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Aula 6 FISIOTERAPIA NA PARALISIA CEREBRAL

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FISIOTERAPIA NA
PARALISIA CEREBRAL
DOCENTE: ISABELLA LÔBO
“Paralisia Cerebral é o termo 
usado para designar um grupo de 
desordens motoras, não 
progressivas, porém sujeitas a 
mudanças, resultante de uma 
lesão no cérebro nos primeiros 
estágios do seu desenvolvimento.”
CONCEITO
“Qualquer lesão no SNC
em desenvolvimento que 
cause dano permanente e 
não progressivo que afete a 
postura ou o movimento da 
criança”.
Katherine T. Ratliffe 2000
Encefalopatia Crônica não 
Progressiva ou não Evolutiva;
Limite de idade: 3 anos.
CONCEITO
FATORES PREDISPONENTES:
Genéticas e/ou Hereditárias;
Causas Maternas;
Infecções congênitas = TORCHS
(Toxoplasmose, Rubéola, 
Citomegalovírus, Herpes, Sífilis);
Drogadição materna, uso de 
medicamentos (Tabaco, Álcool, 
Maconha, Cocaína).
Pré- natais
FATORES 
PREDISPONENTES:
 Complicações obstétricas:
Eclampsia/Pré-eclâmpsia;
Descolamento Placentário;
Placenta prévia;
Hemorragias/ameaça de 
aborto;
Diabetes/Desnutrição 
maternos;
Má posição do cordão umbilical;
Malformações congênitas;
 Exposição a radiações (raios X).
Pré-natais
 Prematuridade e Baixo peso; 
 Distócias (Asfixia perinatal, 
Trauma cerebral);
 Infecções (Menigites, Herpes);
 Hiperbilirrubinemia
 Hipoglicemia;
 Distúrbios Hidroeletrolíticos.
Perinatais
ETIOLOGIA:
Infecções:
Meningites;
Encefalites;
Trauma craniano;
Acidente cérebro-vascular;
Cardiopatia congênita cianótica;
Anemia Falciforme;
Malformações vasculares.
Pós-natais
ETIOLOGIA:
Encefalopatias desmielinizantes 
(pós-infecciosas ou pós-vacinais);
Anóxia cerebral;
Acidente por submersão;
Aspiração de corpo-estranho;
Insuficiência/parada 
respiratória;
Síndromes epilépticas
Status epilepticus;
Desnutrição.
Pós-natais
ETIOLOGIA:
 1,5 e 2,5 por 1000 nascidos vivos nos países desenvolvidos; 
 7:1000 nos subdesenvolvidos;
 17.000 novos casos surgem por ano (EDELMUTH 1992);
 Censo de 2000 – 24,5 milhões de pessoas portadoras de 
deficiência, correspondente a 14,5 milhões de brasileiros;
(FERRARETO, 1998)
INCIDÊNCIA
Brasil: índice elevado; 
Não existe pesquisa específica e oficial; 
(GOMES et al.1995, ROTTA 2002);
Cuidados intensivos: maior prevalência.
INCIDÊNCIA
1.200.000 indivíduos com PC no Brasil; 
300.000 crianças com PC no Brasil;
20.000 casos novos por ano no Brasil.
Núcleo de PC - UNICEF
INCIDÊNCIA
No Brasil a incidência de casos de P.C. é 
alta, já que os cuidados com gestantes e 
com recém-nascidos são precários e 
quando são satisfatórios atingem 
apenas uma pequena parcela da 
população.
(Diament 1998).
INCIDÊNCIA
 Sinais de alerta:
Dificuldade de sucção,
Tônus muscular diminuído;
Alterações de postura;
Atraso para firmar a cabeça, sorrir e rolar.
DIAGNÓSTICO
CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO
 Grau de comprometimento motor;
 Presença de reflexos primitivos;
 Idade de aquisição da postura sentada;
 Capacidade intelectual;
 Problemas ortopédicos associados.
Ivan Ferrareto 2001
DIAGNÓSTICO
História clínica;
Exames laboratoriais;
Exame clínico e neurológico;
Ultrassonografia;
Neuroimagem. 
DIAGNÓSTICO
CLASSIFICAÇÃO
Quanto a localização;
Quanto ao tônus;
Quanto a gravidade.
XIXIXI.... E 
AGORA COMO 
CLASSIFICAR?
CLASSIFICAÇÃO
 QUANTO A LOCALIZAÇÃO:
Monoplegia:
É uma condição rara, na qual apenas um
membro é afetado.
Diplegia:
Quando os membros superiores 
apresentam melhor função que os 
membros inferiores, isto é , o 
comprometimento motor é menor nas 
mãos.
