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7º Semestre Pesquisa em Serviço Social

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7º Semestre - Pesquisa em Serviço Social III 
Aula: 08 – Genealogia dos conceitos e analise de representações sociais – O Estudo de caso
Introdução - O estudo de caso é uma investigação que se debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial, pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir a que há nela de mais essencial e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno de interesse.Quase tudo pode ser um “caso”: um indivíduo, um personagem, um pequeno grupo, uma organização, uma comunidade ou mesmo uma nação. Esta metodologia pressupõe que o pesquisador se debruce, mergulhe, sobre uma situação particular, procurando extrair dela e somente dela um máximo de dados relevantes para a área de estudos em que se inscreve a sua pesquisa. Seria o caso de dizer, em uma perspectiva fenomenológica, que devemos esquecer o que se sabe sobre o mundo para que nos detenhamos na radical especificidade do que estamos estudando, sem procurar enquadra-lo no que já conhecemos. Portanto, abrirmo-nos a novidade radical que se encontra em toda parte, antes da ciência categorizar os fenômenos em conceitos, agrupando-os em classes.
O geral e o particular - Entretanto, a despeito de ser uma investigação sobre o particular, vale notar que o estudo de caso pode combinar-se tanto em uma perspectiva indutiva (que vai do particular ao geral), quanto dedutiva (que vai do geral ao particular). Ao estudar um objeto ou situação específicos você pode tanto estar testando hipóteses anteriores quanto contribuindo para a elaboração de novas hipóteses observando e estudando um evento ainda não estudado. Conforme dissemos em aulas anteriores, esse movimento de indução e dedução é circular na ciência e não é porque partimos do particular no estudo de caso que estamos comprometidos com a indução.
Na primeira aula desta disciplina mostramos como serviço social e sociologia exemplificam este movimento. A sociologia propõe leis e hipóteses gerais sobre os fenômenos sociais e essas leis e hipóteses podem orientar o pesquisador em serviço social. Por sua vez o pesquisador, ao estudar um caso específico de fenômeno social contribui em retorno seja para confirmar seja para falsear hipóteses anteriores.
Percebe-se assim que uma questão que o estudo de caso levanta diz respeito ao modo como o particular relaciona-se ao geral. Assim, quando escolhemos para nossa pesquisa estudar um caso particular, por mais que nos concentremos nesse caso específico, não há ciência do particular. Um estudo sobre uma situação ou objeto particular só faz sentido quando posteriormente é utilizado, seja para que se extraia conclusões mais gerais que se prestem ao conhecimento de outras situações e objetos em alguma coisa considerados semelhantes, seja para afirmar ou falsificar hipóteses anteriormente construídas. Porém, podemos enfocar sob outra perspectiva essa relação do particular com o geral. Por exemplo, se quisermos conhecer a obra de Marx, ou de qualquer grande autor que tenha grande produção, podemos fazer uma leitura panorâmica da obra deste autor, lendo vários de seus textos, ou podemos nos deter sobre um pequeno conjunto de textos de determinada época. Não deixa de ser razoável supor que há algo que é uma marca deste autor e que atravessa toda sua obra, por mais que seus textos variem. Assim, ao invés de queremos apreender a obra em questão pela leitura de um máximo de textos que a compõe, podemos mergulhar fundo na leitura de uns poucos e tentar capturar aquilo que é sua marca permanente. O mesmo se diz da filosofia. Quando se quer introduzir um estudante à filosofia, tanto se pode apresentar uma visão panorâmica sobre a história da filosofia, passando pela obra de diversos filósofos, quanto se pode aprofundar um dos debates clássicos da filosofia, como, por exemplo, aquele sobre o livre arbítrio. Há algo da filosofia que está presente em cada pequeno pedaço da filosofia e não importa que fragmento de sua história peguemos para estudar, lá estará ela, como um todo.
O assistente social - Finalmente podemos nos remeter ao serviço social. Certamente há entre as diversas áreas por onde se move o assistente social aspectos que são comuns a todos. Por mais particulares que sejam os temas estudados e as práticas realizadas pelos assistentes sociais, há impasses e encontros que se repetem em cada particular – pode-se ou não enfocar as semelhanças ou as diferenças. Por sua vez, o próprio tecido social, em suas múltiplas facetas, é atravessado por forças comuns que podem ser identificadas em estudos comparativos posteriores a estudos de caso. Desse modo, teoricamente seria sempre possível fazer um estudo vertical ou horizontal. No caso de um estudo vertical mergulhamos fundo em um pequeno recorte que de certa maneira, durante nosso estudo, isolamos do contexto maior em que ele se insere para mergulhar fundo em sua particularidade.
