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ALEITAMENTO MATERNO Nutrição materna e infantil Prof.ª Me. Silvia Gomes Leite Materno Alimento nutricionalmente COMPLETO, espécie-específico, que atende as necessidade fisiológicas, metabólicas e imunológicas das crianças. Favorecer vínculo materno com a criança, econômico e eficaz intervenção para redução da mortalidade infantil. Definições Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS): Aleitamento Materno Exclusivo Quando a criança recebe somente LM (Direto da mama, ordenhado ou leite humano de outra fonte). Com exceção de suplementação de vitaminas e minerais. Aleitamento Materno Predominante Quando a criança recebe, além do LM, água, ou bebidas á base de água como sucos e chás. Aleitamento Materno Quando a criança recebe LM (direto da mama ou ordenhado) , independente de receber ou não outro alimento. Definições Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS): Aleitamento Materno Complementado Quando a criança recebe além do LM, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo e não de substituí-lo. Aleitamento Materno Misto ou Parcial Quando a criança recebe LM e outros tipos de leite. Recomendações Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e o Ministério da saúde (MS): Aleitamento Materno Exclusivo - Até os 6 meses; Aleitamento Materno Complementado - até os 2 anos de vida ou mais. Epidemiologia A duração da amamentação esta abaixo da meta; Amamentação após a 1 h do parto – 43% Duração do aleitamento – 7 meses (1996) para 9 meses (2006). Aleitamento materno exclusivo (AME) – 2 meses. PNDS, 2006. Importância do aleitamento – para criança ↑ Laço afetivo mãe-filho; Tem uma melhor aceitação à alimentação complementar; Bom para dentição e para a fala ; Benefícios do psicológicos, imunológicos e cognitivos; Contem todos os nutrientes essenciais para o crescimento; Protege contra a desnutrição, infecção, diarreias, alergias, asmas, obesidade e sobrepeso na infância, entre outras doenças. Proteção contra carência de vitamina A. Crianças amamentadas ao seio tem maior estabilidade emocional e melhor vínculo nos relacionamentos Melhor desenvolvimento cognitivo, intelectual e visual Importância do aleitamento – para mãe Melhor recuperação pós parto (involução uterina + rápida, ↓sangramento pós parto, menor risco de anemia); Ajuda no retorno ao peso normal no puerpério; ↓ incidência de Câncer de mama e de ovário; Favorece o vínculo Mãe – Filho; ↓ o risco de depressão pós – parto; Método anticoncepcional. Importância do aleitamento – para sociedade Sem manipulação, preparo e custo; ↓ os atendimentos médicos e hospitalares; ↓ a necessidade de medicamentos; ↓ ausência ao trabalho pelos pais; População + saudável fisicamente (à longo prazo) Alim.artificial: gasto mensal = 23 a 68 % do salário mínimo (1ºs 6m de idade) Fatores associados ao desmame precoce Idade materna (< 20 anos) Mães solteiras Baixa escolaridade Menor condição socioeconômica Primípara Sem experiência prévia positiva com aleitamento Necessidade de trabalhar Falta de orientação no pré-natal/ falta de auxilio dos profissionais de saúde Dificuldade iniciais Estresse / ansiedade/ medo Uso de medicações pela mãe ou bebê Ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno Hospital Amigo da Criança FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO E COMPOSIÇÃO DO LEITE PROLACTINA – secreção do leite OCITOCINA – contração das células mioepiteliais Glândulas de Montgomery são glândulas sebáceas e sudoríparas localizadas nas aréolas mamárias que têm como função a proteção da pele dessa região por meio da formação de uma camada superficial hidrolipídica, evitando rachaduras na pele. Anatomia da Glândula Mamária Glândulas Sebáceas de Montgomery Dev Psychobiol 48: 100–110, 2006. O tamanho da mama não está relacionado à sua capacidade funcional, pois é a quantidade de tecido adiposo que lhe confere forma e dimensão. Controle Hormonal da Lactação Hormônios envolvidos no aleitamento materno Prolactina Ocitocina Quando há a sucção >> impulsos sensoriais para o cérebro >> estimulando a secreção hormonal. WHO, 2009; Paediatr Child Health; 2007; 17(6); Dis Mon, 2008; 54:343-411; SANTIAGO, L. B., 2013. Krause, 2005 Produção do Leite Materno Dis Mon, 2008; 54:343-411. Fator inibidor da lactação (polipeptídio) Leite Materno Fornece: 100% das calorias até 6 meses; 50% no segundo semestre; e cerca de 34% no 2º ano de vida Ótima biodisponibilidade dos nutrientes; 87,5% de água; Alimento completo Espécie-específico Leite Materno Estágios da Lactação Colostro Leite secretado nos primeiros 3- 7 dias pós-parto; Produzido em pequenas quantidades: 40 – 50 mL (1º dia); O leite começa a ser produzido em maiores quantidades 2 – 4 dias após o nascimento. 