utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Seção II Dos crimes praticados por funcionários públicos Art. 3° Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I): I - extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social; II - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de iniciar seu Bacharelado em Ciências Contábeis exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. III - patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Conforme o que anteriormente foi disposto, constata-se que a evasão fiscal fica evidenciada, quando o contribuinte utilizando-se de atos ilícitos, deixa de pagar parte ou todo o tributo devido. Nessa esteira Marins (2002, p. 30), diz que A atitude tomada em desrespeito à lei é, portanto, ensejadora da caracterização da evasão fiscal. Várias atitudes podem ser praticadas pelo contribuinte no afã de diminuir sua carga tributária e por vezes, contrárias à lei. Ainda é cultural no Brasil o pensamento de que por crime tributário ninguém vai preso, o que não bem verdade, mesmo tendo-se como evidente que a vontade do Estado é meramente arrecadatória, em muitas situações o contribuinte pode pagar com pena privativa de liberdade, como já decidiu o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, HABEAS CORPUS. CRIME TRIBUTÁRIO. ART. 1º, INCISO I, DA LEI 8.137/90.TRANCAMENTO DA DENÚNCIA. ALEGAÇÃO DE CRIME IMPOSSÍVEL E INEXISTÊNCIA DE DOLO. REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. Bacharelado em Ciências Contábeis AUSÊNCIA DE CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE PARA A AÇÃO PENAL. INOCORRÊNCIA. 1. O acórdão reconheceu como fato comprovado a inserção falsa de dados, pelo Paciente, na declaração de IRPJ, a fim de constituir créditos, ressaltando que a conduta tipificada como crime não é o requerimento de compensação em si, mas a referida inclusão de dados falsos no intuito de suprimir ou reduzir tributos, nos termos do art. 1º, inciso I, da Lei 8.137/90. As alegações de crime impossível e de inexistência de dolo esbarram na impossibilidade de revolvimento do conjunto fático probatório na via estreita do writ, motivo pelo qual é vedado, no presente caso, o deslinde da controvérsia. 2. É verdade que este Superior Tribunal de Justiça tem-se pronunciado no sentido de aderir à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, reformulada a partir do julgamento plenário do HC n.º 81.611/DF, relatado pelo ilustre Ministro Sepúlveda Pertence, para considerar que não há justa causa para a persecução penal do crime de sonegação fiscal, quando o suposto crédito tributário ainda pende de lançamento definitivo, sendo este condição objetiva de punibilidade. 3. Não obstante, considerando as peculiaridades concretas do caso, verifica-se que a hipótese sob exame em muito se diferencia daquelas outras que inspiraram os referidos precedentes. De fato, uma coisa é desconstituir o tipo penal quando há discussão administrativa acerca da própria existência do débito fiscal ou do quantum devido; outra bem diferente é a configuração, em tese que seja, de crime contra ordem tributária em que é imputada ao agente a utilização de esquema Bacharelado em Ciências Contábeis fraudulento, como, no caso, a introdução de dados falsos na declaração do IRPJ, tudo com o intento de lesar o Fisco. Nesses casos, evidentemente, não haverá processo administrativo- tributário, pelo singelo motivo de que foram utilizadas fraudes para suprimir ou reduzir o recolhimento de tributos, ficando autoridade administrativa completamente alheia à ação delituosa e sem saber sequer que houve valores sonegados. 4. Apurar a existência desses crimes contra a ordem tributária, cometidos mediante fraudes, é tarefa que incumbe ao Juízo Criminal; saber o montante exato de tributos que deixaram de ser pagos em decorrência de tais subterfúgios para viabilizar futura cobrança é tarefa precípua da autoridade administrativo- fiscal. Dizer que os delitos tributários, perpetrados nessas circunstâncias, não estão constituídos e que dependem de a Administração buscar saber como, onde, quando e quanto foi usurpado dos cofres públicos para, só então, estar o Poder Judiciário autorizado a instaurar a persecução penal equivale, na prática, a erigir sérios obstáculos para desbaratar esquemas engendrados para lesar o Fisco. 5. Ordem denegada. (HC 109203 / ESHABEAS CORPUS. 