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Opiáceos MEDRESUMOS

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Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P3 – 2008.2
1
MED RESUMOS 2012
NETTO, Arlindo Ugulino.
FARMACOLOGIA
OPI€CEOS (NARCTICOS)
(Professora Edilene Bega)
Os opi‚ceos s€o substncias derivadas do ‚pio e, portanto, est€o incluƒdos na 
classe dos opi‚ides (grupo de f„rmacos que atuam nos receptores opi‚ides neuronais).
Eles produzem a…†es de insensibilidade ‡ dor (analgesia) e s€o usados principalmente 
na terapia da dor crˆnica e da dor aguda de alta intensidade. Produzem, em doses 
elevadas, euforia, estados hipn‚ticos e depend‰ncia; alguns, como a morfina e heroƒna,
s€o usados como droga recreativa de abuso.
Os opi„ceos s€o alcal‚ides com potente a…€o analgŠsica, derivados do “‚pio”.
S€o todas as drogas, naturais ou sintŠticas, com a…€o id‰ntica a morfina. A Morfina e 
Codeƒna s€o os principais alcal‚ides de ‚pio. O ‚pio Š um suco espesso que se extrai 
dos frutos imaturos (c„psulas) de v„rias espŠcies de papoulas sonƒferas (g‰nero
Papaver), e que Š utilizada como narc‚tico.
Deve-se ressaltar agora que estes opi„ceos s€o diferentes dos analgŠsicos de 
venda livre, uma vez que aqueles s€o utilizados para inibir dores classificadas como 
leves, moderadas e intensas, ao passo em que os segundos, ou seja, os analgŠsicos de 
venda livre n€o opi„cios s€o indicados para dores leves, inibindo a a cadeia da sƒntese 
das prostaglandinas (por meio da inativa…€o da cicloxigenase - COX), diminuindo o 
estƒmulo algico da dor leve (pois as prostaglandinas ajudam no desencadear desse 
estƒmulo).
FARMACOLOGIA E MECANISMO DE A‚O
Os oip„ceos atuam sobre receptores especƒficos em muitos locais situados dentro do SNC para alterar os 
processos que afetam: percep…€o da dor e resposta emocional ‡ dor, interferindo diretamente no surgimento do 
estƒmulo „lgico. A morfina Š o prot‚tipo cl„ssico dos opi‚ides. 
Os opi‚ides s€o agonistas dos receptores opi‚ides encontrados nos neurˆnios de algumas zonas do cŠrebro, 
medula espinhal e nos sistemas neuronais do intestino. Os receptores opioides s€o importantes na regula…€o normal 
da sensa…€o da dor. A sua modula…€o Š feita pelos opi‚ides end‚genos (fisiol‚gicos), como as endorfinas e as 
encefalinas, que s€o neurotransmissores.
Existem tr‰s tipos de receptores opi‚ides: mi (ƒ), delta (δ) e kappa (κ). Os receptores  s€o os mais 
significativos na a…€o analgŠsica, mas os δ e κ (este, mais presente em nƒvel medular) partilham de algumas fun…†es. 
Cada tipo de receptor Š ligeiramente diferente do outro e, apesar de alguns opi‚ides ativarem todos de forma 
indiscriminada, alguns j„ foram desenvolvidos a ativar apenas um subtipo. Desta forma, temos:
 Receptores ƒ: principais receptores para a morfina, est€o envolvidos tanto na percep…€o da dor quanto com o 
lado emocional da dor.
 Receptores κ: presentes com maior predominancia em nƒvel medular, recebendo toda a afer‰ncia „lgica que 
neste nƒvel chega.
 Receptores δ: est€o envolvidos com receptores inibidores dos centros da tosse, respira…€o, TGI, etc.
Os efeitos farmacol‚gicos dos opi‚ides podem ser teis ou 
adversos, conforme a dose e situa…€o. Cada f„rmaco pode 
produzir efeitos de intensidade diferente conforme a sua 
especificidade para uns ou outros receptores, e outras 
caracterƒsticas. Os opi‚ides, atravŠs de seus receptores acoplados 
‡ proteƒna G, inibem a adenilato ciclase, reduzindo assim o 
contedo intracelular de AMPc. Desse modo, h„ uma diminiui…€o 
do Ca2+ citos‚lico, inibindo a transmiss€o do impulso doloroso.
O grande problema Š sua a†‡o indiscriminada em v‚rios 
receptores, resultando em a…†es e/ou efeitos colaterais. O 
receptor  Š respons„vel pela analgesia, mas tambŠm leva ‡ 
seda…€o, ‡ depress€o do sistema respirat‚rio, do SNC. 