3º dia pós-parto: 300 – 400 mL/24h; 5º dia pós-parto: 500 – 800 mL/24h. CALIL; FALCÃO, 2005; WHO, 2009; SBP, 2012; GUILHERME; NASCIMENTO, 2013. A apojadura do leite é o período de 2 a 4 dias em que a produção láctea se estabelece de forma plena. Capacidade gástrica da criança Maior conteúdo de Imunoglobulinas (IgA, IgM, IgG) Lactoferrina e leucócitos Proteínas Minerais Vit. Lipossolúveis (A, E e K) Menor conteúdo de Gorduras Lactose Calorias Provê 54 – 67 kcal/dL Estágios da Lactação CALIL; FALCÃO, 2005; WHO, 2009; SBP, 2012; GUILHERME; NASCIMENTO, 2013. 1. Colostro: Estágios da Lactação Leite de Transição Leite secretado entre 5 – 15 dias pós-parto; Produzido no período intermediário entre o colostro e o leite maduro; Ocorrem modificações na composição láctea. CALIL; FALCÃO, 2005; WHO, 2009; SBP, 2012; GUILHERME; NASCIMENTO, 2013. Estágios da Lactação Leite Maduro Leite secretado 2 semanas após o parto. CALIL; FALCÃO, 2005; WHO, 2009; SBP, 2012; GUILHERME; NASCIMENTO, 2013. Leite anterior e leite posterior CALIL; FALCÃO, 2005; MS, 2009; WHO, 2009; SBP, 2012; GUILHERME; NASCIMENTO, 2013. Leite anterior Leite posterior Deixar esvaziar a mama, pois ao final tem maior percentual de gordura (leite posterior). Componentes Imunológicos Lactoferrina Componentes celulares Fator bífidus Lisozimas IgAs, IgG, IgM... CAUSAS INFECCIOSAS – DIARRÉIAS - mortalidade Atividade bacteriostática – interrompendo o processo pelo qual a bactéria metaboliza CHO. Promoção da absorção do ferro (50%). Ação lítica sobre as bactéria, potencializa a IgA, modula reação inflamatória. Impede a aderência de microrganismo e nas mucosas, impedindo a adesão do patógeno. Confere imunidade a criança; Facilita a colonização por lactobacilos bífidus, dificultando a colonização por outras bactérias. Composição Proteica – Proteínas do soro Composição Lipídica Constituem a maior fonte de energia do leite humano (50% do VET); São facilmente digeríveis e absorvíveis (estrutura do glóbulo de gordura); Principais ácidos graxos do leite materno são: Saturados: láurico, mirístico, palmítico, esteárico; Insaturados: oleico (ω-9), linoleico (ω-6) e linolênico (ω-3). CALIL; FALCÃO, 2005; MS, 2009; WHO, 2009; SBP, 2012; GUILHERME; NASCIMENTO, 2013. Ácido Araquidônico (ARA) Ácido Docosahexaenoico (DHA) Relacionado ao desenvolvimento do cérebro e da retina Composição do Leite Materno Constituinte Colostro ( 3 – 7dias) Leite maduro (> 30 dias) Leite de vaca Energia (kcal) 58 70 67,8 Lactose (g) 5,3 7,3 4,9 Proteínatotal (g) 2,3 0,9 3,5 Caseína(%) 10 40 82 Proteína do soro (%) 90 60 18 α-lactoalbumina(mg) 218 161 - Gordura total 2,9 4,2 3,8 CALIL; FALCÃO, 2005; WHO, 2009; SBP, 2012; GUILHERME; NASCIMENTO, 2013. Tabela 1. Composição do colostro e do leite materno maduro de mães de crianças a termo e do leite de vaca. Leite Materno X Leite de Vaca Proteínas Carboidratos LAURINDO, V.M., et al, 1991; AKRÉ, J., et al, 1997; TRAHMS, C. M., 2004. Leite Materno X Leite de Vaca O ácido oleico(w-9) é predominante em ambos os leites (maior [ ] no leite materno); Ácido Linoleico (w-6) – 4% de energia no leite materno e 1% de energia no leite de vaca; Ácidos graxos essenciais: ácido Araquidônico (ARA) e Ácido Docosahexaenoico (DHA) - membrana celular da retina e da mielinizaçãodo sistema nervoso A lipase presente no LM é estimulada pelos sais biliares e contribui para a hidrólise de TG (30-40%) do leite em 2h. Vitaminas e Minerais Vitamina A, D e E – qtd no LM que no LV; Cálcio e Fósforo – [ ] no LV que no LM; Ferro – ambos possuem baixa [ ], porém a biodisponibilidade do Fe do LM é maior; Zinco – Conteúdos semelhantes - a biodisponibilidade no LM é maior; Sódio e Potássio – Maiores [ ] no LV – maior carga de soluto renal. AKRÉ, J., et al, 1997; TRAHMS, C. M., 2004. Por tudo isso, bebês alimentados ao seio tem maior resistência a infecções, principalmente diarréia, otite média e doença respiratória, ITU, meningites, ↓ incidência de morte súbita na infância, doenças alérgicas, enterocolite necrotizante, retocolite ulcerativa, doença de Crohn, leucemias, esclerose múltipla, linfomas, artrite reumatóide juvenil, obesidade na infância e DM O risco de morrer por diarréia é 16x maior com LV Fezes de bebê que é amamentado exclusivamente Casos especiais Lactente não pode ser alimentado ao seio: má formação na boca, dificuldade de sucção, separado da mãe – leite no copo, sonda, colher. Lactentes precisam de outra nutrição – prematuro, baixo peso, desnutridos, desidratados. Não deve receber o leite materno ou outro leite – doenças metabólicas raras (galactosemia ou fenilcetonúria) Leite materno não disponível – doença infecciosa (HIV, CMV, Herpes, varicela, hanseníase, hepatite C – Se houver fissura na mama ou fase aguda), medicamento, mãe fisicamente fraca.
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