Uma perspectiva fenomenológica - Quando falamos em uma perspectiva fenomenológica, queremos nos referir ao esforço de tentar capturar o mundo da posição do outro que estamos observando, escutando. Então podemos chegar a uma instituição ou comunidade cheios de ideias – científicas ou não – pré-formadas e que servirão para que compreendamos aquilo que acontece. Mas, fenomenologicamente, esse procedimento deveria ser abandonado ou limitado, em favor de tentarmos perceber o mundo tal como as pessoas daquela comunidade ou instituição percebem – como se estivéssemos de frente a uma experiência radicalmente nova.
Assim, para a fenomenologia, o mundo não é apenas um, mas muitos são mundos, tantos quantos forem os sujeitos (mesmo que grupos) que estamos estudando. Notem que fenômeno opõe-se à fato. Ao invés de supormos fatos, conforme a metodologia positivista preferiria, investigamos fenômenos, quer dizer, fatos tal como aparecem para uma dada consciência, mesmo que para uma suposta “consciência coletiva” – lembrem-se das representações sociais, quer dizer, representações que não pertencem apenas a uma pessoa, mas a várias que pertencem a uma mesma coletividade. Portanto, no tecido social, podemos supor que um pequeno recorte desse tecido seja atravessado por forças que estão presentes no todo. Tal pressuposição é sempre uma aposta. Nunca, sobretudo na nossa área de ciências sociais, teremos qualquer certeza de que estamos “dando um tiro tão certeiro” – capturando a “essência” de algo, ainda mais quando esse algo é o tecido social. Mas um estudo que assuma essa perspectiva nem por isso fica proibido. Não deixe de lembrar, porém, que no estudo de caso você estará concentrado naquilo que a situação tem de particular. Neste sentido é que será importante desarmar-se de concepções e preconceitos anteriores que te levem a enxergar o caso particular em estudo como uma repetição do que já foi visto antes. Este é um desafio sério para o pesquisador.
Conforme disse, tendemos a apreender o mundo conforme categorias que já utilizamos habitualmente. Com isso, muitas vezes podemos negligenciar diferenças que não deveriam ser ignoradas. Muitos já apontaram que ‘cinza é a teoria, perto do verde bruxuleante da vida’. Isso quer dizer: as situações são sempre infinitamente diferentes. Nada se repete da mesma exata maneira e sempre que tentamos encontrar o mesmo mais além do diverso, corremos alguns riscos. Qualquer teoria envolve abstração e hipóteses científicas sempre visam generalizações. É neste sentido que não podemos aceitar que haja ciência do singular. Porém ao buscarmos encontrar aquilo que se repete em várias situações diferentes, sempre corremos o risco de negligenciar detalhes ou aspectos que apontariam para a diferença. Queremos encontrar o mesmo, aquilo que não muda e porque queremos acabamos encontrando, embora às custas de “fazer vista grossa” (mesmo que sem intenção) para aquilo poderia contrariar nossa busca. Estamos falando de um risco, mas que está longe de sugerir uma proibição. Se por exemplo já sabemos o que é uma comunidade de cracudos (usuários decrack), ou o que é um cracudo, perdemos de vista a particularidade daquele específico grupo de consumidores de crack, ou daquele consumidor de crack em específico. Daí que já cheguemos com uma receita pronta, supostamente válida para todos os consumidores de crack. O estudo de caso (bem poderia ser feito em torno de um determinado grupo de cracudos ou mesmo da biografia de um cracudo) caminha na direção de privilegiarmos a especificidade, a particularidade, mesmo que para posteriormente se possa fazer disso indução ou dedução. A possibilidade aberta pelo estudo de caso é a de que mergulhemos fundo em um situação particular buscando aquilo que ela tem de absolutamente singular. Neste sentido faríamos quase exatamente o contrário da generalização: procuraríamos abstrair daquilo que parece ser o mesmo (o que supostamente se repete em todo caso particular), focando no que a situação tem de singular. Onde teríamos a tentação de ver algo se repetir, esqueceríamos as semelhanças e nos concentraríamos nas diferenças. Mergulharíamos decididamente na particularidade daquele objeto, daquela situação. Por exemplo, podemos estar fazendo uma pesquisa exploratória e assim mostrar aos nosso pares algo até então não estudado. A pesquisa teria assim um caráter preliminar e poderia abrir caminho para novos estudos que utilizariam outras metodologias. Mas