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2 
– Salário e Remuneração 
 
Art. 457, CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário 
devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber 
§ 1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratifi-
cações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. 
§ 2º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 
50% (cinqüenta por cento) do salário percebido pelo empregado. 
§ 3º - Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como tam-
bém aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada a 
distribuição aos empregados. 
§ 4
o
 A gorjeta mencionada no § 3
o
 não constitui receita própria dos empregadores, destina-se aos trabalhadores e 
será distribuída segundo critérios de custeio e de rateio definidos em convenção ou acordo coletivo de trabalho. 
§ 5
o
 Inexistindo previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, os critérios de rateio e distribuição da 
gorjeta e os percentuais de retenção previstos nos §§ 6
o
 e 7
o
 deste artigo serão definidos em assembleia geral 
dos trabalhadores, na forma do art. 612 desta Consolidação. 
§ 6
o
 As empresas que cobrarem a gorjeta de que trata o § 3
o
 deverão: 
I - para as empresas inscritas em regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na respectiva nota de consu-
mo, facultada a retenção de até 20% (vinte por cento) da arrecadação correspondente, mediante previsão em 
convenção ou acordo coletivo de trabalho, para custear os encargos sociais, previdenciários e trabalhistas deriva-
dos da sua integração à remuneração dos empregados, devendo o valor remanescente ser revertido integralmen-
te em favor do trabalhador; 
II - para as empresas não inscritas em regime de tributação federal diferenciado, lançá-la na respectiva nota de 
consumo, facultada a retenção de até 33% (trinta e três por cento) da arrecadação correspondente, mediante pre-
visão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, para custear os encargos sociais, previdenciários e trabalhis-
tas derivados da sua integração à remuneração dos empregados, devendo o valor remanescente ser revertido 
integralmente em favor do trabalhador; 
III - anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no contracheque de seus empregados o salário contra-
tual fixo e o percentual percebido a título de gorjeta. 
§ 7
o
 A gorjeta, quando entregue pelo consumidor diretamente ao empregado, terá seus critérios definidos em 
convenção ou acordo coletivo de trabalho, facultada a retenção nos parâmetros do § 6
o
 deste artigo. 
§ 8
o
 As empresas deverão anotar na Carteira de Trabalho e Previdência Social de seus empregados o salário fixo 
e a média dos valores das gorjetas referente aos últimos doze meses. 
§ 9
o
 Cessada pela empresa a cobrança da gorjeta de que trata o § 3
o
 deste artigo, desde que cobrada por mais 
de doze meses, essa se incorporará ao salário do empregado, tendo como base a média dos últimos doze meses, 
salvo o estabelecido em convenção ou acordo coletivo de trabalho. 
§ 10. Para empresas com mais de sessenta empregados, será constituída comissão de empregados, mediante 
previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho, para acompanhamento e fiscalização da regularidade da 
cobrança e distribuição da gorjeta de que trata o § 3
o
 deste artigo, cujos representantes serão eleitos em assem-
bleia geral convocada para esse fim pelo sindicato laboral e gozarão de garantia de emprego vinculada ao de-
sempenho das funções para que foram eleitos, e, para as demais empresas, será constituída comissão intersindi-
cal para o referido fim. 
§ 11. Comprovado o descumprimento do disposto nos §§ 4
o
, 6
o
, 7
o
 e 9
o
 deste artigo, o empregador pagará ao 
trabalhador prejudicado, a título de multa, o valor correspondente a 1/30 (um trinta avos) da média da gorjeta por 
dia de atraso, limitada ao piso da categoria, assegurados em qualquer hipótese o contraditório e a ampla defesa, 
observadas as seguintes regras: 
I - a limitação prevista neste parágrafo será triplicada caso o empregador seja reincidente; 
II - considera-se reincidente o empregador que, durante o período de doze meses, descumpre o disposto nos §§ 
4
o
, 6
o
, 7
o
 e 9
o
 deste artigo por mais de sessenta dias.” (NR) 
 
 
 
 
 
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3 
Súmula 354, TST - GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 
e 21.11.2003. 
 
As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, inte-
gram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional 
noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. 
 
As gueltas equiparam-se às Gorjetas cabendo por analogia a aplicação da Súmula 354 TST com relação as mes-
mas. (integram a remuneração do Empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de Aviso Prévio, 
adicional noturno, Horas Extras e Repouso Semanal Remunerado). 
 