2008/0136239-5. Relatora: Ministra LAURITA VAZ. Orgão Julgador: T5-QUINTA TURMA. Julgamento: 07/12/2010. Publicação: DJe 01/02/2011). (maiúsculas no original). Cabe esclarecer que a citada Lei 8.137/90 não trata somente dos crimes contra a ordem tributária, mas também define crimes contra a ordem econômica e contra as relações de consumo, dando ao mesmo tempo demais providências. Bacharelado em Ciências Contábeis Ao verificar tal diploma legal, nota-se, que o legislador procurou abarcar todas as situações possíveis, que se praticadas, podem ser consideradas e tipificadas como crime tributário, algumas delas parecendo ter o mesmo significado, mas que têm na realidade, interpretações distintas. Situações comumente verificadas em nosso cotidiano que possam aparentar mero embuste, tendo como exemplo clássico, quando o contribuinte ao fazer a sua declaração de ajuste do imposto de renda, se depara com um imposto a pagar, ou mesmo com uma parcela menor do que a pretendida na restituição do imposto retido na fonte. Então, brota a brilhante idéia de simular através do sistema oferecido pela Receita Federal, onde aparecem condições tais, em que “surgindo” determinadas despesas na área da saúde o seu intento será conseguido. Mesmo que tal prática se conclua através da emissão por profissionais da área de saúde de comprovantes de que determinado serviço tenha sido prestado, sendo que na realidade não foram, estará caracterizada a evasão fiscal, tipificada em pelo um dos artigos da Lei 8.137/90. Como em qualquer prática criminosa, quando descobertas, tais situações passarão por um procedimento investigatório bastante robusto, para que se possa identificar o delito com precisão, fazendo com que cada praticante pague tanto civil, como criminalmente na medida de sua culpabilidade. Bacharelado em Ciências Contábeis Mas a bem da verdade, a constatação que se verifica é que a intenção do Estado é meramente arrecadatória, utilizando-se dos tipos penais na maioria das vezes, como forma de pressionar o contribuinte para fazê-lo pagar o tributo devido. Trazemos o entendimento de nossa jurisprudência, em acórdão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, alicerçado na interpretação da legislação federal, no sentido de que o pagamento do tributo devido, mesmo tendo sido apurado através de investigação, onde se constatou crime tributário, é motivo de extinção da punibilidade. Referido pagamento pode ser feito a qualquer momento do processo, desde que não tenha transitado em julgado. Assim ementado: PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. SONEGAÇÃO FISCAL. PAGAMENTO INTEGRAL DO DÉBITO NA FASE DE EXECUÇÃO PENAL. EFEITOS PENAIS REGIDOS PELO ART. 9º, § 2º, DA LEI 10.684/2003. EXTINÇÃ DA PUNIBILIDADE. ORDEM CONCEDIDA. 1. Com a edição da Lei 10.684/03, deu-se nova disciplina aos efeitos penais do pagamento do tributo, nos casos dos crimes previstos nos arts. 1º e 2º da Lei 8.137/90, e 168-A e 337-A do Código Penal. 2. Comprovado o pagamento integral dos débitos oriundos de sonegação fiscal, ainda que efetuado posteriormente ao recebimento da denúncia, mas anterior ao trânsito em julgado da sentença condenatória, extingue-se a punibilidade, independentemente de ter se iniciado a Bacharelado em Ciências Contábeis execução penal, nos termos do art. 9º, § 2º, da Lei 10.684/03. 3. Ordem concedida para determinar o trancamento da execução penal e declarar extinta a punibilidade da paciente.( STJ.HC 123969 / CE. HABEAS CORPUS- 2008/0278215-1. Relator: Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA. QUINTA TURMA. Julgamento: 04/02/2010. Publicação:DJe 08/03/2010). (maiúsculas no original). Para reforçar tal decisão transcrevemos o artigo 9º da 10.684/03, citado do acordão acima, deixando evidenciado a vontade legal, Art. 9o É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver incluída no regime de parcelamento. § 1o A prescrição criminal não corre durante o período d suspensão da pretensão punitiva. § 2o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios. (grifos no original). Sob outro prisma, também cabe esclarecimento no sentido de que denúncia oferecida pelo Ministério Público ao Poder Judiciário, tendo como embasamento, mero indício de que crime tributário tipificado no artigo 1º da Lei 8.137/90 esteja sendo cometido, sem que a Fazenda Pública, tenha efetivamente constituído o seu crédito, não será recebida. Bacharelado em Ciências Contábeis Sem que haja crédito tributário a ser pleiteado, entende a jurisprudência do Egrégio Supremo Tribunal Federal, que tal crime não foi cometido. EMENTA: PROCESSO PENAL E PENAL. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. DELITO DE NATUREZA MATERIAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 1º DA LEI 8.137/90. IMPOSSIBILIDADE DE PROCEDER-SE A QUALQUER ATO DE CUNHO PERSECUTÓRIO PENAL ANTES DA FORMAÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INTELIGÊNCIA DA DECISÃO PROFERIDA NA ADI 1.571, REL. MIN. GILMAR MENDES. JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA DO STF. ENTENDIMENTO JÁ VIGENTE À ÉPOCA DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. E HOJE CONSOLIDADO NA SÚMULA VINCULANTE 24. ORDEM CONCEDIDA. I - Os delitos previstos no art. 1º da Lei 8.137/90 são de natureza material, exigindo, para a sua tipificação, a constituição definitiva do crédito tributário para o desencadeamento da ação penal. II - Carece de justa causa qualquer ato investigatório ou persecutório judicial antes do pronunciamento definitivo da administração fazendária no tocante ao débito fiscal de responsabilidade do contribuinte. III - O entendimento fixado na ADI 1.571 reafirmou a jurisprudência do STF no sentido de que a constituição definitiva do crédito tributário configura condição necessária para o início da persecutio criminis, sendo equivocada a interpretação do julgado em questão pelo primeiro e segundo graus de jurisdição. Bacharelado em Ciências Contábeis IV - Entendimento já pacificado por ocasião do recebimento da denúncia e, hoje, consolidado na Súmula Vinculante 24. V - Ordem concedida.( HC 97118 / SP - SÃO PAULO. HABEAS CORPUS. Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI. Julgamento: 23/03/2010.Órgão Julgador: Primeira Turma. Publicação: DJe 23/04/2010). (maiúsculas no original). Elisão fiscal Tratado por alguns, principalmente por aqueles menos avisados, como sinônimo de planejamento tributário, o que se mostrará que de sinônimo não se trata, mas sim de um de seus componentes, sendo aquele que literalmente e ao final fará com que se deix de pagar ou se pague menos o tributo, de acordo e dentro dos limites da lei, assim no ensina Oliveira et al (2010, p. 450), [...] a elisão fiscal é o resultado lícito do planejamento tributário, que a pessoa –ainda não contribuinte- pratica com suporte em princípios basilares da ordem constitucional brasileira, decorrendo de atos ou omissões anteriores à ocorrência do fato gerador. Restará claro, da mesma forma de que também de sinônimo de evasão fiscal, não se trata, por mais que o objetivo de ambos seja o mesmo, a reduçãoda carga tributária, relembrando que evasão fiscal é a utilização de meios ilícitos para deixar de pagar ou pagar menos o tributo devido. Bacharelado em Ciências Contábeis O Planejamento Tributário é todo o conjunto de situações postas à disposição do empresário, em sua busca incansável de se fixar no mercado, tendo como pano de fundo a diminuição do custo de sua carga tributária. Quando se escolhe determinada opção, depois da análise profunda e criteriosa de todas as situações, põe-se em prática, fazendo que determinada hipótese de incidência tributária venha a acontecer, provocando o fato gerador, que por sua vez, faz nascer a obrigação tributária. Nesse instante vê-se consolidada a redução ou a própria não incidência de determinado tributo, fazendo com que o empresário deixe de pagar ou pague menos tal tributo, tudo com o amparo legislativo, tal fato nada mais é do que elisão fiscal. Reiteramos que a elisão fiscal é então, totalmente diversa da evasão, por mais que ambas surtam os mesmos efeitos, sendo que esta na burla da lei, e aquela, a elisão fiscal, com a guarida legal. Características da elisão fiscal Quando está se falando de elisão fiscal, deve-se ter em mente o ponto final, ou pelo menos como sendo, uma das formas do planejamento tributário. Fica evidenciada, quando tudo aquilo que fora prévia e legalmente planejado, tendo em vista qualquer uma das finalidades do planejamento tributário, se concretiza. Reiterando o que já foi dito anteriormente, elisão fiscal faz parte do planejamento Bacharelado em Ciências Contábeis tributário, e com ele quase sempre é confundido, mas não tem o mesmo significado. Melhor dizendo, a intenção da elisão fiscal é justamente evitar a incidência do tributo, através