podemos também estar praticando um dos movimentos mais importantes para a ciência, justamente o de procurar algo que contrarie determinada teoria científica. Lembrem-se de que as hipóteses científicas esperam pelo evento que possa contrariá-las. Toda hipótese cientifica deve poder ser falsificada. Sem querer tocar em sensibilidade religiosas (afinal a religião, assim como a ciência a filosofia e a arte, é uma das grandes produções da humanidade), remeto aqui ao enunciado: Deus é bom. Tal enunciado é dependente de fé e não pode ser contestado ou afirmado por prova científica. Tal enunciado representa perfeitamente aquilo que não pode ser um enunciado científico. Isso porque nada em momento nenhum pode contrariar tal enunciado, provalo falso. Quer muitas desgraças ocorram, quer muitos venham a provar a felicidade, Deus sempre será bom. Se acontecem desgraças, isso é porque Deus sabe o que faz e não por ser falho em sua bondade absoluta. Assim, é obrigação de cada participante do jogo da ciência buscar não apenas evidências que confirmem, mas talvez sobretudo que falseiem uma hipótese. A ciência cresce na medida em que seus enunciados são falsificados e novas hipóteses são requisitadas para dar conta dos fenômenos, sejam eles sociais ou naturais. O estudo de caso pode contribuir tanto em uma perspectiva (confirmação) quanto em outra (falsificação) de hipóteses e teorias científicas. Outro ponto importante a destacar é que estudos de caso podem combinar com toda a legitimidade métodos quantitativos e qualitativos. Ao estudar uma situação social particular – uma comunidade, um grupo dentro de uma comunidade, uma instituição – você pode combinar técnicas de coleta de dados que permitam uma análise qualitativa ou quantitativa. Você pode trabalhar com dados que serão apresentados de modo numérico ou não. Para isso poderá utilizar todas as ferramentas que estivemos examinando até aqui. Questionários, entrevistas, observação, observação participante etc. Estabeleça com clareza os dados que está buscando e se serão trabalhados quantitativa ou qualitativamente. Alguns princípios que você não deve perder de vista quanto a essa parte de seu trabalho são: a) Usar múltiplas fontes de evidências. O uso de múltiplas fontes de evidência. Permite o desenvolvimento da investigação em várias frentes – investigar vários aspectos em relação ao mesmo fenômeno. As conclusões e / ou descobertas são assim mais convincentes e apuradas já que advêm de um conjunto de confirmações. Além disso os potenciais problemas de validade do estudo são atendidos, pois as conclusões, nestas condições, são validadas através de várias fontes de evidência. Se os dados são qualitativos e suas interpretações e conclusões não puderem ser quantificadas ou não se basearem em dados numéricos, sua validade também se beneficiará quando puder utilizar e referir múltiplas fontes de dados. Isso não implica que você não possa utilizar apenas uma fonte, desde que anuncie este aspecto como devendo ser levado em conta pelo leitor de sua pesquisa. b) Construir, ao longo do estudo, uma base de dados. Embora no Estudo de Caso a separação entre a base de dados e o relato não seja frequentemente encontrada, tal procedimento pode favorecer a legitimidade do estudo, uma vez que os dados armazenados ao longo do estudo ficam acessíveis a outros investigadores. Os registros podem ser efetuados através de notas, documentos e narrativas. c) Formar uma cadeia de evidências. Construir uma cadeia de evidências significa configurar o estudo de caso de tal modo que se consiga levar o leitor a perceber a apresentação das evidências que legitimam o estudo, desde as questões de pesquisa até as conclusões finais. Trata-se de uma preocupação com o fio lógico que guia o tema e objetivos, a coleta de dados sua análise e conclusões. Assim, ao apresentar as evidências, preocupe-se com a ordem com que irá mostra-las, facilitando ao leitor perceber a coerência daquilo que que mostrar. Esta fase de tratamento dos dados consiste basicamente nas tarefas de identificação, transcrição e organização da base de dados. Com isso você obtém uma base de dados a partir da qual são trabalhadas as fases seguintes de análise dos dados, ou seja a fase de codificação e criação de categorias de análise. A própria amarração do tema da pesquisa e de seus objetivos lhe dará a direção para execução desta última tarefa. Ou seja, entre a massa de dados que você recebe da experiência, você