E PARA 
LOCALIZAR ???? 
CLASSIFICAÇÃO
QUANTO A LOCALIZAÇÃO:
 Triplegia:
Há o envolvimento predominante de três
membros, geralmente as duas pernas e um
braço; a espasticidade é desordem motora
mais freqüente.
 Tetraplegia:
Quando os quatro membros estão 
comprometidos de igual forma e intensidade.
 Hemiplegia:
Quando apenas um dos lados do corpo é 
acometido.
TÔ 
ENTENDENDO....
CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
 QUANTO AO TÔNUS:
Espástica;
Atetóide;
Atáxica;
Mistas:cérebro-cerebelar - apresenta 
características das formas espástica 
atetóide e atáxicas.
CLASSIFICAÇÃO
Espástica:
Caracterizada por paralisia e aumento da 
tonicidade dos músculos resultante de 
LESÕES NO CÓRTEX ou das vias daí 
provenientes.
CÓRTEX MOTOR
Área de wernicke: responsável pelo conhecimento, interpretação e 
associação das informações reconhece bem as palavras, seja incapaz 
de agrupar estas palavras para formar um pensamento coerente.
CÓRTEX MOTOR
Camada mais externa do cérebro;
Funções:
- Pensamento;
- Movimento voluntário;
- Linguagem; 
- Julgamento; 
- Percepção. 
CÓRTEX MOTOR
Área Cortical Função
Córtex Pré-frontal Resolução de problemas, emoção, raciocínio.
Córtex de Associação 
Motora
Coordenação de movimentos complexos
Córtex Motor Primário Produção de movimentos voluntários
Córtex Sensorial Primário Recebe informação tátil do corpo
Área de Associação 
Sensorial
Processa informação dos sentidos
Área de Associação Visual Processa informação visual complexa
Córtex Visual Detecta estímulos visuais simples
Área de Wernicke Compreensão de linguagem
Área de Associação Auditiva Processamento de informação auditiva complexa
Córtex Auditivo
Detecta qualidades básicas do som (tom, 
intensidade)
Centro da Fala
(Área de Broca)
Produção e uso da fala
CLASSIFICAÇÃO
Espástica: Espasticidade:
 Espasticidade: ↑, do tônus muscular,com exacerbação 
dos reflexos profundos, decorrente de 
hiperexcitabilidade do reflexo do estiramento.
 A espasticidade associa-se, dentro da síndrome do 
neurônio motor superior, com a presença de fraqueza 
muscular, hiperreflexia profunda e presença de 
reflexos patológicos, como o sinal de Babinski.
CLASSIFICAÇÃO
Espasticidade:
 A espasticidade é evidenciada pelo grau de
excitabilidade do fuso muscular que depende
fundamentalmente da velocidade com que os
movimentos são feitos.
 Portanto, os MOVIMENTOS LENTOS
têm menor possibilidade de induzir a
hipertonia espástica.
CLASSIFICAÇÃO
 PC Espástica:
 A espasticidade apresenta 
hipertonia de caráter permanente. 
Há uma limitação da capacidade 
motora, sempre que o mecanismo 
central de regulação tenta 
instalar-se.
Afeta de 70 a 80% dos casos.
CLASSIFICAÇÃO
Espástica:
 Padrões tônicos posturais impedem a coordenação;
 Produzem-se movimentos estereotipados e 
empobrecidos das potencialidades motoras, 
Há rigidez das extremidades. 
CLASSIFICAÇÃO
 Espástica:
 Co-ativação exagerada proximal;
Opistótono;
 Hiperreflexia;
 Clônus: contração reflexa por estiramento súbito de 
músculos hipertônicos. 
 Babinski.
CLASSIFICAÇÃO
Espástica:
 Prejuízo da função motora fina;
 Fraqueza muscular;
 Dificuldade para dissociar movimentos;
 Diminuição da mobilidade articular;
 Encurtamento muscular e de partes moles.
 Microcefalia;
 Crises epilépticas;
 Alterações visuais;
 Deficiência mental;
 Problemas respiratórios;
 Dependência nas AVDs;
 Desnutrição multifatorial;
 Deformidades osteomusculares.
TETRAPLEGIA ESPÁSTICA
ETIOLOGIA TETRAPLEGIA 
ESPÁSTICA
Asfixia perinatal;
Encefalopatia hipóxico-isquêmica 
pós natal;
Sofrimento fetal crônico;
Infecções congênitas e adquiridas;
Traumatismo crânio-encefálico.