OBS1: A overdose por opi„ceos tem como principal caracterƒstica uma miose t€o acentuada que se assemelha a uma 
“pupila puntiforme”.
Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P3 – 2008.2
2
FARMACOCINƒTICA
Os opiáceos apresentam uma absorção lenta e irregular T.G.I., sofrendo ainda metabolismo hepático de 
primeira passagem. Por possuírem pouca fixação à proteína plasmática, apresentam meia-vida curta. São eliminados
por via renal.
A maioria dos opióides é de vida média curta, obrigando a várias tomadas ao dia. Codeína, meperedina
(utilizada para desmame de viciados por ter uma meia-vida muito longa), morfina e propoxifeno apresentam 
metabólitos ativos. 
USOS CL„NICOS
 Dor crônica: os opióides são a primeira escolha no tratamento da dor crónica pós-operativa, na dor provocada 
pelo câncer intratável e outras situações. É frequente ser dado ao paciente o controle de uma bomba, ativada 
por um botão, que injeta opióide de acordo com o seu desejo. O opióide mais utilizado para a dor crônica no 
passado era a Morfina, mas esta vem sendo substituida pelo Fentanil, que é mais potente e de ação mais 
rápida, permitindo melhor controle e mais rápido alívio da dor. 
 Dor aguda forte: como no trauma, dor de cabeça (cefaleia) ou no parto. Não se deve utilizar Morfina em casos 
de cólicas biliares (que ocorre em casos de lítiase biliar), pois eles podem provocar espasmos que intensificam 
ainda mais a dor. Se a dor é de origem inflamatória, é preferível optar por anti-inflamatórios não esteroides, ou 
opióides fracos como o Tramadol, que também são analgésicos eficazes nessas situações. 
 Anestesia: como são sedativos, são por vezes, utilizados na preparação antes da inalação de anestésicos 
gasosos mais potentes, sendo responsáveis por promover a analgesia intraoperatória.
 Supressão da tosse: alguns opióides fracos como a codeína, são por vezes incluidos em preparações anti-
tússicas. Há risco de acumulação das secreções com infecção. 
 Dispneia aguda, principalmente de causa cardiaca: os opióides, particularmente a morfina, são eficazes 
contra esta condição de emergência. Julga-se que o efeito é devido à redução da ansiedade com regularização 
da respiração e menor esforço cardiaco. 
 Diarreia: como produzem redução da motilidade intestinal, são eficazes contra a diarreia. Não devem ser 
usados na diarreia de causa infecciosa, pois podem predispor à translocação bacteriana. A Loperamida tem 
poucos efeitos analgésicos e é preferivel. 
PRINCIPAIS OPI…IDES
Os opiáceos são as drogas mais utilizadas em UTI, tendo como objetivo principal ocasionar efeitos sedativos e 
analgésicos associados. Apesar disso, são drogas que não produzem amnésia (nem anterógrada, nem retrógrada) 
nem ansiólise (diminuição da ansiedade), como fazem os Benzodiazepínicos (sendo necessária a associação com 
estes fármacos). Eventualmente, diminuem tosse e dispneia.
São consideradas as drogas de escolha para tratamento da dor em UTI, devido às seguintes características:
 Analgésicos potentes:
 Sedação moderada; nenhuma ansiólise ou amnésia;
 Redução da tosse e dispnéia: principalmente morfina.
 Efeitos adversos: sedação excessiva, depressão respiratória e circulatória, náusea, vômitos e anorexia, Íleo 
paralítico, constipação, conversão hepática para metabólitos ativos que, por vezes, são até mais potente do 
que a droga mãe.
MORFINA
Há muito tempo, a Morfina (Dimorf®, Morfenil®) é considerada a droga de escolha para sedação e analgesia 
dos pacientes internados em UTI, especialmente devido à sua boa relação custo-benefício (por ser a droga mais 
barata). Age em nível dos receptores µ. Por isso, a Morfina é o opiáceo mais utilizado. Além disso, podemos destacar 
suas principais características, que seguem:
 Efeito de pico atrasado (30min) em relação ao Fentanil (por ser 40x mais lipossolúvel que a morfina, o Fentanil 
tem maior facilidade de entrar no neurônio e, por isso, apresenta um tempo de ação em torno de 4 minutos e 
um efeito mais forte). Dessa forma, a quantidade de Fentanil que se administra deve ser menor do que a 
Morfina, para que seja atingidoum determinado efeito no paciente.
 Simpatólise e efeitos diretos no nó sinusal: a morfina tem a capacidade de diminuir a ação do SN simpático, e 
ainda, promove efeitos diretos no nó sinusal, provocando bradicardia.