estará selecionando aquelas que lhe parecerem possivelmente relacionadas aos aspectos que você está investigando. Você deverá “etiquetar” os dados, mostrando que eles pertencem a tal ou tal conjunto. Hoje em dia, com o uso do computador, se você conseguir se organizar, poderá contar com uma poderosa ferramenta para organização e armazenamento de dados. Imagine que terá que criar pastas e arquivos cujos nomes indicarão as classes de dados armazenados. Em seguida, partirá para a análise destes dados, mas isso deverá ser feito à luz das categorias criadas para tal tarefa. Não se analisa nada senão por meio de categorias utilizadas para a análise específica que se está buscando. Isso depende tanto do teu interesse específico quanto da especificidade do objeto de sua pesquisa e da metodologia escolhida para cumprir seu estudo. Por exemplo, pode-se estar interessado em saber como um grupo de sujeitos pensa o papel da educação em sua vida. Colhe-se então os dados relacionados a isso. Porém em seguida você terá de fazer disso alguma coisa e então poderá mostrar que os sujeitos entendem a educação como um processo fortemente assimétrico, em que o aluno recebe do professor conteúdos sem oferecer em troca nada senão sua atenção passiva diante do que está recebendo. Ou que o sujeito percebe a educação como uma obrigação, sem compreender de modo mais amplo o que ela efetivamente pode vir a significar em sua vida, colocando-se como sujeito ativo na proposta de se educar. Notem como nesses exemplos, é preciso saber que dados colher, mas também em função de que analisa-los.
Método biográfico - Para finalizar vale a pena destacar um tipo específico de estudo de caso, o chamado método biográfico. Tal método consiste na análise vertical típica do estudo de caso, porém radicalizada na medida em que se volta para a coleta de dados relacionados à vida de uma só pessoa. Para pensar casos mais próximos ao serviço social, imaginemos a possibilidade de traçar a história de vida de um presidente de associação de moradores, ou de um assistente social.Antes de mais nada, observemos que isso de forma alguma deve implicar que precisamos aplicar tal método à vida de uma pessoa famosa ou importante, diferenciada enfim, sejaela um amplamente reconhecido líder comunitário ou um igualmente destacado assistente social. Teoricamente, embora essa escolha não esteja proibida, podemos optar pela aplicação deste método à vida de pessoas comuns, apenas uma entre outras, evidentemente que relacionadas a uma população que interesse ao estudo que planejamos. Mas então poderíamos perguntar: afinal de contas, de que valeria trazer para o campo da ciência dados colhidos e organizados sobre a vida de uma pessoa comum? Se pelo menos fosse um homem ou mulher brilhante, de trajetória destacada... Nada disso. Pode-se igualmente fazer surgir uma discussão valiosa a partir da trajetória de uma pessoa como outra qualquer. Provavelmente muito do que aparece nela será significativo para mostrar algo que tenha alcance mais geral, ou que seja de interesse pela particularidade que traz em meio a tal “vida comum” de uma “pessoa comum”. Lembremos aqui do filósofo Foucault, referido em nossa última aula, quando ele aponta que documentos importantíssimos são negligenciados por não serem “oficiais”. Como se apenas a história oficialmente contada fosse digna de crédito. Ora, sabemos que tal postura crédula na oficialidade traz o risco de contribuir para a perpetuação das verdades da tradição, enfim, da história que querem nos contar. Assim, não apenas uma biografia pode trazer dados relevantes ao debate científico (inclusive para o campo do serviço social, por que não?), como a biografia de pessoas nada excepcionais, ou apenas tão excepcionais como quaisquer outras.
7º Semestre - Pesquisa em Serviço Social III 
Aula: 09 - Monografia x trabalho de campo
Muitos alunos tem preferido fazer trabalhos que não envolvem trabalho de campo. É preciso entender que esta opção não implica que sua monografia seja uma monografia puramente teórica. Não incluir o trabalho de campo em seu trabalho acadêmico não implica de forma alguma que você não possa trazer para sua pesquisa elementos de sua experiência profissional em serviço social ou áreas afins. Nesta aula vamos conversar sobre essas opções metodológicas, quais sejam, a de utilizar a sua prática / experiência em uma monografia que não envolva trabalho de campo e / ou a de fazer um estudo teórico.
