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resenha jornalismo especializado

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Resenha do texto: O Jornalismo especializado na sociedade da 
informação de Ana Carolina de Araújo Abiahy. 
Ana Carolina Almeida Souza 
 
No presente texto a autora fala sobre a tendência da segmentação do público e 
com esta fragmentação o delineamento da própria profissão de Jornalismo. Ela, então 
desenvolve uma análise de causas e consequências desta fragmentação, pontuando 
bibliografias diversas para dar embasamento teórico em suas afirmações. 
Ela começa seu texto já apresentando o objeto de estudo: o jornalismo 
especializado e apresenta o contexto em que este se insere e introduz o leitor a um 
primeiro contato com as diferenças entre os Jornalismos generalista e o especializado. 
Em seguida ela contextualiza a sociedade contemporânea como o loccus de 
pesquisa, mostrando que ao contrário de uma antiga tendência de homogeneização de 
padrões culturais, o que se tem agora é um processo de segmentação de mercados, 
dando emergência aos públicos diferenciados. Neste dado momento cita Renato Ortiz e 
seu conceito de mundialização. 
(…)a globalização se realiza através da diferenciação.(…) O pattern da 
civilização mundial envolve padronização e segmentação, global e local, manifestando 
um processo cultural complexo e abrangente. (ORTIZ, 1996: 181) 
Entendendo esta parte em que o conceito de globalização como sendo igual a 
homogeneização é desconstruído, ela explica como gradativamente o consumidor 
apresenta um perfil mais delimitador, mais detalhista e mais seleto, de maneira a 
“substituir gradualmente a oferta padronizada pela oferta à la carte” (MATTELART: 
1999: 256). 
Depois de situar o contexto daquele que consome a informação, faz-se 
necessária a compreensão de que com um público mais seleto e dividido, produtos 
destinados a ele são criados, a fim de disponibilizar a maior quantidade de conteúdos 
possíveis, desta forma abrangendo cada vez mais consumidores. 
“A função atribuída aos jornalistas de informar o que seja de relevância para a 
sociedade não vem se alterando significativamente ao longo do tempo? A lógica de 
informar o que o público precisa saber não vem sendo substituída pela lógica de 
informar o que o público quer saber?”. (ABIAHY:5) 
 
 
Após esta gama de perguntas complicadas de serem respondidas com “sim” e 
“não”, Ana Carolina passa a pontuar o que o Jornalismo tem feito para se adaptar ao 
novo formato de público, atendendo a esta fragmentação. 
Ela cita que muito além do cabeamento da TV, por exemplo, a fragmentação é 
encontrada fortemente na sociedade de consumo como uma ferramenta muito eficaz de 
lucro, sendo o jornalismo especializado uma resposta a uma demanda por informações 
direcionadas. 
“O papel do Jornalismo especializado seria o de orientar o individuo que se 
encontra perdido em meio à proliferação de informações das mais variadas fontes.” 
(ABIAHY:5), além disto, também como uma resposta para determinados grupos que 
buscavam em algum passado uma linguagem que abordasse suas temáticas. Suas 
identidades. 
Identidade citada também pela autora, no que diz respeito a sua essência 
contextual e não padronizada. Fala de como esta identidade se desterritorializa e busca 
uma identidade multifacetária que somente um Jornalismo mais específico poderá 
abranger. 
Assim, ela percebe que o perfil do jornalista frente à sociedade vem sendo 
alterada ao longo do tempo, desde seu passado politizado, até um presente mais amplo e 
remexido pela notícia dada em partes e de diversos lugares. 
Ela aproveita o espaço para falar sobre a formação dos Jornalistas oriundos das 
academias. Critica a falta de ensino de algo mais especializado, justificando que a 
própria entrada no mercado de trabalho destes profissionais ex universitários que 
representou o próprio reconhecimento da especificidade da atividade. 
“Por outro lado,somos obrigados a reconhecer que se os estágios servem para 
aumentar a experiência dos aliunos, também tentam adestra-los apenas como o 
referencial prático, enquanto à universidade cabe fornecer o embasamento teórico e as 
formulações críticas.” (ABIAHY:9). 
O objetivo principal do ensaio é, então apresentado como analisar o 
desenvolvimento do jornalismo especializado, tentando realcioná-lo com outros 
processos de transformação que vem ocorrendo nesta área. 
Acontece que o jornalista estaria diluído em meio ao caráter interativo, difuso e 
rápido da tecnologia, bem como deblitado pelo excesso de informações, aliado a 
multiplicidade de fontes. 
 