(OAB/FGV – IX EXAME) Sebastião é empregado no Restaurante Galeto Delicioso Ltda., exercendo a função 
de garçom, com salário mensal de R$ 1.000,00 (um mil reais), que é equivalente ao piso salarial da catego-
ria profissional previsto em convenção coletiva de trabalho. Apesar de o restaurante não incluir as gorje-
tas nas notas de serviço, estas são oferecidas espontaneamente pelos clientes. 
 
Diante dessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às indagações a seguir. 
 
A) Qual é a natureza jurídica da gorjeta? Justifique. (Valor: 0,65) 
Resposta: Nos termos do art. 457, caput, da CLT, a gorjeta é uma paga feita por terceiros, razão pela qual tem 
 natureza remuneratória.
 
B) Analise a pretensão de Sebastião, feita ao empregador, de ter o valor das gorjetas integrado na base de cálcu-
lo do FGTS. (Valor: 0,60) 
Resposta: A pretensão procede. O valor das gorjetas integrará a base de cálculo dos depósitos do FGTS. Con-
forme dispõe o art. 15, caput, da Lei nº 8.036/90, os empregadores ficam obrigados a depositar até o dia 7 (sete) 
de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração 
 paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador. 
 Logo, a base de incidência do FGTS é a remuneração do empregado, que inclui as gorjetas recebidas 
 
Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que 
resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu 
domicílio . 
 
§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa da 
que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um pa-
gamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia na-
quela localidade, enquanto durar essa situação. 
 
Súmula 101, TST - DIÁRIAS DE VIAGEM. SALÁRIO (incorporada a Orientação Jurisprudencial nº 292 da SBDI-1) 
- Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. 
Integram o salário, pelo seu valor total e para efeitos indenizatórios, as diárias de viagem que excedam a 50% 
(cinqüenta por cento) do salário do empregado, enquanto perdurarem as viagens. (primeira parte - ex-Súmula nº 
101 - RA 65/1980, DJ 18.06.1980; segunda parte - ex-OJ nº 292 da SBDI-1 - inserida em 11.08.2003). 
 
(OAB/FGV – X EXAME) Pedro trabalhou numa empresa de 10.02.2011a 20.05.2013, quando foi dispensado 
sem justa causa e recebeu as verbas devidas. Após, ajuizou ação pleiteando a participação nos lucros 
(PL) de 2013, prevista em acordo coletivo, requerendo que o cálculo fosse proporcional ao tempo traba-
lhado. 
 
Defendendo-se, a empresa advoga que a parcela é indevida porque uma das condições para o recebimen-
to da PL, prevista no acordo coletivo, é que o empregado esteja com o contrato em vigor no mês de de-
zembro de 2013, o que não ocorre no caso. Diante dessa situação, responda: A simples menção ou trans-
crição do dispositivo legal não pontua. 
 
A) Pedro tem direito à participação proporcional nos lucros de 2013? Justifique sua resposta. (Valor: 0,65) 
Resposta: Ele terá direito, pois a exigência do acordo coletivo não é aceita pela jurisprudência, conforme Súmula 
 nº 451 do TST.
 
 
 
 
 
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4 
SÚMULA Nº 451. Fere o princípio da isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivo ou norma regulamentar 
que condiciona a percepção da parcela participação nos lucros e resultados ao fato de estar o contrato de trabalho 
em vigor na data prevista para a distribuição dos lucros. Assim, inclusive na rescisão contratual antecipada, é de-
vido o pagamento da parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex-empregado concorreu para 
os resultados positivos da empresa. 
 
(OAB/FGV – XX EXAME – PORTO VELHO) 
Plínio trabalhou durante todo o ano de 2014 e até o mês de abril de 2015 na sociedade empresária Bom 
Lucro Ltda., a qual tinha acordo coletivo prevendo o pagamento de participação nos lucros ao final de 
cada ano, no mês de dezembro, em valor fixo, desde que o empregado trabalhasse ao longo de todo o 
ano. Plínio, que não recebeu nenhuma participação nos lucros durante todo o contrato de trabalho, foi 
dispensado imotivadamente. Sobre o caso apresentado, responda aos itens a seguir. 
 