Importância do trabalho de campo - Voltando ao que disse na primeira aula dessa disciplina, penso o trabalho do assistente social como uma práxis, isto é, uma prática teorizada. O ir e vir entre teoria e prática é característico dessa disciplina / práxis, tal como também o é, por exemplo, a prática do psicanalista ou do antropólogo. Penso não estar errado se disser que o assistente social está sempre diante do desafio de transformar as práticas sociais - o que nem sempre é verdadeira para toda área da ciência, de vez que há práticas e pesquisas essencialmente voltadas ao conhecimento da natureza e / ou da cultura e não a sua transformação. Localizar territórios nos quais as políticas públicas estão ausentes, ou nos quais se revelam inadequadas, ou fazer valer as que parecem boas políticas quando já existentes, é parte essencial do trabalho do assistente social. Neste sentido pode ser importantíssimo para a prática de pesquisa em serviço social o trabalho de campo. Acho até que é um recurso que tem sido sub-utilizado no momento das monografias de final de curso de graduação, o que tem sido registrado em livros que tratam do tema de pesquisa em ciências sociais. Se procurarem nas bibliotecas de sua Universidade, perceberão como um grande número de monografias não apresenta trabalho de campo. Talvez isso se deva ao fato de que o trabalho de campo nesta área exige mais. A coleta, organização e análise dos dados colhidos é um processo trabalhoso e os alunos acabam preferindo articular a experiência que foram adquirindo em suas vidas com os textos e questões que trabalharam durante sua graduação. Há que se respeitar essa opção. Não vivemos em um mundo ideal e sei bem das dificuldades pelas que passam os alunos para fazer sua graduação, trabalhar, cuidar de seus interesses e etc. Ainda que torça para que o trabalho de campo se torne mais utilizado, não posso deixar de falar também nesta outra opção que tantas vezes tem sido a preferida.
Ferramentas e técnicas - Estivemos conversando sobre as ferramentas e técnicas que podem ser utilizadas pelo pesquisador em ciências sociais em seu trabalho de campo.
Ferramentas - 
• Questionários.
• Entrevistas.
• Observação “naturalística”.
• Observação participante são ferramentas.
Técnicas - Pesquisa ação, pesquisa participante, estudo de caso, método biográfico, são métodos e técnicas de pesquisa nas quais estas ferramentas podem ser utilizadas. Dados qualitativos e quantitativos podem ser utilizados em todas elas e associados a todas essas ferramentas. Agora pensando em uma pesquisa que não utilize trabalho de campo, imaginemos um exemplo: digamos que você trabalhe em uma instituição – escola, hospital etc. – e experimente durante este período uma série de impasses e questões. Você então decide trabalhar estes impasses e questões em um trabalho acadêmico à luz das teorias que alimentam o campo das ciências sociais em geral e do serviço social em particular. Note que você poderá fazer isso sem recorrer a qualquer trabalho de campo em sua pesquisa. Digamos que, neste caso, o “trabalho de campo” já terá sido feito, durante os anos em que trabalhou em tal instituição. Claro que há uma diferença: o trabalho de campo é uma atividade que ocorre no decorrer de uma pesquisa e que deve seguir parâmetros ditados pelas práticas e normas que vigoram no campo acadêmico / cientifico. Já sua prática profissional foi realizada antes de sua pesquisa e será resgatada por você na discussão que você irá fazer, utilizando teóricos importantes de sua área para respaldar o desenvolvimento de seu estudo. Finalmente, você poderá ainda optar por uma linha de pesquisa mais teórica. Ainda que o assistente social tenha um compromisso intrínseco com a transformação das práticas sociais, isso é possível. Afinal, por que não poderia uma pesquisa teórica contribuir para essa transformação? Neste último caso, os dados que você irá recolher virão estritamente da literatura existente na sua área. Você poderá estar discutindo estes dados de modo a confrontar teorias distintas e opostas dentro da área do serviço social e suas interfaces (sociologia, psicologia etc.). Como exemplo, podemos pensar em uma pesquisa que se proponha a discutir a função do assistente social. Um tema como esse pode ser trabalhado sem referência a uma prática do pesquisador na área de serviço social, mas meramente através de uma revisão da literatura e discussão das principais ideias que atravessam essa área de estudo. Sigamos então um pouco mais sistematicamente a discussão dessas possibilidades a partir de agora.
