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Saiba Mais Aula 04 – Ato Constitutivo da Sociedade e Agentes Societários PLURALIDADE DE SÓCIOS O mínimo de integrantes para se constituir uma sociedade no Brasil é o mínimo de dois sócios, em regra, não há exigência que sejam pessoas naturais ou jurídicas, salvo as exceções das sociedades em nome coletivo e as subsidiárias integrais. Dessa forma, tal requisito afasta a possibilidade da sociedade unipessoal no Brasil ser uma regra. Na realidade a sociedade como um único sócio é admitida na sua constituição apenas na modalidade subsidiária integral. Quando a unipessoalidade ocorrer após a constituição da sociedade, como a morte de um dos dois únicos sócios, a lei concede um prazo de 180 dias para a reposição da pluralidade sob pena da abertura de dissolução da sociedade. A mesma regra se aplica às sociedades anônimas, sendo que para elas o prazo aumenta para um ano a contar da unipessoalidade superveniente. PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS Todos os sócios devem participar dos resultados, quer de ordem positiva, quer negativa, na proporção de sua participação na sociedade. Antes do Código Civil de 2002 se admitia que os sócios dispusessem de forma contrária, ou seja, era permitido que um deles ficasse com os lucros e o outro sócio com as perdas. Eram as conhecidas sociedades leoninas. O princípio que norteava tal liberalidade era o principio da liberdade de contratar. Hoje, O Código Civil no artigo 1008CC estabelece a nulidade da clausula que não fizer previsão proporcional entre as perdas e lucros. AFFECTIO SOCIETATIS O elemento affectio societatis consiste na afeição de se associar estabelecida entre os sócios, este requisito é próprio das sociedades de pessoas, onde a pessoalidade entre os sócios pode impedir que um estranho ingresse na sociedade posteriormente a sua formação inicial. Nas sociedades de capitais a sua presença é quase imperceptível, uma vez que o que impera nessas sociedades é a circulação de riquezas. As sociedades anônimas são exemplos de sociedades de capitais. CAPITAL SOCIAL Elemento específico indispensável para a formação da sociedade. Consiste na contribuição dos sócios para a formação de um contingente pecuniário pertencente à pessoa jurídica. Esta contribuição pode se ocorrer em espécie, bens ou créditos. Nos dois últimos casos, a responsabilidade por eventuais vícios redibitórios, evicção ou não satisfação do crédito, recai sobre o sócio que apresentou o respectivo bem ou crédito como forma de realização do capital social. Excepcionalmente, temos a contribuição em forma de serviços, caso único previsto no Novo Código Civil, quando dispõe o legislador a respeito das sociedades simples. A finalidade do capital social é oferecer garantia aos credores. Na realidade, apesar de integrar o patrimônio da empresa, em conjunto com outros bens, o capital social não se confunde com este. Isso ocorre porque o capital social é estático enquanto que o patrimônio é dinâmico. São três os princípios que regem o capital social: intangibilidade, veracidade e unicidade. No primeiro deles, o capital social mostra-se intangível, ou seja, não é um capital para ser utilizado como capital de giro. A veracidade determina que deve haver uma transparência entre o montante declarado no contrato social e o valor real existente do capital social. O último princípio norteia que cada sociedade apresenta um único capital social. O capital social poderá ser modificado e, isso, não contraria o princípio da intangibilidade. Com efeito, a alteração só ocorre por provocação dos sócios, por procedimento assembleiar anterior. A modificação poderá ser para o aumento da redução do capital social, neste último caso, é necessário a notificação dos credores quirografários para que possam se manifestar a respeito. A notificação é necessária porque sendo o capital social uma garantia para os credores, devem esses tomar ciência que tal garantia está sendo reduzida. A resistência de alguns deles ( ou todos) não inviabiliza o procedimento de redução do capital , porém requer o pagamento dos credores contrários à diminuição ou, então, o respectivo valor depositado e juízo. A não notificação aos credores acarreta a possibilidade do seu pedido de falência (Lei 11.101/2005).
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