 Propensão a depressão respiratória, como toda droga opiácea;
 Náusea, íleo e espasmo do esfíncter de Oddi: devido a esta última característica (isto é, levar ao espasmo do 
esfíncter de Oddi, que consiste na abertura da vesícula biliar), a Morfina está contraindicada para a sedação de 
pacientes com patologias das vias biliares.
Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P3 – 2008.2
3
 Libera…€o de histamina: promove, desta forma, hipotens€o e prurido.
 Meia vida de elimina…€o de 4 horas: como foi visto, a Morfina Š uma droga que tem um efeito de pico atrasado 
e uma meia vida de elimina…€o relativamente longa – caracterƒsticas que fazem desta droga, o opi„ceo ideal 
quando se quer obter uma analgesia intermitente (a cada 4 a 6 horas).
 Metab‚lito ativo: morfina-6-glicuronƒdeo.
FENTANIL
O Fentanil (Durosegic’, Fentanest’) difere da morfina principalmente por ter uma alta lipossolubilidade e, por 
conta disso, tem um pico mais r„pido de a…€o. Seu tempo de a…€o tambŠm Š considerado curto, pois gira em torno de 
30 a 60 minutos. Age em nƒvel dos receptores . Outras caracterƒsticas importantes dessa droga s€o:
 75-100 x mais potente do que a morfina (talvez por ser mais lipossolvel).
 N€o apresenta metab‚litos ativos.
 Meia vida de elimina…€o mais curta.
 Sem libera…€o significativa de histamina: e, por conta disso, n€o provoca hipotens€o e prurido.
 Opi„ceo de escolha nos pacientes hemodinamicamente inst„veis, por n€o provocar hipotens€o.
 Analgesia contƒnua: n€o Š a droga ideal para realiza…€o de uma analgesia intermitente, devido ao seu curto 
tempo de a…€o. Ao contr„rio disso, Š a droga Ideal para utiliza…€o na forma de bomba de infus€o (contƒnua).
OBS2: Quanto a escolha entre Morfina e Fantanil, podemos resumir:
 A Morfina causa hipotens€o (diferentemente do Fentanil) e, 
portanto, n€o Š a droga de escolha para o paciente com 
instabilidade hemodinmica (para eles, utiliza-se Fentanil);
 A Morfina Š droga ideal para seda…€o intermitente; o Fentanil Š 
a droga ideal para seda…€o contƒnua;
 O Fentanil Š a droga ideal para seda…€o r„pida e imediata (a 
Morfina tem um pico de a…€o mais atrasado);
 Morfina tem mais efeitos colaterais (libera…€o de histamina);
 N€o se deve utilizar Morfina em pacientes com coledocolitƒase 
ou crise de colecistite. 
OBS3: O Propofol (Diprivan’, Propovan’) Š um sedativo de ultra-curta-dura…€o frequentemente utilizado na indu…€o 
anestŠsica. Entretanto, vale salientar que ele n€o tem efeito analgŠsico e, portanto, quando este Š utilizado em 
anestesias, o uso de um opi‚ide n€o deve ser ignorado.
TRAMADOL
O Tramadol (Dorless’, Sineol’, Tramal’) Š um opi„ceo que Š usado principalmente como analgŠsico de a…€o 
central que alivia a dor atuando sobre cŠlulas nervosas especƒficas da medula espinhal e do cŠrebro. Possui um 
mecanismo de a…€o mais complexo que os opi‚ides cl„ssicos, modulando as vias monoaminŠrgicas.
O tramadol se combina com os receptores opi„ceos do cŠrebro e bloqueia a transmiss€o de estƒmulos de dor. 
“ indicado para o tratamento de dores de intensidade moderada a severa.
CODEÍNA
A Codeƒna (Codein’, Codex’) Š um f„rmaco alcaloide do grupo dos opi‚ides, que Š usado no tratamento da 
dor moderada e como antitússico. Grande parte da codeƒna utilizada com finalidades mŠdicas Š preparada atravŠs da 
metila…€o da morfina. Doze vezes de menor pot‰ncia que a morfina, utiliza-se tambŠm em combina…€o com outros 
analgŠsicos da classe dos n€o opioides, como „cido acetilsalicƒlico e paracetamol. Cerca de 10% da popula…€o 
caucasoide n€o consegue converter a codeƒna em morfina no fƒgado, por defeitos genŠticos.
MEPERIDINA
A Meperidina (Dolantina’, Dornot’, Petinan’) Š uma droga que est„ totalmente contraindicada para utiliza…€o 
em pacientes na UTI. TambŠm age em nƒvel dos receptores .Os principais motivos para sua retirada foram:
 Pode ser utilizada como analgŠsico para dor de intensidade moderada a severa, tremores p‚s-operat‚rios.