A prática na pesquisa sem o trabalho de campo - Se o seu trabalho de pesquisa não incluir trabalho de campo, certamente envolverá um trabalho mais intenso com dados colhidos da literatura, não importa o quanto de sua prática profissional (ou de estágio, ou voluntariado etc.) você traga para sua pesquisa. O seu “campo” de pesquisa, neste caso, será, de certa maneira, os livros e textos com os quais fez e fará contato e a sua própria experiência prática feita antes e / ou durante a pesquisa. Um ponto fundamental que você não pode perder de vista nesse caso é que a resenha do trabalho de autores mais ou menos consagrados na área de sua pesquisa será uma ferramenta fundamental que você terá de utilizar.
O digital substitui o tradicional? Em geral, a tendência do aluno iniciante em pesquisa é querer dizer o que pensa sobre as experiências que passou e sobre os tópicos que resolveu pesquisar. Como ponto de partida para elaboração do seu projeto de pesquisa é mesmo muito importante que o aluno esteja fervilhando de questões e com um desejo intenso de falar sobre aquilo que pensa e sente. Contudo, a partir daí vem o desafio de dizer o que pensa no formato exigido pela academia. Um primeiropasso básico, conforme insistentemente advertido nas disciplinas anteriores de pesquisa em serviço social, é estabelecer um bom recorte do seu tema e de seus objetivos. Encontrar dentro da massa de questões que você traz de sua prática, experiência de vida e leituras, uma questão possível de ser trabalhada do modo sistemático exigido pela pesquisa científico / acadêmica, será uma exigência primeira. Como é óbvio, o aluno não pode sair dizendo tudo que pensa como se estivesse conversando com um colega. Em geral, em nossos bate papos com nossos colegas universitários ou de trabalho e com nossos professores, muitas coisas inteligentes são ditas: tiradas brilhantes, intuições muito boas não são de forma alguma pouco frequentes. É geralmente com certa frustração que o aluno percebe que sua pesquisa não poderá consistir numa exposição eloquente de suas ideias, por mais inteligentes que sejam. O desafio será fazer com que tais ideias se encaixem no modelo acadêmico de exposição e quando isso for feito, necessariamente algumas delas terão que ser sacrificadas em favor de outras. Ou seja, não vai dar para o aluno falar de tudo que ele gostaria. Neste momento, muitos costumam dizer que isso se deve a uma espécie de tirania do universo acadêmico, o que considero falso. O que o estilo acadêmico zela é pela clareza. Quando começamos a pensar com maior sistematicidade partindo de nossas ideias excelentes, geralmente percebemos que as coisas são mais complicadas do que pareciam. O que o trabalho acadêmico deve exigir é que você exponha suas ideias e retire delas consequências de modo sistemático e claro. Volto aqui ao exemplo do filósofo Sócrates, evocado na aula sete. Quando queria levar as pessoas a buscar a verdade, Sócrates fazia perguntas sobre as coisas que as pessoas supunham saber muito bem. Daí que perguntasse ao general pela coragem, ao professor pela educação, ao juiz pela justiça. Ou seja, buscava a verdade justamente nas pessoas que eram supostas conhecer muito bem o assunto. E logo estas pessoas se encontravam embaraçadas por perceberem que não sabiam nada tão bem quanto pensavam antes. O que devemos concluir daí não é que as pessoas fossem burras, ignorantes ou algo assim, mas sim que extrair consequências sistemáticas daquilo que pensamos, ir aos fundamentos do que estamos dizendo, não é algo tão simples quanto parece. E isso logo seria percebido por você, ou pelo leitor de seu trabalho, caso você se aventurasse a sair dizendo tudo que pensa sobre a sua prática, mesmo que esta tenha sido muito rica e muito bem feita. É por esse motivo que um bom recorte do tema a ser estudado, dos objetivos a serem atingidos e da metodologia empregada para tanto são elementos tão fundamentais de sua pesquisa. É isso que potencializará a chance de que seu trabalho se torne bem amarrado, com boa concatenação de suas ideias, argumentos e conclusões. Mas para o tipo de pesquisa que estamos discutindo agora, será ainda necessário que você utilize uma revisão de literatura, quando então sua capacidade de resenhar os textos lidos será requisitada. Por que resenhas? Com as resenhas de capítulos ou mesmo de livros inteiros, devemos mostrar ao nosso leitor que lemos um determinado autor e que somos capazes de resumir a posição deste autor sobre um determinado assunto. Fique tranquilo: a resenha de um livro inteiro pode ter uma ou duas laudas, dependendo de seu objetivo, assim como a resenha de um capítulo pode ter um ou dois parágrafos. Mas para tanto será importante que você saiba bem extrair da sua leitura do livro os pontos que mais interessam e mostrar que eles estão lá sendo