de medidas perfeitamente legais, de estudos dos mais variados, planejando-se, traçando-se metas e objetivando-se ou a ocorrência do fato gerador, ou a redução do montante a ser pago, ou ainda a postergação de seu pagamento, com a redução da alíquota ou da base de cálculo, sem é claro, que incida qualquer tipo de multa. Situações que aparecem sempre como bons exemplos a serem colocados, demonstrando que através de um estudo bem feito, articulando-se as mais variadas possibilidades, pode-se chegar a uma redução da carga tributária dentro do que dita o ordenamento jurídico nacional. São os casos que geralmente acontecem no final do ano-calendário onde se analisa dentro das possíveis formas de enquadramento fiscal existentes, e que já foram objeto de nosso estudo, aquela que melhor atenda as necessidades do contribuinte. Ao se encontrar um regime de apuração distinto daquele que até então se utilizava, e que realmente evidencie a redução tributária pretendida, chegar-se- á necessariamente à elisão fiscal. O planejamento tributário, é bom que se diga, deve ser efetuado por profissionais Bacharelado em Ciências Contábeis altamente competentes, que estejam constantemente se atualizando, buscando informações precisas, principalmente nas decisões judiciais sobre os devidos assuntos, sob pena de se tornar inócua, toda uma estratégia anteriormente prevista. A evasão e a elisão fiscal são instrumentos com intuitos bastante parecidos de que faz o empresariado em geral. O objetivo de todos eles é a obtenção de lucros, pois é uma das características da empresa. A redução de seus custos é sem sombra de dúvida uma das formas de se aumentar o lucro, e qualquer custo que seja. Sabemos que a carga tributária é um dos fatores que mais forçam os preços dos produtos e/ou serviços para cima, então também deve ser combatido. O grande problema aparece, quando a busca desenfreada de baixar-se a carga tributária, é intentada através de meios ilícitos, contrários ao ordenamento legal vigente, fica caracterizada a evasão fiscal, com possibilidade de aplicação de sanções previstas em lei. Questões 1) Determinado contribuinte, ao preencher sua declaração anual de ajuste do imposto de renda, depara com um imposto a pagar, pois optou pelo modelo completo. Ao fazer uma nova tentativa, optando dessa feita pelo modelo Bacharelado em Ciências Contábeis simplificado verificou que não havia tributo nenhum a ser pago. Entende-se tal prática como: a) Sonegação fiscal b) Ilegal, pois é entendida como prática “antielisiva” c) Planejamento tributário d) Não fazendo parte do planejamento tributário, pois não é uma possibilidade de se pagar menos tributo 2) É entendida como uma das finalidades do planejamento tributário: a) Evitar a incidência do fato gerador do tributo b) Eximir da obrigação tributária c) Buscar qualquer meio para não que o tributo não seja pago d) Reduzir após a ocorrência do fato gerador o montante do tributo a ser pago 3) A evasão fiscal, prática de alguns empresários nacionais, no sentido de aumentar o seu lucro, objetivo de todo e qualquer empresário é tida e entendida como: a) Prática comum e saudável, para todo e qualquer empresário organizado, com fundamento legal b) Prática permitida pelo RIR/99, somente para aquelas empresas que optam pelo regime de lucro real c) Crime tributário, tendo na lei 8.137/90, várias situações tipificadas nesse sentido. Bacharelado em Ciências Contábeis d) Prática legal é somente permitida às micro e pequenas empresas. Referências AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2011. BRASIL. Constituição Federal.1988. _______. Decreto-Lei 5.452/1943. Consolidação das Leis do Trabalho. _______. Lei 5.172/1966. Código Tributário Nacional. _______. Lei 6.404/1976. Lei das Sociedade Anônimas. _______. Lei 8.137/1990. _______. Lei 9.249/1995. _______. Lei 8.987/1995. _______. Lei 9.393/1996. _______. Lei 9.648/1998. Bacharelado em Ciências Contábeis _______. Decreto 3.000/1999. Regulamento do imposto de renda. _______. Lei Complementar 116/2003. _______. Decreto 6.759/2009. _______. Decreto 7.212/2010. Regulamento do imposto sobre produtos industrializados. CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. CARVALHO, Fabio Junqueira de, MURGEL, Maria Inês. IRPJ- Teoria e prática jurídica. São Paulo: Dialética, 1999. CHAVES, Francisco Coutinho. 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