 
Logo o que antes caracterizava o fazer jornalístico de sua assinatura escrita e seu 
estilo, acabam sendo perdidos, quando quem assume esta assinatura e doutrina este 
estilo é a empresa pela qual o jornalista trabalha. 
Tudo isto, somado ao bombardeio de fontes ocasionaria em um quase 
desaparecimento da interpretação de uma noticia. “Segundo Ciro Marcondes a própria 
narrativa jornalística, quando procura abarcar o todo, tenta nivelar o receptor, a ponto de 
limitar a compreensão, a busca pela especialização representa uma tentativa de 
aprofundar o conhecimento e ao mesmo tempo, valorizar o entendimento por parte dos 
leitores e receptores.”(ABIAHY:10). 
Após delimitar o perfil do jornalista que trabalha na atualidade, ela traça um 
perfil de diferenciações entre os perfis de telejornais “generalistas” e “populares”, por 
exemplo. Mas chama atenção, através do discurso de Ball-Rokeach e Melvin Deffleur 
sobre uma inevitável transformação e remodelação do mercado televisivo: eles preveem 
que acontecerá com a TV o que aconteceu com as revistas, um direcionamento intenso e 
bem marcado. 
A fragmentação, além de classificar o público de forma segmentada, ainda 
estimula novos hábitos de assistir a tv, oferecendo ao telespectador tantas formas de 
assistir tv que ele mesmo monta o seu horário e o seu momento de sentar e assistir. 
Ana Carolina salienta que, contudo, existe um pequeno perigo com a valorização 
da fragmentação: a homogeneização – ou seja como um mesmo programa é exibido em 
diferentes lugares do planeta. 
A partir do advento das novas mídias e redes sociais o interesse pessoal torna-se 
mais intenso e importante para a maioria dos leitores do que de fato assuntos que, num 
passado nada remoto, eram considerados de extrema importância e quase essenciais 
para a vida. 
“As produções especializadas compreendem que, justamente pelo excesso de 
informação que chega diariamente, o individuo sente necessidade de uma orientação 
para o que seja de seu maior interesse, por isso existe a busca crescente por materiais 
mais direcionados.” (ABIAHY: 13). 
Ela argumenta que com a informação circulando em tempo real no mundo 
inteiro, a concentração de investimentos não faz sentido, bem como a especialização e a 
fragmentação são muito apontados como formas de assegurar uma qualidade de 
mensagem. Outro padrão de organização. 
 
 
Retoma, que a fragmentação, apesar de intensa agora, não é um fenômeno 
recente. A própria divisão de editoriais e cadernos nos jornais são formas de uma 
segmentação de opções de leitura, assim como o acrescento de suplementos 
especializados. 
Ana fala de um processo de “invasão” jornalística que tem a ver, mas não é a 
mesma coisa que o jornalismo especializado, que é o chamado soft journalism que 
seriam noticias de caráter quase publicitário que está bem no limiar com o Jornalismo 
Especializado. 
“A especialização destina-se tanto ao tema, quanto ao perfil do receptor que se 
pretende atingir.” (ABIAHY:16). 
Como parte seguinte de seu ensaio Ana põe-se a analisar os seguimentos do 
Jornalismo de Revista, citando os temas abrangentes (mulher, corpo, celebridade, 
cultura...) para classificar os estilos e assuntos pautadosnelas. 
“depois da chegada da TV, a quantidade de revistas de variedades em circulação 
no mercado diminuiu, por outro lado aumentou a quantidade de revistas especializadas” 
(ABIAHY:17). 
Após falar das revistas especializadas, dando ênfase nas questões acima 
levantadas, ela conclui que certos segmentos da sociedade passaram a ser representados 
na mídia pelo Jornalismo Especializado. Fala também que o Jornalismo especializado é 
o responsável por tentar recuperar as reportagens bem feitas e apuradas, bem como 
resgatar o lado criativo da escrita. 
E sobre os motivos de compra de uma revista especializada, a autora aponta 
dois: 1- o lazer, em que o consumidor compra aquela revista pois é um tema de apresso 
e que o diverte. 2 – campo das ideias, profissões. Tem um caráter de estudo e 
aprimoramento. 
As publicações segmentadas justificam sua existência porque são elaboradas 
para atender às necessidades específicas dos leitores e possibilita o aprofundamento da 
mensagem. 
Em sua conclusão, Ana Carolina argumenta que a especialização é uma 
tendência natural e inteiramente compreensível. Esta segmentação também traz de 
benefícios uma construção de estilo, identidade, originalidade e representatividade. Sem 
excluir a “monopolização”. 
 
 
“O jornalismo especializado, enfim, colabora para expressar os diferentes pontos 
de vistas existentes na sociedade.” E tudo isto, elaborando uma mensagem com 
identidade própria e um discurso embasado em apuro árduo. 
Logo, ao invés de elaborar uma mensagem para a massa, os jornalistas passam a 
valorizar estes receptores como pessoas com expectativa e interpretação própria das 
informações. 
_

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