discutidos pelo autor. Outra coisa importante na resenha é que você saiba explicar o que o autor disse utilizando suas próprias palavras. Poderá, evidentemente, utilizar citações para mostrar que a interpretação que fez do que foi escrito pelo autor está bem respaldada pelo texto do próprio. E por que temos que ler outros autores? A pergunta pode parecer óbvia, mas você poderia parar de ler agora essa aula e respondê-la? Considere, por hipótese, que você tenha muito boa capacidade de escrita e organização das tuas ideias e esteja investigando um tema que você domina por sua experiência, seja ela profissional, de vida, de leituras, ou as três juntas. Por que não escrever sobre seu tema sem ter o trabalho de ler outros autores? Em um trabalho de monografia de graduação, de fato há um aspecto formal nesta exigência. Você está, a rigor, cumprindo sua primeira exigência de pesquisa acadêmica. Na maioria das vezes terá feito apenas trabalhos para aprovação em disciplinas e quiçá terá tido seu nome incluído em algum artigo científico feito em grupo com orientação de um professor. Se este não for o seu caso e você chegar até a exigência de monografia de final de curso de graduação com uma larga experiência em produções acadêmicas, devemos assumir que você é a exceção e não a regra. Em todo caso parte-se do princípio de que a maioria dos alunos que se encaminham para a realização do trabalho monográfico de final do curso não tem tanta experiência assim. Ao exigir que o aluno faça uma revisão da literatura existente sobre o tema que propôs desenvolver, “mata-se dois coelhos com uma cajadada só”: primeiro, obrigamos o aluno a verificar se suas ideias já não vem sendo discutidas no campo e com que desenvolvimentos – provavelmente alguns dos quais você já considerou em suas reflexões. Com frequência ideias muito boas que desenvolvemos a partir de nossa experiência podem ser ligadas a temas que já estão em discussão em determinado campo de pesquisa. Segundo, e igualmente importante, ao exigir uma revisão de literatura contextualizamos o trabalho do aluno na discussão com outros autores de sua área. A partir desse passo, o que você aluno pensou / escreveu entra no território da circulação de ideias que enriquece o seu campo de pesquisa em particular. A revisão de literatura é apresentada em um primeiro momento de seu trabalho. De modo sucinto, você irá mostrar para seu leitor que informou-se sobre a área em que seu tema se insere e que sabe o que de principal tem sido dito sobre o tema. Não é o momento de se aprofundar em nenhum dos autores apresentados. Uma resenha mais extensa será exigida na parte do desenvolvimento de sua monografia, quando você irá se aprofundar nas ideias de alguns dos autores mencionados, justamente aqueles que te parecerem mais importantes para o tema proposto. Em ambos os momentos as resenhas serão um guia muito importante para o pesquisador. Por exemplo, digamos que um dos aspectos que você quer discutir diz respeito às tensões micropolíticas no interior de uma instituição e do lugar do assistente social diante disso. Que autores já falaram disso? Não especificamente da instituição em que você teve a experiência, mas das tensões micropolíticas em uma instituição e de suas implicações para o trabalho do assistente social? Quais as posições acordantes e discordantes neste debate? E sua posição entra como nessa conversa? Você então poderá e deverá dizer de sua experiência vivida (isso é muito rico), mas em seguida mostrará que essa experiência tem a ver com aquilo que determinado autor vem discutindo – escolhido por você para representar suas ideias. Esse é o ritmo que sua escrita deverá seguir. Você apresenta sua experiência, faz o seu comentário, porém sempre intercalando com referências à literatura que percorre o teu campo. Essas referências à literatura de seu campo podem vir na forma de citações, nas quais você abre aspas para colocar uma passagem exatamente com as palavras do autor, mas também podem vir na forma de resenhas maiores ou menores. Posso, por exemplo, escrever algo como: “em seu texto sobre a psicologia das massas (1919), Freud afirma que o homem não é um animal gregário, quer dizer, que apresente uma tendência inata a amar ao próximo”. Notem que ao fazer assim, não utilizei uma citação (aspas para as palavras do autor), mas fiz referência a um texto do autor, colocando com minhas palavras uma posição assumida por ele.A referência imediata é a data da publicação entre parêntesis, o que permitirá que o leitor encontre ao final do meu trabalho, na lista de referências bibliográficas, a obra em que poderá conferir as informações que estou trazendo. Na revisão de literatura inicial, conforme já disse, você não deverá se aprofundar. Em geral um ou dois parágrafos para cada autor serão suficientes para você mostrar