HEMIPLEGIA ESPÁSTICA
Assimetria de reflexos;
Dominância lateral precoce;
Epilepsia: 30%
Defasagem cognitiva: 15 a 50%;
Transtornos da linguagem.
 Malformação encefálica;
 Vascular.
ETIOLOGIA DA HEMIPLEGIA 
ESPÁSTICA: Peso< 1500g:
 Ocorre em 5 a 15%
 Sinais iniciais: hipotonia e
dificuldade de sucção;
 Hipertonia adutora dos MMII;
 Comprometimento variável dos
MMSS;
 Epilepsia: ocorre em 20%;
 Defasagem cognitiva: ocorre
em 20 a 35%.
DIPLEGIA ESPÁSTICA
DIPLEGIA ESPÁSTICA
ETIOLOGIA:
 Hemorragia Peri-intra-ventricular –prematuridade.
ATETOSE: sem posição fixa.
Caracterizada por movimentos involuntários
Variações na tonicidade muscular 
(flutuação) resultantes de lesões dos 
núcleos da base.
ATETÓIDE
NÚCLEOS DA BASE
1. Núcleo caudado = função primaria 
cognitiva e não motora 
2. Globo pálido 
3. Putâmen 
4. Núcleo subtalâmico
5. Substância negra - constituída de 
parte reticular e compacta
3
2
2
1
5
4
NÚCLEOS DA BASE
Núcleos da Base ? 
São um grupo de estruturas 
que incluem o globo pálido, o 
núcleo caudado, os núcleos 
subtalâmicos, putâmem e 
substância negra.
Estas estruturas são muito 
importantes no movimento.
Afeta os comportamentos 
motores, emocionais e 
cognitivos.
Tônus de base : HIPOTÔNICO;
Alteração das reações de defesa e equilíbrio; 
Apraxia ocular;
Os movimentos aumentam durante períodos de 
stress emocional e desaparecem ao dormir;
Apresentam disartria; 
Discinesia buco-lingual;
Afetam de 10 a 20% dos pacientes.
ATETÓIDE
 Ocorre alteração na ativação do 
agonista e antagonista ou seja 
apresenta dificuldade em iniciar, 
manter e terminar o movimento;
 Alteração no controle concêntrico e 
excêntrico – na graduação do 
movimento: ritmo/ velocidade/ 
seqüência e eficiência.
ATETÓIDE
 Os movimentos coréicos: são generalizados, 
rápidos, arrítmicos e de início súbito, nas raízes dos 
membros:ombros e quadril; 
 Os movimentos atetóides: são contínuos, uniformes 
e vagarosos, em extremidades.
 Coreoatetóide: (combinação entre movimentos 
coréicos e atetóides)
 Distônicos: movimentos de torção e contração 
simultânea de agonistas e antagonistas envolvendo 
as extremidades, pescoço e tronco  posturas 
bizarras.
MOV. INVOLUNTÁRIOS
CORÉO-ATETÓIDES
DISTONIAS
Atetose com espasticidade (espasticidade 
moderada (tronco/cabeça);
Atetose com distonia (súbitas mudanças de 
tônus, de hipo para hiper);
Coreoatetose (espasmos móveis-alternados e 
rítmicos);
Atetose pura (o tônus flutua de muito baixo 
para normal).
CLASSIFICAÇÃO ATETÓIDE
Caracterizada por uma 
incordenação dos
movimentos devido a 
uma lesão no cerebelo.
ATAXIA
5 a 10% dos casos; 
Dificuldade diagnóstica; 
Hipotonia;
Síndrome cerebelar;
Defasagem cognitiva: 60 a 
90%;
Neuroimagem.
ATAXIA
Ataxia Cerebelosa – hipotonia/ hiper-
extensibilidade dos segmentos; Dismetria
(ausência de noção temporal e espacial) / 
tremor / discinergia (dificuldade no iniciar e no 
término do movimento);
Ataxia estática – ao ficar de pé, oscila em 
todas as direções lentamente mas não cai;
Ataxia dinâmica – na marcha, aumenta a base 
de sustentação e titubeia como um ébrio.
CLASSIFICAÇÃO ATAXIA
QUANTO A GRAVIDADE:
 Leve: apenas alterações finas de movimento;
 Moderada: dificuldade variável em relação à fala e a 
movimentos grosseiros, mas as atividades diárias são 
realizadas sem mais problemas;
 Grave: incapacidade para andar, usar as mãos e falar.