A) Esclareça a que parcelas relativas à participação nos lucros Plínio faz jus. (Valor: 0,60) 
Resposta: Nos termos da súmula nº 451 do TST, Plínio faz jus à parcela integral da participação nos lucros em 
 2014 e proporcional em 2015.
 
B) Esclareça se os valores relativos à participação nos lucros devem integrar a remuneração de Plínio. (Valor: 
0,65) 
Resposta: Não deverá haver qualquer integração. A participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da 
 empresa não possui natureza salarial, nos termos do art. 3º da Lei nº 10.101/00 e do art. 7º, XI, da CF.
 
Art. 458, CLT - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimen-
tação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, 
fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou 
drogas nocivas. 
§ 1º Os valores atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em 
cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82 
§ 2
o
 Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedi-
das pelo empregador: 
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, 
para a prestação do serviço; 
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrí-
cula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; 
III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte 
público; 
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde; 
V – seguros de vida e de acidentes pessoais; 
VI – previdência privada; 
VII – (VETADO) 
VIII – vale - cultura 
§ 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e 
não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-
contratual. 
§ 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela correspondente será obtido mediante a 
divisão do justo valor da habitação pelo número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da 
mesma unidade residencial por mais de uma família. 
 
Súmula 241, TST - SALÁRIO-UTILIDADE. ALIMENTAÇÃO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. 
O vale para refeição, fornecido por força do contrato de trabalho, tem caráter salarial, integrando a remuneração 
do empregado, para todos os efeitos legais. 
 
OJ 133 (SDI-1) - AJUDA ALIMENTAÇÃO. PAT. LEI Nº 6.321/76. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO. Inserida em 
27.11.98. 
A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do programa de alimentação ao trabalhador, instituído 
pela Lei nº 6.321/76, não tem caráter salarial. Portanto, não integra o salário para nenhum efeito legal. 
 
 
 
 
 
 
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5 
OJ 413 SDI -1 TST .AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. ALTERAÇÃO DA NATUREZA jurídica. NORMA COLETIVA OU 
ADESÃO AO PAT. 
A pactuação em norma coletiva conferindo caráter indenizatório à verba “auxílio-alimentação” ou a adesão poste-
rior do empregador ao Programa de Alimentação do Trabalhador — PAT — não altera a natureza salarial da par-
cela, instituída anteriormente, para aqueles empregados que, habitualmente, já percebiam o benefício, a teor das 
Súmulas n.
os
 51, I, e 241 do TST. 
Súmula 367, TST - UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. CIGARRO. NÃO 
INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 24, 131 e 246 da SBDI-1) - Res. 
129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. 
I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis 
para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo 
empregado também em atividades particulares. (ex-Ojs da SBDI-1 nºs 131 - inserida em 20.04.1998 e ratificada 
pelo Tribunal Pleno em 07.12.2000 - e 246 - inserida em 20.06.2001). 
II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde. (ex-OJ nº 24 da SBDI-1 - inse-
rida em 29.03.1996). 
 
Art. 82, CLT - Quando o empregador fornecer, in natura, uma ou mais das parcelas do salário mínimo, o salário 
em dinheiro será determinado pela fórmula Sd = Sm - P, em que Sd representa o salário em dinheiro, Sm o salário 
mínimo e P a soma dos valores daquelas parcelas na região, zona ou subzona. 
Parágrafo único - O salário mínimo pago em dinheiro não será inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo 
fixado para a região, zona ou subzona. 
 
(OAB/FGV – III EXAME) Determinada loja de um shopping center concede mensalmente a todos os seus 
empregados um vale-compras no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), por força de norma regulamentar, 
para que eles possam utilizá-lo em qualquer estabelecimento do shopping. 
Além disso, fornece ajuda alimentação, sendo participante de Programa de Alimentação ao Trabalhador – 
PAT –, aprovado pelo ministério do trabalho e emprego. O sindicato representante da categoria profissio-
nal de seus empregados vem reivindicando que os valores de ambos os benefícios sejam considerados 
no cálculo das verbas contratuais dos trabalhadores. 
 
Com base na situação hipotética, na condição de advogado consultado pela empresa, responda aos itens 
a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
A) Os valores correspondentes ao vale-compras devem integrar a base de cálculo das verbas contratuais dos 
empregados? 
Resposta: O vale-compras fornecido pelo empregador, pelo trabalho, de forma habitual, não onerosa, por não 
possuir caráter nocivo e a lei não lhe retirar a natureza salarial, configura salário in natura, nos termos do art. 458,caput, da CLT. Logo, visto que possui natureza salarial, os respectivos valores devem integrar a base de cálculo 
 das verbas contratuais dos empregados.
 