que entende de que forma o debate tem transcorrido na sua área, com as principais posições em destaque. Já na parte do desenvolvimento você poderá trabalhar com capítulos ou seções nos quais fará uma resenha mais extensa do autor que considera mais relevante para a sua pesquisa. Para esse aprofundamento você deverá ter identificado qual o autor disse coisas que melhor descrevem / explicam os aspectos de sua experiência como assistente social que deseja discutir. Poderá optar – será elegante – por também resenhar mais extensamente um autor que diga exatamente o contrário, ou que assuma uma posição diferente. Isso fará com que o seu leitor sinta que você não se limitou a ler autores que reforçam suas posições, mas que também teve o cuidado e a coragem de ler aqueles que pensam de modo diferente do seu, expondo suas posições com o mesmo cuidado com que expôs as posições de seus favoritos. Finalmente, após ter resenhado as partes da produção de autores que considere relevantes, poderá mostrar como a maneira como pensa a sua prática lhe parece melhor representada pelas ideias do autor A e não do autor B. Lembre-se de que o essencial na resenha é que você deixe claro com as suas palavras qual a posição do autor, expressa em determinado livro ou texto, sobre a questão que te interessa discutir. Sim, você poderá utilizar citações, mas somente o fará após ter dito com as suas palavras o que o autor esteve dizendo. Ao final de seu trabalho, listará de modo organizado as referências para que seu leitor possa fazer pesquisa contando com as informações que obteve da leitura de seu trabalho.
Pesquisa teórica - No estágio em que se situa uma monografia de final de curso de graduação, será mais do que suficiente se você puder mostrar que leu e compreendeu o que disseram determinados autores sobre o tema. A originalidade de seu trabalho estará nas palavras escolhidas por você para descrever para seu leitor a posição dos autores escolhidos por você para discutir a função do assistente social (no nosso exemplo) e nos comentários que poderá tecer em meio à sua redação. Em princípio, você não deverá tentar dizer algo de inteiramente novo sobre o que seja a função do assistente social, mas apenas mostrar que após feita a sua pesquisa, tende a pensar essa função de modo mais afinado com as ideias de tal ou tais autores, por estes e aqueles motivos.Na sua introdução você apresentará a sua proposta de estudo, deixando claro ao leitor o que quer fazer, por que quer fazer e como quer fazer. Em um primeiro capítulo poderá fazer uma apresentação da história da constituição do serviço social como disciplina e práxis. Em um segundo capítulo poderá apresentar a posição de autores que pensam essa disciplina de determinada maneira. Em um terceiro capítulo mostrará a posição de autores que pensam a questão de outra maneira. Ao longo destes capítulos poderá fazer seus comentários, em meio aos trechos de resenha em que mostra as posições dos autores. Você poderá por exemplo dizer que tal autor pensa a função do assistente social de tal maneira. Isso terá sido a resenha de um ou mais capítulos de um ou mais livros do tal autor e mesmo de autores que pensem como ele. Pode fazer seus comentários, lançando perguntas e arriscando algumas respostas, desde que as coloque como indagações, não propriamente como afirmações fechadas sobre o que está certo ou errado na posição do(s) autor(es). Ao final tecerá sus considerações finais sobre o tema, não propriamente conclusões. Trata-se, como é evidente, apenas de um exemplo. Muitos são os temas que podem receber uma abordagem teórica. Como disse acima, não é tão provável que sendo você um futuro assistente social, seu trabalho assuma um formato como este, tão puramente teórico. De todo modo, um trabalho misto, que reúna aspectos de discussão teórica com elementos de sua experiência prática parece mais provável. Por outro lado, elementos de uma discussão teórica como a exemplificada aqui também podem se combinar com elementos de sua prática profissional e com elementos e trabalho de campo. Neste caso, sua pesquisa estaria trabalhando com dados extraídos destas três fontes: sua prática pregressa, os livros de autores escolhidos para desenvolver alguns aspectos de seu tema e os dados colhidos em seu trabalho de campo.Com isso quero enfatizar o grau de liberdade que você também tem em sua pesquisa acadêmica. Se por um lado deve seguir padrões e normas, por outro estes são também bastante flexíveis a ponto de poder combinar métodos e técnicas tão diversas sem com isso comprometer a coerência de seu trabalho. Na próxima aula estaremos basicamente investigando a utilização desses métodos e técnicas discutidos à luz de exemplos que tenham proximidade com a prática do assistente social.

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