 Baixa pot‰ncia em rela…€o aos opi„ceos: 1/8 da pot‰ncia da morfina.
 Pouco ou nenhum efeito no reflexo da tosse.
 Efeitos adversos: causa inotropismo negativo (hipotens€o), alŠm de ser vagolƒtico (taquicardia).
 Meia vida de elimina…€o: 3-4 horas, MAS.
 Normeperidina: consiste em um metab‚lito formado a partir da Meperidina, que pode promover um aumento do 
tempo de a…€o da droga de forma indeterminada (15 a 30 horas).
 Perigoso na fal‰ncia renal.
Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P3 – 2008.2
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Classificação e exemplos de Opióides
Opióides naturais ou fisiológicos
Regulam as sensações de dor e são importantes nos sistemas analgésicos endógenos:
 Endorfinas
 Dinorfinas
 Encefalinas
As comidas picantes (com pimenta) contém capsaicina, um agonista de receptores de dor na lingua. A activação da 
vias da dor leva à activação do sistema fisiológico analgésico com libertação quantidades moderadas de endorfinas. O 
prazer de comer comidas picantes é devido à sensação de bem estar que as endorfinas produzem.
Opióides derivados do Ópio
A morfina constitui 10% do ópio. Os outros são derivados dela por reacções químicas relativamente simples.
 Morfina: o mais usado dos opioides, particularmente na dor crónica.
 Heroína: usado como droga de abuso. Raramente como analgésico.
 Codeína, Dextrometorfano: opióides fracos usados como supressores da tosse, ou em dores 
Outros Opióides ou Agonistas dos receptores opióides
A maioria é sintética:
 Metadona: usada no tratamento de toxicodependentes porque o seu síndrome de privação é menos forte.
 Petidina: também chamada de Meperidina, usada na dor aguda.
 Fentanil: alta potência permite a administração cutânea.
 Loperamida: usado na diarreia. Não entra no cérebro (não passa a barreira hemato-encefálica).
 Tramadol: não é opióide primariamente, mas sim facilitador da transmissão por serotonina. É agonista opióide 
µ fraco, usado em dores agudas e crónicas moderadas.
Agonistas parciais e Agonistas-antagonistas mistos
Possuem comportamento misto apresentando atividade antagonista para determinados receptores enquanto 
apresentam atividade agonista em outros
 Nalbufina: antagonista para receptores mi podendo reverter a depressão respiratória de outros opióides, e 
agonista para receptores kappa o que lhe confere efeito de sedação e analgesia.
 Buprenorfina: agonista parcial, maior semi-vida que a morfina.
 Butorfanol: semelhante à nalbufina.
CONSIDERA†ES SOBRE A MORFINA
A morfina é um fármaco narcótico e protótipo do grupo dos opióides, que é usado no tratamento sintomático 
da dor. Ela está presente no ópio e apresenta as seguintes propriedades:
 Analgesia
 Euforia e sedação
 Depressão respiratória
 Náusea e vômito
 Constrição pupilar (pupila puntiforme)
 Redução da motilidade gastrintestinal
 Liberação de histamina
 Tolerância e dependência
USOS CLÍNICOS
 Dor crônica: é a primeira escolha no tratamento da dor crônica pós-operativa, no cancro e outras situações. 
Tem vindo a ser substituida como primeira escolha pelo fentanil. 
 Dor aguda forte: em trauma, dor de cabeça (cefaleia), ou no parto. Não se devem usar nas cólicas biliares (
lítiase biliar ou pedra na vesícula) porque provocam espasmos que podem aumentar ainda mais a dor. Não é 
primeira escolha na dor inflamatória (são usados AINEs). 
 Na anestesia geral é utilizado como adjuvante a gás anestésico principal (vide OBS4).
OBS4: Nenhum ansiolítico tem efeito analgésico, apenas os anestésicos e opióides. Porém, ao se realizar a 
anestesias, deve-se associar ansiolíticos (como os Benzodiazepínicos) para induzir o sono, reduzindo assim,a 
necessiade de altas doses de anestésicos gerais, uma vez que estes são, geralmente, muito tóxicos. Fazendo uso 
Arlindo Ugulino Netto – FARMACOLOGIA – MEDICINA P3 – 2008.2
5
associado de opi„ceos, por sua vez, aumenta mais ainda a efic„cia de inibir a transmiss€o de impulsos doloros, sendo 
menos ainda necess„ria a administra…€o de altas doses de anestŠsicos gerais. Portanto, o anestŠsico deve sempre ser 
somado, ent€o, a ansiolƒticos (para indu…€o do sono) e a opi‚ides (para diminui…€o da dor).