C) Os valores correspondentes à ajuda alimentação integram os salários dos empregados? (Valor: 0,3) 
Resposta: Em regra, a ajuda alimentação integra os salários dos empregados para todos os efeitos (art. 458, ca-
put, da CLT e Súmula nº 241 do TST). Todavia, o art. 3º da Lei nº 6.321/76 dispõe que não se inclui no salário de 
contribuição a parcela paga in natura, pela empresa, nos programas de alimentação aprovados pelo Ministério do 
 Trabalho e Emprego (PAT). 
Diante desse preceito legal, restou pacificado o entendimento no sentido de que a ajuda alimentação fornecida por 
empresa participante do Programa de Alimentação ao Trabalhador, instituído pela Lei nº 6.321/76, não tem caráter 
 salarial. 
Portanto, como a empregadora é participante do PAT, a ajuda alimentação fornecida neste caso não integra o 
 salário para nenhum efeito legal (OJ nº 133 da SDI-1 do C. TST).
 
(OAB/FGV –IV EXAME) Em 15.04.2008, João Carlos de Almeida foi contratado pela Engelétrica S.A. para 
trabalhar na construção das barragens da Hidrelétrica de Belo Monte. Entretanto, em virtude da grande 
distância entre o local de trabalho e a cidade mais próxima, o empregador lhe forneceu habitação durante 
toda a vigência do contrato. 
Dispensado sem justa causa em 13.08.2010, João Carlos ajuizou ação trabalhista visando á inclusão da 
ajuda habitação na sua remuneração e o pagamento dos reflexos daí decorrentes, uma vez que a moradia 
constituiu salário in natura, compondo a contraprestação ajustada pelas partes. 
 
 
 
 
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6 
Com base na situação concreta, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apro-
priados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
 
A) Qual é o critério apto a definir a natureza jurídica da prestação entregue ao empregado pelo empregador? 
Resposta: Para definir a natureza jurídica da utilidade fornecida pelo empregador é preciso verificar inicialmente 
se a prestação é fornecida “para” o trabalho ou “pelo” trabalho, sendo tais critérios respectivamente, indenizatório 
 e retributivo. Na hipótese de ser indispensável para a realização do trabalho, não terá natureza salarial. 
Caso contrário, ou seja, tenha sido fornecida “pelo” trabalho, e ainda, de forma gratuita, habitual, não tenha cará-
ter nocivo (bebidas alcoólicas, drogas nocivas e cigarros – art. 458, caput e Súmula nº 367, II, do TST) e a lei não 
 lhe tenha retirado a natureza salarial (art. 458, § 2º, da CLT), a utilidade terá natureza salarial.
 
B) Nesta hipótese em especial, a habitação fornecida pela Engelétrica S.A. deve ou não integrar a remuneração 
de João Carlos de Almeida? Por quê? 
Resposta: Neste caso concreto, a grande distância entre o local de trabalho e a cidade mais próxima tornou im-
prescindível o fornecimento da habitação, sob pena de inviabilizar a realização do trabalho. Assim, a habitação 
 fornecida a João Carlos pela Engelétrica não possui natureza salarial, visto que serve “para” o trabalho. 
Nesse sentido, temos o entendimento do TST, consubstanciado na Súmula nº 367, I, do TST, a qual prevê ex-
 pressamente que a habitação quando indispensáveis para a realização do trabalho não tem natureza salarial.
 
Art. 7º, CRFB/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua 
condição social: (...) 
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e 
às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência 
social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qual-
quer fim. 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo. 
 
Art. 462, CLT - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando 
este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. 
§ 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha 
sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. 
 
(OAB/FGV – XVI EXAME) 
Jorge é frentista do posto de gasolina Trevo Ltda. Na admissão, foi informado e assinou contrato de em-
prego no qual consta cláusula em que autoriza descontos quando gerar prejuízos financeiros ao empre-
gador, decorrentes de ato culposo seu. Em norma interna do posto, de conhecimento de todos os empre-
gados, consta que pagamentos em cheque só seriam aceitos após ser anotada a placa do veículo, além de 
identidade, endereço e telefone do condutor. Em determinado dia, o cunhado de Jorge, após abastecer o 
veículo com este, pagou em cheque. Tratando-se do cunhado, Jorge nada anotou no cheque. Dias depois 
foi constatado que o cheque era de terceiro, estando sustado em decorrência de furto. A sociedade em-
presária descontou seu prejuízo do salário de Jorge. 
 