CLASSIFICAÇÃO DA ATAXIA 
GRAU MARCHA FUNÇÃO 
MOTORA 
FINA
QI FALA GLOBAL
LEVE INDEPEN-
DENTE
NÃO 
LIMITADA
> 70 FRASES FUNÇÃO 
INDEPEN-
DENTE
MODERAA COM APOIO LIMITADA 50-70 PALAVRAS 
FRASE
NECESSITA 
ASSISTÊN-
CIA
GRAVE AUSENTE AUSENTE < 50 INEFICAZ DEPENDÊN-
CIA TOTAL
Quadro conforme Minear,1956 
CLASSIFICAÇÃO
 Déficit cognitivo 
(aprendizagem);
 Crises epilépticas 
(convulsões);
 Transtornos sensoriais 
(audição/visão);
 Transtorno comportamental;
 Déficit proprioceptivo e tátil;
 Problemas psico-afetivos;
 Transtornos da linguagem e 
alimentação;
 Constipação e disfunção 
urinária;
 Problemas ortopédicos.
DISTÚRBIOS ASSOCIADOS
 MEDICAMENTOS:
-Antiepilépticos;
- Anticonvulsivantes;
- Miorelaxantes.
 TBA
-TBA (Toxina Botulínica tipo A)- proteína;
-Bactéria clostridium botulinium;
-Administração: injeção intramuscular: 
-Objetivo: relaxar a mm (espasticidade);
-Início: 48 a 72 h;
-Duração:4 a 6 meses;
-Aliada a fisioterapia
TRATAMENTO 
 OBJETIVOS GERAIS:
 Normalizar o tônus;
 Normalizar os movimentos;
 Minimizar contraturas e deformidades;
 Melhorar marcha;
 Melhorar a capacidade respiratória e 
aeróbica;
 Melhora da circulação periférica;
 Melhora da função;
 Benefícios psicológicos.
FISIOTERAPIA
 OBJETIVOS:
 Alongamento de estruturas 
musculares retraídas; 
 Estimular a dissociação de 
cinturas pélvica e escapular; 
 Facilitar as posições que a 
criança não consegue executar 
ativamente; 
 Inibir reações associada; 
 Ganhar e/ou manter as ADM
FISIOTERAPIA
 OBJETIVOS:
 Estimular o desenvolvimento dos 
movimentos e padrões normais 
próprios da idade; 
 Prevenir deformidades e evitar a 
evolução das já existentes, o que 
irá impedir os movimentos ativos da 
criança; 
 Treino de equilíbrio, transferência 
de peso; 
 Facilitação das AVD's adquirindo 
maior independência no seu dia a 
dia.
FISIOTERAPIA
 TÉCNICAS:
Força Muscular; 
Alongamento Muscular;
Tônus Muscular 
( isotônicos) e Postura;
Amplitude de 
Movimentos;
Propiocepção; 
Integração sensorial.
FISIOTERAPIA
“A água através de suas 
propriedades físicas 
estimula as reações de 
endireitamento e equilíbrio, 
propriocepção dos 
movimentos, movimentos 
ativos dos membros, 
esquema corporal e noção 
espacial.” 
HIDROTERAPIA
“A Equoterapia constitui um 
tratamento complementar de 
reabilitação física e mental 
que utiliza o cavalo como 
instrumento de trabalho em 
uma abordagem multi e 
interdisciplinar”.
EQUOTERAPIA
AJUSTE TÔNICO:
MELHORA DO EQUILÍBRIO
ALINHAMENTO CORPORAL:
COORDENAÇÃO MOTORA:
FORTALECIMENTO MUSCULAR:
“A fisioterapia baseada no 
Método Neuroevolutivo 
(BOBATH) visa à inibição da 
movimentação inadequada e a 
facilitação dos movimentos 
funcionais, por meio do 
manuseio específico, 
alongando a musculatura, 
promovendo sensações do 
movimento específico para a 
função com diferentes 
experiências e antecipações 
posturais”. 
(GUSMAN, 1998) 
BOBATH
BOBATH
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
ÓRTESES
PELVICO PODÁLICA
 Prevenção de deformidades 
estruturais em crianças 
com PC severa;
Alinhamento de tronco e 
pernas.
PELVICO PODÁLICA
AFO RÍGIDA
Pé equino varo ou valgo.
AFO ARTICULADA
Estabilizar a flexão 
plantar do pé durante 
transições impedindo o 
equino do pé.
Evitar supinação e pronação.
SUPRAMALEOLAR
Impedir a pronação moldando o calcanhar, 
para segurar firmemente o calcâneo.
SUBMALEOLAR
Pronação e supinação leve.
PALMILHAS
“Concedei-nos Senhor, Serenidade 
necessária, para aceitar as coisas que 
não podemos modificar, Coragem 
para modificar aquelas que podemos 
e Sabedoria para distinguirmos umas 
das outras.”

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