EFEITOS TÓXICOS E PROCESSO DE ABSTINÊNCIA
Os narc‚ticos, sendo usados atravŠs de inje…†es intravenosas, ou em doses maiores por via oral, podem 
causar grande depress€o respirat‚ria e cardƒaca. O indivƒduo perde a consci‰ncia, com cianose devido a respira…€o 
muito fraca que quase n€o mais oxigena o sangue e a press€o arterial cai a ponto de o sangue n€o mais circular 
normalmente: Š o estado de coma que se n€o for atendido pode levar ‡ morte. Literalmente centenas ou mesmo 
milhares de pessoas morrem todo ano na Europa e Estados Unidos intoxicadas por heroƒna ou morfina. AlŠm disso, 
como muitas vezes este uso Š feito por inje…€o, com frequ‰ncia, os dependentes acabam tambŠm por contrair
infec…†es como hepatite e mesmo AIDS. No Brasil, uma destas drogas tem sido utilizada com alguma frequ‰ncia por 
inje…€o venosa: Š propoxifeno (principalmente o Algafan’). Acontece que esta substncia Š muito irritante para as 
veias, que se inflamam e chegam a ficar obstruƒdas.
Outro problema com estas drogas Š a facilidade com que elas levam ‡ depend‰ncia. Quando estes 
dependentes, por qualquer motivo, param de tomar a droga, ocorre um violento e doloroso processo de abstinência, 
com n„useas e vˆmitos, diarrŠia, c€imbras musculares, c‚licas intestinais, lacrimejamento, corrimento nasal, etc., que 
pode durar atŠ 8-12 dias. AlŠm do mais, o organismo humano se torna tolerante a todas estas drogas narc‚ticas. Ou 
seja, como o dependente destas n€o mais consegue se equilibrar sem sentir os seus efeitos ele precisa tomar cada 
vez doses maiores, se enredando cada vez mais em dificuldades, pois para adquiri-las Š preciso cada vez mais 
dinheiro.
A Metadona Š uma droga utilizada para tentar substituir a morfina (e amenizar os seus efeitos de 
depend‰ncia), pois ela age de maneira fraca (agonista fraca), mas prolongada, nos receptores , podendo promover
um “desmame” de pacientes intoxicados com morfina.
CONTRAINDICAÇÕES DA MORFINA
 Hipertens€o craniana como na meningite: pois os opi‚ides acentuam ainda mais esta hipertens€o, aumentando 
a volemia desta regi€o.
 Gravidez: deve-se evitar opi‚ides durante a gesta…€o pois muitos deles atingem o feto, podendo realizar a 
depress€o respirat‚ria da crian…a ao nascer.
 Insufici‰ncia renal
 Insufici‰ncia hep„tica
 Patologias das vias biliares
 Juntamente com outros depressores do SNC, como „lcool, benzodiazepinas e barbitricos, antipsic‚ticos ou 
antidepressivos.
TOXICIDADE
Os sinais mais eminentes de intoxica…€o por morfina (e, consequentemente, por opi‚ides) s€o: bradipnŠia, 
cianose, choque, pupilas puntiformes (contraƒdas ao m„ximo), sudorese fria, oligria e anria, relaxamento da 
musculatura esquelŠtica. O tratamento imediato para intoxica…†es com opi‚ides se baseia no suporte ventilat‚rio (com 
intuba…€o orotraqueal, se necess„rio) e uso de antƒdotos (antagonistas opi‚ides, como a Naloxona).
ANTAGONISTAS OPI…IDES
Os antagonistas opi‚ides s€o f„rmacos que t‰m efeitos de bloquear os receptores opi‚ides, impedindo 
opi‚ides endogenos ou administrados de atuar e servindo, assim, como antƒdotos. Os principais s€o:
 Nalorfina
 Naloxona: usada em casos de overdose para evitar depress€o respirat‚ria fatal. Usada tambŠm para verificar 
depend‰ncia de opi‚ides. Em dependentes causa sindrome fƒsico de depriva…€o imediatamente.
A naloxone Š um f„rmaco usado para reverter estado de coma e depress€o respirat‚ria nas intoxica…†es
opi„ceas. Age como antagonista dos receptores opi‚ides: em 30 segundos, ela consegue converter os efeitos de uma 
super-dosagem de opi‚ides. Ap‚s uma cirurgia, por exemplo, deve-se eliminar o efeito residual da morfina utilizando a 
Naloxone como adjuvante na anestesia.

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