Sobre o caso apresentado, responda aos itens a seguir. 
 
A) Analise a validade do desconto efetuado pela empresa. (Valor: 0,65) 
Resposta: A empresa poderá descontar o valor, na forma do art. 462, § 1
o
, da CLT, pois o ato foi culposo e estava 
 acertado em contrato.
 
OJ-SDI1-251 DESCONTOS. FRENTISTA. CHEQUES SEM FUNDOS (inserida em 13.03.2002) 
É lícito o desconto salarial referente à devolução de cheques sem fundos, quando o frentista não observar as re-
comendações previstas em instrumento coletivo. 
 
Art. 477, CLT - É assegurado a todo empregado, não existindo prazo estipulado para a terminação do respectivo 
contrato, e quando não haja ele dado motivo para cessação das relações de trabalho, o direto de haver do empre-
gador uma indenização, paga na base da maior remuneração que tenha percebido na mesma empresa. 
(...) 
§ 4º - O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado no ato da homologação da rescisão do contrato de 
trabalho, em dinheiro ou em cheque visado, conforme acordem as partes, salvo se o empregado for analfabeto, 
quando o pagamento somente poderá ser feito em dinheiro. 
 
 
 
 
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7 
§ 5º - Qualquer compensação no pagamento de que trata o parágrafo anterior não poderá exceder o equivalente a 
um mês de remuneração do empregado. 
 
Súmula 342, TST- DESCONTOS SALARIAIS. ART. 462 DA CLT (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 
21.11.2003. 
Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser 
integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de 
entidade cooperativa, cultural ou recreativo-associativa de seus trabalhadores, em seu benefício e de seus de-
pendentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de 
outro defeito que vicie o ato jurídico. 
 
 OJ 160 SDI-1 . DESCONTOS SALARIAIS. AUTORIZAÇÃO NO ATO DA ADMISSÃO. VALIDADE 
É inválida a presunção de vício de consentimento resultante do fato de ter o empregado anuído expressamente 
com descontos salariais na oportunidade da admissão. É de se exigir demonstração concreta do vício de vontade. 
 
Art. 58-A, CLT - Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e 
cinco horas semanais. 
§ 1
o 
 O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em 
relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. 
§ 2
o 
 Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada 
perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva. 
 
Súmula 91, TST - SALÁRIO COMPLESSIVO (mantida)- Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. 
Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender englobadamente 
vários direitos legais ou contratuais do trabalhador. 
 
Art. 463, CLT - A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País. 
Parágrafo único - O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo considera-se como não feito. 
 
Art. 462, CLT - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando 
este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. (...) 
§ 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às empresas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos 
empregados de dispor do seu salário. 
 
(OAB/FGV – XIII EXAME) Aproveitando a oportunidade conferida por seu empregador, Renan aderiu ao 
Programa de Demissão Voluntária ofertado pela empresa e recebeu 10 salários adicionais de indenização 
(um salário por cada ano trabalhado), além das verbas típicas da dispensa sem justa causa. No mesmo 
período, Renan dispensou sua empregada doméstica. 
 
Diante da situação, responda aos itens a seguir. 
 
A) Haverá recolhimento de FGTS sobre a indenização de 10 salários adicionais? Justifique em qualquer hipótese. 
(Valor: 0,65) 
Resposta: Não haverá recolhimento de FGTS, haja vista a natureza indenizatória da verba, não se constituindo 
 em fato gerador do FGTS, conforme art. 15 da Lei nº 8.036/90 e o art. 27 do Decreto nº 99.684/90.
 
B) Analise se, em eventual reclamação trabalhista movida pela empregada doméstica de Renan, poderia haver 
penhora da conta do FGTS do empregador para que os valores lá depositados sirvam para pagamento da domés-
tica na fase executória. Justifique. (Valor: 0,60) 
Resposta: Não será possível, pois as contas do FGTS são absolutamente impenhoráveis, na forma do art. 2º, §2º, 
 da Lei nº 8.036/90. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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